quinta-feira, setembro 20, 2018

FESTIVO REVIVAL

Com um caminhão de hits no currículo, A Cor do Som comemora 40 anos de formação com show na Concha Acústica do TCA neste domingo

Mu, Armandinho, Gustavo, Ary e Dadi na foto de Daryan Dornelles
Marco histórico da música pop brasileira, a banda A Cor do Som segue comemorando suas 4 décadas de fundação (em 2017) com lançamento de disco ao vivo com canções inéditas e a turnê A Cor do Som - 40 anos, que chega neste domingo à capital baiana, na Concha Acústica do TCA.

E eles vem com preciosos reforços. A formação clássica segue intocada: Armandinho (guitarra, voz), Dadi (baixo, voz), Mú Carvalho (teclados, voz), Gustavo Schroeter (bateria) e Ary Dias (percussão).

Só que, além deles, mais dois músicos de apoio se juntam ao quinteto. “Estamos com um reforço incrível no nosso time. Pedro Dias e Luíz Lopes, os Filhos da Judith (banda carioca de rock) nos vocais”, conta Dadi por email.

“Pedro também toca baixo e Luiz, guitarra. Em algumas músicas cantadas vou tocar guitarra e o Pedro vai pro baixo. Estamos ensaiando com eles e muito empolgados com este reforço nos vocais da Cor do Som”, acrescenta.

Além dos novatos, que também costumam tocar na banda de ninguém menos que Erasmo Carlos (melhor selo de qualidade, impossível), três músicas novas serão apresentadas: Olhos D'Água (de Mu Carvalho, Pierre Aderne e Alexis Bomtempo), Volúvel (Dadi Carvalho e Arnaldo Antunes) e Somos da Cor (Armandinho e Maria Vasco).

“Algumas novidades vão marcar esse novo show. Além dessas três músicas inéditas e do irmãos Pedro e Luiz,  alguns arranjos foram atualizados, preservando um festivo revival com as músicas que marcaram época”, conta Armandinho.

No disco A Cor do Som 40 Anos, que também saiu em LP de vinil, são cinco as canções inéditas – e vários os convidados ilustres: Gilberto Gil, Roupa Nova, Samuel Rosa, Lulu Santos, Djavan e outros.

“Ficamos super satisfeitos com o resultado (do disco). Gravamos cinco inéditas: duas minhas, duas de Dadi e uma de Mu. Tivemos ilustres convidados, que conviveram com nossa história musical, alguns escolheram o que gostariam de cantar e os deixamos à vontade. O resultado foi intimidade total e um som maravilhoso”, conta Armandinho.

BRock, Novos Baianos, Trio

Marcante pela mistura de rock, pop, jazz e ritmos brasileiros que praticava, A Cor do Som foi cria  direta da genialidade revolucionária d’Os Novos Baianos, levando essa receita – que já era praticada por Moraes, Baby & Cia – às últimas (e adoráveis) consequências.

Feliz encontro entre músicos extraordinários da Bahia e do Rio, A Cor do Som fez um sucesso estrondoso nas FMs entre o final dos anos 1970 e 80 com hits inesquecíveis como Zanzibar, Dentro da Minha Cabeça, Menino Deus, Abri a Porta, Magia Tropical, Swingue Menina, Alto Astral e outros.

Curiosamente, foram devorados pela mesma geração para a qual abriram caminho e foram uma influência decisiva, a do rock brasileiro dos anos 80 (o chamado BRock).

“A gente teve a influência dos Novos Baianos, banda que tive a felicidade de participar”, lembra Dadi.

“A rapaziada do BRock sempre fala pra gente que ia em todos os nossos shows. Paralamas, Barão Vermelho. Acho que o Paralamas é o que tem mais a ver com esta onda”, acrescenta.

Não a toa, Dadi chegou mesmo a integrar o próprio Barão Vermelho por um breve período, deixando sua marca em um dos melhores álbuns da banda do Roberto Frejat: Na Calada da Noite (1990).

Já Armandinho lembra que, na época do auge d’A Cor do Som, seu turno era dobrado, já que respondia pelas guitarras n’A Cor e no Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar.

“Era uma canseira com certeza, shows quase todos os dias. Tipo sair do Rio Grande do Sul pro Ceará ou fazer dois shows em cidades diferentes num mesmo estado no mesmo dia, com diferença de poucas horas, um com o Trio o outro com a Cor. Ufa!”, relata Armandinho.

E apesar de A Cor e do Trio terem canções em comum no repertório, até a abordagem era outra: “Um (o Trio) tem base mais nos frevos e ritmos afrobaianos, enquanto o outro (Cor) é mais suave ou reguiados com um instrumental à base de chorinhos e baiões progressivos”, observa.

“Com um ponto de encontro  nos momentos mais festivos quando tocamos Zanzibar, Beleza Pura, Dentro da Minha Cabeça, tendo em comum o instrumento que coloquei uma quinta corda, divulguei pro Brasil e pro mundo e dei o nome de Guitarra Baiana”, conclui o mestre, amém.

A Cor do Som – 40 anos / Domingo, 19 horas / Concha Acústica do Teatro Castro Alves / R$ 80 e R$ 40 (primeiro lote) / R$ 100 e R$ 50 (segundo lote) / Camarote: R$ 160 e R$ 80/ Vendas: Bilheteria TCA, SACs Shopping Barra e Shopping Bela Vista e www.ingressorapido.com.br

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