Em Salon, mestres da arte moderna vivem uma agitada aventura
Uma estranha bebida azul com poderes alucinógenos é o ponto de partida para uma louca aventura envolvendo alguns dos principais nomes da arte moderna. Isto é Salon, romance gráfico do premiado cartunista americano Nick Bertozzi, recheado de ação, comédia, e claro, arte, que acaba de chegar as livrarias.
A história se passa em 1907, ano considerado marco zero do Cubismo, movimento artístico liderado por Pablo Picasso e Georges Braque – não por acaso, dois dos personagens principais da HQ, que ainda conta com outras estrelas famosas, como a escritora americana Gertrude Stein, o compositor Erik Satie e o poeta Guillaume Apollinaire, entre outros.
Na efervescente Paris de 102 anos atrás, uma série de assassinatos de pintores modernistas cometidos por uma criatura de azul intriga o grupo dos artistas citados, que temem ser as próximas vítimas.
Investigações anteriores de Leo Stein, irmão de Gertrude, apontavam como suspeita Annah, uma mulher javanesa, amante do pintor Paul Gauguin.
Costa que ela e Gauguin teriam se viciado em um estranho absinto azul, antes da morte do último em 1903. Enlouquecida após a perda do amante, ela teria se tornado uma criatura do absinto, passando a assassinar artistas pelas ruas de Paris.
A obra por dentro – Nick Bertozzi conduz sua história de arte, assassinatos e alucinação como um diretor de filme de ação de Hollywood, no melhor sentido da definição.
Em entrevista ao site Newsarama, Bertozzi conta que a inspiração inicial de Salon surgiu em 2002. “Eu tinha ideias para duas histórias. Uma era sobre Cubismo, assunto que estava sempre de ressaca nas aulas de de História da Arte para entender. E a outra era sobre um absinto mágico que permitiria a quem o bebesse, penetrar em qualquer pintura com a qual quisesse interagir. As duas ideias se juntaram como chocolate e manteiga de amendoim“.
De ritmo ágil, com muito humor e recheada de personagens (reais) interessantíssimos, Salon corre o risco de ser um dos melhores lançamentos do ano na área de quadrinhos.
Publicada nos Estados Unidos em 2007, a obra tirou Bertozzi do semi-anonimato direto para as páginas de veículos de renome, como o jornal New York Times e as revistas Playboy, Wired e Time Out New York, sempre saudada com entusiasmo pelos críticos.
Não é para menos, dada a extravagância das idéias do autor e a forma bem resolvida como ele lida com elas ao longo da narrativa. O ponto alto de sua saudável loucura, certamente, é o tal absinto azul.
Destilado a partir do extrato de uma raiz encontrada apenas no cume de uma montanha no interior da Hungria, a tal bebida confere a quem a ingere “o poder de entrar em qualquer quadro que quiser“, como explica Leo Stein. Incrédulo, Georges Braque, recém-chegado a Paris, reage de maneira cômica: “Testículos de porco! Não acredito em uma só palavra!“.
Convencido pelo grupo dos irmãos Stein e Apollinaire (um mulherengo incorrigível), Braque ingere o líquido azul e passa a se concentrar na tela Os Jogadores de Futebol, de Henry Rosseau. O cubista é em seguida atirado dentro da tela, recebendo uma bolada dos engraçados esportistas de roupas listradas.
A relação entre os assassinatos, a bebida azul e as viagens ao interior das telas vai se desenvolvendo em meio a própria história do nascimento do Cubismo.
E sua estrela principal, claro, é Pablo Picasso.
Picasso de fora – O genial espanhol é retratado como um baixinho invocado que fala mal francês e inglês, volta e meia pula no pescoço de alguém com intenções de socar narizes e quase sempre anda pelado.
Ele e Braque imediatamente se identificam ao se conhecer. Esta cena aliás, é outro trecho antológico da HQ. Sempre nervosinho (e nu), Picasso intima Braque a desenha-lo naquele momento.
”Se o desenho for una mierda, eu luto con usted. Usted cai no chão e diz: ‘Ah, mamã, sou hombre grande, mas homenzito me derrubou”.
Para sorte de Braque, o desenho agradou o tampinha invocado, que proclama: ”Con este desenho, usted es irmão”.
Outro personagem histórico que ganha tons cômicos em Salon é o compositor vanguardista Erik Satie. Quando aparece pela primeira vez, ele é visto se atirando ao chão, do alto de uma escada, diante de seus alunos.
Ao se levantar, pergunta: ”Bem, o que foi isso?”. “Um dó maior perfeito, maestro!“, responde um dos pupilos. Salon surpreende a cada página.
Salon
Nick Bertozzi
Desiderata
188 páginas | R$ 39,90
www.editoradesiderata.com.br
4 comentários:
olá,
tô linkando o rock loco no on the rocks.
até mais,
tarcísio.
Fala, Tarcísio! Vc tb está no Rock Loco, velhinho! Valeu e um grande abraço!
Né ufanismo não, mas os desenhistas brasileiros de HQ botam pra tálba lascar ni banda, como diria meu nobre guru do NE de Amaralina.
http://www.omelete.com.br/quad/100018921/Revista_destaca_cinco_desenhistas_brasileiros_em_ascensao_nas_HQs_dos_EUA.aspx
dá licença...
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