terça-feira, outubro 23, 2018

ANTES NA FOSSA (MESMO QUE NOVA) DO QUE NO FOSSO...

De São Paulo, baiano Murilo Sá lança terceiro álbum pelo selo gaúcho 180: Fossanova

Murilo Sá, o Falcon (loiro) baiano, em foto de Carlos Tupy
O baiano Murilo Sá é o maior nome do rock gaúcho – feito fora do Rio Grande do Sul.

Não à toa, lançou há poucos dias seu terceiro álbum pelo 180 Selo Fonográfico, de Passo Fundo, a maior cidade do norte do Rio Grande do Sul.

Fossanova, terceiro e mais maduro entre os trabalhos de Murilo, é um tratado ligeiro (30 minutos) e bem humorado que conecta as desilusões amorosas do artista com esses Tempos Esquisitos (nome da faixa de abertura do disco).

“O álbum faz menção aos tempos esquisitos que vivemos, ainda que de um ponto de vista pessoal de quem estava numa fossa geral”, ri.

“Foram canções compostas numa mesma leva, cada uma como um capítulo de uma história em que as coisas não estavam muito favoráveis. Falar disso com sinceridade, certa ironia e rindo de mim mesmo foi o caminho pra processar tudo isso”, acrescenta Murilo.

Indie lo-fi psicodélico urbano jovemguardista, Fossanova foi todo gravado no apartamento onde o músico mora em São Paulo, na Rua Augusta.

E agora  aquele momento cultural sobre “estética lo-fi”, cortesia do professor Murilo: “Lo-Fi se refere a low fidelity (baixa definição sonora). Uma linguagem onde talvez a textura seja mais relevante que a alta fidelidade (hi-fi) sonora, e as limitações de equipamentos, ruídos e efeitos são usadas como opção estética”, conta.

“Foi o disco que eu mais gostei de produzir, por ter aprendido muita coisa nova no caminho e ter feito tudo com total liberdade”, afirma.

Sul, Sudeste, Nordeste

Fla sério, o cara é muito Falcon. Foto Carlos Tupy
O fato de ter sido proveitoso não quer dizer que foi fácil. Aliás, geralmente é assim que se aprende: com esforço e dificuldade.

“Foi mais difícil e trabalhoso, cuidar sozinho de muitos processos. A vantagem é que tive tempo para experimentar até ficar satisfeito com a sonoridade de cada canção”, conta Murilo.

Residente em São Paulo há mais de uma década, o músico infelizmente se apresenta pouco em Salvador, mas conta que tido uma boa aceitação do seu trabalho nas regiões Sudeste e Sul.

“Sinto que o trabalho vem sendo bem recebido por aqui e em outras cidades onde passo, e sim, é o terceiro álbum que lanço pelo Selo 180, que vem fazendo reedições em vinil de nomes como Raul Seixas e lançando também novos artistas”, conta.

“Apesar da distância, eles fazem um excelente trabalho de distribuição digital”, afirma.

Agora Murilo segue divulgando o trabalho em SP mas no verão ele diz que deve pintar por aqui com seu novo show: “Estou com saudades da minha cidade, e no verão, penso em armar um lançamento do álbum novo por aí”, diz.

Ouça: www.murilo-sa.com/fossanova



NUETAS

Vive Jean-Claude!

Figura fundamental no underground baiano desde os anos 80, quando dirigia o bar Paris Latino, o francês Jean-Claude Wolpert ficou mais conhecido da galera com seu inesquecível Calyspo, inferninho em que todo o rock baiano bateu ponto por mais de dez anos no Rio Vermelho. Amanhã, nosso bonhomme será homenageado com festinha no Mercadão CC. Vai ter jam com membros do King Kobra, Os Mizeravão e Theatro de Seraphin, DJ BigBross. 19 horas, pague quanto puder.

Anelis sexta, Pelô

A sensacional  Anelis Assumpção traz o show Taurina sexta-feira, no Largo Pedro Archanjo. Abertura do paraense Saulo Duarte. 20 horas, ingressos: R$ 25 a R$ 70.

Encontro de Selos 

De quinta-feira até sábado acontece na cidade o I Encontro de Selos de Música Experimental: Tecnologias Sustentáveis para Música Móvel. Oficinas, debates, laboratório criativo, feiras e shows rolando na Ufba e na Casa Preta. Programe-se: www.esmeril.ufba.br.

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