terça-feira, novembro 25, 2008

PRÊMIOS PARA O ROCK BAIANO EM CERIMÔNIA BEM ORGANIZADA

Primeira edição do Bahia de Todos os Rocks demonstrou potencial da cena e transcorreu sem imprevistos

O duo Dois Em Um, formado por Luisão Pereira e Fernanda Monteiro, foi o grande vencedor da primeira edição do prêmio Bahia de Todos os Rocks. A bem azeitada mistura de indie rock, eletrônica e bossa nova conquistou público e a crítica.

Do primeiro, a dupla ganhou o troféu Figa Rock ‘n‘ Roll de Melhor Música, com 26% dos votos no site da premiação. Já a crítica concedeu o prêmio de Ano 1, equivalente à Revelação.

Todos os cinco concorrentes à Música do Ano – Vandex, Yun-Fat, Fomidável Família Musical, Matiz e a Dois Em Um – ainda ainda fizeram boas apresentações, defendo suas respectivas canções.

A festa, muito bem organizada e apresentada pela cantora Nancyta Viegas e Tiago Moura, ocorreu sem nenhum vexame (diferente do famigerado Grammy Latino) e teve momentos de emoção, como quando os membros d‘Os Panteras, banda que acompanhou Raul Seixas em seu primeiro álbum, Raulzito & Os Panteras (1968), subiram ao palco para receber o prêmio de Dinossauro Referência.

Um merecido reconhecimento para quem, quarenta anos atrás, tinha que viajar a São Paulo para comprar uma simples baqueta de bateria, como contou um dos membros. Foram aplaudidos de pé pelo público.

O prêmio de Artista / Banda do Ano, um dos principais da noite, foi para a banda Cascadura, que também fez uma grande festa no palco ao subir com todos os seus colaboradores, como roadies, empresário e assessora de imprensa.

A Cascadura ainda levou Clipe do Ano, com o vídeo de Mesmo Eu Estando do Outro Lado, uma divertida animação, assinada por Luis Guilherme Campos e Zeca Forehead de Souza.

Já o de Disco do Ano foi para a estréia da banda Pessoas Invisíveis, cujo líder, Bruno Carvalho, dedicou o prêmio à esposa.

O prêmio de Músico Destaque, que todos esperavam ir para o Retrofoguete Morotó Slim, acabou mesmo foi com o baterista / rolo compressor Emanuel Venâncio, das bandas Subaquático e Bestiário (esta última, ainda em fase de ensaios).

A figa rock 'n' roll de Show do Ano foi para banda Vivendo do Ócio, cujos integrantes estão em São Paulo, participando da final do concurso nacional Gas Sound.

45 comentários:

Anônimo disse...

Pô...

qdo a organização de um evento de ROCK lista um projeto de new-age-indie-post-lamento-introspecção-bossa-tunts como concorrente só pode dar em incoerência no final.

Fui para o evento esperando ouvir muito rock, mas por 3 momentos tive que me contentar com aquele som beeeeeeeeem longe do que estávamos ali para celebrar, de MUITA qualidade, mas num dá p colocar nas mesmas categorias que bandas com vigor rock´n´roll como cascadura, retrofoguetes, yun-fat, vivendo do ócio, lou, pessoas invisíveis...

que numa próxima edição possamos realmente sair com a sensação de que a noite foi de rock!

Nei Bahia disse...

Concordo em gênero, número e grau com a colocação acima. Sempre fui daqueles que não acredita em coisas do tipo "rock não é um som, rock é uma idéia" ( Sorry Bramz...), Márcio Mello é muito mais rock, mais se tivesse concorrendo, os patrulheiros já tinham mandado matar tanto o produtor do evento quanto os jurados, além do citado acima.
Não pode dar mole, se não amanhã tem DJ concorrendo a melhor músico.
Quanto a festa, convido aos senhores para na parte da tarde visitarem o www.meusom.wordpress.com , para comentários cretinos sobre o evento. Melhor deixar aqui no rockloco local para as discussões serias.

Anônimo disse...

Vocês estão desatualizados! Palavras de Francisco.

Marcos Rodrigues disse...

Sim, de fato a premiação do Dois em Um, a despeito das suas qualidades, foi o equivoco do prêmio esse ano. O trabalho de Luisão não é rock nem em idéia e, tenho certeza, que ele concorda. Mas vão tocar até na festa dessa noite...

No mais, as premiações de Emanuel e do Cascadura estão entre as que considero muito acertadas. Bola dentro também em chamar os Panteras. Para o primeiro ano, nada mal.

Anônimo disse...

Já chega de "que porra é rock??". Tá na hora de acabar com a patrulha, ou então fazer um premio pro indie, outro pro metal, outro pro pop, outro pro pós-punk, outro pra sabe-se lá o que... E os meus parabéns pra Luisão que é um cara que está sempre se reinventando e sendo coerente com os seus propositos. Se o dois em um não é rock, pop, metal, indie... Reclama pra organização para não mais aceitar a inscrição...
Noite decente... E o mais importante: Tem gente trabalhando pelo rock e sem se lamentar.

Mario

Anônimo disse...

Q seja, q Luisão ta ai ralando todo mundo sabe e dá ate força, mas que o som não é rock, não é mesmo. kcta parecia musica de funeral. tem suas qualidades, mas a noite era rock. era pra luvebox (mesmo tendo a queda eletronica, mas com pegada rock das guitars) ou os culpados a levar a figa.
agora quem fala pra abrir a mente, que tem q se atualizar e tals. blz, desde dos beatles, hendrix, mutantes, raul é assim. Mas que o som de ontem não era rock, não era mesmo.

Nei Bahia disse...

Mariozinho meu lindo, dessa patrulha eu sou sargentão, mais sei que não sou dono da verdade.

Quanto a estar desatualizado...eu quero é mais!!!

Anônimo disse...

Todo mundo deveria concordar que ontem foi mais uma tentativa frustrada de ver algo novo no rock baiano. Foi deprimente ouvir que a tal Dois em um é rock! Luizão que me perdoe, mas falta muito pra aquilo ser algo inovador. O que vi foi uma vocalista apática tentando se virar pra tocar e cantar. Fui embora envergonhada pelo rock e mais uma vez, pela Bahia.

Franchico disse...

Prefiro não entrar na discussão do que é ou não é rock, por que é o tipo de coisa que todo mundo se acha na "otoridade" de ditar, segundo suas próprias concepções.

Cá comigo, tenho para para mim que a Dois Em Um pode até não ser rock na concepção original chuckberryana do estilo, mas e daí? O Sargeant Peppers tb não era.

Creio que o duo reúne elementos que a credenciam – senão como banda de rock – como uma boa representação da música alternativa contemporânea, algo que podemos abrigar dentro do guarda-chuva "rock & pop", visto que o som da Dois Em Um apresenta claras influências de bandas indie como Stereolab e mesmo do rock clássico, como Beatles.

Sim, abrir o leque demais é perigoso, pois, como disse Nei, ano que vem, poderemos ter um DJ que nunca empunhou uma guitarra concorrendo em Disco do Ano.

(Nada contra DJs em si, OK?)

Aí cabe à organização formatar as regras do que pode ou não ser aceito como "rock" nas próximas edições do evento.

Pronto. Disse que não queria entrar na discussão, mas vergonha na cara nunca foi meu forte.

Maíra, o que vc chama de "apatia", muitos vêem como estilo. Fernanda da Dois em Um, perto de um Bonnie Prince Billy (com quem eles vão tocar na sexta), é quase uma Ivete Sangalo.

Sem juizo de valor para o BPB aqui. Apenas dando um exemplo. Se apatia fosse parâmetro de falta de qualidade, João Gilberto seria o pior cantor do planeta.

E vem cá, depois de uma festa tão bacana, tão bem organizada, alto-astral e feita com tanta carinho, vc não acha que é um puta exagero dizer que "Fui embora envergonhada pelo rock e mais uma vez, pela Bahia", não?

Olha a lamentação aí! Menos, na moral....

Franchico disse...

Quanto ao pitaco de Carol ("desatualizados" e tal), relevem. É uma piada interna lá de casa....

A moça gosta de uma gracinha. Até por que,se não gostasse, não teria deixado a escova de dente lá em casa......

Anônimo disse...

Não gosto de entrar em briga, mas, sinceramente, quem devria ficar envergonhada é você, Maíra, de fazer um cometário tão sem graça e sem nada acrescentar. Se a dois em um é rock isto pouco importa. Agora, que Fernanda é foda, toca e canta muito bem, isto com certeza.

L.R. disse...

"Envergonhada pelo rock e pela Bahia??" Falta de embasamento...isso sim.

Depois de tanta coisa bacana acontecendo...trabalho da zorra das bandas para se profissionalizarem e trazerem material novo no mercado...

aí tb é demais né, não?

Tem uma frase que acho coerente pra o momento:

"Não encha o saco, faça melhor!!"

Me desculpem o mau humor...deve ser a chuva...rs

bjs

André F disse...

Faço das palavras de Livia, as minhas.

Anônimo disse...

Putz, concordo totalmente com a Lívia. Uma infelicidade o lamento-choro-dono-da-verdade-e-do-rock do tal Fernando Cezar. Essa gente que luta por "autenticidade" é do mesmo tipo da que cuspiu no Bob Dylan quando ele acrescentou guitarras elétricas no folk. Uma espécie de TFP disfarçada no gênero musical mais livre de todos os tempos. E viva o Dois em Um!!!

Anônimo disse...

Vamos fazer o prêmio "Bahia de Um Rock Só", só com bandas que toquem 4x4 e que tenham "vigor rock´n´roll" e a "pegada rock das guitars". E banda que fuja desse estereótipo não pode brincar, porque não vai ser prêmio pra os músicos independentes que estão movimentando o cenário alternativo de Salvador com trabalhos interessantes, e sim, prêmio pra quem é rock, só rock, só rock.

Vamos cercar nossa ilha e separar tudo pra colocar em caixinhas etiquetadas especificando cada um: rock, não rock.


Ruberval Fonseca

osvaldo disse...

depois elaboro melhor, o argumento que uso, inspirado num texto de alexandre matias, é que o rock sobrevive como ideia, uma vez que em seu estado puro e original ele atingiu seu apogeu há tempos, mas a ideia permanece ja que tudo que veio depois(do punk ao eletronico), foi inspirado pelo rock'n'roll.

Nei Bahia disse...

Eu não "patrulho" ninguem, os modernos de plantão é que estão distorcendo a discussão. Tudo pode, mais tudo em seu lugar.

O resto é discurso modernoso!!!

Franchico disse...

Ainda a propósito do prêmio, confiram aqui uma pequena galeria de fotos lá do periódico da Tankred Snows Avenue:

http://www.atarde.com.br/fotos/index.jsf?id=1015869&foto=64877#1

Franchico disse...

Brama, tô com vc e não abro.

miguel cordeiro disse...

mirdad, o idealizador do prêmio, está de parabéns. sua iniciativa merece todos os méritos. e quanto às premiações nunca vão satisfazer a todos.

concordo com o que marcos rodrigues falou em relação aos panteras. foi uma homenagem mais que merecida e a presença física dos panteras no palco emocionou a platéia e reverteu (um pouco) uma situação que a gente que faz parte do meio sabe: 99% da elite do atual “rock baiano” – músicos, colunistas e público NÃO GOSTAM de raul seixas. não apreciam sua obra e não dão o seu merecido valor. principalmente os “mudernos” e ligados no hype.

o q é uma coisa muito doida e típico da mesquinhez baiana – imagina se os rockers de memphis não gostam de elvis???

na minha desimpoortante opinião, o excesso da participação oficial, secretaria de cultura etc, prejudicou um pouco o evento porque se eles estão tão dentro assim, é normal que passemos a exigir mais deles. pois se eles afirmam q estão dando força ao rock e tal, isto não é sentido como um todo na prática da sua política cultural e de forma generalizada e mais abrangente.

não vou aqui listar todas elas, mas salvador tem umas 50 (cinquenta!!) bandas de BOA qualidade e em constante atuação – independente do gosto pessoal e da picuinha dos produtores oficiais e independente do estilo. (a minha incluída, hein? NÃO ME LIMEM NÃO!) rsss


e aí, quando é que a secretaria de cultura vai por o discurso na prática, abrir o leque e fomentar um circuito permanente de rock, com todas estas bandas inclusas (os panteras também!), e escaladas para tocar no pelourinho com grade de programação e divulgação decente como se faz com as quem sempre têm se apresentado por lá?

acontece ou não acontece?

ok, prêmio e festival são coisas legais mas, na real, têm uma visibilidade de curta duração e só beneficia POUCOS e deixa a maioria, que também tem valor, de fora. e o resultado disto é o que sempre vemos por aqui brigas bobas de irmão querendo ferir irmão.

L.R. disse...

Miguelito,

O Pelourinho - mas precisamente o Pelourinho Cultural - vem trabalhando, incessantemente, para mudar a cara do Pelô e tirar aquele ranso de axé e música ao vivo nos bares - e só!

Os esforços já têm gerado bons frutos como o BoomBahia, as Feira Criativas como a Hype, Música em Todos os Ouvidos, , etc...tudo rolando nos largos do Centro Histórico. E o melhor: dando o devido destaque às bandas de rock locais, que tocam em eventos de qualidade, junto com atrações nacionais e até internacionais.

Existem, atualmente, duas maneiras de entrar na grade de programação do Pelourinho Cultural:

1) Edital - como teve agora o Tô no Pelô (para 2009). Uma novidade em relação aos antigos governos...

2) Curadoria - onde os próprios produtores (como Messias Bandeira fez) inscrevem suas bandas e/ou projetos diretamente na sede do Pelourinho Cultural (Casa 12, em frente a igreja do rosário dos Pretos).

Portanto, os canais existem. Só depende da articulação dos artistas e seus produtores.

Tem que se organizar, escrever projetinho e mandar ver!

Fica aí a dica!

bjs

Marcos Rodrigues disse...

Opa, rendeu isso aqui. Bobagem é achar que não se pode ter opinião, que logo traduzem em "patrulha".

Continuo sustentando que o Dois em Um não é nem rock, nem pop rock - repito - nem em idéia. Aliás, a idéia é bem outra e informação, desculpem, é coisa de que não careço. Mas o fato está longe de significar demérito pro trabalho. Precisa desenhar?

Agora se os parâmetros não existirem qualquer coisa que faça ruído, teoricamente, pode concorrer ao prêmio. Rock não é tão indefinível e de conceito fluido como querem alguns. Se você sabe que banda Calypso, Pixinguinha ou Philip Glass não são rock é porque algumas características existem que são suficientes para definir os seus limites.

Ok, ok "idéia rock'n'roll", "atitude rock'n'roll" etc etc etc. Mas no frigir dos ovos "the song remains the same" e "rock é rock mesmo". E todo mundo sabe o que é.

Em tempo ninguém aqui tá lamentando, muito pelo contrário. Os meus parabéns pro prêmio estão bem estampados lá no Clash City Rockers bem antes da postagem aqui de Chico. Temos é que aprender viver com o contraditório e parar com esse papo de "tem gente trabalhando pelo rock", como se a crítica não tivesse valor construtivo. Porque assim, meus caros, vou dar carteirada e cobrar "meus tempo".

Dois em Um não é rock e Viva Luisão!

osvaldo disse...

sabia que isso ia render.vamo la'. esse negocio de definir o que é rock ( nao rock'n'roll) rende discussao desde que beatles, ou melhor dylan, entre outros menos afamados, resolveram transformar o rock'n'roll em uma forma de arte.arte aqui entendida como uma coisa mais elaborada musicalmente, mais sofisticada conceitualmente e livre dos parametros relativamente restritos do rock'n'roll original.vc poderia até dizer que esta é uma forma até mais afeita ao jazz, mas esta é a questao, a rock music(consequencia do rock'n'roll)conceitualmente seria a melhor resposta a ser dada a cultura erudita europeia, ou seja uma resposta da musica popular moderna a academia, portanto livre de conceitos rigidos, o que nao quer dizer que nao tenha alguns parametros. sei que é terreno pantanoso, tem uma diferença entre calipso e depeche mode, mas porque belle and sebastian, gogol bordello e kraftwerk sao rock? porque marrianne faithful cantando kurt weill é rock (20th century blues)? nao vou entrar nesse papo otario que rock é atitude ( Arghhh!), mas certamente é sentimento. o trabalho de luisao tem claras influencias do pop, mesmo nao sendo, obviamente on your face rock'n'roll . é um conceito muito fluido, por isso agente discute, estas demarcaçoes serao objeto eterno de discussao. em tempo sou fan de carterinha de raul seixas, jerry lee lewis e chuck berry.

miguel cordeiro disse...

oi livia

compreendo o q voce fala, mas esta questão de Editais é também uma coisa que, na minha opinião, é altamente prejudicial à cultura como um todo.

e se um artista cuja produção tem importância notória e histórica e ele não sabe escrever ou redigir editais, ou nem mesmo quer participar de eventos culturais através de editais e, com toda razão, se acha merecedor de participar?

e quais os critérios de seleção destes editais? porque sempre fica uma pulga atrás da orelha se existem prerrogativas políticas ou estéticas. o problema também dos editais é a burocratização da cultura em escala sucessiva e o perigo de se formatar uma arte oficial, bem vista aos olhos do governo em contrapartida a uma marginalizada e “perigosa”.

acho que governo não deve se meter com cultura, mas acho importante a democratização e desburocratização da política cultural. mas na bahia de acm ou de wagner, o rock sempre é uma subcultura às voltas com migalhas e, agora, os editais.

para ilustrar, o ano passado me convidaram para uma festa do governo relacionado ao turismo ali nos jardins do palácio da aclamação. e ao chegar lá não acreditei quando vi que uma dessas cantoras baianas que a cada carnaval pedia benção a acm estava cantando na festa. aí um deputado da esquerda que foi meu colega na universidade veio falar comigo e eu pedi a ele pra me explicar como é que aquela cantora que babava descaradamente o ovo de acm tinha virado casaca e já estava se beneficiando sob o novo governo. ele ficou meio sem graça, e claro

para ela continuar seu trabalho não teve e nunca vai ter edital. ela, como artista de nome nacional e por isso divulgadora da tal “cultura baiana” é até merecedora de ter privilégios. acho que deva ser assim mesmo.

e é exatamente no mérito q a coisa cultural também deve ser gerida. a tal MERITOCRACIA. e falando em rock, você que fez aquele trabalho muito bacana ao final da sua faculdade sobre rock na bahia, você sabe o mérito de caras que estão ainda hoje batalhando, na ativa.

pessoas como artur ribeiro, marcos rodrigues, jerry marlon, hélio rocha, e até este que vos fala. e modéstia à parte, acho que todos nós temos méritos suficientes para ter nossos trabalhos (com banda ou não), reconhecidos pela política cultural sem essa de edital ou de indicação ou por sermos simpáticos ou não aos agentes de cultura do governo.

bj pra vc tb

Anônimo disse...

e qual seria exatamente o seu merito e o dos outros, Miguel? Pq vc se julga merecedor?

Seria pq vc é mais velho e tá a mais tempo? Pq escreveu aquela musica com Marcelo Nova? Pq a sua banda tá na ativa ainda hoje? Ela tem algo lançado?

Oq vc fez de tão bom? Queria saber...

Marcos Rodrigues disse...

Apesar de concordar com muita coisa com o que Muguel diz quero so' dizer que não me sinto merecedor de nada, sobretudo se esse for um reconhecimento governamental. Seja qual for o governo.

Não posso deixar, no entanto, de pontuar que essa discussão sobre a enxurrada de editais merece um forum muito maior.

Gostaria muito de acreditar que os recursos desses editais fomentasse uma cena autosuficiente, mas temo que, como Recife, estejamos respirando por aparelhos (nos dois sentidos). Quando o governo tirou da reta a cena caiu. Animação tão artificial quanto o antigo Pelourinho Dia e Noite de acêmê.

Tudo aqui continua dando prejuizo. Inclusive, para o que não sabem, o Boom Bahia foi quase filantropia de alguns abnegados. Bandas, que tocaram de graça, e os herois Osvaldo e Messias.

Não conseguimos nem criar um mercado. E' na base do escambo e do subsidio estatal.

Ha' muito menos perspectiva comercial para o rock baiano do que supõe nossos vãs editais.

L.R. disse...

Oi Miguel,
Entendo o que vc fala...

Mas acho que o Governo tem papel importante sim, ainda mais no nosso caso, que fomos escanteados pelos carlistas durante tanto tempo...o trabalho de um cara como Gilberto Monte não pode passar despercebido..

O governo entra na democratização de verbas (que são direito nosso) para financiamento de projetos e boas idéias...não só na música, mas no cinema, na dança, no teatro...enfim.

Acredito que de fato, os artistas merecedores de crédito devem ter seu reconhecimento. Por isso eventos como o de segunda têm seu valor...E, no caso do Pelourinho, isso vem acontecendo por meio de convites para shows...

Quando citei a Curadoria e os Editais, acredito que são opções, caminhos para quem tiver interesse em chegar junto lá e tocar nos palcos do Pelô...

Acho válido levantar a bandeira do reconhecimento da turma que está ai na batalha, como estes amigos que você citou e que eu admiro...mas nada é feito por imposição.

O que eu acredito mesmo - e trabalho para isto - é que, no caso da Bahia, o rock atual está mais organizado, mais profissional...e isso é bom!

Para não me estender mais, acho que toda essa discussão e movimentação é sinal de vida...acho que a tendência é dar bons frutos...

Alías, já está dando frutos...
como os novos discos lançados, clipes gravados, bandas novas com perfil profissa, festivais com qualidade, o prêmio, até a mostra de clipes que foi um fiasco...rs

Institucionalizar a arte nunca foi bom, e não é disso que estamos falando.

Agora, se podemos trabalhar uma política cultural mais abragente e democrática por que não?

É isso!

;)

miguel cordeiro disse...

rss não vou dizer para o anônimo os meus méritos ou se tenho produção própria e reconhecida. ele que procure saber.

ou se quiser faça uma visita lá no meu blog one mostro meus trabalhos gráficos e escritos. quase três mil acessos mensais de gente de todo mundo e inclusive com textos e imagens reproduzidos em sites brasileiros e de fora do país. rss

minha colocação a respeito de políticas culturais é apenas pontual e centrada em coisas que estão visíveis para qualquer um ver.

e o fato de achar que algumas pessoas tenham méritos e devam ser escaladas para participar não faz que os que não participem sintam-se, digamos, prejudicados. muito menos eu mesmo.

Anônimo disse...

Querem saber? O importante é trabalhar, mostrar serviço, empreender, se virar. Se vc é um artista, não espere nada de ninguém... A não ser que ache interessante ter seu busto numa praça depois que morrer, sentado no seu simca-chambord.

Henry Ford

osvaldo disse...

miguel e marcos, nao estou entendendo. politica cultural se faz direcionanado recursos publicos para setores culturais que nao tem sustentação no mercado.claro que estes apoios do estado não podem se estender eternamente, mas este tipo de mecanismo é utilizado em quase todo o mundo para estimular setores não contemplados pelo mercado, principalmente na europa .claro que no longo prazo só o mercado pode perenizar estes setores. mas, por hora, este apoio estatal ao segmento do rock na bahia, é mais do que bem vindo.que diferença da politica cultural carlista, e justo eu, que nunca fui petista e sou da sofrida iniciativa privada local, faço questão de reconhecer de publico. e se os criterios estao pouco claros e confusos, é melhor que ter uma comissão outorgando verbas por "merito", os criterios seriam ainda mais questionados. e miguel, não se ligue em bobagens, as pessoas mais isentas sabem da sua importancia no cenario.

Franchico disse...

Bom, de uma coisa eu tenho certeza: o rock baiano ainda não se sustenta sozinho no mercado comercial de casas de shows e bares da cidade.

Como disse Marcos, respira por aparelhos. Ninguém vive do rock por aqui.

Por que? Por que não atinge o grande público. E por que não atinge o grande público? Acho que essa é a grande questão.

Ou se começa a fazer (também) música com cara de hit para atingir as pessoas de fora do circuito do rock ou vamos continuar vendo as mesmas caras nos shows de bandas locais o resto da vida.

Por que é muito fácil lotar a Pça. Pedro Archanjo com Cascadura, bandas de fora e ingresso a R$ 1.

Quero ver é lotar a Boomerangue de estudante e patricinha que sai de abadá no carnaval para ver a PI, Yun-Fat e Matiz (sem juízo de valor para quaisquer dessas bandas, apenas citando-as por estarem em certa evidência no momento).

Aí, sim, estaremos vivos de verdade, respirando sem ajuda de aparelhos. E outra: fazer um CD com dez músicas, digamos,
"íntegras" e uma mais comercial, para tocar no rádio, conquistar o público e vitaminar as vendagens, é estratégia usada por bandas no mundo todo, especialmente nos EUA.

Não estou dizendo para ninguém fazer isso, mas acho que é só pensando estrategicamente que as coisas podem começar a acontecer.

Dizem que quando usamos as armas do inimigo para lutar, nos igualamos a ele. Mas se também não usarmos, corremo o risco de continuarmos sob seu jugo eternamente.

É hora de lutar. Faca entre os dentes e instinto assassino (metaforicamente falando, claro). É isso que eu espero do rock baiano agora. Um evento como o do Pelourinho semana passada só evidencia uma demanda reprimida absurda, que muitas bandas ainda não demonstraram competência para satisfazer.

O rock baiano precisa de um hit popular. Feito aqui, por uma banda daqui, que tenha a cara da cidade, more aqui e toque aqui. O Camisa de Vênus conseguiu isso 25 anos atrás. De lá para cá, só tivemos ensaios, gente quase chegou lá, tentativas. (Por mais que eu adore e valorize nossas bandas, mas não é do meu gosto pessoal que falo aqui).

Gostem ou não, é isso que eu penso.

Nei Bahia disse...

Chicão, a receita é essa, mais como se faz um hit?
Aqui não vai ter pois existe um divorcio sem retorno entre uma coisa antiga, que parece superada, mais que continua sendo poderosa, mais de aceso bastante fechado: RÁDIO!
Não me venham com historia de cybersucesso, isso é pra outras cidades, outras realidades. Aqui ele continua sendo o que mais tem força,; vi isso de dentro quando "Inside a beer botlle! deixou pra trás todas as bandas nacionais da época ( Raimundos entre eles) e rivalizou com o Gun´s & roses mandando no planeta com os "Use your illusion" , tocando na antiga 96FM. A qualidade da canção pegou carona no pedacinho de espaço que lhe foi dado e os ouvintes fizeram a música decolar.Deu azzar de ter acontecido quando a rádio estava mudando de mãos, se não tivese rolado a venda para a IURD já existiam conversas para escolher a segunda música de trabalho da ùteros.
Sem isso meu Bara, não acontece, e vc sabe que se ouvesse outra forma, eu próprio já tinha me armado, você sabe disso, falo de cadeira!!

Franchico disse...

Sim, claro, "as rádias" só tocam quem paga jabá. Isso é fato. Mas a realidade é essa, todo mundo sabe disso. O desafio vai ser furar esse bloqueio, criar algo com tanto apelo popular que as rádias não terão outra alternativa senão atender ao desejo do público. Tô sonhando, delirando, viajando? Claro que estou. Mas se tem uma coisa na qual eu acredito é no talento. Quando tem talento genuíno na jogada (coisa de que o rock baiano dispõe, tenho certeza) tudo é possível.

Unknown disse...

Chicovisky,
depois de me raciocinar todo cheguei à seguinte e inapelável conclusão: como tem gente sabida nesta Bahia. Atrás de vocês eu sou um jumento.

Ah, sim. Tava com muita saudade desta discussões intermináveis, engraçadas e produtivas. É uma pena que, com minha tradicional lerdeza, só cheguei agora e perdi o melhor da festa.

Mas, mesmo assim, eu acho é graça.

Marcos Rodrigues disse...

Em tempo, Osvaldo. Não sou contra os editais, nem contra incentivos públicos, embora tenha minhas críticas à maneira como esses do governo Wagner, à cargo do brother Gilberto Monte, estão sendo feitos: grana pulverizada, forçação de barra com as estórias das oficinas obrigatórias etc. Alguém lembra de Baia e os Rock Boys? Papo pra outra hora, no entanto.

Só acho que não se deve construir uma cena sem empreendedorismo. Os governos vem e vão. A cena de Recife, como já falei, foi junto....

Subsídio estatal existe no mundo inteiro, é verdade, mas essa indigência (em todos os sentidos) é bem local. Conheço já uma meia dúzia de "produtores culturais" que são crias desse "novo momento". Sem falar que parte da Facom está loteada na Secretaria de Cultura (se vacilar metade da lista Mercadão...) e o curso de Produção Cultural tem basicamente um objetivo: ensinar a preparar projetos para editais...

Enfim, o rock pode se beneficiar mas é miopia achar que isso vai salvar a pátria.

L.R. disse...

Mais 'hit' do que os últimos cds da Cascadura impossível... rs

E nem por isso os meninos estão "ricos e famosos".

Ainda tô tentando descobrir a dita fórmula do sucesso...

bjs

Franchico disse...

Pois é, a Cascadura tá no caminho certo (se a intenção é fazer sucesso no grande público) e para mim, é quem vai chegar lá primeiro. Não é de hj que torço por isso.

Anônimo disse...

ninguem vai falar do cabelo de paulinho oliveira não?
eu achei T-U-D-O!

Anônimo disse...

Não é só fazer música bonita, tem que ter presença e um show pirotécnico de primeira linha. Paulinho Oliveira tem tudo isso: Charme, sex-appeal, músicas de refrão, técnica e todo o poder do salão de Jacques Janine a favor do sucesso!!!!!!

Nei Bahia disse...

Paulinho é o "Darkness" tropical!!

Franchico disse...

Viva Paulinho Oliveira, seus solos sensacionais, fogos de artifício e cabeleira, huh, caprichada!

Sou fã declarado.

Anônimo disse...

Matéria no Soterópolis:

http://www.youtube.com/watch?v=ii_ap9h0wxY

Confiram!!!
Abs!

Anônimo disse...

Praticamente o Radiohead da favela, só que aqui vc nao tem nem a opção de pagar...

O disco de estreia do Pessoas Invisíveis - vencedor na categoria disco do ano do Prêmio Bahia de Todos os Rocks - inteiro pra download!
Pra quem gosta da banda, pode baixar:
http://www.4shared.com/dir/6796836/86eeb5e2/sharing.html
abração!

Anônimo disse...

Bem, eu sou Pernambucana.
Nós aqui aceitamos e entendemos como música alternativa, aquilo que foge ao que está predominante no mercado/mídia, que no caso de Salvador eu acredito ser a Axé Music.
Acreditamos em "música boa". Nunca deixamos de aceitar grupos como Mestre Ambrósio, Móveis Coloniais, Cidadão Instigado e tantos outros que não se encaixam no "Rock" como aqui estão colocando.
"viva Recife" sim, por ter um festival chamado Abril pro ROCK, e que numa das suas primeiras edições teve show da Lia de Itamaracá e é aberto a todos os sons (bons).

Se algum desses "muderninhos" que citaram ai, que eu ainda não os conheço, fizer um disco com músicas FODAS, serão muito bem aceitos pela galera "rock" daqui.

Daqui também admiramos a diversidade do rock feito na Bahia. Numa época, vivemos um monte de clones do Chico Science e Nação Zumbi. São Paulo hoje vive o emocore é feito em escala industrial (vide premio VMB).

Que bom que o Rock da Bahia não é mais do mesmo da Pitty. E que vocês estão discutindo aí pela diversidade dos sons..

Viva Salvador e, por favor, não toca só Raul!

Anônimo disse...

Engraçado q o ganhador do prêmio ano 1 já tem myspace desde:15/6/2007!!! ou seja já tem mais de um ano só de myspace...rsss.
Isso acontece quando se põe os amigos pra serem jurados, né?