"Ah, o deserto. Nenhum coxinha ou petralha a vista. OK, já me entediei" |
Baseado em um best-seller recente da ficção científica, o livro Perdido em Marte (Ed. Arqueiro), de Andy Weir, o filme chegou em boa hora para o realizador inglês, que precisava se recompor após uma sequência de fracassos cuja tampa foi Êxodo: Deuses e Reis (2014), releitura da saga bíblica de Moisés, proibido em vários países pela sua ambiguidade em relação às Escrituras Sagradas.
Com ótimas críticas na imprensa internacional (95% favoráveis no agregador Rotten Tomatoes), Perdido em Marte pode muito bem ser o melhor filme de Scott em muitos anos, desde o épico Gladiador (2000) – ou mesmo desde Thelma e Louise (1991), dependendo do gosto do freguês.
Mas porque, afinal, Perdido em Marte está agradando tanto?
Simples: apesar de se classificar no gênero ficção científica, o que costuma espantar os muitos avessos a naves espaciais e roupas de astronauta, o filme é tão leve, fluido e bem-humorado, que ganhou contornos de programa-família, aquele tipo de filme que, em breve, será reprisado muitas e muitas vezes na Sessão da Tarde – sem demérito algum por isso, diga-se de passagem.
Fezes, batatas, disco music
A capitã (de azul): "Preparar manobra Donna Summer, força total". |
Após acordar na poeira e retornar para a base da missão em solo marciano, Watney analisa suas chances e constata que só terá oxigênio, água e alimentos para no máximo um mês.
Cientista que é – e contando com os recursos encontrados na base – o astronauta consegue fabricar para si água e oxigênio, além de conseguir fazer germinar (com uma pequena ajuda das próprias fezes e as de seus companheiros) uma providencial plantação de batatas.
Enquanto Watney batalha para sobreviver, o filme também observa o que acontece tanto na Terra, no controle da missão na Nasa, quanto com seus companheiros na nave Hermes, que se encontra voltando à Terra.
Com habilidade magistral, Scott costura os três núcleos narrativos sem pressa, convergindo em certa altura os esforços de todos no resgate do astronauta.
Como cereja do bolo, Scott adiciona boas doses de humor no decorrer do filme, como a implicância do personagem de Damon com o gosto musical da colega Melissa Lewis (Jessica Chastain), que deixou na base uma vasta coleção de hits da disco music –, que ele detesta, mas se vê obrigado a ouvir, já que só dispõe daquilo, mesmo.
Contar mais seria considerado spoiler, mas basta dizer que, quem gostou de filmes de resgate espacial como Gravidade (2013) ou Apollo 13 (1995), vai se divertir muito com este aqui.
"Meio quilo de fezes mais duas horas de Bee Gees por dia deve ser o bastante" |
Além de um entretenimento de primeira, pode-se sugerir que Perdido em Marte é também um filme com uma mensagem tipicamente norte-americana, aquela que valoriza e premia o esforço individual sem descanso frente às dificuldades, não importa quão complicadas elas pareçam.
Não deixa de ser uma boa ideia – especialmente em tempos de crise.
Se adianta alguma coisa no Brasil – aí já são “another five hundred”, como diria o Millôr...
Perdido em Marte (The Martian, 2015) / Dir.: Ridley Scott / Com Matt Damon, Jessica Chastain, Kristen Wiig, Michael Peña, Jeff Daniels / Em cartaz no Cinemark, Cinépolis Bela Vista, Cinépolis Shopping Salvador Norte, Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, Orient Shopping Center Lapa, UCI Orient Shopping Barra, UCI Orient Shopping da Bahia, UCI Orient Shopping Paralela / Classificação: 12 anos
16 comentários:
"Ah, as maravilhas da liberdade de expressão no meu próprio blog-portfolio... posso escrever as legendas que eu quiser nas fotos, que ninguém vai ligar... que Nirvana!"
Há uns dez anos ou mais não ouvia mais nada do Mercury Rev..
Pois bem, saiu disco novo - e a banda continua psicodélica, orquestral e bela como se fosse 1998...
http://warezriver.com/59973/mercury-rev-light-2015.html
Essa, do último disco deles que ouvi inteiro, especialmente, eu acho do caralho: Chains.
https://youtu.be/lIgiFE1VBbU?list=PL64E93A2F9AD94508
Arranjo fuderoso.
Chico meu véi...essa 1a legenda tu colocou no jornal?? e a piada com o mestre Millor?
Putz...nem lembro direito de gladiador...vi no cinema provavelmente...no máximo um ok...nem lembra/sabia q thelma e louise era dele...vi na época que saiu...tinha 12 anos...num pirei, nem achei ruim...mas preciso rever...nem lembrava q black rain era dele...vi na época, piva...gostei...
curioso um inglês fazer esse filme com pegada "americana", vou ver, vou tentar arrastar o sobrinho...se eu falar pra ele que vamos andando ele vai, de Roma até o Glauber Rocha, mas vou tentar falar pra gente ir de bike...de buzão q ele num vai nem a pau...fora que é gastar $$ que podemos rangar algo-ehhhehe
o trailer me emocionou momentaneamente...se o filme conseguir isso na hora, valeu meus trocados...vou baixar esse novo do Mercury...eles tem canções lindas...em 2005 ouvi muito um q eles lançaram nesse período...
pode ser coisa velha, sinceramente nem lembro se já ouvi, mas eles tocando planet caravan do sabbath, tudo a ver:
http://www.youtube.com/watch?v=XyFsdcct6js&t=4m15s
ah! o disco é o Deserter's Songs...de 1998...tem umas faixas mortais ali...boa lembrança...vou reescutar aqui...
A frase de Millor, saiu. As legendas pseudo-engraçadas são exclusividade do RL.
Sinceramente, nunca gostei de Gladiador. Nem sei dizer por que. Não bateu, aquele filme.
Scoot tem uma pá de filme legal. Só Blade Runner e primeiro Alien já garantiram ao homem seu lugarzinho no céu. E gostei de Prometheus tb, que foi tão esculhambado.
Recomendo mesmo o Perdido em Marte. O clímax é emocionante, é um filme muito bem realizado, entretenimento de primeira.
Deserter's Songs é um dos discos mais bonitos e emocionantes dos anos 90 - e olha que concorrência naquela década foi braba!
rapaz...tive que baixar pelo site mesmo...o jdownloader tava com um captcha que estava me enlouquecendo...
https://www.youtube.com/watch?v=qO1g251jF2g&list=PLsss8PJ9W0dcveIz6JUcBSzyuFjm0wx-8
ouvindo pra relaxar...fazem dez anos que ouvi umas faixas desse disco...no 1o mpl3 player que ouvi...tive...uma revolução na minha vida...lembro BEM de ouvir esse e o "fire music" do gallon drunk descendo a contorno...de madrugada...num pernoitão, voltando pra cidade baixa...lua cheia no alto do céu...e refletindo na baía de todos os santos...acredite, nunca um pernoitão foi tão bom...e eu pagava 1 real no máximo, pra voltar pra casa...descia no meu ponto, entrava na minha rua...cara sinto saudades...sério...pq hj em dia vou com a namo e volto...tem uns anos que num pego, peguei com o batera dos Honkers e foi emocionante...no bom sentido...
sim....alien vi criança...blade runner vi e revi...só fui amar no começo dos 2000...antes eu gostava...mas pirar MESMO, num sei pq, lá por 2001...tenho até em dvd, um vermelho...
daqui a pouco 98 fazem 20 anos...o q vc me diz?
o pior...2000...
e pensar que eu nem era pirado nos anos 90...mas depois que o tempo passou...e entrou a década de 2010...vi que eu gostava muito e num sabia...num digo da década de 90 em si...se vacilar foi a mejor de minha vida...se quem que até 2005 foi FODA tb...de lá pra k...o tempo não está do meu lado...de 2010 pra k então...morri e esqueceram de enterrar...fora uns bons momentos...tá dose...
Concordo contigo.
Gladiador me chamou a atenção pela rudeza / falta de tato da montagem na primeira cena de diálogo. Os cortes são bruscos. Faltou sensibilidade artística / cinematográfica ali.
Quanto á Êxodo: Deuses e Reis --- eu GOSTEI da releitura de toda aquela absurdidade imoral da Bíblia.
Já Prometheus foi mesmo o fim da picada pelo roteiro péssimo, furado e mal-costurado, além de ter uma atriz heroína tão enjoativa que dá vontade de vomitar.
Finalmente, Blade Runner demonstra que Ridley Scott deveria ser apena um maravilhoso, divino, espetacular Diretor de Arte --- mas JAMAIS um diretor geral, e sobretudo menos ainda um diretor de atores.
Todo mundo sabe que Blade Runner tem dois calcanhares-de-aquiles: a estória e o protagonista.
O argumento é uma cretinice. NINGUÉM com mais de dois neurônios ia engolir a idéia estúpida de se investir uma fortuna de valores astronômicos em uma empresa que fabrica seres humanos artificiais com apenas 4 anos de data de validade. QUEM iria pagar por algo que já se tem de graça? Ainda que fossem super-escravos fora da Terra, não ia ter bolso que valesse a pena.
Rick Deckard é um herói pífio, mal construído e pessimamente desenvolvido, que não diz a que veio, teve sua razão-de-ser CORTADA na edição final (o caçador de replicantes era ele mesmo um replicante) só consegue matar duas mulheres atirando nas costas delas e isso depois de apanhar muuuito... a mocinha replicante é que acertou o único tiro na cabeça de um inimigo homem.
Harrison Ford é PATÉTICO em 3 sentidos: o figurino ridículo das roupas (camisa xadrez com calça cor de abóbora, me poupe...) a pose de detetive noir SEM CHAPÉU NEM GUARDA-CHUVA numa cidade onde chove o tempo todo (usa um jornal pra se abrigar da chuva ácida, putz...) e é HUMILHADO em todos os sentidos ao final, caindo aos pés de um imponente Rutger Hauer — o VERDADEIRO ASTRO do filme, que roubou todas as cenas e fez uma das maiores e mais impressionantes atuações de todos os tempos, num canto de cisne lindamente poético, insuperável, na cena de morte do replicante Roy Batty — ao final, o personagem mais demasiado humano de todos ali.
A cena em que o replicante "super-humano ariano nazista" confronta seu Deus criador cientista pedindo-lhe mias tempo de vida, só para depois matá-lo — e enlouquecer de culpa — também é uma das mais fortes em significado na História do Cinema.
. . . . . . . . . . . . . . .
PS: Eu atuei esta mesma cena de morte; reproduzi fielmente a atuação de Rutger Hauer; só para descrever a pungência do filme a Lygia Cabus, como minha única platéia. Ela mesma, uma grande ex-atriz do teatro baiano dos anos 80 e 90. E Lygia ficou arrebatada!
Fui um grande ator de teatro dos 10 aos 15 anos. Me afastei dos palcos, mas...
Mas atuar está no meu sangue. E meu grande personagem é Ernesto Ribeiro.
https://esportes.yahoo.com/fotos/neymar-realiza-sonho-de-inf%C3%A2ncia-e-ostenta-ferrari-vermelha-no-instagram-slideshow/neymar-realiza-sonho-de-inf%C3%A2ncia-e-ostenta-ferrari-vermelha-no-instagram-photo-1443710456195.html
meu sonho de criança era um comandos em ação...minha mãe comprava um por mê...quando comprava dois era uma festa danada...e era baratim o troço...acho que é por isso que num sou um cara ambicioso na vida...hehhehe
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/09/a-versao-brasileira-da-ku-klux-klan-sai-do-armario.html
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/10/grupos-que-pedem-intervencao-sao-ridicularizados-por-comandante-do-exercito.html
quando penso que já vi o pior...
https://www.youtube.com/watch?v=CcCL05sZjKw
e tem mais....
o que eu piro com essa galera é que num se assume...tipo "intervenção militar", porra, pq num diz golpe...num existe intervenção...existe golpe...intervenção até onde sei é algo temporário...ou até mesmo um jeito "carinhoso" de denominar o golpo...intervenção é algo q tem q ter uma documento para vc fazer isso, autorizado em bases legais...pelo menos no Bahia foi assim...mas sincero dizer que é golpe mermo e etc...se assume porra, num é miseravi?? tem q assumir...e ficam no mimimi...
viva o país do futebó:
http://www.msn.com/pt-br/esportes/futebol/%C3%A1rbitro-que-sacou-arma-no-gramado-deve-refor%C3%A7ar-quadro-da-cbf/ar-AAeZQs9?li=AAaB4xI&ocid=mailsignoutmd
se fosse no Maranhão blz, pq lá arranca a cabeça da galera no bábá...e num é piada não...
~=o(-
http://www.msn.com/pt-br/dinheiro/economiaenegocios/brasil-lan%C3%A7a-a-primeira-operadora-de-telefonia-evang%C3%A9lica-do-mundo/ar-AAf1OVo?li=AAaDxqs&ocid=mailsignoutmd
Se num der certo reclama pra Deus...joga as mãos pra cima e ora...só eu que num sei como ganhar $$$
CLAP CLAP CLAP!
Ernestones salvou meu dia, que embora esteja com um belo sol...estava cinzento.
Um dia hão de descobri-lo!!
Resgate do soldado Ryan, Interstellar e Perdido em marte... Rapaz, nessa brincadeira os EUA já gastaram uma fortuna pra resgatar o Matt Damon.
Eu por mim deixava ele lá comendo batata o resto da vida!
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