Benete Silva, foto Lucas Cerqueira |
Guitarrista que honra com louvor a tradição dos guitar heroes baianos, Benete estreou em 2016 com o álbum Rock na Favela, um disco instrumental que deixa qualquer fã de Joe Satriani com um sorriso de orelha a orelha.
O surpreendente vem agora: morador do bairro de Cosme de Farias, Benete é um autodidata que aprendeu a tocar, compor, arranjar e gravar praticamente sozinho.
“Tenho 24 anos, comecei a tocar em 2010, quando ganhei a primeira guitarra dos meus pais. Porém tudo começou com meu primeiro instrumento, um violão que ganhei aos 8 anos de idade. Como meu pai sempre ouviu rock e sempre tive essa influência, migrar pra guitarra foi um processo natural. Nunca tive professor, aprendi três primeiros acordes com o meu pai e o resto com amigos, revistas e principalmente na internet”, conta.
"Eu cresci ouvindo rock como Beatles, Rolling Stones, AC/DC, Guns 'n' Roses, System of a Down etc. Mas a paixão por instrumental surgiu quando estava navegando na internet e achei um vídeo de um guitarrista americano chamado Paul Gilbert, tocando uma música chamada Technical Difficulties. Nesse momento eu pensei: 'Quero ser capaz de tocar essa música'. Além de me apaixonar por música instrumental, foi nesse momento que eu decidi virar guitarrista", relata.
Com o apoio dos pais, Benete se aplicou em seus estudos e logo estava gravando seu álbum.
“O disco foi gravado no meu quarto! Por muito tempo quis gravar minhas músicas, mas não tinha dinheiro pra pagar produção, mixagem ou músicos, então decidi aprender todo o processo de produção e mixagem, passei um ano pesquisando na internet e buscando informações. Depois gravei o álbum no meu quarto usando apenas um computador, a guitarra e pedaleira”, relata.
"Eu fiz sozinho todo o processo musical, arrumei o baixo emprestado com um vizinho e grande amigo, Madson Expedito, e gravei. Também programei a bateria os teclados sintetizadores e percussões, também fiz a edição, mixagem e a masterização. O violão gravei na casa de um amigo talentoso chamado Lucas Pitangueiras, que me forneceu o seu violão e os equipamentos necessários de graça. A arte do álbum foi feita Cássio Sá, e as fotos por Jean Nogueira, Lucas Cerqueira e por minha namorada Carolaine Casais, que abraçaram o projeto e me ajudaram sem nenhum custo. É como diz o ditado: 'Quem tem amigos não precisa ter dinheiro'", acrescenta.
Planos com orquestra
Benete Silva, foto Carolaine Casais |
“Esse processo me proporcionou um crescimento pessoal e musical incrível, aprendi na pratica que é possível fazer qualquer coisa, mesmo com pouquíssimos recursos, basta ter muita vontade e buscar o conhecimento”, afirma.
“Durante todo o ano de 2016 toquei sozinho, hoje estou acompanhado de músicos incríveis: Bruno Credidio na bateria e Tamires Estrela no baixo. Eles tocarão no álbum novo que começarei gravar esse ano”, promete.
Benete, que ainda estuda Engenharia Mecânica (Ufba) e dá aulas de guitarra, já planeja álbum novo e mais: com orquestra.
"Em 2017 quero tocar o máximo possível, em qualquer lugar que abrace o meu som, seja em Salvador, no interior ou até fora do Estado, se surgir oportunidade. Os shows naturalmente divulgam meu álbum. Além disso já estou trabalhando num álbum novo, que pretendo lançar no final do ano ou começo de 2018. Será um álbum que terá duas versões com oito músicas cada: uma versão heavy metal instrumental com muita guitarra e outra focada só em instrumentos de orquestra", revela.
Morador de bairro periférico, Benete espera, com seu talento e seu trabalho, ajudar a diminuir o preconceito de que só se ouve pagode e funk na favela.
"Exatamente, existe muito 'rock na favela' em Salvador. Na verdade, a grande maioria das bandas de nossa cena surgem na periferia, mas como o pagode e o arrocha são predominantes, criou-se um estereótipo de que apenas eles são gêneros que representam a favela, o que não é verdade. Existe diversidade e qualidade em termos de cultura na periferia, e eu quis, de alguma forma, expressar isso e despertar a curiosidade das pessoas colocando 'Rock na favela' como tema do meu álbum. A receptividade está sendo incrível, considerando todas as variáveis, pessoas que não gostam necessariamente de rock (e muito menos de rock instrumental) ouviram e aprovaram o álbum, e isso me deixou muito feliz", conclui,
https://www.facebook.com/benetesilvaofficial
NUETAS
Romanelli, Aurata, Elettra
Romanelli (DJ e produtor italiano residente em Florianópolis), Aurata (post-rock, chillout, jazz, experimental) e DJ Elettra (leia-se Messias Bandeira) fazem o Quanto Vale o Show? de hoje. Dubliner’s Irish Pub, 19 horas, pague quanto quiser.
Água Suja semanal
Não custa lembrar: a banda Água Suja segue fazendo a jam Blues Free Salvador todas as quartas-feiras. Dubliner’s, 22 horas, gratuito.
Laia Gaiatta sábado
Depois de um breve giro pelo sudeste, o trio de blues rock avant garde Laia Gaiatta traz o show Vaia à Tropos (Rua Ilhéus, 214, Rio Vermelho). Sábado, 19 horas. Pague quanto quiser (acima de R$ 20, leva CD da banda).
4 comentários:
Gosto desses meninos. Gosto mesmo!
https://youtu.be/z5MqHvZ2YT8
Dead Fish chama Globo de golpista durante Planeta Atlântida, festival organizado pela emissora.
E o trailerzinho do Punho de Ferro, hein?
https://youtu.be/03W2ffgkYDM
Confesso que de achei início, achei o ator meio sem carisma, mas comecei a mudar de ideia com este trailer...
Ô gente, tudo bem, ela é tucana!
Ex-candidata a vereadora do PSDB é flagrada saqueando loja no Espírito Santo
Fonte: Último Segundo - iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-02-07/filiada-psdb.html
Tucanos podem tudo neste país, são aves em extinção!
Ah, se fosse do PT, né? Ah, se fosse do PT!!!
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