quarta-feira, fevereiro 03, 2016

AMBIENTADA EM SALVADOR, TUNGSTÊNIO, DE MARCELLO QUINTANILHA, É PREMIADA EM ANGOULÊME

Fruto de pesquisa in loco, a HQ ganhou o prêmio da categoria policial no prestigiado festival francês

O quadrinista niteroiense Marcello Quintanilha foi um dos grandes premiados na 43ª edição do Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême, na França, com o álbum Tungstênio (lançado no Brasil pela Editora Veneta, em 2014).

O álbum, que saiu na França pela editora Ça et Là, foi vencedor na categoria Polar SNCF.

“Polar”, na França, equivale a Policial.

Já SNCF se refere à Société Nationale des Chemins de Fer Français, a rede ferroviária francesa, patrocinadora do prêmio.

Angoulême, vale lembrar, é uma das mais prestigiadas premiações das HQs.

Até aí, tudo OK, parabéns para Marcello, que hoje vive e trabalha em Barcelona e é um dos maiores  artistas dos quadrinhos brasileiros atuais.

O que chama a atenção para o leitor baiano é que a HQ premiada, uma alucinante comédia de erros super ágil e violenta, é toda ambientada em Salvador e protagonizada por personagens tipicamente locais, como pescadores ilegais (com bombas), PMs, informantes X-9 e traficantes.

Na ocasião do lançamento, ele contou ao Caderno 2+ que teve a ideia após ouvir, na Rádio Sociedade, uma notícia sobre pesca com bombas.

Salvador inspira

Tungstênio não foi o primeiro trabalho de Marcello tendo Salvador como cenário.

Em 2004, ele esteve por aqui, percorrendo as ruas e conhecendo os locais para desenhar o álbum Cidades Ilustradas: Salvador (Casa 21, 2005).

A experiência causou uma forte impressão em Marcello, que, antes de Tungstênio, ainda  produziu outras duas HQs curtas ambientadas em Salvador para o álbum Almas Públicas (Conrad, 2011).

“(Ganhar o prêmio) Foi magnífico. É difícil avaliar o que ele pode significar. É sempre importante agregar elementos que possibilitem ao público interessar-se mais pelas obras”, escreve Marcello para Caderno 2+, lá de Barcelona.

Ele conta que a estadia em Salvador foi muito importante para a criação da obra: “Total, porque Salvador sempre foi uma das cidades que mais me interessaram do ponto de vista referencial,  pela história contida nela como cidade”.

Após Tungstênio, ele lançou, em 2015, Talco de Vidro (Veneta, 2015), HQ sobre uma mulher bem-sucedida que enfrenta uma crise existencial em Niterói.

Para 2016, ele prepara um novo volume de HQs curtas: “Está sendo preparado um novo álbum de histórias curtas para março, chamado Hinário Nacional, também pela Veneta”, informa o artista.

Baianos em Angoulême

Vale lembrar que Tungstênio não foi, de certa forma, a única presença baiana em Angoulême 2016.

O quadrinista baiano Flávio Luiz (Aú, O Capoeirista) foi lá, a convite do festival, fazer palestra, expor e contatos com editoras europeias.

Já o jornal de tirinhas O Tiraço, produzido pela comic shop local RV Cultura & Arte, foi indicado a concorrer na categoria BD Alternative.

6 comentários:

Franchico disse...

Megadeth em Fortaleza.

http://omelete.uol.com.br/musica/noticia/megadeth-fara-show-no-brasil-em-agosto/

Salvador? Rá.

Franchico disse...

Ah, então é por isso que que a revista Óia ama tanto aquelas aves emplumadas com bicões enormes...

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/por-que-as-empresas-jornalisticas-sempre-tentam-derrubar-governos-populares-por-paulo-nogueira/

"Estamos todos assistindo à agonia da Abril. O mercado a está matando: a internet tornou obsoleto seu grande produto, as revistas. Testemunhamos os extremos a que chegou a Abril para eleger Aécio. Por trás disso não estava só a raiva ancestral de Lula e do PT. Estava a própria sobrevivência. Aécio no poder significaria uma descarga formidável de recursos públicos na empresa dos Civitas. As revistas seriam tomadas por publicidade das estatais. Encomendas de produtos da empresa jorrariam – assinaturas de revistas, compras de livros didáticos e o que mais fosse. E financiamentos de extrema generosidade seriam abertos de bancos estatais".

Duh!

Franchico disse...

Texto bacana do companheiro Leo Cima sobre a Lo Han:

http://bloginzine.com.br/site/a-saida-da-zona-de-conforto-da-lo-han/

Aliás, estive sexta passada nos shows da Lo Han e Paulinho no Teatro Moliére e foi sensacional!

A Lo Han está afiadíssima no palco! Repertório autoral decente e os caras tocando muito! Realmente, está aí uma banda que evoluiu pra cacete nos últimos anos!

E Paulinho, como sempre, showman com total domínio do palco, arrepiando com a guitarra em punho. Aguardo esse disco novo, que aliás, já demorou!

Franchico disse...

Kal El, o wifi humano (digo, kryptoniano):

http://omelete.uol.com.br/quadrinhos/noticia/superman-desenvolve-poder-de-wifi-nos-quadrinhos/338467/

Só não deixa o pessoal descobrir, Clark. Se não já viu, neguinho não vai mais largar do teu pé.

Franchico disse...

Cobertura do festival Ruídos no Sertão:

http://www.elcabong.com.br/com-organizacao-caprichada-ruidos-no-sertao-se-consolida-como-festival-de-metal/

Anônimo disse...

Opa! Obrigado pelo elogio, Franchico! Saiba que continuo bebendo desta boa fonte que é o seu blog! Grande abraço!
Leo Cima.