quarta-feira, outubro 26, 2005

6 BANDAS QUE PEGA MAL DIZER QUE GOSTA, MAS FODA-SE.

Relacionamentos já terminaram por causa de bandas - ou artistas solo - que uma das partes envolvidas não bate muito os cornos. A coisa pode ficar feia lá em casa se eu insistir muito que "sou fã do Kiss desde os 13 anos" (é verdade, porra!) e tal. Apesar de um grande amigo meu, que toca em uma das bandas mais legais da cidade, ter sido um fã ardoroso do Bon Jovi ao longo de toda a sua adolescência, eu relevo na boa. Eu adorava e ele odiava o The Cure e o The Smiths ou qualquer banda que começasse com "The". Acho que foi só depois disso que ele ouviu os The Beatles, ah, pobre diabo! Bom, mas como eu ia dizendo, todo mundo tem aquele grupo que você tem certeza absoluta que é (ou foi) legal, mas é melhor se fingir de morto numa mesa de bar - caso o nome do tal grupo surja na conversa - sob o risco de ser motivo de riso não apenas dos seus amigos, mas também do garçom, do barman, do casal da mesa do lado... Ah, e do guardador de carros lá fora também. O porteiro vai ter contado pra ele. Bom, sem mais delongas, aqui estão seis bandas que eu gosto, mas que nem sempre eu tô disposto a defender, até por que todas elas têm muitos pecados. O bastante para saciar um inferno inteiro. Mas eu gosto assim mesmo e ouço de vez em quando.

STEREOLAB - Eles são cabeça. Eles são internacionais (o guitarrista é inglês, a cantora francesa, tal). Eles são chegados em jazz, música brasileira, experimentações. Eles eram o máximo para a ala mais alternativa do rock. Eles são insuportáveis para a maior parcela da população da Terra (digamos 99,999999999%). Mas aí você vai ouvir e descobre que muitas de suas canções apresentam sons tão estranhos, mas cheios de surpresas, como se você estivesse explorando uma região totalmente alienígena. Uma experiência intrigante, foi o que me pareceu logo que ouvi (menino Spencer que me mostrou, e como fiquei fã, ele até trouxe um autógrafo da cantora Laetitia Sadier pra mim, de quando eles vieram ao Brasil, acho que em 2001). Não puxa pela emoção, apesar de ser capaz de causa-la, mas por uma via mais cerebral, talvez. Mas são grandes músicos, seus timbres são sempre incomuns, os primeiros discos são mais crus, mais noise, mesmo. Depois o som foi ficando mais sofisticado e incorporando um pouco de jazz, um pouco de experimentalismo, um pouco de música brasileira. Tem umas músicas que hoje realmente me soam muito chatas, muito longas (o Strokes fudeu tudo na minha cabeça, pqp), irrita um pouco. Para usar com parcimônia, mas sem medo, eis os indicados: Mars Audiac Quintet (1992), Emperor Tomato Ketchup (1995), Dots and loops (1998).

JAMIROQUAI - Opa, esse aqui doeu. De antemão, vou avisando: só gosto do primeiro disco, que realmente me causou ótima impressão logo que saiu, em 1993. Depois perdi o interesse, não acompanhei mais. Tem uma coisa que me incomoda terrivelmente aqui, além da banda do Jay Gay, ops, Kay, ser a preferida dos publicitários e designers de interiores (entre outros maletas): no início, o cara era todo ativista ecológico. No primeiro disco tinha um manifesto enorme dele no encarte, protestando contra a emissão de gases tóxicos (quem peidou?), a destruição da floresta e a matança das baleias, entre outras naturebices. Aí então, o filho de uma égua faz sucesso, ganha mijones de doletas e vira colecionador de Ferraris. E só aparece nos clips ostentando os tais carrões, correntes de ouros mais grossas que meu pulso, mansões espetaculares e mulheres voluptuosas. Tipo clip de hip hop vagabundo. O que é isso, companheiro? Mas, apesar de tuuuuuudo isso, eu admito que gosto do primeiro disco dele, Emergency on planet Earth (1993) (que canalha), uma sucessão de grooves "de rachar o assoalho", como se dizia nos anos 80. Tem também umas músicas que ele toca aquele instrumento australiano, didgeridoo (se não errei a grafia), que fica muito legal. E só.

VAN HALEN - O problema aqui é um só: Dave Lee Roth (o vocalista, se tem alguma alma aí que não sabe) saiu em 1984 e aí acabou. Não ouça mais nada depois do disco 1984 (lançado naquele mesmo ano), o último com Dave. Melhor deixar pra lá. Bom, o Van Halen é óbvio: o guitarrista é um monstro, virtuose, coisa e tal; o vocalista é até hoje um dos melhores showmen do showbizz americano; o baterista Alex (irmão de Eddie Van Halen), é outro cavalo com as baquetas nos cascos: o cara bate pesado; o baixista é aquele gordinho bonachão que segura a onda. Juntos, eles cometeram vários discos cheios de peso, músicas descaralhantes, diversão e folia genuinamente adolescente. Tem gente que diz que não gosta, mas nunca se dispôs a ouvir os discos que importam, só conhecem a baba horrorosa da fase Sammy Hagar, quase toda inútil para consumo humano. Sem o acrobático Lee Roth, o Van Halen perdeu toda a criatividade, espontaneidade e relevância. Pena. Indicados: Van Halen I (1978), V. H. II (1979), Diver down (1982), 1984 (1984).

TEARS FOR FEARS - Tremendamente injustiçados, esses caras precisam ser revistos e reavaliados. Seus dois primeiros discos são muito legais e têm uma pegada pop radiofônica - no melhor sentido possível da expressão - que até hoje, poucas bandas conseguiram igualar. Dia desses mesmo eu tava ouvindo o vinil do mega ultra vendido e manjado Songs from the big chair (1985) e mais uma vez me surpreendi com a perfeição pop oitentista daquele disco. O Franz Ferdinand ou o The Killers dariam um braço para compor uma faixa ainda hoje moderna, vibrante e redonda como Mother's talk ou até mesmo Head over heels (minha preferida). Letras tocantes, solos de guitarra esmerilhantes, melodias perfeitas. Sim, os caras eram meio viadinhos, meio malas, mas paciência. Eu não preciso conviver com eles, só com a música. Depois de muitos anos separados, a dupla Curt Smith / Roland Orzabal retornou com um disco novo, Everybody loves a happy ending, do qual não ouvi nada, não tenho a menor idéia se presta ou não. Indicados: The hurting (1983), Sons from the big chair (1985) e Tears roll down (Greatest hits, 1992).

TOM PETTY - Ah, qualé! O cara é amigão do Bob Dylan, fez parte da primeira geração da new wave americana, foi integrante do Travelling Wilburys (super banda / projeto que reuniu em dois - ótimos - álbuns Dylan, George Harrison, Roy Orbison, Petty e o mala Jeff Lynne, ex E.L.O.), é avesso a estrelismos, sempre foi fiel ao seu som meio sulista, meio americanófilo e tem gente que ainda faz cara feia quando ouve falar no nome do rapaz. Fala sério. Gosto muito do menino Petty, o cara tem ótimos discos que dá para ouvir sem pular uma faixa. Mas ainda assim, mesmo nos círculos mais intelectualizados do rock, Petty é mal visto. Por que será, hein?!? Alguém explica? Indicados: Damn the torpedoes (1979), Full moon fever (1989), Greatest hits (1993), Wild flowers (1994), She's the one (1996).

INXS - Os australianos do INXS vieram dos respingos do movimento new wave que foram dar na grande ilha do Pacífico e tiveram momentos muito bacanas até seu carismático vocalista Michael Hutchence - um Mick Jagger wannabe que ganhava pela simpatia e voz bacana - entrar em depressão e se enforcar em 1997. Pop até a medula, mas sempre com uma pegadazinha rock n roll, era diversão certa nas festinhas. Os primeiros discos na Autrália, ainda antes do estouro mundial com o disco Kick (1988) são certamente melhores, mas muito difíceis de encontrar. Recentemente, os membros remanescentes fizeram um reality show para botar um novo vocalista na banda. Que estupidez. Deixem o pobre Michael descansar em paz, seus usurários! Indicados: Listen like thieves (1985), Kick (1988), X (1990), Full moon, dirty hearts (1993), Best of (2002).

CRISE & QUEDA - Não, não é uma nova dupla sertaneja nem uma nova armação do rock infantil (é, isso existe), como aqueles horrendos Quéops & Raoni (o que é aquilo, meu deus?). Trata-se dos dois novos mega eventos que estão bagunçando os universos Marvel e DC no mundo dos quadrinhos comerciais. Em Crise de identidade, o assassinato brutal de Sue Dibny, mulher do Homem Elástico, traz a tona segredos e traições escondidos no passado da Liga da Justiça. O número um vendeu tão bem que a Panini botou nas bancas uma reimpressão, com capa alternativa (claaaro). Os números 1 e 2 tão nas bancas e até agora, tá valendo. O clima da história é tenso, os diálogos também as surpresas vão se sucedendo. Essa série em sete edições conduzirá à uma série de outras minisséries (OMAC Project, Day of Vengeance, Villains united), que por sua vez, nos levarão à uma outra megassérie bombástica intitulada Crise Infinita, similar à Crise nas Infinitas Terras, evento que redefiniu o Universo DC vinte anos atrás. Até já chamaram os autores originais, Marv Wolfman e George Perez para dar uns pitacos no novíssimo Universo DC que vem por aí. Já Vingadores - A Queda, pela Marvel, nos mostra o fim dos Vingadores (o maior grupo de heróis da editora, que reúne o Caputão América (copyright Melhores do Mundo), a Peiticeira Escarlate, Thor, Homem de Ferro etc) como o conhecemos. Muitos heróis vão morrer (pfuah!)e um novíssimo grupo ressurgirá das cinzas do antigo, reunindo - pasmem ? Homem Aranha, Wolverine, Luke Cage e Mulher Aranha, entre outros menos cotados. Essa série conduzirá ao mega evento House of M, que promete redefinir o Universo Marvel. Diz por aí que a população mutante da editora cairá para os níveis de 1978, quando os chamados filhos do átomo ainda não eram tããããõ populares. Você pode acompanhar essa bagaçeira a partir da revista Poderosos Vingadores 21, já nas bancas. Ufa. Agora, minha opinião sobre essa zorra toda: antigamente, quando se queria uma história bombástica, fazia-se uma série fechada em 12 edições e fim de papo (Guerras Secretas, Crise nas Infinitas Terras, Camelot 3.000). Agora vc tem uma série enorme que desembocará em várias minisséries paralelas, que conduzirão à mais uma megassérie bombástica, que finalmente mudará todo o status daquele universo narrativo para todo o sempre. Ou no mínimo, até a próxima reunião do departamento de marketing. E o pior é que eu reclamo, reclamo, mas não consigo deixar de ler. Isso tem cura?

AGENDA PÁ PUM
Outubro ou Nada! Todas as sextas de Outubro, no Calypso, 22h, R$8 28/10 Theatro de Séraphin, Koyotes e Demoiselle.

Ronei Jorge e Theatro de Séraphin29/10 (sábado) no Miss Modular, Rio Vermelho. R$10.

Tomada Rock Festival com as bandas: Malcom, A Sangue Frio, Sangria, Tharsis, Drearylands e ConfrontoDia: 01/11 (Terça-feira - véspera de feriado)Horário: 20:00 Local: Rock In Rio Café (Aeroclube Plaza Show - Boca do Rio)Censura: 16 anos Ingressos: 1º LOTE - R$10,00 2º LOTE - R$15,00 CAMAROTE - R$25,00 Informações: 3354-1735 / 3461-0300

Show com Álvaro Assmar e banda Dia: 09/11 (Quarta-feira) Horário: 20:00 Local: Teatro ACBEU (Corredor da Vitória) Ingresso: R$ 20,00 (normal) e R$ 10,00 (meia entrada)Informações:
contato@compimenta.com.br / (71) 9161-4956 / 9129-1237 Site oficial: www.alvaroassmar.com.br

quarta-feira, outubro 19, 2005

EU VOU FAZER UM ROCK TRISTE

Evandro Botti é um curtidor. Até aí, nada demais, tem gente que curte com a cara dos outros (como eu), tem gente que curte tocar o terror, tem gente que curte se empapuçar de cerveja a noite toda e cuspir no ouvido dos outros balbuciando coisas sem sentido, tem gente que curte filme iraniano, tem gente que curte fumar um e assistir o Raul Gilberto Barros na TV - se acabando de dar risada (isso eu num guento fazer, aí eu choro mesmo). Evandro é um caso diferente. O cara curte fazer música. Qualquer tipo de música, desde que ele se divirta com isso. Enfim, o cara curte fazer música, e o faz bem. Desde seus verdes anos como fundador da Úteros em Fúria, isso ficava meio evidente nele. No documentário em vídeo da Úteros em Fúria, tem um depoimento de Émerson Borel, guitarrista da banda que ilustra bem isso. Nas férias escolares entre Villas do Atlântico / Ipitanga, era Vandinho que ia bater na porta de Émerson de manhã cedo e acorda-lo com idéias para as novas canções que se tornariam depois os clássicos uterinos. Um riffzinho aqui, umas frases rabiscadas ali e os dois iam - ao sabor da brisa fresca daquelas manhãs de janeiro - desenvolvendo parcerias como Dear Misery, Be bigger, Birds, Sister Moonlight, entre outras. Boooons - e ingênuos - tempos. Depois de uns três anos e muita loucura, contudo, Vandinho se sentiu meio sufocado e pulou fora da banda - que, como se sabe, acabou menos de um ano depois disso - para entrar no curso de Composição & Regência da UFBA. Em paralelo, ele começa a estagiar/trabalhar em estúdios profissionais, criando jingles, spots, trilhas para vídeos etc. Após uns três anos de reciclagem, meio retirado do rock, Vandinho faz uma nova parceria com o velho companheiro uterino e amigo pessoal Apú, formando a Guizzzmo, projeto que em cerca de 6 anos de existência (1998-2004), teve uma cacetada de formações diferentes, lançou um CD cheio bem legal (Macaca!) e mais uns dois demos (os quais, confesso, eu gosto mais que o CD), fez show pra caralho (inclusive em Recife - no Abril Pro Rock - e São Paulo) e criou muita música bacana, divertida e - por que não - cabeça, mas nunca sem perder o seu peculiar bom humor e o poder de comunicação com quem se dispõe à ouvi-la.
Finda a Guizzmo, Vandinho vira Vandex e se lança em carreira solo, mantendo o mesmo bom humor que é sua marca registrada. Atualmente em fase de gravação de seu primeiro CD demo, Vandex lapida seu repertório no laboratório que é também seu ganha-pão, o Estúdio Em Transe. Após uma audição (ainda em versão demo) de algumas dessas novas canções, sábado passado, posso afirmar que o doidão vem aí com um material que faz jus ao seu passado e é bastante coerente com sua trajetória musical.
Rock triste, uma delas, faz graça ao simular o estilo adorado/detestado no cenário rocker soteropolitano de forma inteligente e bem articulada. "Eu vou fazer um rock triste / daqueles pra curtir deprê", ele canta baixinho, sobre um instrumental que emula um cruzamento de Coldplay com Radiohead (pré OK Computer). Guitarras sujas e acordes repetitivos em crescendo. Tem mais uma que achei bem interessante, acho que o nome é Prejuízo, com Vandex demonstrando uma insuspeitada raiva no vocal discursivo quase gritado. "Agora eu nem quero ganhar mais nada / agora eu só quero é prejudicar", confessa, revelando suas intenções com o novo trabalho. Essas foram apenas duas das novas músicas do novo trabalho, mas em se tratando de Vandex, pode-se esperar qualquer coisa: rocks, tangos, caboclinhos, polcas e sei lá mais o quê. (Seria Vandex a identidade secreta do tal do Beto Bahia?)
Quem for nesse sábado na festa Boogie Nights no Miss Modular vai poder conferir algumas dessas novas canções na performance exótica e destrambelhada que é característica do músico.
Então se liga no serviço aí, mô pai:

Boogie Nights - Mais uma vez a Boogie Nights vai fazer você dançar com o melhor da black music/ disco/ rock/ cumbias/ samba rock/ rocksamba/ jovem guarda e o melhor dos anos 50/60/70. Essa é a nona edição da Boogie Nights que além dos djs Bigbross e Zezão já manjados da Boogie, nessa edição vamos contar com o dj Roger´n Roll emprestado da Borracharia. Na pista 2 shows com as bandas VANDEX e ZAMBOTRONIC para ninguém ficar parado nem em cima nem embaixo com som mecânico ou ao vivo o importante é dançar. Horário: 22:00 Ingresso: R$ 10,00 , até meia noite casais pagam 15,00 Miss Modular Sábado 22/10.

AVE, CALYPSO - Nosso CBGB's continua firme e forte e é ótimo que assim seja. Esse mês tem o festival Outubro ou nada! (o Bidê ou Balde vai cobrar royalties, hein?!), com algumas das melhores bandas do nosso cenário agitando o inferninho mais charmoso de Salvador. Quem não vai para o TIM Festival pode curtir nessa sexta os incomparáveis Retrofoguetes, os incansáveis Los Canos e os impossíveis Tequilers em noite sem hora pra acabar. O rock continua na outra sexta com Theatro de Séraphin, Demoiselle e Koyotes. A Demoiselle eu ainda não conheço, se não me engano é a banda de Toni, excelente guitarrista e figura boa praça que marcou época nos áureos tempos da Cascadura fase Lynyrd Skynyrd baiano (com três guitarristas). Deve ser bem bacana (alô, Toni, me manda uma demo aí pr'eu falar da tua banda aqui, pô!).
Festival Outubro ou Nada! Programação Dia 21 - Retrofoguetes, Los Canos e Tequilers. Dia 28 - Theatro de Séraphin, Demoiselle e Koyotes. Calypso - Travessa Prudente de Moraes, Rio Vermelho - Tel: 3334-6030.

A TARDINHA CAI, O BARQUINHO VAI - Com o sol a cada dia mais inclemente torrando o que me resta de juízo na caixa craniana, o negócio é se refrescar tomando umas na praia no fim de semana. Coisa que aliás, não faço tem muitos meses, que saco. Não sei vocês, mas eu gosto de praia. Sou capaz de passar um dia inteiro enchendo a cara de cerveja à beira-mar, rodeado de amigos e um bom papo, entre um mergulho bêbado e outro pra pegar uns jacarés. Se for sem pagode, então, melhor ainda. E parece que é essa a proposta da Barraca Chamberlau, na Praia de Ipitanga. Quem não é muito chegado no sol a pino pode chegar depois das 15 horas pra curtir um som, uma birita e a brisa preguiçosa do entardecer.
Chamberlau's and Funk Grooves com dj OpretoHare, dj xcamas e convidados a partir das 15hs apareçam: todos os domingos:out/nov/dez 2005 - grátis. Barraca Chamberlau - Praia de Ipitanga.

TURN IT ON - Só relembrando: o TIM Festival é nesse fim de semana e quem não vai estar lá (como moi) vai ter de se contentar com a transmissão ao vivo do palco TIM Stage na sexta (Strokes, Kings of Leon), sábado (M.I.A., Dizzee Rascal) e domingo (Elvis Costello, Television). É chamar os amigos que ficaram por aqui, comprar umas cervejinhas e salgadinhos, aumentar o som da TV e relaxar, por que agora CHÁ ERA, malandro!

sexta-feira, outubro 14, 2005

A ULTIMA CENA DO CBGB'S

"This ain't no Mudd Club or CBGB'S
I ain't got time for that now"
Life During Wartime, Talking Heads

Duas decisões judiciais recentes sobre a situação do lendário clube nova-iorquino CBGB'S( o Calypso deles) deixam pouca chance de futuro para que o clube continue no local. Berço e precussor do que viria a ser o punk(sorry, na minha opinião o movimento só se cristalizou na Inglaterra), o clube ganhou uma ação referente a alugueis atrasados, mas perdeu a questão quanto a renovação do aluguel, que venceu em 01/09, e agora espera apenas a notificação de despejo. Apesar da enorme mobilização da cidade e de seus protagonistas( de Patti Smith ao prefeito Bloomberg) para que, a proprietaria Associação de Residentes do Bowery( de apoio aos sem-teto), revisse sua posição ,e nada foi revertido. Hilly Kristal, veterano do Vietnam e dono do CBGB'S não pretende abrir o clube em outro local, "se fechar, fechou." O RockLoco presta sua homenagem ao clubinho de bêbados e junkies que povoou nosso imaginário nas décadas de 70 e 80 e ajudou de forma decisiva a mudar a face da cultura pop tal como a conhecemos hoje.
Uma breve historia do CBGB'S
Aberto na pessimamente frequentada Bowery em 1973 pelo ex-marine HillyKristal( então com 42 anos) para ser um clube de musica Country,Blue-Grass e Blues(CBGB'S) e provavelmente permanceria como tal se não fosse visitado por mero acaso por dois rapazes recém-chegados do Delaware, Tom(Miller)Verlaine e Richard(Meyers)Hell. Eles que faziam parte da embrionaria cena alternativa nova-iorquina, extremamente inspirada na boêmia romântica de poetas como Rimbaud e Verlaine, e ao olharem o local, totalmente decadente com sua vizinhança de bêbados, veteranos de guerra, ex-internos de asilos,junkies e vagabundos em geral, pensaram juntos, "é aqui mesmo". Considerada a primeira banda do que viria a ser o punk, o Television(ex-Neon Boys) tocou noCBGB'S pela primeira vez em 31 de Março de 1974, e quase foi a ultima. HillyKristal, apavorado pelo o que ele chamou da pior apresentação musical que ele presenciou na vida quase cancela toda a temporada acertada para os próximos meses. Mas a aquela altura a pequena cena, da qual faziam parte as nativas de New Jersey Patti Smith e DebbyHarry, começava a atrair os órfãos dos New York Dolls e do Max´s Kansas City, como um suburbano de Queens, Douglas Colvin.E foi justamente a banda de Douglas(aka Dee Dee), os Ramones, que foi escolhida por Tom Verlaine para ser a banda de apoio na segunda apresentação do nascente movimento do Lower East Side, ( o wild side ao qual se referia Lou Reed no antológico Transformer). A apresentação dos únicos nativos de Nova Iorque desta nova cena foi um desastre do ponto de vista profisional, os Ramones ficavam discutindo agresivamente entre si em pleno palco(?) para depois entrarem em musicas de duração media de 2 minutos. 2 minutos que resumiam Stooges, Phil Spector, "60´sBritish Invasion", 50´s bubblegum e agressão sonora. Hilly Kristal odiou, mas o "scenester" Legs McNeill(Mate-me Por Favor) estava na platéia, e o impacto o inspirou a fazer a seminal revista Punk. Apenas 10 pessoas estavam nesta primeira apresentação, mas o boca a boca foi tão intenso no underground que eles tocariam mais 22 vezes naquele ano , e junto com o Television deram partida no que viria a ser o punk rock.No inicio de 1975 a emergente artista Patti Smith foi covencida por Tom Verlaine(então seu namorado) a fazer um showcase para a Arista Records no CBGB'S. Já reconhecida em Londres e em outros círculos intelectuais boêmios por suas leituras de poesia acompanhada por guitarra elétrica(Rock'n'Rimbaud),Smith catapultou o imundo e barra pesada CBGB's para a badalada velha-guarda underground nova-iorquina. Lou Reed, John Cale, Allen Ginsberg e o povo de Andy Warhol. Mesmo para estes caras, afinal de contas artistas cultos e sofisticados, ver bandas toscas como os Ramones fugiam a compreensão deles, e fora a já celebrada Smith, a elite underground nova-iorquina não levava muito a serio aqueles moleques. A essa altura Kristal percebeu que aqueles malucos conseguiram atrair alguma atenção para aquele pardieiro e mandou em julho de 1975 o festival"Top 40" das novas bandas de nova cena de N.Y. Este festival revelou para os olheiros das gravadoras e vários jornalistas da imprensa alternativa o Talking Heads, Blondie e Ramones. O Village Voice encantado com o rock esperto e minimalista dos Talking Heads estampou os caras na capa, a Rolling Stone começou a dar notas sobre os Ramones, e mais importante de tudo, o inglês NME, mandou o jornalista Charles Shaar Murray investigar o que diabos estava acontecendo no outro lado do Atlântico. Apesar de Murray não ter entendido exatamente o estava acontecendo( na verdade ninguem sabia direito), estes artigos seriam fundamentais para o futuro movimento punk, uma vez que nos Estados Unidos o movimento punk era restrito ao Lower East Side e no maximo com algum alcance no circuito universitário de Boston. Só que na Inglaterra o papo era outro, a crise econômica inglesa seria solo fértil para o estabelecimento do punk enquanto movimento musical e fenômeno comportamental e os ingleses dariam o reconhecimento aos precussores do punk , que era negado a todos eles(exceção de Patti Smith) nos U.S.of A. Mas esta é uma outra discussão(procurem nos arquivos do Rock Loco).
Em dezembro de 1975 Horses de Patti Smith é lançado para aclamação geral, em Maio de 1976 o do Ramones é lançado pela Sire sendo totalmente ignorado pelo publico americano e 99% da imprensa musical americana. Quando os Ramones tocaram em Londres em julho de 1976 tiveram uma acolhida de ídolos, para a total estupefação deles. Afinal de contas, em casa eles eram ilustres desconhecidos fora da cena CBGB'S. Ao menos serviram para reavivar a cena underground nova-iorquina forçando a reabertura do Max's Kansas City e a abertura de dezenas de clubes com propostas semelhante ao CBGB's. A partir de 1977 o CBGB's deixa de ser progressivamente a sala de estar das bandas(nas palavras de Richard Hell) e as bandas como Blondie,Voidoids,e Dead Boys conseguem seus contratos com gravadoras, e passam a fazer tours pelos U.S.of A., e especialmente pelo Reino unido, onde o tal do Punk Rock tinha finalmente explodido e posto o rock e seu establishment de cabeça pra baixo. Ao longo dos anos o CBGB'S firmou-se como o lugar com total credibilidade no mundo alternativo e o numero de bandas que la tocaram depois da cena inicial( Sonic Youth, Minutemen, ect.) até os dias de hoje é um who's who do rock atual, apesar do local continuar com pouca estrutura.Em 1989 pude dar uma rapida olhada no local de dia, enquanto funcionarios do bar limpavam e abasteciam o bar, e nao tinha nada de especial, com capacidade para umas 300 pessoas. Obviamente o lugar jà era um bar mais normal e jà tinha virado atraçao turistica para roqueiros de passagem.
O impacto e a influencia desta cena isolada e auto-referente é imensuravel.Eles anteciparam o cinismo, tédio e individualismo que definem melhor o compotamento moderno, principalmente da juventude, oposto da idealista( e hipocrìta) juventude dos 60's. Sim é um retrato mais sombrio, mais muito mais realista dos dias que vivemos.

quinta-feira, outubro 13, 2005

MEU DÉCIMO NONO COLAPSO NERVOSO

Pô, foi uma grata surpresa o show do Nervoso no Miss Modular (apesar d'eu num ter ficado até o fim). O cara foi muito simpático com o público, Os Calmantes se revelaram uma banda super competente e o som é bem legal, redondo, sem exageros adolescentes (num guento moleque berrando no meu ouvido - só Maurão da Sangria, mesmo - que não é mais moleque faz tempo). As influências de jovem guarda, Frank Jorge e música brasileira são óbvias no som de Nervoso, mas ele não se limita a reeditar sua fontes, viajando legal nos arranjos e letras. Fiquei com muita vontade de conferir o CD do rapaz. Um bom (e animado) público compareceu ao Miss Modular, fazendo mais uma daqueles famosas festinhas sem hora para acabar - não pra mim, infelizmente. Fora isso, foi engraçado um ou dois lances que aconteceram quando eu tava discotecando no andar de baixo. Comecei um pouquinho antes de iniciar o show de Ronei Jorge - que abriu a night - enquanto ainda tinha algumas pessoas no recinto. Quando Ronei começou a tocar, o povo foi subindo para ver o show e eu fui ficando cada vez mais sozinho. Até ficar completamente só. Até minha mulher me largou na solitária um tempo (tudo bem, não dava para exigir isso dela). Às vezes chegava alguém, contemplava minha figura deprimida no som e subia rapidinho. Teve uma garota que passou resmungando alguma coisa de cara feia, algo tipo "ah esse DJ horroroso aí", sei lá o quê. Imagino que ela deva discotecar melhor que eu. Afinal, hoje em dia, todo mundo é DJ. Mais ou menos do mesmo jeito que todo mundo é jornalista e publicitário desde criancinha. Imerso em solidão, som e elocubrações inúteis, permaneci bravamente no meu posto. Não me perguntem por quê, por quê eu realmente não sei. Deu dois minutos e um outro carinha de passagem (não me lembro agora se o conheço - se sim, foi mal, brother) acenou pra mim e falou algo do tipo "tá treinando, né maluco?". Sorri pra ele, gesticulei qualquer coisa e ele subiu com uma garota pro andar de cima. Pronto. Virei motivo de piada pra molecada. Old fart. É tudo o que a gente precisa à beira dos 34 anos. Daqui a pouco Batata desceu e pediu para assumir o posto, o que fiz de bom grado, depois de tocar mais algumas músicas que EU (quem mais?) estava querendo ouvir. Daqui a pouco ele vira pra mim e me passa o seu cartão. "DJ Batata. Rock - Pop - Indie - Dance - Techno". OOOOK... Aproveitei e vi um pedaço do show de Ronei. O homem tava possesso no microfone. Legal. Parte do público parecia em êxtase, pulando de um jeito meio desconjuntado - quase epilético - e cantando as letras. Confesso que fiquei impressionado com a vibe rock ali daquele momento. Mais tarde, quando deu uma certa altura da night - ali pela metade do show de Nervoso -, resolvi ir embora. Quando desço as escadas, me deparo com os únicos habitantes do lugar: Batata e mais um brother (PUTZ! Esqueci o nome, é aquele cabeludo gente boa do metal que - se não me engano - tocava teclado na King Kobra e na Slow), se esbaldando com o Apettite for destruction do Guns 'n Roses, faixa por faixa. Welcome to the jungle, baby...

terça-feira, outubro 11, 2005

DON'T BELIEVE A WORD

"Não acredite numa palavra do que eu digo". Não, não sou eu o mentiroso, mas sim o grande irlandês-brazuca Phil Lynnot, autor da maravilhosa faixa cujo título dá nome à esse post. Mas como assim, Franchico, de que porra cê ta falando? Tô falando que queria ter quinze anos para ouvir pela primeira vez, como fiz domingo passado, o sensacional Live and Dangerous, disco ao vivo do Thin Lizy (alô, Cláudio Esc!) de 1978, originalmente um vinil duplo. O All Music, site ao qual recorro quando não sei absolutamente nada sobre algum disco, o coloca ombro a ombro com petardos como o Alive! do Kiss (ah, meus 13 anos), Live at Leeds do The Who e Get yer ya-yas out, dos Stones, como um dos melhores duplo ao vivo do rock de todos os tempos. Nossa. E na casa do meu amigo Seco, onde o ouvi domingo passado, eu não tinha nem idéia da grandiosidade do mesmo. Segundo o mesmo site, o produtor puta véia Toni Visconti ainda adicionou alguns overdubs (gravações posteriores em estúdio) para corrigir um errinho aqui outro ali, mas nada que comprometa a pujança da performance ThinLizzyana. E na moral, qual é o disco ao vivo de som foderoso que não tem um overdubzinho, né? Mas mesmo sem saber do nível de Live and Dangerous, é impossível não se impressionar com a explosão energética de hits como Jailbreak (que abre o disco), Emerald, The boys are back in town, Dancing in the moonlight e The Rocker. Mas na verdade, ao longo das 17 faixas do disco, Phil Lynnot & cia não deixam a peteca cair um minuto sequer, dando uma verdadeira aula de rock n' roll de macho e sem frescura, direto na veia (não na véia, presta atenção). Coisa fina. Mais do que recomendado.

POR FALAR EM ROCK DE MACHO - No Omelete tem um interessante artigo de Rodrigo Piolho Monteiro sobre garotas que fazem do rock pesado sua profissão de fé (alou, Lou!), como as bandas Girlschool, Crucified Barbara e a alemã Doro Pesch. O Girlschool é uma das bandas femininas mais antigas do metal e foi (é) apadrinhada pelo genial Lemmy Kilminster (Motorhead), mas eu nunca tive a oportunidade de ouvir. Já a alemãzona Doro Pesch cantava numa banda chamada Warlock nos anos 80, que cheguei a ouvir bastante nos meus verdes metal years. E a mulher era (é) um negócio: além de cantar pra caralho (dentro dos limites e parâmetros estritamente heavy metal, claro), sua figura de guerreira valquíria loura gostosona dos infernos já deve ter feito muito moleque acordar com o cirquinho armado de manhã cedo. Aos 41 anos, La Doro continua bonitona e fiel ao estilo que a consagrou. Ponto pra ela. Já a Crucified Bárbara é uma banda novinha. Vão lá se informar, caso interesse.

LOUCURA VAI PERDER - Dias agitados no Miss Modular essa semana. Amanhã (12.10) tem o show do carioca Nervoso (veja post logo abaixo) e na noite seguinte tem uma puta festona pós Pitty show reunindo a galera de várias bandas da cidade numa jam monstro. Estarão lá para dizer presente o pessoal da Sangria, Theatro de Seraphin, Ronei Jorge (esse aí acho melhor levar logo um sleeping bag pra lá, por que já vai tocar um dia antes com o Nervoso tb), Vinil 69, Radiola e os convidados piauienses Lado 2 Stereo. Quer dizer: não vai prestar. No bom sentido, claro. Olha o serviço:
Jam Session Rock
com os componentes das bandas : Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta, Sangria, Theatro de Serafin, Vinil 69 e Radiola + a banda: Lado 2 Stereo (PI) djs: Batata (indie), Miguel Cordeiro (rock clássico), DJ Thales e dj Chinasky (rock baiano) Dia: 13/10 (Quinta-feira) Horário: 22:00Local: Miss Modular (Morro da Paciência - Rio Vermelho tel. 71-3235-4950)Ingresso: R$ 10,00 Informações: bigbross@terra.com.br / (71) 8116-5322 a/c Rogério.

Ah, você tá pensando que acabou? Na-na-na-ni-na. Receba na caixa dos peitos mais uma festança dos infernos nesse sábado mesmo:

Nave de Brinquedo
Discotecagem até amanhecer em 2 pistas simultâneas, com os Djs:
Pista 1: Sora Maia / Batata/ el Cabong
Pista 2: Ramon Prates/ Janocide X Boris/ Big Bross
Indie - Pop - Glam - Punk - Garage - Lo-Fi - Rock Brasil - Shoegaze - Black - Electro
50´s - 60's - 70's - 80's - 90's - 00's
Serviço: 15.10.2005 23h R$10 (R$8 até meia-noite) Miss Modular Morro da Paciência, 3810, Rio Vermelho Salvador-BA Contato: http://br.f546.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=festanave@gmail.com
Fotolog: http://www.fotolog.net/nave_

Uh, alguém tem uma aspirina aí?

quarta-feira, outubro 05, 2005

MODS, ROCKERS E SANGUE NAS RUAS

The Originals - Sangue nas ruas é um belo conto de rito de passagem escrito e desenhado em deslumbrantes preto, branco e tons de cinza por Dave Gibbons, fantástico co-autor da obra prima Watchmen, de Alan Moore. O enredo (que não é samba) não tem nada de muito original assim (ops), contando a história da amizade de dois jovens londrinos que sonhavam em entrar para a gangue dos Originals, dândis uniformizados que circulam por uma Londres retrô-futurista montados em hovers, lambretas sem rodas, movidas por um colchão de ar alguns centímetros acima do chão. Os Originals estão sempre entrando em brigas com os Dirts, gang de motoqueiros sujos e cabeludos. As referências são óbvias: os Originals são mods e os Dirts, rockers, gangs que realmente existiram e, não raro, entravam em conflito na Londres dos anos 50 e 60. (Para mais informações, vide filmes como Absolute beginners e Quadrophenia e de preferência, avise ao papai aqui onde encontra-los, pois só vi o primeiro uns quinze anos atrás e depois nunca mais. Você também pode clicar aqui para se informar com quem entende do assunto). Em The Originals, Dave Gibbons se mostra no auge da forma, seus desenhos estão mais belos do que nunca, ainda que não sejam muito diferentes daqueles mostrados em Watchmen. Você fica tão maravilhado com as expressões faciais perfeitas, os movimentos precisos e o detalhamento inexcedível, que fica achando que Rorschach, Doutor Manhattan ou Ozymandias vão aparecer a qualquer momento na história. Mas não. Aqui, os jovens das gangs rivais mandam no pedaço. Drogas, lutas, motocas e lambretas envenenadas, ritos de passagem, amores perfeitos, noites insanas regadas à uísque e bolinhas e por fim, morte e renascimento dão a tônica desta bela graphic novel editada de forma primorosa pela Conrad, como aliás, é de costume desta editora. The Originals foi editada nos EUA pela Vertigo / DC e ganhou alguns prêmios Eisner, fato contestado pelo conceituado site brasileiro Universo HQ, que não gostou muito do material. Eu me amarrei e recomendo. Não é nada genial, mas é muito bacana e fala nossa língua: sexo, drogas, rock n' roll, máquinas envenenadas, amizade. Beleuza.
The Originals - Sangue nas ruas, de Dave Gibbons. Conrad Editora. R$ 34,00.

LADRÕES, VAGABUNDOS, PSICOPATAS E PROSTITUTAS - Sangue ruim, do artista underground Joe Coleman, auto-proclamado Visionário do Apocalipse, é um soco no estômago do leitor. Alguém cujos fãs declarados reúne nomes tão loucos e insanos como Robert Crumb, Jim Jarmusch e Charles Manson, só pode ter um trabalho, no mínimo, interessante. Nunca tinha ouvido falar desse sujeito, mas dei de cara com seu livrinho numa banca dessas por aí e, após ler as referências entusiasmadas dos três fãs acima citados, nem vacilei. Comprei no escuro e me dei bem. O livro é curto e os textos são diretos. É assim: a cada página, tem um parágrafo (10, 15 linhas no máximo) e uma ilustração em p&b. E que ilustrações, companheiro. Como não sou crítico de artes plásticas, me limito a dizer que o mestre Robert Crumb o tem na mais alta consideração. Quer mais o quê? Jim Jarmusch escreve no prefácio do livro que mesmo a crítica especializada tem dificuldades em colar um rótulo no trabalho do rapaz. Ele chega a citar o perverso e pervertido Robert Williams, mestre do sadomasoquismo e máquinas hot rods, mas logo o descarta. Para vocês terem uma idéia, a referência mais próxima que Coleman se permite dizer influenciado é o pré-renascentista Hieronymus Bosch, conhecido por suas geniais e aterradoras visões do inferno. Sangue ruim é composto de quatro histórias reais de criminosos americanos. No primeiro deles, "É Inútil Insistir", Coleman adapta a história de Jack Black, fora-da-lei lendário no séc. XIX e cuja autobiografia inspirou Junkie, o primeiro livro de William Burroughs. "Bertha Vagão de Trem" é a segunda história, que narra os dias sinistros de uma mulher sem rumo no período da Grande Depressão. Já "Carl Panzram # 31614" aborda o submundo misterioso de um dos mais famosos serial killers de todos os tempos. Em "Os Últimos Dias de Paul John Knowles", a quarta história, o leitor acompanha um desfecho incomum na vida de um outro serial killer dos anos 70. E assim vai. Bem vindo ao universo infernal, doentio e perigoso de Joe Coleman.. Sangue ruim no Submarino.
Sangue ruim, de Joe Coleman. Conrad Editora. R$ 25,00.

CLASH CITY PARTY - O blog brother Clash City Rockers comemora mais de 17 mil acessos em seis meses de atividades com festinha bala amanhã (quinta-feira, 5 de outubro) no Miss Modular. (Poxa, como faz pra colocar um contador de acessos no Rock Loco? Uma vez eu tentei e me mordi todo.) Discotecagem da galera toda, muito riso e muita alegria para todos, que eles merecem. Só R$5 e a cerveja tá mais barata nessa quinta.

APROVEITA QUE EU TÔ CALMO - Já na outra semana tem show do Nervoso, que toca pela primeira vez em Salvador aonde, aonde? No Miss Modular, claro. Nunca ouvi, só vi que o rapaz foi indicado no VMB como melhor clipe independente. As referências são boas (pra mim): Frank Jorge e o rock gaúcho, jovem guarda etc. A banda que acompanha o músico, Os Calmantes, é formada por Kiko Ramos no baixo, Benjão na guitarra, Alberto nos teclados e Robério na bateria. Segundo Luciano Matos, o próximo trabalho do músico, uma versão remixada do CD "Lembranças das minhas saudades", deve encartar a revista OutraCoisa de janeiro de 2006.Completando a night que, prestem atenção, começa cedo (20h), tem Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta esquentando os tamborins para a grande final do concurso Claro que é rock e para lançar em breve seu primeiro CD cheio. Força, galera. Nossa torcida tá com vocês. De quebra, ainda tem eu mess, el Cabong, Big Bross e Batata (tá namorando! tá namorando!, desculpem, eu não resisto.) tocando nossas músicas prediletas no sistema de som da casa. Lembrem-se: começa cedo, então dá para ir, se divertir à grande e ainda voltar pra casa em tempo de não acordar totalmente inutilizado na quinta feira, que é dia de branco. Snif. Mais info sobre Nervoso: www.nervoso.art.br Serviço: Nervoso e Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta. 12.10.2005 20h R$10 Miss Modular Morro da Paciência, 3810, Rio Vermelho Salvador-BA.