Marcos Valle, foto Quinho Mibach |
No palco, apenas o essencial: ele, seu instrumento e uma vocalista para duetar.
“No show, sou eu e meu piano, cantando e tocando algumas de minhas músicas mais conhecidas, de diversas épocas de minha carreira de 55 anos. Tem também a participação de minha mulher, Patricia Alví, que canta algumas músicas comigo”, conta Marcos, em entrevista por email.
Com mais de 300 composições gravadas por centenas de artistas no Brasil e no exterior, Valle é um daqueles artistas que de tempos em tempos se reinventa, conquistando sempre novas gerações de admiradores.
Foi pioneiro da bossa nova, partiu para os Estados Unidos, fez trilhas de novelas históricas, ajudou a criar o funk carioca (com hits estrondosos como Estrelar e Bicicleta, ainda nos anos 80) e a partir dos anos 1990, tornou-se queridinho de DJs estrangeiros e artistas contemporâneos, que passaram a samplear suas músicas.
“De início, sim, me surpreendeu (esse culto à minha obra no estrangeiro), mas depois, me trouxe muita felicidade”, conta Marcos.
“Conquistei uma nova geração na Europa, Japão, e também nos EUA, onde rappers famosos como Jay Z, Kanye West e Pusha T, entre outros, começaram a samplear (oficialmente), não só minhas composições, mas também minhas gravações dessas músicas. Hoje, nas minhas turnês pelo mundo, o público jovem é muito grande”, nota.
Tem que suar
Autor (muitas vezes em parceria com o irmão, Paulo Sérgio Valle) de clássicos como Samba de Verão, Mustang Cor de Sangue, Viola Enluarada, O Cafona e Preciso Aprender a Ser Só, Marcos teve seu sucesso mais impressionante em 1983 com Estrelar, espécie de hino do culto ao corpo com suas famosas palavras de ordem: “Tem que correr, tem que suar, tem que malhar / Musculação, respiração, ar no pulmão”.
Só que, além do caráter “saúde” da canção, seu arranjo trazia uma modernidade até então inédita entre artistas da MPB, algo que Valle trouxe de lembrança dos EUA na época.
“Houve uma época, de 1975 até 1980, que me afastei voluntariamente do Brasil, por causa da censura que reinava nas artes, em decorrência da ditadura. Acabei fazendo, entre outras coisas, uma parceria com Leon Ware, que havia sido parceiro de Marvin Gaye. Fizemos várias músicas com uma mistura de samba, bossa, R&B, soul. A última que fizemos, antes de voltar para o Brasil foi essa, que seria futuramente Estrelar”, conta.
“Quando gravei meu segundo LP para a Som Livre, a incluí. Na hora do meu irmão fazer a letra, fomos para o estúdio ouvir a base já gravada. A música era um baião / funk que trazia uma energia muito grande. Da ideia de energia, passamos para movimento, daí para exercício, daí para ginástica”, diz.
Coqueluche instantânea, Estrelar foi o tema daquele verão.
“Conquistou uma nova geração de fãs para minha música. No exterior, é sucesso atual, presente em comerciais, séries de TV, filmes e pistas de dança”, afirma.
"Sinto-me reconhecido a grato por tudo que fiz ,e continuo fazendo com minha música, no Brasil, e no exterior. Sempre adorei ir a Salvador. Me faz bem, me traz alegria. Estive no ano passado no Café Teatro Rubi, foi bom demais, por isso estou voltando. Vamos curtir bastante", conclui.
Marcos Valle / Hoje e amanhã, 20h30 / Café-Teatro Rubi / R$ 100 / Vendas: Bilheteria Rubi, www.compreingressos.com
Um comentário:
RIP Stan "The Man" Lee
https://www.omelete.com.br/quadrinhos/stan-lee-morre-aos-95-anos
EXCELSIOR FOREVER
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