domingo, janeiro 13, 2019

PAGODÃO SOFISTICADO

Projeto do maestro Hugo Sanbone, a Sanbone Pagode Orquestra lança primeiro álbum com show de lançamento amanhã

Hugo (centro) e a SPO, foto Tayyla de Paula
Se você acha que conhece o pagode porque seu vizinho curte um “paredão”, prepare-se para rever seus conceitos.

Idealizada e liderada pelo maestro Hugo Sanbone, a Sanbone Pagode Orquestra oferece uma outra abordagem ao som das ruas de Salvador em seu álbum de estreia, Sinfonias de Pagode.

Amanhã, o grupo faz show de lançamento da obra  à preços populares.

À moda da Orkestra Rumpillez, que uniu o jazz aos tambores do terreiro, Sanbone (que não por acaso, já integrou o grupo de Letieres Leite), foi bastante bem-sucedido em sua alquimia de união do popular pagodão baiano em chave sinfônica / jazzística.

No álbum, já disponível digitalmente, é possível identificar perfeitamente características tanto do pagode (o peso e a quebradeira da percussão, os ruídos de sintetizador), quanto do jazz sinfônico (desenhos melódicos complexos, harmonias em contraponto).

De fato, um feito e tanto. “O fator principal é respeitar a música”, resume Sanbone.

“Dessa maneira, como me atrai música de concerto, pagode e jazz, disponho nesse trabalho toda essa referencialidade: estudo, leitura, dedicação, entrega, suíngue, balanço, festa e disciplina e respeito pela música como sustentáculo fundamental para toda essa manifestação”, detalha o maestro.

Dessa forma, as oito faixas de Sinfonias de Pagode se prestam ao que o ouvinte bem entender: “Dá pra unir todos os fins: dançar, contemplar, ler partitura, groovar. O Brasil é um pais multicultural, somos plurais, a Bahia é multifacetada. Temos de tudo de bom por aqui”, afirma Hugo.

Concertos de verão

Sergipano residente na Bahia há 20 anos, Sanbone conta que a ideia da Pagode Orquestra lhe  veio naturalmente, da vivência mesmo: “Vem do ambiente de filarmônicas, orquestras, big bands, fanfarras, charangas e grupos de sopros, todos muito comuns no nordeste”, conta.

“A disposição instrumental  desses grupos influenciou e contribuiu muito para essa configuração, tanto no conceito das obras inspiradas nas concepções da música erudita, bem como pela expansão e potencialidade que a música afro-baiana dos guetos de Salvador apresenta”, detalha.

Disco lançado, agora é a correria para toca-lo nos palcos.

“Estamos estudando propostas de ensaios e Carnaval. Já temos atividades confirmadas com o Popelô (Polo de Orquestras do Pelourinho), corpo que temos a honra em compor desde 2007”, conta Hugo.

Em tempo: disco e show da SPO foram viabilizados pelo edital Gregórios, da Fundação Gregório de Mattos / Prefeitura de Salvador;

Sanbone Pagode Orquestra: Sinfonias de Pagode / Amanhã,  19 horas / Espaço Cultural Barroquinha (Igreja da Barroquinha) / R$ 8 e R$ 4

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