Álbuns de Overman, Níquel Náusea e Baby Blues trazem melhor do humor em tiras de jornal
Uma das mais tradicionais – e nobres – formas de se fazer quadrinhos é a chamada tirinha diária, geralmente publicada em jornais, e hoje cada vez mais presente na internet.
Apreciadores do gênero têm três ótimas opções em lançamentos recentes da Devir Livraria: Overman - O álbum, o mito (de Laerte Coutinho), Níquel Náusea - Em boca fechada não entra mosca (de Fernando Gonsales) e Baby Blues - O Bebê chegou... e agora?, da dupla Rick Kirkman & Jerry Scott.
Lidos os três volumes, é possível afirmar, sem qualquer ufanismo, que os dois primeiros, assinados por conhecidos artistas brasileiros, são sensivelmente superiores em graça e imaginação à sua contraparte americana. Baby Blues, contudo, analisada isoladamente, não deixa de ter seu valor e fazer rir – principal missão a que se propõe.
Herói brazuca – Publicadas originalmente no jornal Folha de São Paulo, as tirinhas de Overman - O álbum, o mito trazem as aventuras e mancadas (não exatamente nessa ordem) do herói do título, um sujeito casca-grossa e não muito inteligente.
Morador do bairro do Ipiranga, em São Paulo, onde divide um beliche num quarto de pensão mal-ajambrado com seu indiferente amigo Ésquilo, Overman é, muito provavelmente, o mais humano dos heróis – já que ele sempre falha.
Mais homenagem bem humorada às HQs de super-heróis do que uma crítica ao gênero, Laerte arranca gargalhadas dos leitores ao alternar aventuras do Overman contra vilões estapafúrdios – o Maníaco Flatulento e o Capitalista Imundo, entre outros – com crises de identidade, como quando ele vira uma barata amarela e roxa.
Bem brasileiro, Overman ainda gosta de encher a cara de conhaque barato e ir a caça de sexo nas sextas-feiras – motivo de pânico no Ipiranga.
Infelizmente, o álbum do Overman marca também a despedida do seu criador dos quadrinhos de personagens. Recentemente, Laerte anunciou que não fará mais tiras com nenhum dos seus personagens – Piratas do Tietê, Os Gatos, o Síndico, Fagundes e muitos outros.
Quem tem acompanhado sua tira diária na Folha já pôde perceber que o autor agora se dedica a praticar filosofia em quadrinhos. Uma fase melancólica para um mestre do humor.
Humor animal – Quem não toma jeito e não perde o bom humor mesmo – para alegria dos seus muitos leitores – é o veterinário e quadrinista Fernando Gonsales, criador da série Níquel Náusea, protagonizada pelo rato homônimo, a barata tonta (literalmente) Flit e uma infinidade de outros animais que aparecem e desaparecem tão rápido quanto se pode ler uma tira de três quadrinhos.
Em boca fechada não entra mosca, oitavo álbum de NN, traz mais uma leva de piadas hilariantes e ligeiras onde qualquer coisa pode acontecer.
Contemporâneo de Laerte, Gonsales surgiu na mesma brilhante leva de cartunistas que revelou Angeli, Glauco e Luiz Gê, entre outros. Talvez o menos politizado entre seus pares, ele é mestre em fazer rir ao utilizar animais para fazer troça de características típicas dos seres humanos, como se vê nas tiras que mostram vacas feministas (sem duplo sentido, por favor), galinhas com veia artística, cobras fumantes e burros debochados, entre outras criaturas hilárias.
Vida em família – A boa estreia desta leva é Baby Blues, uma série americana que acompanha a vida do casal Darryl e Wanda, pais de primeira viagem, a partir do nascimento da bebê Zoe.
A série é um sucesso em vários países do mundo, sendo publicada desde 1990 em 1.100 jornais e 13 línguas diferentes. Até um desenho animado, exibido no Brasil pelo canal Cartoon Network, já foi produzido. No Brasil, Baby Blues é publicada em alguns jornais com o nome de Zoe e Zezé.
O segredo do sucesso é óbvio: o humor universal que a vida em família proporciona. Uma boa novidade para quem curte humor simples e direto.
Overman - O álbum, o mito
Laerte Coutinho
Devir Livraria
48 p. R$ 24,00
Uma das mais tradicionais – e nobres – formas de se fazer quadrinhos é a chamada tirinha diária, geralmente publicada em jornais, e hoje cada vez mais presente na internet.
Apreciadores do gênero têm três ótimas opções em lançamentos recentes da Devir Livraria: Overman - O álbum, o mito (de Laerte Coutinho), Níquel Náusea - Em boca fechada não entra mosca (de Fernando Gonsales) e Baby Blues - O Bebê chegou... e agora?, da dupla Rick Kirkman & Jerry Scott.
Lidos os três volumes, é possível afirmar, sem qualquer ufanismo, que os dois primeiros, assinados por conhecidos artistas brasileiros, são sensivelmente superiores em graça e imaginação à sua contraparte americana. Baby Blues, contudo, analisada isoladamente, não deixa de ter seu valor e fazer rir – principal missão a que se propõe.
Herói brazuca – Publicadas originalmente no jornal Folha de São Paulo, as tirinhas de Overman - O álbum, o mito trazem as aventuras e mancadas (não exatamente nessa ordem) do herói do título, um sujeito casca-grossa e não muito inteligente.
Morador do bairro do Ipiranga, em São Paulo, onde divide um beliche num quarto de pensão mal-ajambrado com seu indiferente amigo Ésquilo, Overman é, muito provavelmente, o mais humano dos heróis – já que ele sempre falha.
Mais homenagem bem humorada às HQs de super-heróis do que uma crítica ao gênero, Laerte arranca gargalhadas dos leitores ao alternar aventuras do Overman contra vilões estapafúrdios – o Maníaco Flatulento e o Capitalista Imundo, entre outros – com crises de identidade, como quando ele vira uma barata amarela e roxa.
Bem brasileiro, Overman ainda gosta de encher a cara de conhaque barato e ir a caça de sexo nas sextas-feiras – motivo de pânico no Ipiranga.
Infelizmente, o álbum do Overman marca também a despedida do seu criador dos quadrinhos de personagens. Recentemente, Laerte anunciou que não fará mais tiras com nenhum dos seus personagens – Piratas do Tietê, Os Gatos, o Síndico, Fagundes e muitos outros.
Quem tem acompanhado sua tira diária na Folha já pôde perceber que o autor agora se dedica a praticar filosofia em quadrinhos. Uma fase melancólica para um mestre do humor.
Humor animal – Quem não toma jeito e não perde o bom humor mesmo – para alegria dos seus muitos leitores – é o veterinário e quadrinista Fernando Gonsales, criador da série Níquel Náusea, protagonizada pelo rato homônimo, a barata tonta (literalmente) Flit e uma infinidade de outros animais que aparecem e desaparecem tão rápido quanto se pode ler uma tira de três quadrinhos.
Em boca fechada não entra mosca, oitavo álbum de NN, traz mais uma leva de piadas hilariantes e ligeiras onde qualquer coisa pode acontecer.
Contemporâneo de Laerte, Gonsales surgiu na mesma brilhante leva de cartunistas que revelou Angeli, Glauco e Luiz Gê, entre outros. Talvez o menos politizado entre seus pares, ele é mestre em fazer rir ao utilizar animais para fazer troça de características típicas dos seres humanos, como se vê nas tiras que mostram vacas feministas (sem duplo sentido, por favor), galinhas com veia artística, cobras fumantes e burros debochados, entre outras criaturas hilárias.
Vida em família – A boa estreia desta leva é Baby Blues, uma série americana que acompanha a vida do casal Darryl e Wanda, pais de primeira viagem, a partir do nascimento da bebê Zoe.
A série é um sucesso em vários países do mundo, sendo publicada desde 1990 em 1.100 jornais e 13 línguas diferentes. Até um desenho animado, exibido no Brasil pelo canal Cartoon Network, já foi produzido. No Brasil, Baby Blues é publicada em alguns jornais com o nome de Zoe e Zezé.
O segredo do sucesso é óbvio: o humor universal que a vida em família proporciona. Uma boa novidade para quem curte humor simples e direto.
Overman - O álbum, o mito
Laerte Coutinho
Devir Livraria
48 p. R$ 24,00
7 comentários:
Desculpas aos leitores: essas imagens das páginas internas estão horríveis e ilegíveis, mesmo. Não consegui, infelizmente, achar coisa melhor na internet...
massa, esses lançamentos. laerte é meu herói! aguardo um longa dele...
GLAUBER
Elas são sexies! Elas são matadoras! Elas vão chupar o seu... sangue! Bwah-aha-ah-ah-ah-ah-ah-aha!!!!
Confira os cartazes das musas de Lesbian Vampire Killers
Revista traça o perfil da horda homossexual de chupadoras de sangue do filme
http://www.omelete.com.br/cine/100018533/Lesbian_Vampire_Killers.aspx
olá,
indiquei o Rock Loco para o Prêmio Selo Dardos de Reconhecimento.
+ info : www.anos60.wordpress.com
um abraço,
edi cavalcante
Uh, obrigado! Valeu aí, Edi! Abraço!
O soul vive, e mais fodão do que nunca!
http://www.myspace.com/dunhamrecords
Para ouvir e chorar.
Neil Young faz uma especie de premiere dos seus arquivos no South by Southwest e faz uma sessão especial dos seu Archives Part 1, que consiste de 10 cds( em blu-ray), compreendo os anos entre 1963 até 1972. Começando desde do inicio com uma banda no seu Canada nativo passado “apenas”pelo fabuloso Buffalo Springfield, uma galáxia chamada Crosby Stills Nash & Young, o inicio da carreira solo, o inicio do indestrutível Crazy Horse, até chegar as obra-primas ( não, não é figura de retórica) After da Gold Rush e acima de tudo e todos Harvest. E estamos apenas em 1972.Imagine o resto. Alguém grito maior compositor de todos? Sim, Richard Ashcroft do Verve.E muita gente começa a fazer coro. Maior que Dylan?
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