quinta-feira, agosto 04, 2016

OUTRO JEITO - DA BAHIA PRO MUNDO MOSTRA DIVERSIDADE DA CENA INDEPENDENTE BAIANA

O produtor da coletânea, Irmão Carlos. Foto Gether Ferreira
O rock baiano tem poucas tradições: é pioneiro no Brasil, é estilisticamente diverso, suas gerações não se comunicam bem entre si, é deliberadamente ignorado pela grande mídia e tem coletâneas que definem seus períodos a partir dos anos 1980.

Foi o amor por esta última tradição que moveu o músico, produtor e agitador cultural Irmão Carlos a produzir a coletânea que, sem dúvida, define o momento atual do rock local: Outro Jeito – Da Bahia Pro Mundo.

Com 13 faixas de 13 bandas / artistas baianos, a “coleta” vai do hard blues moderno do power trio Ronco ao pagode jazzy do Fun Fun Dudú, do HC gritado da Pastel de Miolos ao bolero funky da ExoEsqueleto, do indie contemporâneo da feirense Calafrio à surf music tropical da Ivan Motosserra.

Há ainda ótimas  faixas de Duda Spínola, Tabuleiro Musiquim, Vendo 147, Enio, Lo Han, Limbo,  e  – não menos importante –  Irmão Carlos, à frente da super convidada I.F.Á. Afrobeat (sem sopros).

O dono da bola

Ivan Motosserra agitando a galera no Zilda Surf & Samba. Foto Beth Moreira
Já disponível para ouvir e baixar, o álbum, que deve ganhar CD físico em breve, é resultado do Projeto Ponto Sonoro, que  Irmão Carlos tocou pelo seu estúdio, o Caverna do Som, graças ao apoio do Edital Agitação Cultural, da Secult.

“O Ponto Sonoro teve várias atividades no Espaço Dona Neuza, entre shows, oficinas, palestras, feirinha alternativa e essa coletânea – tudo pelo edital”, conta Carlinhos.

“Seis bandas foram selecionadas por inscrição, outras três foram convidadas por mim e outras três são da trinca de selos Big Bross, Brechó Discos e São Rock”, enumera.

Peraí Carlinhos, aí dá doze faixas. Não são treze? “Mais eu, que entrei de gaiato! Vou ficar de fora? Armo o baba todo e não vou jogar? Eu quero é jogar na linha”, diverte-se.

Em Outro Jeito, Carlinhos busca resgatar algo no rock local: “Sinto falta do senso de coletivo. Acho que estamos sem representatividade no mercado nacional – fora Baiana System – e tem tanta coisa bacana acontecendo. Então pensei nesse jeito de apresentar o que estamos produzindo”, afirma.

“E pra mim foi um parque de diversões gravar com a I.F.Á. Gravamos duas faixas: uma vai pro meu CD solo e a outra está na coletânea”, conclui.

Baixe: www.facebook.com/cavernadosom

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