terça-feira, setembro 12, 2017

NA FÉ E NA NA BRODAGEM

Soterorock Festival movimenta cena com 17 bandas em 4 casas de 3 cidades


Invena, foto André Solon
Contra todos os prognósticos, o rock na Bahia segue respirando – e chutando. Uma boa forma de tomar o pulso da cena local é conferindo as bandas nos festivais, que volta e meia acontecem.

Semana passada falamos aqui do Rock & Pop Festival, que rolou em Lauro de Freitas. Esta semana o assunto é o Soterorock, que chegou à terceira edição este ano.

Realizado pela galera do site Soterorockpolitano, o festival está rolando desde o dia 2, com um show (com três ou quatro bandas) por semana, sempre em um local diferente, incluindo duas datas em cidades da Região Metropolitana: semana passada (dia 8) foi no Let’s Go!, de Alagoinhas.

Neste sábado, tem no It’s Not  Pub (Catu), com as bandas Nute, Invena e Organoclorados. Antes disso, rolam as bandas  Lúpulla, Game Over Riverside, Neurática e Madame Rivera no Buk Porão, no Pelô.

Fridha, Jato Invisível e Exoesqueleto encerram a edição 2017 dia 30 (sábado), na Casa Preta (Dois de Julho).

Pastel de Miolos
Apaixonados pelo rock baiano, os realizadores Leo Cima (Game Over Riverside) e Sérgio Moraes fazem do festival  profissão de fé.

“O primeiro ano (em 2012) foi experimental. O próprio público escolheu as bandas através do site soterorockpolitano.com, foi uma curadoria aberta. Seriam duas datas e quatro bandas em cada dia, somando um total de oito bandas. Infelizmente, só demos seguimento a um dia naquela ocasião por vários fatores negativos que não vale a pena citar. Esfriamos e guardamos o nosso aprendizado daquele ano. Tivemos um hiato de 04 anos sem praticar qualquer produção mas as atividades do site foram mantidas por mim, Leonardo Cima, Kall Moraes, João Paulo e Ricardo Cidade (esses dois últimos com contribuições em programas podcast). Foi importante o hiato de quatro anos. Vimos a cena crescer, várias outras bandas surgindo. Produção de bons discos, casas de shows voltando a apostar em rock autoral e então nos apropriamos dessas oportunidades, além da chegada de vários outros amigos que acabaram fomentando a ideia em nossas mentes. Shinna Voxzelicks foi peça fundamental na segunda edição do Festival Soterorock, ele, ajudou a fechar datas com casas de shows e a montar a grade de bandas. A ideia era usar a sinergia. As bandas participavam do festival e ajudavam na produção como retribuição. Foi difícil coordenar isso já que se não me engano foram 27 bandas em dias alternados em Salvador. Acabou ficando nas costas de Leo Cima, Shinna, Kall Moraes e Sérgio Moraes pra dar conta de tudo que pode acontecer de bom ou ruim num evento dessa magnitude.  Sempre vale a experiência de coisas positivas e negativas. A cena de rock existe, mas, é preciso coragem para ver as coisas acontecer. Sempre existiu evolução e tudo que circula nessa esfera hoje é melhor do era produzido por aqui nos anos 90. É só ouvir os discos, ver as bandas ao vivo. A circulação disso tudo. Gente trabalhando duro sem ganhar um tostão (ou ganhar pouco pra ver a coisa acontecer) por uma força muito maior que não conseguimos enxergar. Diante dessas últimas palavras apostamos em mais uma edição, nesse caso a 3ª edição”, resume Sérgio.

Exoesqueleto, foto Ana Paula Bispo
“A cena existe! O que falta é consumir essa cena em escala comercial. Essa coisa de underground é bobagem, todo mundo quer se dar bem”, diz.

Sem brodagem, sem rock 

Enquanto a cena rock não se torna economicamente viável (luta inglória que dura décadas e atravessa gerações), as bandas, casas de shows e produtores contam com a boa e velha brodagem, patrimônio imaterial sem o qual nada aconteceria.

“A brodagem sempre vai existir nesse ambiente. É impossível fazer algo na cena rock sem amizade. O dinheiro que circula é da própria arrecadação e a divisão é feita em partes iguais, mas é economicamente viável para movimentar as casas de shows que colaboram e abrem suas portas, queríamos mais, claro! Era bom super lotar esses locais, o interesse seria mutuo e só multiplicaria. Mas não é a nossa realidade, infelizmente”, conta Sérgio.

Nute, de Alagoinhas
“O repasse (do cachê) é feito da bilheteria do dia, pois fazemos isso com o caixa praticamente no zero e sem ajuda de iniciativas pública ou privada. Vale frisar que, mesmo que o retorno financeiro para as bandas e para a produção seja muito baixo, houve uma época na qual os grupos ganhavam absolutamente nada por tocar na noite daqui e me refiro a coisa de dez anos atrás, ou menos. Quem chega agora não tem a percepção desses fatos. Isso além de outros eventos movimentarem a cena hoje, como o Rockambo, o Big Bands e o Santo de Casa faz Milagre, por exemplo. Se os festivais com bandas locais vão se tornar economicamente viáveis? Creio que sim. Só não sabemos quando”, acrescenta Leo Cima.

O colunista assina embaixo na condição de testemunha, pois já viu muita banda pagar para tocar... Go, Soterorocok!

Festival Soterorock / Lúpulla, Game Over Riverside, Neurática e Madame Rivera / Sexta-feira, 19 horas / Buk Porão Bar (Pelourinho) / R$ 10

NUETAS

QVoS? ainda no Irish

Diferente do que informei aqui semana passada, a session semanal  Quanto Vale o Show? ainda não migrou para o Clube Bahnhof. Hoje e terça-feira (19), os shows ainda ocorrem no bom e velho Dubliner’s. E hoje as forças do mal se reúnem para curtir o death metal das bandas Proffano e Unsacred. 19 horas, pague quanto quiser / puder.

Muddy Town sexta

Excelente novidade do cenário, a banda Muddy Town é o encontro dos talentos de Gigito (banjo), Breno Pádua (gaita), a cantora Mardou Monzel e outras figuras. Confira sexta-feira na Tropos, 21 horas. Pague quanto quiser.

Bike Jonsóns Limbo no NHL 12 

O incansável Kairo Melo segue tocando seu festival NHL, sempre com atrações psicodélicas legais daqui e de fora. Domingo tem o NHL Festival 12, com Bike (SP), Iorigun (FSa), Limbo e Os Jonsóns. Dubliner’s, 16 horas, R$ 15.

2 comentários:

Franchico disse...

Mackenzie, há 147 anos formando o supra-sumo da zelite tucanistana:

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/mackenzie-cujos-alunos-escrevem-gay-nao-e-gente-no-banheiro-apoiou-censura-na-mostra-no-santander-por-donato/

Rodrigo Sputter disse...

num disse??
" Então, como boa oportunista, foi se pendurar em quem tinha dinheiro, que é a parte comunista da família."

https://www.facebook.com/lu.arianov.7?lst=1491436988%3A100022062666032%3A1505701901

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/olavo-de-carvalho-usa-perfil-no-facebook-com-foto-fake-para-contra-atacar-sua-filha/

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/olavo-de-carvalho-responde-carta-aberta-da-filha/