sexta-feira, fevereiro 17, 2017

A NOITE É DA FOLIA RETRÔ

Baile: Retrofolia, banda surgida dos Retrofoguetes, é a atração de hoje  na Commons, com repertório de Armandinho, Dodô & Osmar

Kaverna à frente do Retrofolia, foto Sidney Rocharte / SecultBA
Turistas desinformados podem não ter a menor ideia, então que preste-se aqui o serviço: o  mais legítimo som  do Carnaval baiano, que foi criado pelo Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar, é a programação de hoje na casa Commons Studio Bar, a cargo do grupo local Retrofolia.

Armandinho, Dodô & Osmar, o trio, continua na ativa e se apresenta diversas vezes nos próximos dias, sendo insubstituível e imperdível.

Seus mais fieis discípulos, contudo, fazem essa prévia no baile de hoje, com todo o punch acumulado em décadas de atividade na cena roqueira local.

Inicialmente um projeto paralelo e sazonal da banda instrumental Retrofoguetes, o Retrofolia, aos dez anos, é uma banda  independente, afirmam seus integrantes.

“Sim, o  Retrofolia e o Retrofoguetes são duas bandas distintas.  O que foi um dia um tentáculo dos Retrofoguetes hoje é uma outra banda, com mais dois integrantes: Paulo Chamusca (guitarra), nosso amigo  de infância, e Kaverna (vocais)”, afirma o guitarrista Morotó Slim.

Ele conta que a banda / projeto surgiu ao encontrar amigos do rock local na folia.

“Acho que o Retrofolia foi um start interessante para mostrar o que era a guitarra baiana para a galera mais jovem que ia aos shows de rock e depois eu encontrava atrás do trio de Dodô & Osmar no carnaval”, diz.

“Aí, conversando com Rex (baterista) resolvemos agilizar algo para satisfazer tanto a gente, que amamos esse som, quanto essa galera que tinha necessidade de um Carnaval melhor”, afirma.

No show de hoje, a nata do repertório de Armandinho, Dodô & Osmar – tanto temas instrumentais quanto com vocais. “A intenção é fazer a coisa mais próxima possível do original. Não é releitura. Queremos tocar como as pessoas deixaram de tocar, coisas da década de 1970 que nem os Macedo (Armandinho e família) tocam mais”, diz Morotó.

Kaverna, Chamusca, Fábio, Rex, Morotas e Julio. Foto Clara Marques
Animadíssimos, os bailes do Retrofolia costumam receber muitos convidados, entre membros da família Macedo e parceiros da cena independente.

Infelizmente, até o fechamento desta matéria, nenhum convidado confirmou hoje.

“Tem muito evento na cidade, esse verão ta bombando, né? O povo tá sem dinheiro, mas tem festa pra cacete, então nada confirmado ainda”, diz Morotó.

Kaverna vai de Frida

Membro mais recente do grupo – apesar de participar como convidado desde o primeiro baile – o mineiro Kaverna tem muita experiência de palco, tendo participado da banda de rock brega Veludo Cotelê nos anos 1980.

"Vim para a Bahia (nos anos 1990) com 34 anos. Eu ia cantar no Fera Gorda (projeto da produtora de Ivete Sangalo). O projeto acabou, mas eu fiquei por aqui mesmo. Na época, eu pesava 134 quilos. Já cheguei a pesar 184. Hoje estou com 98. Apesar disso, sou judoca há 27 anos, inclusive sou árbitro da Federação Baiana de Judô. Também joguei handebol por 16 anos, tenho uma vida ligada ao esporte. Hoje malho de segunda a sexta, duas vezes por dia: academia de manha e corrida de noite. Então, tô no gás total para esses shows. Tenho até um sapato especial para o carnaval, um Kangoo Jump. Carlinhos Brown também usa. Comprei para me destacar, mas depois vi que também era bom para correr", relata a figura.

No Retrofolia,  é uma verdadeira usina de alegria, apresentando-se sempre de fantasia. Hoje, ele vai de Frida Kahlo.

“Trago essa irreverência desde o Veludo Cotelê,  em que eu já cantava fantasiado. Nunca subi no palco sem figurino, tem que ter uma roupa especial – e sempre ligada à comédia. Apesar disso, nunca subi no palco (de um teatro) como ator, mas sou rádio-ator, já fiz TV e cinema também, mas sou mais atuante como radio-ator, por que faço muitas vozes. Isso me facilita bastante. Como sou músico e publicitário, tudo entra na receita”, afirma Kaverna.

Viva a guitarra baiana, minha porra! Foto Aristeu Chagas / SecultBA
Orgulhoso de fazer parte de um grupo que resgata uma das mais belas facetas da música baiana, Kaverna destaca que o Retrofolia também ajudou a repopularizar a guitarra baiana.

“Quando o Retrofolia começou,  a guitarrinha estava relegada a Armandinho. Hoje tem um monte de gente tocando e fazendo. Contribuir para isso  me deixa feliz, por que é um instrumento nascido na Bahia, que  merece todo carinho e homenagem”, afirma.

"Esse repertório tem uma coisa incrível, que agrada a músicos e leigos. É uma música difícil de tocar e fácil de ouvir. Isso é uma coisa muito difícil de acertar, agradar aos músicos e ao público. Eles (Armandinho, Dodô & Osmar) conseguiram e a gente bebe desta fonte", conclui.

Agenda Retrofolia: O Carnaval das Guitarras Baianas:
  • Hoje, 22 horas / Commons Studio Bar (Rua Doutor Odilon Santos, 224, Rio Vermelho) / R$ 20 (no local) ou R$ 15 (fantasiado ou com o nome em www.commons.com.br/lista amiga)
  • 24 de fevereiro (sexta-feira), 22 horas / Largo Pedro Archanjo, Pelourinho / Gratuito

3 comentários:

Franchico disse...

BRAVO, NETFLIX!

https://omelete.uol.com.br/series-tv/artigo/dear-white-people-por-que-um-teaser-de-35-segundos-consegue-ofender-tanta-gente-branca/

Samba na cara dos racistas, sim! Samba gostoso!

Agora eu vou assinar essa porra!

Franchico disse...

O que é que gente que faz uma barbaridade dessas merece?

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2017/02/jovem-empalado-mangueira-de-ar-morre-11-dias.html

Não precisa responder, foi uma pergunta retórica. E a gente já sabe...

Rodrigo Sputter disse...

"puxa chico...vc é radical...foi só o dono, ops, o patrão do rapaz que fez uma brincadeira...aí sem querer o cara morreu...ele deixou...vc ia deixar?
culpado é ele...tem gente que fez coisa pior, colocou fogo em índio pensando q era mendigo...e não foi preso...hj tá aí...bem de vida...mataram o chinês lá no final dos anos 90 e hj em dia são médicos de bem...foi um erro só, depois passa, o cara tem só 26 anos..."

rapaz...pior que tem gente que vai falar EXATAMENTE o que eu "brinquei" acima...duvida?
eu não...

nem sabia desse filme, pqp, pancada:

http://imovision.com.br/index.php/filme/i-am-not-your-negro/?gclid=CLuOwb7tmNICFQ4EkQodDvIGmQ

aí vc me pergunta, como um país com mais um enorme número de afro-descendentes, a 1a capital do país, com mais afro-descendentes fora da África não tem um livro do James Baldwin traduzido?? o blog "mulherismo africano" responde...

foda:

http://www.vevo.com/watch/US4E51743101?utm_medium=embed_player&utm_content=watermark&syn_id=346c2586-d3f8-4b75-ba0d-398fdb6e4c08