terça-feira, novembro 06, 2018

NASCIDA PARA CANTAR

Aiace lança hoje na Sala do Coro seu primeiro solo: Dentro Ali

Aiace, foto Matheus Leite
Cantora da banda Sertanília, Aiace finalmente faz hoje, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, o show de lançamento do seu primeiro álbum solo, Dentro Ali.

100% independente, Dentro Ali levou mais de três anos para ficar pronto, mas menino, valeu a pena esperar.

No palco, Aiace se apresenta acompanhada de cinco músicos: Alexandre Vieira (baixo), Sebastian Notini (bateria), Bruno Aranha (teclado), Théo Silva (guitarra) e Gabi Riddim (programações eletrônicas). Lazzo Matumbi  também sobe no palco para cantar com Aiace Nega Margarida, reggae que gravou com ela no álbum.

Baiano, mas também profundamente cosmopolita e atemporal, Dentro Ali parece construído em torno da voz doce e forte de Aiace (e de seus convidados Lazzo e Luis Melodia, em uma de suas últimas gravações).

Um testemunho sutil de independência artística de uma artista que parece buscar nada além de cumprir seu destino: cantar.

“Eu canto desde muito nova, meus pais dizem que desde um ano e oito meses. E desde sempre a minha fala se confundiu com o que eu gostava de cantar. E as influências, dentro e fora de casa, também se fizeram sempre presentes na minha vida. O meu nome foi escolhido pelos meus pais porque, premonitoriamente ou não, eles sonhavam em ter uma filha cantora e não queriam que esse filha no futuro precisasse escolher um nome artístico”, conta Aiace.

“Paralelo a isso, meu pai (o poeta Gileno Félix), que também é compositor, ia compondo algumas canções e guardando pra que quando tivesse idade, essa filha cantora pudesse interpretá-las. Desde que eu nasci o envolvimento com a música foi instantâneo. Eu canto porque respiro e respiro porque canto”, afirma.

Com essa história de destino manifesto tão forte, Aiace, que já vem demonstrando um brilhantismo inequívoco à frente do Sertanília, realmente fez questão de caprichar no primeiro álbum solo, uma obra alentada por anos a fio.

“O disco surgiu a partir da necessidade de  contar um pouco da minha história, minhas raízes, do que eu sou hoje e do que quero ser no futuro, sem necessariamente ter compromisso com algum gênero específico”, afirma.

“Dentro Ali é pra mim uma caixa de expectativas que vêm de muito tempo, que me pertencem mesmo antes de eu nascer e que eu gostaria de dividir com quem quiser escutar”, convida Aiace.

Da Bahia para o mundo

Aiace, foto Matheus Leite
Com um processo tão longo, é natural que uma ideia que começou “assim” no início do projeto, se torne “assado” em sua conclusão.

“Bancar todo o processo sem nenhum tipo de financiamento fez com que acabássemos extrapolando alguns prazos, mas ao mesmo tempo envolveu um processo de amadurecimento muito grande e certamente finalizamos todo o disco de uma forma muito diferente de quando começamos, inclusive sobre a forma de pensar a música e os caminhos que elas podem levar”, conta.

“Isso faz com que alguns elementos que foram gravados  no início comuniquem de uma forma diferente dos outros que foram gravados no final. Desse modo, acredito que o resultado fique um pouco mais heterogêneo, embora também ache interessante as misturas”, afirma.

Cheia de planos, Aiace pretende  levar o show de Dentro Ali para outras paragens: “Vamos continuar levando o show, em formações maiores ou reduzidas, para outras cidades, estados e países. Já passamos por Minas Gerais, Paraná, Vitória da Conquista, Espanha. Temos shows confirmados em Recife (projeto Sons da África: Aiace + Mariama, de Serra Leoa), Brasília e São Paulo (circuito off da Sim São Paulo) em dezembro”, conclui.

Aiace: Dentro Ali / Hoje, 20 horas / Sala do Coro do Teatro Castro Alves / R$ 20 e R$ 10 / Classificação: Livre

Dentro Ali / Aiace / Independente / Produção: Paulo Mutti / Nas plataformas digitais / www.aiace.com.br



NUETAS

Engarrafamento fest

Semana agitadíssima na cena independente, com dois dos festivais mais importantes do ano, o Radioca e o BigBands, acontecendo nos mesmos dias – e aí, galera, que tal se comunicar para isso não acontecer de novo ano que vem?

BigBands no Groove

Mais roqueiro, o Festival BigBands chega à décima edição entre sexta-feira e domingo. O primeiro dia é do metal, com Nervecell (Dubai), Nervochaos (SP), Behavior e Gigito. O segundo é do indie, com The Honkers, Rosa Idiota, Iorigun e Soft Porn. E o domingão traz duas bandas icônicas dos anos 1990: Maria Bacana e Úteros em Fúria. No Groove Bar.

Radioca é no Pelô

Mais contemporâneo, o Radioca invade a Praça Quincas Berro D’Água também de sexta-feira a domingo. Na sexta: Academia da Berlinda (PE), Wado (AL) e Sonora Amaralina. Sábado: Letrux (RJ), Larissa Luz, The Baggios (SE) e Maria Beraldo (SP). Domingo: Maglore, Luedji Luna, Don L (CE) e Duo B.A.V.I.

Palco Brasil é na Caixa

Agora, se a sua é ouvir uma MBP sussa, confortavelmente sentado numa sala com ar- condicionado, a dica é a série de shows Palco Brasil, na CAIXA Cultural. Tem Roberta Sá (sexta a domingo), Marcelo Jeneci (dias 16 a 18) e Tulipa Ruiz  (23 a 25). R$ 20 e R$ 10. Sábados tem 2 sessões.

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