Voz, piano e pronto
Uma das poucas revelações da música pop da última década que é de fato um músico, Rufus Wainwright se desnuda de forma intensa neste novo CD. Contando apenas com o vozeirão e o piano, Wainwright fez seu disco mais intenso, com homenagem à sua mãe (e também cantora) em Martha, e até uma ária de uma ópera dele mesmo. Apesar de bonito, nenhuma melodia do álbum permanece na memória do ouvinte. Faltou um hit. Rufus Wainwright / All Days Are Nights: Songs For Lulu / Universal Music / R$ 29,90
O melhor e o pior
A música pop sueca, hoje reconhecida como uma das melhores do mundo, deve muito desta fama ao Abba, o adorável quarteto que emplacou hit atrás de hit, um mais perfeito que o outro. Neste programa da TV alemã transformado em DVD, jóias como Waterloo, Dancing Queen e S.O.S. Pena que, das 28 faixas, se aproveite apenas a primeira metade. O resto reflete a decadência criativa do grupo, nos anos 80. Abba / Thank You For the Music / Coqueiro Verde / R$ 24,90
Em Paris, com Jack
Americano descendente de franco-canadenses, Jack Kerouac (1922-1969), já de saco cheio da tietagem dos beatniks de araque que todo dia batiam a sua porta, viajou à França em 1966, em busca de suas origens mais profundas. Neste livro, ele relata suas andanças por Paris, bem como suas reflexões sobre o misticismo oriental que então fazia sua cabeça. Daí o título: satori, termo japonês, significa “iluminação súbita“. Satori em Paris / Jack Kerouac / L&PM / 128 p. / R$ 12 / lpm.com.br
Você ainda não viu esta história
A primeira vista, Yeshuah teria tudo para ser uma leitura enfadonha: a história da vida de Jesus, pela milionésima vez? Ledo engano: partindo dos escritos apócrifos do Mar Morto, Laudo Ferreira, desenhista experiente, oferece, nesta HQ adulta, uma visão realista – e com os nomes em hebraico – do parto de Miriam: sem Reis Magos, estrelinha, nada. Trabalho de fôlego, em três volumes. Yeshuah - Assim em Cima Assim embaixo / Laudo Ferreira e O. Viñole / Devir / 156 p / R$ 23 / devir.com.br
O moderno já foi
Rock ‘n‘ roll da pesada, como se fazia no tempo em que o gênero ainda não havia virado o Clube do Mickey. Resumidamente, assim é como se pode classificar o trabalho da banda baiana IV de Marte. À primeira vista / ouvida, há quem possa acha-los caídos (no sentido de ultrapassados), mas tem coisa mais caída e bunda-mole do que o rock mainstream atual? É hora de voltar às raízes – e nesse sentido, nada mais pra frentex do que esta banda. IV de Marte / Independente / R$ 10 / Vendas: 71-3385-7322
Dub brazuca de saias
Massarock é o pseudônimo da cantora Marietta Vital, integrante do soundsystem Dubversão. Experiente como backing vocal em discos de Zeca Baleiro e Guilherme Arantes, ela lança agora seu primeiro álbum, para download gratuito. Fissurada em reggae e dub, a moça gravou acompanhada de duas bandas: Rockers Control e Savages. Com sua voz delicada, dá um bom astral a faixas como Dread Under Pressure e Youth of Today. Massarock / Independente / Download gratuito: http://www.traquitana.org/
Memórias imaginárias
Dramaturgo, ator, cineasta, roteirista de histórias em quadrinhos, agitador cultural. O chileno Alejandro Jodoroswky conta nesta “autobiografia imaginária“, como ele mesmo define, sua trajetória de Santiago para Paris, via Cidade do México, dos anos 60 até os dias de hoje. Mais do que um relato de vida, tocante um testemunho do poder transformador da imaginação sem amarras. A Dança da realidade / Alejandro Jodorowsky / Devir/ 368 p. / R$ 34,50 / http://www.devir.com.br/
E o Superman com isso?
Mais conhecido como roteirista de (boas) HQs para a DC Comics, como a premiada Crise de Identidade (2006), o americano Brad Meltzer é também um romancista de sucesso, com thrillers como Os milionários e este O livro das mentiras. Mistura de O Código Da Vinci com Homens do amanhã (de Gerard Jones), faz uma curiosa conexão entre os assassinatos de Abel (por Caim) e o (nunca solucionado) de Mitchell Siegel, pai de Jerry, criador do Superman. O Livro das mentiras / Brad Meltzer / Planeta / 352 p. / R$ 49,90 / http://www.editoraplaneta.com.br/
Musa polimorfa
Terceiro CD da cantora e atriz francesa Charlotte Gainsbourg (filha do Serge), IRM parece confirmar uma certa característica camaleônica da moça. Se no seu álbum anterior, 5:55, ecos do genial duo Air (que produziu o disco) pareciam permear o trabalho, neste aqui, a mão (e também a voz) do cantor e produtor americano Beck aparecem a todo momento. Longe de denotar falta de personalidade, parece que o maior talento de Gaisnbourg é absorver para si o melhor de cada um. Charlotte Gainsbourg / IRM / Warner / R$ 29,90
Clássico inventado
Surgido no livro As incríveis aventuras de Kavalier & Clay (Record, 2002), de Michael Chabon, O Escapista é o mestre do subterfúgio, inimigo da tirania e campeão da liberdade. Na verdade, ele é um personagem fictício criado pelos dois quadrinistas fictícios do livro anterior. Aqui, ele é (re)trabalhado por Will Eisner, Howard Chaykin, Gene Colan, Harvey Pekar e Brian K. Vaughan, entre outros. As Incríveis Aventuras do Escapista / Michael Chabon e Vários artistas / Devir / 192 p. / R$ 44,50 / http://www.devir.com.br/
Clássico de fato
Mais conhecido como o criador de Tarzan, Edgar Burroughs também foi um prolífico escritor de ficção científica pulp. Sua série mais conhecida de FC é a de John Carter, um militar da Guerra da Secessão que vai parar em Marte, onde se envolve com uma princesa e várias nações em conflito. Inspiração de James Cameron para Avatar, este livro está sendo adaptado pela Disney. Uma princesa de Marte / Edgar Rice Burroughs / Aleph / 272 p. / R$ 39, 90 /www.editoraaleph.com.br
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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28 comentários:
Sobre o Roney... Qual a real causa da parada? Sei que os caras têm seus empregos convencionais e talvez não estejam dispostos a trocar o certo pelo duvidoso. É isso? Além de ótimas resenhas da crítica especializada, os caras conseguiram ganhar algum real com a banda? Acho a banda genial musicalmente, mas com um som difícil de empolgar. É pela dificuldade de viabilização econômica da banda, que eles estão parando, ou alguma divergência interna, falta de vontade de seguirem juntos? Realmente é uma péssima notícia... Tirando Pitty, tem alguém da cena local vivendo exclusivamente da sua música autoral?
Sobre o Roney, qual a real causa da parada? Falta de vontade de seguir ou impossibilidade de viabilizar a banda economicamente. Fiquei surpreso quando vi o cd dos caras entre os melhores 25 lançamentos do Brasil em 2010 pela Rolling Stones Brasil; Fiquei pensando: será que os caras estão tirando uma grana? Depois soube que alguns deles têm seus empregos burocráticos e que não vivem da música... Vem cá, tirando Pitty, tem alguém da cena local vivendo da sua música autoral???
Messias está quaquilionário e entrando em tour mundial com sua mega-big-band. ;)
Eu! Eu! Eu! Eu aqui!
Eu leio!!! (pulando com o dedinho pra cima...)
Poliana.
O video ta uma tosqueira do kcte,porem valeu pelo registro,mas nao consigo me lembrar em q ano foi isso,so sei q foi no II Garage Rock Festival.Do underground de SSA no comeco dos 90's:
http://www.youtube.com/watch?v=5kmYdEpa_Z0
http://www.youtube.com/watch?v=pOShTW77zdk
leitores desse blog heterossexual,
na atualidade, o artista mais criativo na cena local na minha opinião é vandex...o mais empolgante, estada perdida, e a promessa, é o faro e os vagabundos iluminados...ronei é um talento nato...sua banda tocava samba, rock e mpb, mas gosta mesmo é de jjjjaaaazzzzzzzzz!!!!!!!!!!!!
cláudio moreira
Taí, o último show que vi do senhor Evandro foi, além de criativo, extremamente empolgante também. A banda está, falando filosoficamente, brocando! A Estrada é o esporro de que Salvador realmente precisa, pena que ela me lembra, no quesito frequência de shows, uma banda dos 90 de grandes amigos, a saudosa jupiterscope! Gigs sazonais...
essa IV de marte ainda não vi, mas promete...hj me deparei numa banca com um dvd de um show do queen da tour do A day at the races em londres 197...sensacional...hard art rock no seu melhor, mas cafona e pouco heterossexual para esse blog...quáquáquá...bulsara em grande forma com toda sua presença magnífica...viva o queen!!!!!!!!!!!
cláudio moreira
Cês tão vendo que eu tô quieto no meu canto, né?
Evandro é show de bola!
Claúdio pra entender uma brincadeira precisa de um auxiliar especialista em desenho e pintura (sobre a história do heterosexual). Mas a gente pode desenhar com boneco de palitinho pra ele entender. só não pode por um pau no palitinho, que aí vira viadagem,
the queen is dead. tanxs god.
please, god, DON´T save the queen!!
rock"hetero"loquistas de plantão,
mais vale um bulsara na mão do que dois morrisey voando...o queen era moda, mas era foda...o valor atemporal de sua obra diz tudo...é só tirar da prateleira e ouvir...sendo justo com a boa música tem de ser dito que the smiths,que também foi moda, eram ótimos e sua obra tem valor atemporal...
cláudio moreira
Uaaaahhhhh....
Que sono....!
Só acho que o Sr. Anônimo aí deveria entender é que a forma que o Sr. Cláudio está escrevendo TAMBÉM se trata de simples brincadeira, pilhéria, aproveitando a "deixa" de Chico...
Qualé o probrema?
Talvez o boneco de palitinho também o ajude a entender...
E vai dormir Chicochato!
queen sucks
rush, como sugere o nome, é igual a engarrafamento. evite.
Não, amigão. Quem "sucked" legal era o Fred Mercury - sorry o trocadalho.
O Queen, como banda - a despeito do que pensam aqueles que acham que falam por mim - era maravilhosa. Carreira longa, nem tudo foi genial. Mas teve vários momentos de genialidade.
Já quanto ao Rush, eu tendo a concordar com vc.
Márcio, já fui!
Zzzzzzzz.... fiu-iu-iu-iu-iu! Zzzzzzzz.... fiu-iu-iu-iu-iu!
Zzzzzzzz.... fiu-iu-iu-iu-iu!
Zzzzzzzz.... fiu-iu-iu-iu-iu!....
bota queen rush e iron maiden num caldeirão, tampa, dá um mijo em cima e enterra. ahahahahah
wolfang amadeus mozart
Queen, Iron Maiden são clássicos do rock, http://diversidadesrs.blogspot.com .
Ahhhh, porra... então era O Mozart escrevendo como anônimo?!? desculpa aê cara! Cê tem moral!
Mas adoro o Rush (menos aquele do trânsito, claro) e o Queen e o Iron...
E Chicochato, para de roncar, carái!!!
O jornal Correio* de ontem, domingo, 08 de agosto, publicou uma lista com os 10 melhores (ou mais importantes, não lembro agora), discos do rock baiano.
Como sou da "concorrença", vou me abster de comentar.
Procurei a lista no site, mas não achei.
Enfim, fica a dica para quem quiser buscar.
carlos lopes do rio citando cabaret, cascadura, paulinho oliveira e teclas pretas como artistas que curte no Brasil
http://oinovosom.com.br/portal/noticia?nid=cd2614ae-a7f6-41dc-bfd8-ad5497ba1f66
cláudio moreira
Bazinga!
http://omelete.com.br/televisao/big-bang-theory-ganha-primeiro-comercial-posteres-e-fotos-oficiais-de-divulgacao/
alguem aí sabe dizer a programaçao do coquetel molotov? tem alguma banda baiana confirmada?
Como absolutamente qualquer destas listinhas, a do Correio vai provocar satisfação, risos, protestos, patrulhas ideológias, bláblabla. Ou nada disso, apenas o limbo. A ùteros ficou em segundo. Billies (don´t mess with) em terceiro e Bogary em quarto e Camisa Viva em quinto.
Mensagem chegada há pouco por email:
Pessoarrr, votem na VENDO 147 pra tocar no SWU Brasil,
olha aqui:
http://www.swu.com.br/pt/servicos/voce-faz-o-show/
É a campanha " Também quero ser Rockstar!!" Já Pensou? vc vai poder dizer que me conhece, que é amigo de uma pessoa famosa, hein hein??
Valeuuuu!
--
Glauco Neves
não dou a mínima pra essa lista. acho o "heartfelt sessions" melhor que o "don't mess" e não leio o correio. sorry. e "onde vivem os monstros" é uma bela porcaria. parece um clipe ruim do arcade fire, hahaha.
um filme muito bom: dr. parnassus de terry gilliam, com tom waits fazendo o papel que sempre foi dele. perfeito.
GLAUBEROVSKY
Taí, concordo inteiramente sobre o Heartfelt Sessions. Discaço que, infelizmente, não repercutiu como poderia E deveria.
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