terça-feira, agosto 30, 2005

PREVEJO UM TUMULTO

ROCK BAHIA BUZZ - Depois de meses de dúvidas, especulações e informações truncadas, a brincando de deus joga a toalha e anuncia uma parada nos shows por algum tempo, já que o guitarrista César Murray Vieira e Thiago Nego Play Aziz estão de mudança para São Paulo. Antes disso, sexta agora, 2 de setembro, tem show na Zauber com os sequelados da Sangria. Mas não ligue agora, pois no domingo (4), a brincando de deus gravará um disco ao vivo no bar que é o lar de (no mínimo) uma geração do rock baiano. Sim, segundo post do baterista Ricardo Cury em seu blog, o disco será gravado no Pós Tudo. Cury também garantiu que, "enquanto estivermos vivos, a banda não acaba". Mais não sei. A banda e Big Brother prometem divulgar maiores detalhes (tão pequenos etc) mais adiante essa semana. Por enquanto, a agenda é a seguinte:
Show Sexta Super com brincando de deus e SangriaDia: 02/09 (Sexta-feira) Horário: 22:00Local: Zauber (Ladeira da Misericódia - atrás da prefeitura - Centro)Ingresso: R$ 10,00 Informações: bigbross@terra.com.br / (71) 8116-5322
Clique aqui e concorra a ingresso pro show

ROCK BAHIA BUZZ 2 - Marcelo Nova, sua língua bifurcada e seu rock n' roll de entortar o cangote aportam em Salvador para show no Rock In Rio Café. Antes de Marceleza e sua gangue comemorarem os 60 anos de Raulzito, a bandas Theatro de Séraphin e Koyotes prometem esquentar o público. A Theatro já é velha conhecida dos palcos alternativos da cidade e faz rock de gente grande, recheado de simbolismos e referências à alta cultura, embalados em arranjos luxuosos e luxuriantes solos de guitarra (cortesia Cândido Nariga Soto Jr.). Já os Koyotes, confesso, nunca tive a oportunidade de ver ao vivo, falha que pretendo sanar neste dia, mas as referências são as melhores e eu estou animado. E tu?
MARCELO NOVA E BANDA, THEATRO DE SÉRAPHIN E KOYOTES
17 DE SETEMBRO (SÁBADO), 22H R$15 (PISTA) E R$30 (CAMAROTE)
ROCK IN RIO CAFÉ - AEROCLUBE.

ROCK BAHIA BUZZ 3 - Ninguém (que eu saiba) pediu, mas eles voltaram. A Maria Bacana, banda que só lançou um disco no fim da década de 90 pelo selo Rock It! de Dado Vila Lobos (e pouco depois implodiu) se reuniu e toca no Miss Modular com a sergipana Snooze, boa e respeitável guitar band, velha conhecida de palcos baianos e a Flauer, que não conheço. Arrisque, quem sabe? O sabadão no Miss Modular quase sempre vale a pena, mesmo.
BIG BEATS COM MARIA BACANA, SNOOZE E FLAUER - 10 DE SETEMBRO (SÁBADO), NO MISS MODULAR, 22H. R$10.

KERRANG TE VIU, KERRANG TE VÊ - Quando eu tinha 14 anos e não passava de um metaleiro punheteiro (que aberração das aberrações, também gostava de Smiths e Cure), a revista símbolo do movimento New Wave of British Heavy Metal, a Kerrang, era um verdadeiro bastião do som pesado. Iron Maiden, Metallica, Ozzy e cia dominavam suas páginas e se revezavam nas eleições de melhores do ano. Falou heavy metal, falou Kerrang. Pelo menos, assim o era naqueles verdes anos. Hoje em dia, a revista elege o Green Day a "melhor banda do planeta". Mudou o planeta ou a Kerrang? Leiam a notícia aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u53012.shtml
(Na moral: GreenDay, Melhor banda do planeta? Parem o mundo que eu quero descer!)

40 YEAR OLD VIRGIN - Quem viu a comédia O Âncora, com Will Ferrel e diversos comediantes do programa Saturday Night Live, com certeza reparou no personagem do homem do tempo, um mané de óculos totalmente nerd, manipulado como um garoto de recados por quase todos os outros personagens do filme e responsável por quase me fazer urinar no pijama com cenas de fazer até monge budista perder a elegância e cair na gargalhada. Pois então, Steve Carell, o ator que faz o tal personagem, está liderando as bilheterias americanas há duas semanas com o filme The 40 year old virgin, onde faz um balconista colecionador de gibis e bonequinhos, que ainda é virgem aos 40 anos, como entrega o título do filme. Promete. Enquanto isso, se vc curte comédias de riso frouxo, compareça à locadora mais próxima, alugue O Ãncora, vista sua fralda geriátrica, acenda um cigarro e se prepare para se borrar todo.

OS SUPREMOS ANIMADOS - A versão ultimate dos Vingadores, Os Supremos, está virando um desenho animado longa metragem que será lançado direto em DVD no ano que vem. Em notícia no Omelete, os produtores prometem toda a violência (cortesia do insano Mark Millar e do mega desenhista Bryan Hitch) que notabilizou a obra original e mais. Será que eles vão mostrar o Hulk versão canibal que chocou o público americano em pleno jantar? Pam pam pammmm (como diriam Os Melhores do Mundo)! A conferir. Leia mais: http://www.omelete.com.br/cinema/news/base_para_news.asp?artigo=14357

FICO DEVENDO - Breves resenhas sobre A Liga Extraordinária Volume 2 (Alan Moore) e Wanted (Mark Millar), que terminou em grande estilo. O número 3, o último, ainda tá nas bancas. Breve, breves resenhas sobre elas e mais. Return to see.

segunda-feira, agosto 22, 2005

BABE EU NÃO SEI POR QUE TODA SEXTA-FEIRA EU TENHO QUE BEBER

AINDA BEM QUE ELES SE MANDARAM DAQUI - Cascadura no Rock In Rio Café. Primeiro de tudo, vamos combinar um negócio: O Rock In Rio Café Salvador é uma espelunca. Só uma espelunca como aquela força o cidadão a comprar duas cervejas quando ele só quer uma, mesmo que ele reclame. É, eles chamam isso de oferta: "Duas Nova Schin por R$4,00", como se lê no cartaz afixado no caixa. Pô, pensei, legal, a cerveja até que está barata. Ledo engano, a não ser que você seja alcoólatra o bastante para virar duas cervejas ao mesmo tempo, já que você não pode simplesmente pegar uma e depois a outra: você é obrigado a pegar as duas cervejas de uma vez só. E daí que você não tem duas bocas? Foda-se! Eles tem é que empurrar as duas PRIMUS na sua mão de qualquer jeito. Isso sem contar que Primus é uma cerveja de péssima qualidade. Até a Glacial que eu bebia com Mário na época do programa é melhor que aquela bomba. Enfim: muito me desagradou ter de ir ao Rock In Rio assistir ao show da Cascadura, Sangria e Lou, por que não sou dado a freqüentar espeluncas (e não quero ouvir nem um pio sobre o Calypso, por favor: aí já é sacanagem). Isso, para não mencionar (mas já mencionando) que aquela casa exala suor de pagodeiro e perfume barato de periguete, mas aí, paciência. Aí, você pensa: pelo menos o som da casa deve ser bom. Mais um ledo engano: o som está uma bomba, o agudo está alto demais e dói no ouvido, embolando tudo diversas vezes. Aí você pensa: a iluminação da casa é legal, vai. Sorry, babe, mas de novo você se enganou: tem um diabo de uma luz estroboscópica instalada sobre o palco que fica virada para o público e piscando na nossa cara 80% do tempo em que lá estive. Não, 90%. Agora, para quê? Eu não sei vocês, mas eu acho que luz estroboscópica é um negócio que tem que ser usado com um certo cuidado, de forma pensada, não simplesmente meter aquela porra piscando o tempo todo na sua cara, te deixando mais tonto que peru de véspera. A mim, pelo menos, causa até mal estar. Se for verdade mesmo que a casa está pensando em mudar o perfil do seu público, é bom começar a pensar também em se profissionalizar de verdade, por que por enquanto... Só uma dica: o público do rock, caso os responsáveis pela casa não tenham percebido, é um tantinho mais exigente que o do pagode. Se liguem. Sabe o que foi bom? O show da Cascadura. Aaah, esse menino, isso, nem o Rock In Rio Café Salvador, apesar de todos os seus esforços, consegue estragar. Depois de mais de seis meses sem fazer show por aqui (salvo engano de minha parte), os Cascas deram ao seu público, que encheu o lugar, tudo o que eles queriam: Queda livre, Wendy, Gigante, Retribuição, Jóia da Princesa, Nicarágua e Sexta-feira (em final apoteótico ou estava muito bebum e alucinado), entre diversos outros hits. Teve até cover do Teenage Fanclub, se não me engano, What you do to me, que levantou a galerinha indie que estava meio encostada num canto, sensacional. A melhor coisa que o Cascadura fez foi se picar daqui, sabe? Esses caras (ou pelo menos o persistente guerreiro Fábio Cascadura) ainda tem uma gloriosa carreira pela frente, mesmo que nunca atinja o sucesso no mainstream, e se mantendo no tal do sul maravilha, ele pode dar continuidade à essa carreira. Aqui que é foda. Mas vamos que vamos. Devo acrescentar ainda que, ladeado por Luís Aquático Fernando no baixo e Cândido Amarelo na guitarra, Fábio não tem nada a temer, por que esses meninos botam pra ver tálba lascar bonito, tanto em execução quanto em astral em cima do palco. Tiago Trad, a bem da verdade, se podia pesar um poquito más la mano, também não deixa a peteca cair em momento algum na bateria. Abrindo a noite, a Sangria e seu rock psicótico chocaram parte do público que ainda não os conhecia. O tempo todo tocando sob uma luz vermelho sangue, Mauro (principalmente) assumia ares demoníacos. Nada recomendado à criancinhas. Gosto muito da Sangria, mas temo que eles ainda não encontraram (ou formaram) seu público aqui em Salvador. Vamos dar tempo aos rapazes, tem muito show ainda pela frente. Som, que é o mais importante, eles têm. A cozinha Pedro Bó (baixo) e Emanuel Venâncio (bateria) é animalesca, solta até faísca. Apú também está com se saindo muito bem com riffs e solos cada vez mais sinistros. Acho que ele tem ouvido bastante Tom Morello (guitarrista do Audioslave). Em seguida, vieram as meninas e o rapaz da Lou, que já tem um bom público de fãs, como foi possível notar. Nunca tinha visto um show da Lou, nem tampouco ouvi seu CD de estréia pela Big Bross Records, de forma que me falta uma certa familiaridade com seu repertório para avaliar corretamente o show, mas posso adiantar que me soou meio nu-metal, o que não é muito a minha praia. Se estiver enganado na referência, peço perdão. De todo modo, as meninas na linha de frente demonstram inequívoca intimidade com seus instrumentos e pesam bastante no som. A única música que identifiquei foi aquela da (gostosa da) Melissa Auf der Maur que rolava um clipe na MTV. Legal. Conclusão da night? LONGA VIDA AO MISS MODULAR. ADENDO IMPORTANTE: Agradeço à Sangria, nas pessoas de Mauro e Apú, por terem cedido convites para mim e minha senhora.

STEELY DAN AO VIVO: MARCIANOS FAZENDO MÚSICA - Porra, essa é para quem ainda não jogou pela janela o bom e velho aparelho de videocassete. Sabe aquela lojinha que tem no Hipermercado do lado do Iguatemi que vende revistas, jornais, livros, chocolates, incensos e uns bonecos medonhos de borracha para grudar na parede e que brilham no escuro? Pois é, aquela mesmo. Eles colocaram um balaio no meio da lojinha com alguns vídeos baratinhos à venda e no meio deles, eis que encontro um intitulado Steely Dan's Two Against Nature. Mais embaixo, o subtítulo em português mesmo: "Uma festa de jazz-rock suave com um sensual som surround". A tarja de preço diz R$12,90, mas um cartaz afixado no balaio desmente: "Tudo com 50% de desconto". Sim, meus caros, essa maravilhosa pechincha trata-se de um vídeo em VHS do show de retorno do Steely Dan, genial dupla (Donald Fagen & Walter Becker) dos anos 70 que voltou à ativa no ano 2000, após quase duas décadas de separação. Conhecidos pelo som sofisticado em concepção e execução e muitíssimo bem trabalhado, a dupla, claro, trouxe para o show diante uma minúscula platéia no Sony Sound Stage de Nova Iorque uma banda absolutamente fenomenal com naipe de sopros e um trio de backing vocals (gostosas), além das tradicionais guitarras, baixo, bateria, piano e teclado (tocado por um Fagen em grande forma, que também canta todas as músicas). Becker, numa das guitarras, se limita a enfiar os riffs de introdução de algumas músicas e a solar em outras, além de fazer cara de tiozão esquisito. Aliás, tanto Becker quanto Fagen são dois coroas muito esquisitos. Nos vídeos de depoimentos entre uma música e outra, eles mesmos e seus músicos admitem esse fato. Uma das vocalistas (gostosas) diz que "se marcianos viessem à terra e não quisessem ser identificados, aparecerem como músicos seria um disfarce perfeito", referindo-se à música sobrenaturalmente inspirada que flui da dupla. "Não dá para rotular. É rock, mas também é jazz, é funk, é blues", diz uma outra pessoa em dado momento. Não deixo de concordar. Ao longo do show desfilam aos meus olhos incrédulos clássicos da fase áurea como Green earrings, Bad sneakers, Babylon sisters, Black friday, Pretzel logic e FM. Além dessas, muitas faixas do CD de retorno, Two against nature, como Cousin Dupree, Gaslighting Abbie (a melhor entre as novas) e Jack of speed, entre outras. E tudo isso, por meros R$6,50. Na banca de revistas do Hipermercado. Lesgal. Ah. Tem um outro vídeo com um show do James Brown no mesmo balaio, mas esse eu nem peguei. Me xinga, que eu mereço, vai.

ROGERMAN IS THE MAN - Tava assistindo ontem à noite ao Acústico MTV Ultraje a Rigor, e porra, Inútil continua para mim um dos 10 maiores clássicos do rock nacional de todos os tempos. Além da letra genial, trata-se de um puta rock n' roll rasgado, com um solo de guitarra que é eletricidade pura, até em sua versão acústica. Mas tudo isso é um mero chover no molhado. Até uma múmia paralítica como Ulisses bote fé no velhinho que o velhinho é demais Guimarães sabia disso. E, ei! A versão de "Can't explain" do Who, transformada em "Eu não sei" até que não ficou mal, apesar do arrepio que sentimos só de ouvir falar em versões em português de clássicos do rock. Se encontrar o piratão na rua eu compro e a porra, apesar de que esse negócio de acústico é uma puta embromação, um formato que, como todo mundo está Marcos Valério de saber, não acrescenta nada à carreira do músico, salvo alguns cifrões mais em sua conta bancária. Show busine$$, babe.

sexta-feira, agosto 19, 2005

SEGURA A CHAPÉUZINHO VERMELHO

...que Lobão soltou o verbo na sua entrevista a revista Bravo do mês de junho (Marília Pêra na capa). Com a licença da Editora Abril, reproduzo aqui trecho referente à minha, à sua, à nossa tão amada axé music:

"Se a música baiana tivesse odor, ela cheiraria mal. (...) O que você acha daquele ritmo baiano, daquele frenesi de trio elétrico? Aquilo é muito feio, esteticamente inadmissível. Ivete Sangalo é muito ruim. Repito: a música baiana exala a Antônio Carlos Magalhães, Caetano e outros. O carnaval baiano também é excludente. O abada custa de R$600 a R$1.000, enquanto o povo fica levando porrada de segurança. O brasileiro é um triste antes de mais nada. E vendemos a imagem de alegres."

Tá lá o corpo estendido no chão.

BAHIA PULADA NA DISTRIBUIÇÃO DE HOMEM ARANHA - Desde que o senhor Mark Millar, conhecido escritor escocês de quadrinhos e maluco de carteirinha começou a ser publicado na revista do Homem Aranha (Panini), a partir da edição de número 41, voltei a acompanhar a revista, já que, além de sua moral como escritor de obras absolutamente repugnantes e absurdas (no bom sentido) como Os Supremos (versão Ultimate dos Vingadores), Wanted e The Authority, a crítica saudou sua fase no título Marvel Knights: Spider Man como a melhor história do Cabeça de Teia em mais de uma década. Pois bem. Comprei a edição 41, gostei, e esperei ansiosamente a edição 42. E esperei. Esperei. E esperei mais um pouquinho. Um mês se passou e nada. Mais alguns dias se passaram e nada. Qual não foi a minha surpresa, ao chegar na banca de minha preferência um dia e me deparar com a edição de número 43 na prateleira. Ô?!? E a edição 42? Escrevi para o email marvel@panini.com.br por duas vezes e em ambas, meu email voltou, undelivered. Pensei. Que merda, mas mês eu vem, eles devem corrigir o erro e distribuir o número 42 no lugar do 44. Nada, o número 44 está nas bancas (com a estréia da sensacional série The Pulse, continuação de Alias, do careca que eles ? a Marvel ? gostam mais, Brian Michael Bendis: recomendo), e até agora, nada de Homem Aranha 42 nas bancas. Ô dona Panini, que distribuição vagabunda é essa, hein?!? Quando teremos o prazer de completar nossas coleções? Fica a pergunta, que certamente, não terá resposta.

MADELEYNE, MINHA FILHA CADÊ VOCÊ? - A cantora de jazz americana Madeleyne Peiroux sumiu. É, a mulher simplesmente sumiu. A sua gravadora Universal, contratou até detetive pra ver se acha a doidona. Diz que não é a primeira vez. Leiam a notícia publicada no site da BBC em português aqui.

EFERVESCÊNCIA - Strokes, Kings of Leon e Wilco no TIM Festival no Rio e em São Paulo, Weezer, Mercury Rev e Raveonettes em Curitiba... É, o negócio tá bom para quem mora no Brasil. Mas na Bahia, não podemos reclamar. Sempre tem um Emersom Nogueira na área verde do Othon. Ou então o moderníssimo Festival de Inverno de Lençóis, com os fantásticos Biquíni Cavadão, Nando Reis, Chico César e Márcio Melo. É, a gente tá reclamando de barriga cheia. (De merda, claro.)

terça-feira, agosto 16, 2005

INÚ, INÚ, INÚ....

ELES SÓ SABEM VIVER EM QUEDA LIVRE - O grande show da semana é no Rock in Rio Café com os miolos moles da Cascadura, grande banda local que agora é chique e só aparece na terrinha de passagem. Demais, né? "Não, só viemos fazer um showzinho e depois voltamos pra São Paulo"... Ai, ai. Aliás, tem uma galera daqui se bandeando pros lados de lá. O que está acontecendo? Os ratos estão abandonando o navio? Cês tão parecendo que são petistas! Fiquem aqui, porra! Vamo afundar todo mundo junto. Brincadeiras a parte, Cascadura, Sangria e Lou tocam sexta no Rock in Rio Café. Puta noitada legal. Selvício: Show com Cascadura, Sangria e LouDia: 19/08 (Sexta-feira) Horário: 22:00 Local: Rock´n Rio Café (Aeroclube Plaza Show - Boca do Rio) Ingressos: antecipados: R$ 12,00 (pista) e R$ 20,00 (camarote) no local: R$ 15,00 (pista) e R$ 25,00 (camarote)Informações: 3461-0300 / 8132-9573

MANTENHA-SE BÊBADO - Não vá para casa depois do Cascadura. Passe o dia seguinte enchendo a cara pela rua assustando velhinhas indefesas e chegue turbinado no Miss Modular para curtir a Festa Nave abre sua Caixa Preta, produção que leva a chancela Luciano El Cabong Matos. Uma pá de DJ, muita animação, garotinhas doidonas circulando pelo pedaço. Aquela coisa toda. Só o que não bate é o preço daquela cerveja. Mas a festa vai bater um bolão. Se jogue, de qualquer jeito. Discotecagem: Pista 1 ? [Indie - Glam - Punk - Garage - Electro - Rock & Roll] el Cabong / Janocide / Batata / BigBross. Pista 2 - [Funk ? Soul ? Samba ? Black music ? Hip Hop ? Samba rock] Roger´n Roll / Bandido / Mauro Telefunksoul / intervenções sonoras de André Becker (sax), Dão (voz) e Farofa (percussão).20.08.2005 23h R$10 e R$ 8 (até meia-noite) Miss Modular.Contato: festanave@gmail.com.

ESTRELAS ASCENDENTES - O melhor quadrinho nas bancas atualmente (a essa altura talvez nem esteja mais) é Rising Stars - Estrelas Ascendentes, do escritor J. Michael Straczynski, que saiu agora no Brasil em uma caprichada edição encadernada trazendo os primeiros oito números da série publicada nos EUA pela editora independente Top Cow (ligada à Image) e aqui n Brasil, pela Mythos Editora. Straczynski (ô nome desgraçado), que até começar a escrever Rising Stars nunca tinha escrito quadrinhos, só era conhecido por trekkers e trekkies (fãs de Star Trek), por ter criado e escrito a série derivada Babylon 5, se deu muito bem nesta sua primeira incursão à nona arte. A trama, cuidadosamente conduzida, conta a história dos chamados Especiais de Pederson (cidade do estado de Illinois), um grupo de 113 pessoas afetadas por um fenômeno cósmico que conferiu a cada uma delas poderes especiais. O governo americano, claro, dá um jeito de controlar e monitorar cada um deles. Cada pessoa tem uma mutação diferente e cada pessoa reagiu de forma igualmente diferente a sua transformação. Quase todas as histórias são tristes e trágicas. Alguns se amarraram em ter super poderes e criaram trajes de super heróis. Outros se isolaram em suas casas, com medo do que poderiam causar a si mesmos e à outras pessoas. O personagem principal, por assim dizer, John Simon, codinome Poeta, é o mais poderoso de todos e foi mantido isolado dos outros, com seus poderes em segredo, para o caso de algum dia ter de elimina-los. E claro, esse dia está cada vez mais perto. Terminei de ler esse primeiro volume de uma sentada e já estou ansioso para ler o próximo. Tomara que saia logo. Na contracapa, tem uma texto dizendo que se trata da "série mais aclamada dos quadrinhos desde Watchmen". Menos, né? Mas é material de primeira qualidade mesmo e vale cada centavo do preço não muito amigável: R$29,90. Straczynski atualmente está na Marvel, produzindo Poder Supremo, ótima série - ainda que seja um tanto similar em temática e narrativa a Rising Stars - que está saindo todo mês na revista Marvel Max (Panini) e Amazing Spider Man, um dos zilhões de títulos mensais do Cabeça de Teia nos EUA, publicado por aqui todo mês na revista de linha do Homem Aranha, também da Panini. O pessoal anda reclamando do que ele tá fazendo no Homem Aranha, já que inventou que Gwen Stacy, falecida namoradinha de Peter, teve um caso com Norman Osborn, o Duende Verde, maior inimigo do Teioso e que, eventualmente, veio a assassiná-la. Sempre desconfiei que esse Peter Parker não passava de um corno mesmo. CORNO! CORNO! Saiba mais sobre Rising Stars nesse review do Universo HQ: http://www.universohq.com/quadrinhos/2005/review_risingstars01.cfm

QUE DESPERDÍCIO! - ...diria Paulo Ricardo. Russos vão alimentar vacas com maconha
16/08/2005 MOSCOU (Reuters) - O longo inverno da Rússia vai passar voando para um rebanho de vacas na Rússia que, segundo um jornal, será alimentado com maconha nos meses de frio. Profissionais do setor de drogas disseram que adotaram a forma incomum de criação de gado após terem sido forçados a destruir girassóis e colheitas de milho que cresciam em meio a 40 toneladas de maconha, informou o "Novye Izvestia" nesta terça-feira. "Simplesmente não há outra saída. Você vê, os campos são plantados com pastagem e se removermos tudo as vacas não terão nada para comer", afirmou um porta-voz do Serviço Federal de Controle de Drogas. "Não sei como o leite ficará após isso", acrescentou.
(Por Oliver Bullough)

Ah, que demais. Isso é que é Nescau Power! (Valeu pela dica, Franciel.)

sexta-feira, agosto 12, 2005

MESSAGES IN A BOTTLE

Finalmente Terra dos Mortos estreou nesta Terra de Ninguém. O filme tá passando nos Multiplexes do Iguatemi e Aeroclube e eu devo assisti-lo neste fim de semana mesmo. Se eu gostar (o que é quase certo), coloco um comentário por aqui na sequência. Se não, nem esquentem.

Lance seguinte: meu computador no trabalho deu vírus e eu tô ocupando a máquina de um colega que já tá me olhando feio aqui do lado. Então, vou passar rapidamente dois recados que me chegaram por email e depois vou nessa.

ATENÇÃO BANDAS DA MINHA BAHIA - Se liguem nesse recado que Rodrigo Lariú (o homem do selo carioca Midsummer Madness) pediu pra passar procês aqui. Vou passar a palavra para o próprio: "seguinte, estou fazendo um freela de assessoria de imprensa para o festival OI TEM PEIXE NA REDE. Vai ser o primeiro festival de artistas novos que vai rolar pela internet no Brasil. Qualquer artista de qualquer lugar do país, com uma música em MP3 de qualquer gênero musical poderá se cadastrar a partir de quarta feira que vem, dia 10 de agosto, usando o site do festival - www.oitempeixenarede.com.br

Quem está organizando este festival é o Bruno Levinson, do Humaitá Pra Peixe. A banda vencedora, entre outras coisas, ganha um contrato com a Sony/BMG.

o site entra no ar dia 10 de agosto. Rola de dar uma nota no Rock Loko? Em anexo segue o release. abs Rodrigo Lariú"


Já rolou, mano.

Vamos à próxima, essa veio via email blogrockloco@yahoo.com.br. Quem quiser a mesma mamata, é só mandar material para esse endereço.

LA SANTA MADRE - É isso ai! Agora a chapa começa a esquentar! Somos uma banda de Santos (SP) que estamos tocando praticamente a 4 meses e agora procurando divulgar nosso trabalho e conseguir espaços na mídia. Assim...O nosso Site Oficial da La Santa Madre acabou de entrar no ar, nele você pode ver todas as coisas de uma banda, como, fotos, release, agenda, contatos e também as 4 musicas da demo estão disponibilizadas para dowloading.Aos amigos que tenham meios de divulgação como blogs, site, fotologs e afins gostaria de pedir que nos ajudem a divulgar e caso venham a resenhar sobre a banda nos envie o link para que possamos incluir na seção de RESENHAS.Cabe aqui o agradecimento: - PlayRec (Ciaglia e Caveira) - Por toda dedicação e paciência.- Nando Basseto (Drive V) ? Por nos mostrar muitas coisas que não sabíamos e que o rock é feito de amizade.- Neto (Mágico das Cores na Internet) - Pessoalmente por todos esses anos de amizade e pelo site www.lasantamadre.com.br. Espero que gostem.

Abraços, Rogério (13) 81189170

Franchico falando de novo: Quero deixar claro que nunca ouvi essa banda, mas se vc mandar seu materialzinho bonitinho como eles fizeram pro email do RL, eu posto ele aqui da mesma forma. Caguei se seu som é hardcore melódico, rock triste ou polca polonesa. Quer divulgar o nome da sua banda no Rock Loco? Mande release RESUMIDO e endereços de contato (email, site e telefones).

8 E 80 POR HORA - E amanhã tem a segunda edição da festa 8 e 80 no Miss Modular. Capitaneada pelo cacique (digaí) Chefe Big Brother, a festa terá duas pistas com três djs cada. Estarei lá discotecando, para absoluto desgosto da audiência, com (esses, sim), Mário Jorge, Sora Maia, Marcos Rodrigues, Don Jorge e Batata, que é o dono da casa aos sábados e manda naquela budega (com todo o respeito). Então é isso: Festa É 8 e 80, sábado 13 de agosto, a partir das 22h, no Miss Modular. Dez conto. Prometo não tocar Eu sou boy, do Magazine de novo. (A não ser que alguém peça.)

Té mais, prometo voltar com um post mais gordo na próxima. Dificuldades logísticas, sabe?

quarta-feira, agosto 10, 2005

O MONSTRO MONTROSE

O Montrose é uma das bandas dos 70 que melhor representaram o momento de transformação do hard-rock pro heavy-metal.Uma das primeiras bandas americanas a desafiar o dominio inglês do hard/heavy no inicio dos 70, a banda foi nomeada a partir de Ronnie Montrose, guitarrista extraordinaire, experimentado musico de estúdio, com passagens no Edgar Winter Group e com o grande Van Morrison. Ronnie, cansado de levantar a bola pros outros chamou os colegas de estúdio Bill Church e Denny Carmasi e recrutou um promissor vocalista iniciante da Califórnia, Sammy Hagar e gravaram a toque de caixa o auto-intitulado álbum de estréia em 1973, um dos mais influentes do hard-rock, uma vez que participaram o engenheiro Don Landee e o produtor Ted Templeman, cruciais para a formação e na criação anos depois do Van Halen, alem de Hagar , que substituiria Dave Lee Roth.
O álbum Montrose no inicio não estorou em vendas, mas aos poucos se tornou fenômeno, alcançando o disco de platina, puxado por duas faixas perfeitas, Space Station #5 e Bad Motor Scooter, alem do disco como o todo, até hoje é um dos melhores discos de Hard/Heavy que ouvi.
O álbum seguinte, Paper Money, de 1974, já é um disco mais irregular, mas com clássicos como a faixa-titulo, o hard ?rock I Got The Fire, Space-Age Sacrifice, e a belíssima balada I´m Going Home, cantada por Ronnie Montrose, o disco ainda assim é superior a boa parte da produção da época, alem do guitarrista estar em forma suberba, sem duvida o grande axe man americano da era.Riffs poderosos e precisos, solos bem resolvidos sem serem muito extensos, Montrose era a resposta pré Van Halen a Page, Beck e Blackmore.
Depois da tour de Paper Money, Hagar sai da banda para uma bem sucedida carreira solo que desembocaria no Van Halen, sendo substituído por Bob James no Montrose.Para o terceiro disco o estranhamente intitulado Warner Bros. Presents Montrose, de 1975 , Ronnie acrescenta o tecladista Jim Alcivar, e modifica o som da banda.Alem do timbre mais agudo de voz de James, a presença de teclados dão tinturas neo-progressivas ao som do Montrose, causando um repudio da critica e um afastamento dos fão de rock mais ortodoxos.Eu pessoalmente adoro o disco, alem dos hard-rockers Matriarch, e Twenty Flight Rock, eu acho sensacional a faixa Whailer, com todo o simbolismo progressivoide contido nela, com direito a solo viajandão de violino, e mesmo as baladas são legais, um dos meus discos de cabeceira durante a minha adolescência. Em 1976 com o lançamento de Jump On It, com uma das capas mais hororrosas da historia, a nova formula pretendida por Montrose mostra-se sem futuro e a banda acaba Em 1987 o Montrose lança Mean com uma banda toda reformulada, mas era apenas um projeto de estudio.Apenas em 2002 Ronnie Montrose, após a mediana aceitação do seu projeto Gamma, lança Open Fire e no ano passado Inertia, aproveitando o interesse gerado pelo lançamento de uma caixa da Rhino com o Best Of Montrose.Não ouvi nem Inertia nem Open Fire, se alguém aí tiver ouvido dê sua opinião.Mas posso afirmar que o Montrose é uma banda que tem um status menor do que a qualidade dos seus primeiros três discos merecem, e Ronnie Montrose é um monstro( he he) na guitarra.

british sea power Posted by Picasa

quinta-feira, agosto 04, 2005

WELL, HOW DID I GET HERE? (atualizado Raveonettes e Mercury Rev no CRF)

PÁÁÁÁÁÁRA TUDO! - Como Luciano El Cabong já havia adiantado mais cedo hoje, o Curitiba Rock Festival acaba de confirmar que duas das melhores bandas da atualidade estão escaladíssimas para tocar lá na capital paranaense em setembro: a sensacional dupla dinamarquesa The Raveonettes e a banda americana Mercury Rev, esta, um verdadeiro monumento indie rock. Aaaaahahahahaahahahaahahaaaaaaa!.... Foi bom pra mim. Mais detalhes aqui no Omelete. Em tempo: os ingressos já estão à venda. Quem vai, tem que se decidir logo! Já! Agora! E aí, já resolveu sua vida?

SOS CBGB'S - O lendário clube novaiorquino que viu nascer a gênese (putz foi mal a redundância) do punk americano está correndo o risco de fechar as portas. Palco histórico do rock, o CBGB's foi, por assim dizer e guardadas as devidas proporções, o Calypso do rock de Nova Iorque. Todas as bandas iniciantes de meados da década de 70 passaram por lá: Blondie, Talking Heads, Ramones, Television etc. Diz que o contrato de aluguel vence agora no fim de agosto e o dono atual da espelunca chique, Hilly Kristal, tá sem capital para renovar o contrato. Por conta disso, uma galera vai tocar lá para ajudar a levantar fundos e manter o CBGB's no mesmo lugar. Entre eles, Tommy Ramone, Lenny Kaye (guitarrista de Patti Smith), Offspring, Debbie Harry, Vandals, Gorilla Biscuits e sei lá mais quem. Leiam a notícia completa aqui.

STONES FREE - Os Rolling Stones disponibilizaram três músicas novas do seu próximo disco, A Bigger Bang, no site da banda, de graça para quem quiser baixar. O tal cd novo será lançado mundialmente daqui um mês, no dia 6 de setembro. As faixas disponíveis são Streets of Love (primeiro single), Rough Justice e Back of My Hand. Sir Mick Jagger, 62, definiu "A Bigger Bang" como uma coleção de "canções de rock e blues impactantes e de grande poder". O que eu acho? Acho que eles deviam é demitir esse assessor de imprensa, por que "blues impactantes e de grande poder" é provavelmente uma das frases mais cretinas e vazias que ouvi ultimamente. E olha que com nossa televisão e as coisas que andam acontecendo em Brasília, a concorrência tá dura. Vão lá baixar essas músicas e depois me digam o que acharam, valeu?

GRAM DE SHOW NO ROCK IN RIO - E a Gram, banda paulistana bem bacana que fez talvez o melhor show da Noite Deck Disc no último Festival de Verão, volta a Salvador para um show no Rock in Rio Café com Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta e Vandex. O Gram é uma banda que promete, cujo primeiro disco está bem acima da média das estréias de bandas nacionais independentes. Acho que vou lá. Completando a noite, Ronei Jorge, vencedor da etapa Salvador do Claro que é Rock, esquentando os tamborins para lançar seu primeiro CD e tocar no dito festival em setembro (ou outubro?) em SP. Força, Roninho. E abrindo a noite, o tresloucado Vandex, que está a procura do repertório perfeito, após a dissolução da Guizzzmo, projeto seu com Apú (hoje apenas na Sangria). Tô até em falta com o velho Vandex, pois até hoje não tive o prazer de presenciar seu novo show. Mas sou mais você, Velhinho. Enfim: Gram, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta e Vandex, sexta, 05 de agosto, no Rock In Rio Café. A partir das 22h.

CAPOTAGEM NA MTV - Apú e Maurão mandam avisar que o primeiro clipe da Sangria, Capotagem, dirigido por Marcos Bola Pessanha, guitarrista base da banda, estréia na madruga desta quinta para sexta no programa Riff. Por volta das 2 da manhã. No sábado, no mesmo horário, rola (ops) de novo. Posso adiantar que vale a pena, pois já vi e gostei muito. Bola estreou bonito na direção de clipes. Tomara que faça carreira (ops).

FLÁVIO LUIZ CAIU NA REDE - O grande cartunista baiano Flávio Luiz, com quem tive a honra de trabalhar, ainda que por pouco tempo, no Correio da Bahia, tá com um flog bala na rede, que vale a pena visitar. O homem já ganhou vários prêmios e parece que tá com uma graphic novel em parceria com o super jornalista especializado em quadrinhos (e tb baiano) Gonçalo Júnior (comemorado autor de A Guerra dos Quadrinhos e do recém lançado livrão Tentação à Italiana) engatilhada para sair, esperamos, em breve. Vão lá: http://flavioluizcartum.fotoblog.uol.com.br/

ON THE ROAD ON THE WAY? - Deu no Correio da Bahia de hoje (quinta 04): Walter Sallles pode dirigir a adaptação de On The Road no cinema. Não sei se rio ou choro. Explico por que. Como todo adolescente que se respeita, li o clássico de Jack Kerouac aos dezesseis anos e logo minha imaginação começou a divagar, pensando como seria bacana um filme baseado no livro que mudou minha cabeça. Escalava diretor, atores, trilha sonora etc. Há décadas que essa história de transpor o On the road rola por aí. Diz a lenda (ou melhor, diz Paulo Sales do Correio da Bahia, que escreveu a matéria) que Francis Ford Coppola detém os direitos de adaptação do livro desde a década de 60. Quando soube disso, ainda nos anos 80, achei ótimo, claro. Coppola tem a manha, Coppola tem a moral. Mas os anos passaram e o filme nunca saiu. Hoje, ao abrir o Folha do Correio da Bahia, Paulo Sales me diz que Walter Salles (nenhum parentesco) está cotado para dirigir o filme pela Focus Features, produtora independente ligada à Universal e que um novo roteiro (alguns já foram escritos e descartados por Coppola) já está sendo trabalhado. Mas aí é foda. Walter Salles? Pô, esse cara é vaselina demais, fresco demais. Abril despedaçado é um puta porre e Diários de motocicleta é filme pra vovó ficar chorando no cinema, tenha dó. O cara vai botar todo mundo pra dormir se ele dirigir On the road. Uma obra cheia de vida e vibrante como essa merecia um diretor mais visceral, com mais colhões mesmo. Um Scorcese, um Jarmusch, um Zach Braff (Hora de voltar - Garden State), ou até mesmo um Clint Eastwood (que filmou a vida do ídolo dos beats Charlie Parker brilhantemente em Bird). Pô, sei lá. Alguém com mais substância e que seja menos estiloso, na pior acepção da palavra. Mas em se tratando de Walter Salles, melhor ficar com os dois pés atrás. Só sei que enchi o saco daquele estilo dele. Fotografia demais pra história de menos.

ENQUANTO SEU ROMERO NÃO VEM - Enquanto Terra dos Mortos não dá as caras pútridas por aqui, um bom aperitivo é pegar na locadora mais próxima o recém-lançado filme irlandês Dead Meat - o Banquete dos Zumbis, de Conor McMahon (quem?) O enredo é aquilo mesmo, e nem precisa de mais nada: casal em férias chega à cidadezinha do interior irlandês, enquanto no rádio, locutor alerta para uma estranha mutação da doença da vaca louca que estaria afetando humanos. Claro que o tal casal boçal não dá a menor pelota para a notícia, trocando rapidamente de estação em busca de alguma música qualquer. Antes mesmo de chegarem no local, o bicho já começa a pegar para o lado deles, quando depois de atropelarem um doidão vagando sem rumo, este ataca o marido e arranca-lhe um pedaço da garganta a dentadas. Ah, que dilíça! E daí vai. O filme é quase amador, mas esse é justamente o seu charme, ainda que as precárias iluminação e fotografia prejudiquem a correta visualização de suas bagaceiras (talvez o objetivo seja exatamente este, né?). Destaque para duas cenas: uma logo no início, onde a personagem principal suga o olho de um zumbi com um aspirador de pó e outra com os humanos encurralados dentro de um carro (enguiçado, claro), enquanto centenas de zumbis se debatem contra o veículo, tentando estraçalhá-los. Filme muito agradável, recomendado para toda a família. Isso, se você não assistiu ainda os fundamentais e recentes Madrugada dos Mortos (remake de Amanhecer do Mortos, de 1978, segundo filme da saga dos zumbis de George Romero) e Todo mundo quase morto, comédia romântica inglesa com zumbis, divertidíssima parodia / homenagem ao gênero com um toque de romantismo, digamos assim.