A notícia de que a elogiada banda Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta ia parar por tempo indeterminado, enviada por meio de comunicado à imprensa, na quinta-feira passada (dia 5), pegou os apreciadores do grupo meio de surpresa.
No comunicado, o quarteto formado por Ronei Jorge (voz e guitarra), Edson Rosa (guitarra, teclado e vocal), Sergio Kopinski (baixo e vocal) e Maurício Pedrão (bateria), atribuía a decisão à “impossibilidade atual de os integrantes se dedicarem à banda com a entrega e o envolvimento que marcaram a sua trajetória até aqui“.
Ainda meio triste com a decisão, Ronei justificou, dizendo que “a coisa chegou num ponto em que começou a ficar difícil arranjar tempo até para todo mundo ensaiar e fazer show. Não conseguíamos nem viajar, as vezes“, conta.
Ele revela que “a disponibilidade maior esse ano era minha e de (Maurício) Pedrão“, mas evita colocar o peso da culpa pela pausa forçada nos outros dois integrantes.
“Não é uma coisa individual, não vejo assim. Como a banda são os quatro, o tempo tem que ser dos quatro. Não é uma coisa que dá para colocar tudo em uma pessoa. Claro que Edinho (Rosa) e Serginho (Kopinski) tiveram uma carga maior de trabalho esse ano, é verdade. Mas não acho que (a culpa) seja localizada em uma pessoa. Até por que somos um conjunto: ou vai todo mundo ou não vai ninguém“, demarcou, com a elegância que lhe característica.
“A vida é assim“, diz Edson Rosa. “Temos uma enorme sintonia de trabalho e um sonho em comum, mas tem horas que você tem demandas ainda maiores do outro lado. Temos que ser maduros para assumir que não dá mais“, acrescenta.
Já Maurício Pedrão faz questão de dissipar qualquer dúvida quanto à amizade que une os quatro integrantes, independente da banda. “O comunicado ficou meio formal, aí o pessoal achou até que a gente tinha brigado. Mas a banda só parou“, reitera o baterista.
“Teve que parar, até por estávamos recebendo muitos convites para tocar fora. Até no exterior – e recusando todos. Isso é chato, fica parecendo que somos arrogantes“, reflete.
Apesar de chateado, Ronei não pensa de forma alguma em parar. Ele só não definiu ainda qual será o formato do seu próximo trabalho: “Não tem como eu parar. Eu continuo compondo e estou pensando em fazer alguma coisa daqui para o fim do ano“, adianta.
“Se vai ser como artista solo, eu com uma banda, ou ainda, uma outra banda com nome próprio, eu ainda não defini“, continua.
De certo mesmo, Ronei aponta que o trabalho terá músicas do repertório dos Ladrões e “mais algumas que tem a ver com a direção que eu quero seguir“, conta.
Aos que, desde já, esperam pelo breve retorno da banda, Ronei acena com a possibilidade, mas não arrisca uma previsão: “Pode ser até ano que vem, quem sabe? Até por que não foi uma separação. Foi um acordo ocasionado pela impossibilidade levar a banda como queríamos“, afirma.
“Então, quando dizemos que é uma pausa, o fazemos muito honestamente. Não estamos fingindo que a banda acabou, ou algo assim. É pausa mesmo“, garante.
Ronei Jorge: um resumo
Ronei Jorge é cantor e compositor ligado ao rock local desde o início dos anos 1990, quando surgiu com a banda Mütter Marie.
De caráter meio lendário, deixou apenas duas faixas gravadas na coletânea em LP Bazar Musical Ssa Vol. 1 (1993).
Poucos anos depois, liderou a banda Saci Tric, com a qual lançou o CD Ao Vivo no Theatro XVIII (1999).
Em 2003, explicitou suas influências de música popular brasileira no seu projeto mais bem sucedido, Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta.
O segundo CD da banda, Frascos Comprimidos Compressas (2009) frequentou diversas listas da imprensa de melhores lançamentos do ano passado.
Baixe o CD Frascos Comprimidos Compressas:
www.roneijorgeeosladroesdebicicleta.com
Clipe de Vidinha, dirigido por Alessandro Soares.
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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16 comentários:
Angeli está na capa da Trip.
E a entrevista está aqui:
http://revistatrip.uol.com.br/revista/191/paginas-negras/angeli/page-1.html
Será que os caras não sentiram $egurança para e aventurar na vida de músico, ou simplesmente não estão a fim dessa vida como profissão, querem apenas um hobby mesmo? E quanto a Damm, por onde ele anda? Quando Cebola fala que não "foi" porque não quis, o que faltou? OU o que falta, se ele ainda anda na ativa?
Mais umas dessas coisas que estão acontecendo por estas plagas, ja por um tempo.lembram do curso superior de produção musical que a universidade unime lançou? o inicio do curso foi adiado, e corre o risco de ser cancelado devido a falta de alunos. so much for the city, esta terra dita "musical". E o lance de Ronei e ldb é mais uma dessas coisas, tem tudo para acontecer, e por dessas coisas estranhas por aqui ha muito tempo, não acontece. não vejo como culpa da banda, nem ninguem pode obrigar ninguem a nada. e depois ficam mais dessas coisas estranhas acontecendo, como a edição do coquetel molotov, episodio invasão sueca, como suspeitam importantes produtores locais, sem nenhuma banda baiana escalada.so sei é não vou ficar sem ver o dinosauro.
isso, osvaldo brama chopp...vamos ver o dinosauro na cocha...agora, neo realistas musicais baianos não acabam, dão um tempo...eles não brigam, estão sem tempo para o projeto em comum...me prepara uma garapa, pelo amor de tupã...que é isso?! síndrome de los hermanos...ou será uma forma jazzmaneira de fechar um ciclo...apenas desejo boa sorte a ronei...
cláudio moreira
Cláudio, respeite quem nunca desrespeitou você; tente parar de ver conspirações aos 4 cantos, fará bem a sua saúde!
Eu diria que a pausa de Ronei & Os Ladrões simboliza bem a encruzilhada em se encontram os maiores nomes do rock local.
Música alternativa na Bahia nunca encheu barriga de ninguém, não sustenta uma família (e muitos deles são pais de família). Aí, o que acontece? Os caras tem de parar com a música, por que precisam garantir o leite das crianças.
É nesse ponto em que se separam aqueles que resolveram dedicar suas vidas à música e aqueles que gostariam de faze-lo, mas precisam sustentar um lar.
O rock baiano está justamente nesta encruzilhada que se apresentou à Ronei e asseclas:
ou se profissionaliza de uma vez por todas e tenta criar um nicho de mercado
ou assume que é só hobby e se contenta em tocar nos barzinhos do Rio Vermelho pro resto da vida.
Alternativa A ou alternativa B?
Tá na hora de se jogar - e jogar o jogo do mercado!
Uma chuva de meteoros risca o céu sobre Stonehenge, na Inglaterra.
http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/665-chuva-de-meteoros-da-espetaculo-no-hemisferio-norte#foto-12241
Mó viagem, bicho!
chico, vc colocou muito bem colocado (la nele!) quem tiver interesse, saco ou não tem nada melhor para fazer pode dar uma lida nos arquivos do rock loco, ou do clash city rockers.estamos nos repetindo.este impasse da cena "älternativa" dura varios anos, com os mesmos argumentos, tudo muito chato, tudo muito repetitivo. acho melhor falar de musica e das bandas que gosto. pra quem gosta de psicodelia , longas jam e o que um dia foi chamado de space rock vale a pena ouvir wooden shijps, sun araw e pocahaunted. let the freak flag fly!
Cuidado braméuris, você pode ser "acusado" por alguns patrulheiros da purificação da alma do "verdadeiro rock" de hypeiro. Enquanto isso, baixarei e escutarei. Depois, comentarei. Abrsss
relax cebleuris, estas bandas se encaixam mais na categoria de bandas "dificis(?)". o som é muito pouco pop,no caso do wooden shijps sào longos jams de guitarra, com influencias de hendrix,hawkwind, neil young com crazy horse e krautrock, que remete ao space rock ali do inicio dos 70, sem que o som seja retrô.do caralho.quem não gosta de rock rock mesmo não chega perto de uma banda destas, não é banda com som moderninho, é guitarra no talo, musicas longas.ja sun araw é de digestão mais dificil,e de dificil classificaçào, é som experimental,totalmente lisergico, as vezes instigante, as vezes chato pra caralho, e o cara faz uma versào totalmente descaralhada de barstool blues (Neil Young/Crazy Horse de novo!). interessante notar como neil young é uma influência tão presente , até mais que o velvet underground, em tantas vertentes diferentes da musica atual, tanto no tal do "ämericana", como em jam bands psicoledicas.
ah tem tambem a sleepy sun. banda de san francisco faz blues psicoledico classico, sandstorm woman é uma grande musica no sentido de blues/rock classico. algumas pessoas podem se surpreender.
Isso é que é modernidade rocker longe do modismo enviesado indie rock...
ao contrário dos fãs típicos de smashing pumpinks que dão as costas para o classic rock, billy corgan é um fã de rock setentista...por isso eu sempre gostei da banda dele, sabia que o cara que já tocou até van halen, tinha uma linhagem rocker...olha o que ele, já fã assumido de boc, cheap trick, steve miller band e rush, disse agora (notícia retirada do site da brigade) em artigo de Henrique Inglez de Souza, publicado no site Guitar Player, relata que o líder do SMASHING PUMPKINS, BILLY CORGAN, tem se inspirado nas bandas UFO, Queen e RAINBOW. A partir destes clássicos da década de 70, o músico tem adquirido inspiração para criar as músicas que vem disponibilizando na internet.
"Estou feliz por conseguir soar de maneira clara no que estou fazendo", declarou CORGAN ao Spin.com. "Tenho escutado muito do rock feito na metade dos anos 1970, como UFO, Rainbow e Queen. Do ponto de vista de produção, não há nada demais, porém você consegue ouvir tudo [o que cada instrumento faz]. Ou seja, quando Ritchie Blackmore toca, você pode identificá-lo".
Cláudio Moreira
Esc man, você vai gostar mais ainda: Thin Lizzy. Tem uma cover dos Smashing de Dancing in the Moonligh!
sim...cara tem bom gosto...essa é uma música de pegada jazzística do thin lizzy do álbum bad reputation de 1977 gravado no canadá com participação do saxofonista do supertramp, que era casado com a irmã de scott gorham...disco esse dedicado aos amigos do....rush, que tinham excursionado com os lizzies no ano anterior e constavam nos agradecimento do ao vivo all world is a stage...
cláudio moreira
Chegada agora há pouco por email:
Abre aspas...
Martin e Eduardo lançam promoção por “Dezenove Vezes Amor”
Até quarta-feira, 18 de agosto, quem quiser conhecer de graça o projeto paralelo de Martin e Eduardo, integrantes da banda da Pitty, basta atiçar a criatividade.
A dupla irá escolher os dezenove comentários mais criativos em seu Blog (www.dezenovevezesamor.com/Martin_e_Eduardo/blog.html).
Os vencedores levam um exemplar de “Dezenove Vezes Amor”, primeiro disco da parceria entre Martin e Eduardo. A dupla avisa: “o tema é livre e o critério delirante. Abra o coração e cruze os dedos”.
Os vencedores serão anunciados no site do projeto, que também oferece letras e cifras e a possibilidade de baixar três faixas do álbum, lançado pelo Cornucópia Discos, novo selo da Conteúdo Musical, agência de consultoria artística de Anna Butler, Alexandra Briganti e Eder Peres.
Fecha aspas...
escman veja entao o doc. It might get loud, com Jimmy Page, Edge e Jack White. O doc. é uma bela homenagem as origens do rock, com os bluesmen antigos tendo todo o reconhecimento a que tem direito. alguns depoimentos de page são particularmente tocantes. ele é didatico: do blues ao som do led zep, ele so tentou imitar os bluesmen.e jack white mostra que tudo que faz é a partir de son house. quem se preocupa com com legado do rock ficar perdido, pode ficar tranquilo, os grandes do rocknroll sabem direitinho da historia.
E Dylan faz exposição em Copenhagen tendo o Brasil como tema.
http://www.atarde.com.br/cultura/noticia.jsf?id=5606697
3:26 PM
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