terça-feira, novembro 13, 2018

DEIXA AQUELE MERDA FALANDO SOZINHO

Domingo de Cabeça Pra Baixo voltou para o verão. Domingo tem Ronei Jorge, Tabuleiro Musiquim e o anfitrião Irmão Carlos

Irmão Carlos, funk soul brother, na foto de Adriano Vaz
E aí, já tem programa para o domingo que vem? Uma boa é conferir a edição de novembro do evento Domingo de Cabeça pra Baixo (também conhecido como Faustão Falando Sozinho), que este ano completou 20 anos, sempre com a figuraça Irmão Carlos e sua mãe ainda mais figuraça, Dona Neuza, no comando da fuzarca.

Além do show do próprio Carlinhos tem ainda mais duas atrações: Ronei Jorge e a banda Tabuleiro Musiquim, ambos com álbuns novos na praça.

Pausado há algum tempo, o Domingo de Cabeça... voltou no mês passado, em novo formato.

“Desde 2016 eu sigo em carreira solo como Irmão Carlos. Sempre fiz o Domingo de Cabeça pra Baixo - Faustão Falando Sozinho com a Irmão Carlos & O Catado, minha banda do coração, que se aposentou mas, quem sabe, um dia tem um show comemorativo ou algo parecido. Voltando. Pensei em parar o projeto, por conta do cansaço mesmo. Agora em 2018 a gente faz 20 anos de resistência e existência, 'carregando o piano nas costas' e, literalmente, pagando pra trabalhar. Poucas vezes tivemos apoio de editais, mas que foram fundamentais, diga-se de passagem, para uma evolução perceptível no projeto. Eu já vinha pensando em fazer fechado e cobrando ingresso. Daí acabou que fomos contemplados pelo edital Arte Todo Dia - Ano IV, da Fundação Gregório de Mattos (Prefeitura) para outubro e novembro. O que deu um impulso pra recomeçar”, relata o funk soul brother.

A partir de dezembro, o evento não terá mais apoio – pelo menos até segunda ordem –, mas mesmo assim seguirá ocorrendo nos meses do verão.

“Sim! Vamos continuar no verão, na raça mesmo. Tenho uma turma que tá do meu lado sempre, na alegria e na tristeza: Paulinha Neves (produtora executiva) e Klaus Shuenemann (cenógrafo e iluminador), mais uma turma grande que acredita na proposta. A gente tá apostando na qualidade da música e do evento em si. Acho que se você vende água e não tem quem compre, ou você muda de estratégia ou muda de lugar. Como eu ainda não mudei de lugar…”, afirma Carlos.

Então prestem atenção: o evento agora é fechado, cobra um módico ingresso (R$ 10) e tem limite de público: “O primeiro foi realmente surpreendente. Esperávamos um certo número de pessoas e recebemos quase o dobro. Bombou! O ar condicionado deu conta, graças a Jah! Então sugiro que cheguem cedo por que temos um limite”, aconselha.

Quem já foi já sabe como é. Quem não foi, o anfitrião dá uma ideia: “Irmão Carlos groovando tudo, sempre com algum convidado bacana. Dona Neuza persona folclórica, sempre em alta tensão! Um som confortável até pras crianças, o tratamento acústico que fizemos tá lindo”, afirma.

"O som chega com bons timbres e não machuca os ouvidos. Coisa que não vejo na maioria das casas de show de Salvador. São raros os espaços que se preocupam com acústica, o som acaba ficando alto e embolado. Sou chato, né? Não gosto de ver uma boa banda numa performance bacana e o som não tá bem definido. Sei que vai aparecer alguém pra dizer que, 'se for é rock’n’roll é alto mesmo', e eu concordo! É alto mas não tem que ser embolado, entende?", observa.

Agora se você ou sua banda tem vontade de se apresentar no cafofo de Carlinhos e Dona Neuza, se ligue na curadoria - ou melhor, na falta dela: "Eu não escolho mais. Me libertei dessa árdua tarefa! (risos) Mas os critérios são os mesmos de todos os eventos e festivais que tem uma curadoria: além da qualidade do material (não é só o talento que faz a obra, né?), o artista / banda tem que estar trabalhando, lançando coisas, ativo nas redes, em contato direto com o publico, indo a shows e sendo visto (quem é visto é lembrado), etc. Tem banda que manda material querendo tocar, mas nunca foi ao evento. Tem banda que nem os próprios membros divulgam o próprio show. Esses geralmente ficam de fora", avisa.

Banda elétrica e acústica 

Sim, como eu tava dizendo, foto Christian Baes
No palco, Irmão Carlos canta acompanhado por Silvio de Carvalho (guitarra), Allan Villas Boas (bateria), Felipe Pires (teclados) e Ângelo Rosário (baixo).

“O show que faço agora é uma mistura do meu disco solo Irmão Carlos (2017) com os discos da Irmão Carlos & O Catado (ex-banda). Tá bem dançante e divertido. Tô com uma turma sensacional, o baixista e o tecladista são novos na banda e vem dando uma cara mais funk jazz”, conta.

Ultra-ativo, Carlinhos também desenvolvendo um show acústico (com outra banda) e vídeos de releituras funky de clássicos do rock.

"O acústico é um trabalho paralelo, feito com muito carinho, que tá ficando pronto e tá bonito. A banda que tá gravando comigo não é a mesma do show. Vai ser lançado. primeiro somente pra turma que comprou o crowdfunding, depois vai pro mundo virtual, mas show mesmo só se tiver uma demanda. Tipo carrinho de brinquedo que você joga na ladeira, se descer ele vai, se não descer a gente bota em baixo do braço e foca na bola, porque o baba tá rolando", conta.

"Agora eu tô publicando, semanalmente, um vídeo gravado sempre ao vivo, não transmitido ao vivo. Postado no Instagram, Youtube e Facebook, podendo ir pra outras plataformas de vídeo também. Tudo gravado com todos tocando juntos, sem cortes no áudio e sem edição. A parte de vídeo será da forma que tivermos no dia. Pode ser uma super câmera com algum parceiro filmando ou um celular. O importante é gerar esse conteúdo. Musicas autorais ou funk covers são o cardápio. A série iniciou com uma versão funk de Bichos Escrotos dos Titãs, uma banda que influencia diretamente o meu trabalho. Esse vídeo vem atraindo público de outros Estados pra as plataformas e foi filmado com um celular. Acho que hoje em dia é uma forma de tá sempre em contato com meu público e conquistar novos seguidores. Temos que usar as ferramentas disponíveis ao invés de esperar pra fazer algo grandioso e relaxar depois, sabe? Acho que tudo é válido, desde que tenha uma preocupação básica com a qualidade. Bandas como Vulfpeck, Pomplamoose, Scary Pockets fazem isso muito bem lá fora. Let’s groove!", conclui.

Se jogue.

Domingo de Cabeça pra Baixo / Com Irmão Carlos, Ronei Jorge e Tabuleiro Musiquim / Domingo, 16 horas / Espaço Cultural Dona Neuza (Marback, setor 2) / R$ 10 e R$ 5



NUETAS

Celo & Maviael

Celo Costa e Maviael Melo fazem o show Cantoria, Forró e Poesia hoje e novamente no dia 29, às 19h30, Teatro SESC Pelourinho, R$ 10 e R$ 5.

Igor Gnomo na Sala

Banda de jazz rock com baião, ijexá, maracatu, Igor Gnomo Group se apresenta hoje na Sala do Coro do TCA, às 20 horas. R$ 10  e $20.

Sally & Patricia hoje

O duo internacional Sally Pinkas (Israel, piano) e Patricia Shands (EUA, clarineta) faz recital hoje na Reitoria da Ufba, às 20 horas, gratuito.

Marconi na Bardos

Marconi Lins faz seu som folk quarta-feira no Bardos Bardos, 19 horas, gratuito.

Sputter se dá mal

...No novo clipe dos fabulosos The Honkers, que acaba de ser lançado. Se ligue na atuação do rapaz.

2 comentários:

rodrigo sputter disse...

pior seria se eu fosse preso...ehehhehehe...e na época de bolsonaro...por roubar as óticas caraol que patrociou ele...heheheheeh...as imagens foram feitas em 2003...mozz naum falava merda...as óticas naum sonhavam com bozonaru...

Mais um clipe da banda feito pela Malta Cinema e Som...e que clipe, mais uma obra prima dos caras, além de terem feito um clipe belíssimo, conseguiram com poéticas imagens fazer esses cabras feios dos Honkers ficarem mais simpáticos na tela.
Pra deixar o clipe ainda mais marcante, o vídeo tem a participação ultra-espacial da inesquecível Ivana Chastinet, grande pessoa/atriz/performer (e muito +), que deixou esse mundo careta ano passado e foi brilhar pelas galáxias & além...com essa magnífica atuação da Ivana o clipe fica ainda mais especial.

Curtam, comente e compartilhem o clipe, que veio a abrilhantar os 20 anos dos Honkers. Lembrando também que a canção do clipe foi feita a convite do Estúdio Ruído Rosa, que pegaram esses rapazes barulhentos e conseguiram fazer soar maravilhosamente bem, mas sem perder a pegada Rocker!

Num país que conseguiu ganhar eleição com fake news, por que não podemos fazer que o clipe circule mais ainda?
Clipe de uma banda que toca há 20 anos (sem nunca ter parado) por causa de sua coragem e o importantíssimo apoio das pessoas que gostam do nosso som e nos apoiam de todas as maneiras.

rodrigo sputter disse...

Ah, as imagens não foram feitas em 2003...e sim 2013 (algum problema no teclado ou em minha cabeça)...teve problemas no audio, depois filmamos outro curta...um dos diretores morou um ano fora do Brasil, a atriz adoeceu...faleceu ano passado...mas saiu esse ano e ficou INCRÍVEL!!!!