sábado, outubro 06, 2018

NÓS (LÁ ELES) SOMOS VENOM

Estreia: Vilão do Homem-Aranha, Venom ganha seu próprio filme – sem direito a ter um antagonista à altura para chamar de seu. O resultado é pífio e divertido. Ninguém esperava nada diferente, mesmo 

"Quem é dentuço? Repete se tu for homem"
Um dos maiores homens sábios deste país já dizia há quase um século: “De onde menos se espera, daí é que não sai nada”. A frase, do imortal Barão de Itararé, resume bem a maior estreia cinematográfica da semana: Venom, produção da Marvel via Sony Pictures.

Estrelada pelo ótimo Tom Hardy (Mad Max: Estrada da Fúria), Venom traz como protagonista às telas de cinema não um herói, mas um vilão oriundo das HQs do Homem-Aranha.

E antes que alguém pergunte: não, o Teioso não aparece no filme. Ah, mas por que?

Nossa, é complicado, mas vamos lá.

Nos anos 1990, então à beira da falência, a Marvel vendeu os direitos cinematográficos de alguns de seus personagens para grandes estúdios de Hollywood.

A Fox “comprou” os X-Men e o Quarteto Fantástico. A  Sony comprou o Homem-Aranha. Detalhe crucial: quando um estúdio “compra” um personagem, leva junto todo o seu universo: vilões, aliados etc.

Michelle Williams e Tom Hardy como Annie e Eddie Brock
Sob a batuta da Sony, o Homem-Aranha estrelou cinco filmes entre 2002 e 2014: três estrelados por Tobey Maguire e dois por  Andrew Garfield.

Venom inclusive já havia aparecido em Homem-Aranha 3 (2007), vivido por Topher Grace (o bobão Eric Forman, da série That 70’s Show).

Mais de uma década depois de vender esses personagens, a Marvel, já recuperada, criou seu próprio estúdio e lançou em 2008 seu primeiro filme, Homem de Ferro (2008).

De lá para cá, conquistou o mundo de vez com seu universo narrativo compartilhado, no qual coabitam os Vingadores, os Guardiões da Galáxia etc.

Depois disso, a Sony acabou entrando em acordo com a Marvel Studios e liberou – “emprestou” – o Homem-Aranha para aparecer em filmes como Capitão América: Guerra Civil, Vingadores: Guerra Infinita e até no solo Homem-Aranha: De Volta Para Casa.

Tudo indicava que a Sony tinha largado o osso, mas que nada: vendo o sucesso e o apelo que o Escalador de Paredes ainda tem, logo começou a desenvolver novos produtos em um universo Marvel à parte relacionado ao Aranha.

De onde menos se espera...

"O senhor poderia virar só um pouquinho pra lá? Esse teu bafo é de matar"
E aí finalmente chegamos à Venom.

A ideia do filme é esdrúxula por si só: um vilão sem seu nêmesis – o Homem-Aranha, ainda emprestado à Marvel, que já prepara um segundo filme do personagem.

Daí a frase lá do primeiro parágrafo se aplicar tão bem à situação deste filme: ninguém esperava muito dele mesmo.

Isso quer dizer que é um filme horrível, como muitas críticas já decretaram por aí? Nem tanto, aí depende das expectativas de cada um.

Quem procura uma mera diversão pipoca para passar tempo e dar boas risadas sem pensar muito em furos de roteiro – ou mesmo o quão primário este parece ser – pode cair dentro de Venom sem medo.

É tão “bom”  quanto o último filme da franquia Predador, por exemplo: ação e diversão descerabradas para desopilar o fígado em um fim de semana especialmente tenso.

Roteiro primário

Criado por David Michelinie e Todd MacFarlane ainda nos anos 1980, Venom surgiu nos quadrinhos como uma versão anabolizada, sombria e maléfica do Homem-Aranha.

O personagem é basicamente uma gosma alienígena senciente que na Terra só consegue viver de forma plena quando em simbiose com outro ser vivo: seres humanos, gatos, cachorros etc.

Fez imenso sucesso entre os leitores e ganhou inúmeras versões “hospedeiras” ao longo das décadas.

Agora, no filme de Ruben Fleischer (Zumbilândia), Venom é encarnado pelo seu primeiro e mais clássico hospedeiro das HQs: o jornalista Eddie Brock (Hardy).

Eddie Brock entrevista Carlton Drake (Riz Ahmed)
Vivendo em São Francisco depois de se envolver em um escândalo em Nova York, Brock até que leva uma vida boa na Costa Oeste, trabalhando em um site de notícias no qual ele é a estrela do momento e namorando a bela Annie (Michelle Williams).

Esta é advogada a serviço de  uma megacorporação tecnológica, a Fundação Vida, dirigida com mão de ferro pelo ambicioso Carlton Drake (Riz Ahmed). Este é quem tem em seu poder a tal gosma senciente que vem a ser Venom.

Eventualmente – não vamos estragar (mais) o filme com spoilers – Brock entra em contato com Venom e se torna seu hospedeiro.

Os principais problemas de Venom são dois.

O primeiro é o roteiro: o indigitado é tão primário e cheio de clichês que parece ter sido escrito a partir de um template (modelo) básico ensinado na disciplina inicial de alguma faculdade de cinema.

O segundo problema que realmente incomoda em Venom é que o protagonista simplesmente não tem um vilão à altura. Este, quando aparece, é praticamente nos vinte minutos finais da película – e quase não diz a que veio.

O que se salva, então? Tom Hardy, muito divertido e engraçado – tanto solo, quanto possuído por Venom. E a ação em si, razoavelmente bem orquestrada entre perseguições pelas ladeiras de São Francisco (Bullit, alguém?) e os confrontos super-humanos de praxe.

"Me beija como se não houvesse amanhã!"
Resumo: assista por sua conta e risco, mas não espere nada tão bem feito quanto os filmes mais recentes da Marvel. Ah, aguarde até o final dos créditos: há duas cenas indicando os próximos passos do universo Marvel da Sony.

Venom / Direção: Ruben Fleischer / Com Tom Hardy, Michelle Williams, Riz Ahmed, Scott Haze e Reid Scott / Em cartaz: Cinemark, Cinépolis Bela Vista, Cinépolis Shopping Salvador Norte, Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, UCI Orient Shopping Barra, UCI Orient Shopping da Bahia, UCI Orient Shopping Paralela / 110 minutos / Classificação indicativa 14 anos

5 comentários:

Rodrigo Sputter disse...

Eu havia dito em 2014, cuidado pra 2018 num ser Bolsonaro x Aécio...me diziam que bolsonaro num era pra ser levado a serio.. que eu tava preocupado a toa...bolsonaro chegou a 48% mas estacionou em 46 e pouco. Fudeu man...perdemos.

Temos que ter mais de 46% dos votos válidos pra ganhar...nao vamos conseguir...mas um pais q Daciolo tem um pouco mais que o dobro que Boulos...e chegou a 48% com bolso... tá fudido..."ah Rodrigo, mas o voto de Daciolo foi piada, protesto"...besta e quem vai nessa...vá por mim...so milagre salva...se o PT levar, o antipetismo vai chegar ao nível da galera atirar na rua contra os militantes ou simpatizantes...Haddad tem q ser Deus e mais um pouco pra galera num odiar mais ainda...e QQ bosta q bolsonaro fizer caso seja eleito ...a galera vai dizer q antes era pior...2018 se o pt ganhar...tenha medo de 2022...ou torcer pra Ciro crescer mais ainda...a esquerda errou a estratégia...era pra Ciro ser vice de Lula, mas o partido não quis perder o protagonismo...fudeu...temo o pior. Torcer muito q a mísera nao ganhe...agora quero ver ele falar q as urnas serem fraudadas...ou vai dizer q foi so pra nao ficar na cara...quando a esquerda perdia dizia isso das urnas, agora e a direita ... não duvido de falcatrua...mas acho q e "seguro".

Rodrigo Sputter disse...

Aí o Brasil ó https://www.google.com.br/amp/s/www1.folha.uol.com.br/amp/poder/2018/10/janaina-paschoal-e-a-deputada-estadual-mais-votada-da-historia.shtml

Vi nesse link q tem um tal de carteiro reaça...pqp...agora tem Funcionário publico, nem sei se carteiro é funcionário federal, torcendo pela privatização?
Era so o que faltava.

Rodrigo Sputter disse...

https://www.google.com.br/amp/s/www.correio24horas.com.br/amp/nid/eduardo-bolsonaro-e-o-deputado-federal-mais-votado-da-historia/

Ela dobradinha ....Jana a estadual mais votada da história de sp e bolsoninho o federal .

Rodrigo Sputter disse...

https://br.noticias.yahoo.com/apos-eleicao-filho-de-alexandre-frota-detona-o-pai-na-internet-161258162.html

kd um tem seu político que merece.

rodrigo sputter disse...

tudo fake, ele é pago por lula diretamente da prisão pra falar tudo isso:


https://www.youtube.com/watch?v=uYV-AAB-f6A&feature=youtu.be

malditos comunistas!!!!!!!