sexta-feira, agosto 31, 2018

SEM PAPEIS PRÉ-DETERMINADOS, 5 A SECO PROMOVE DINAMISMO NO PALCO E EM DISCO

Coletivo paulista 5 a Seco traz ao Largo Teresa Batista o show do seu novo álbum, Síntese. Com  público fiel, o quinteto passou anos polindo e testando as canções  antes de grava-las


Foto Dani Gurgel
Uma banda é uma banda é uma banda, diria certo cineasta francês. Nem sempre. Às vezes é um coletivo.

Esse é o caso do 5 a Seco, ban – ops, coletivo que se apresenta hoje à noite no Pelourinho.

Formada por cinco músicos de diferentes origens e formações, o quinteto traz à cidade o show do seu álbum mais recente, Síntese.

No palco, às favas os papéis pré-determinados e hierarquias: os instrumentos são de todos e de ninguém e o troca-troca é obrigatório.

Quem está no baixo em uma música pode estar no teclado na próxima, por exemplo.

“Este movimento de nos revezarmos nos instrumentos é uma condição constitutiva do 5 a Seco, que já nasceu com essa proposta, desde que era apenas um show em 2009”, conta Vinícius Calderoni, que integra o 5aS ao lado de Leo Bianchini, Pedro Altério, Pedro Viáfora e Tó Brandileone.

“Isso cria uma rede solidária, sem protagonistas, e vai criando nuances interessantes nos arranjos, porque cada um tem uma pegada e uma atitude específica em cada instrumento. Tudo é dinâmico, o tempo todo, e a sonoridade vai refletindo este movimento permanente”, acrescenta o músico.

Testando o repertório 

Foto Dani Gurgel
No repertório, a ênfase ficará na faixas do já citado Síntese: “Doze das treze canções do disco estão presentes no show”, conta Vinícius.

“Mas há também canções de nossos dois álbuns anteriores. Aproximadamente cinco canções dos outros discos, de modo que músicas como Pra Você Dar o Nome, Feliz Pra Cachorro, Ou Não, Em Paz e Nó não ficam de fora”, acrescenta.

Com quatro anos de intervalo entre Síntese e seu antecessor, Policromo (2014), os cinco músicos levaram esse tempo compondo, polindo e testando junto ao seu público as faixas novas.

“Este processo foi fundamental para a construção do repertório de Síntese, à medida que era possível testar as canções nos shows, sentir a acolhida do público, ir pouco a pouco aperfeiçoando os arranjos e amadurecendo as execuções – o que foi fundamental para o sucesso das gravações, já que gravamos o disco ao vivo”, relata.

“Olhando em retrospecto, penso que esta decisão de excursionar por um ano com o repertório de um show novo foi fundamental para a consolidação do repertório”. afirma o músico.

Em 2016, o 5aS se apresentou na Bahia pela primeira vez e não deu outra: passaram a voltar todo ano: “Amamos a Bahia e, em especial Salvador, o que tem, em grande parte, a ver com o fato de que amamos muito a música que se produz na Bahia – mas também tem a ver com esse mistério maravilhoso que a Bahia contém. O poeta já disse: a Bahia tem um jeito”, observa Vinícius.

“Sempre sonhamos em fazer show em Salvador e fizemos nosso primeiro só em 2016, que foi muito especial. Desde então, temos voltado uma vez por ano, o que nos deixa muito felizes, porque temos muitos amigos aqui e amamos o calor do público baiano”, conclui.

5 a Seco: Síntese / Abertura: DJ Dieguito Reis / Hoje, 20 horas / Largo Tereza Batista / R$ 60 e R$ 30 / Vendas:  Sympla, Soul Dila, The Hotel, Haus Kaffee

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