segunda-feira, novembro 03, 2008

EXIBIÇÃODE CURTAS LEMBRA ALEXANDRE ROBATTO

Pioneiro do cinema baiano, Alexandre Robatto Filho terá seu centenário de nascimento lembrado e homenageado nesta terça-feira (4), na Sala Walter da Silveira, com a exibição pública e gratuita de dois dos seus curta-metragens: Xaréu e Vadiação.

A iniciativa da Dimas – Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado, ainda contemplará uma exposição no Palacete das Artes, organizada pela Secretaria de Cultura da Bahia (Secult).

A estatura do homenageado mais do que justifica o esforço. Robatto foi responsável por legar às gerações que se seguiram à dele um inestimável acervo da memória da sociedade baiana nas décadas de 1930, 40 e 50.

“Alexandre Robatto Filho foi o que se pode chamar de pioneiro. Nos anos 30 e 40, quando não se tinha quaisquer condições de se filmar aqui , ele conseguia fazer filmes de curta-metragem documentando ocasiões importantes“, lembra o crítico de cinema e professor da Ufba André Setaro, que escreveu um livro sobre o cineasta em 1992, em co-autoria com o também cineasta José Umberto.

Entre os muitos registros históricos de Robatto, Setaro destaca a inauguração do Fórum Ruy Barbosa – com a vinda dos restos mortais do jurista –, a chegada de Marta Rocha do Miss Universo, os pescadores de xaréu, o parque de exposições agropecuárias que havia em Ondina, os antigos bailes de carnaval do Clube Baiano de Tênis, entre outras. “Sua obra é uma memória muito preciosa do que era a Bahia naquela época“, diz.

“Os filmes e a câmera ele comprou no Rio de Janeiro. Depois que ele filmava aqui, tinha que mandar os filmes de volta ao Rio, para revelar. Esperava meses até que estivessem prontos. Depois disso, ele tinha que viajar ao Rio mais uma vez para montar a película, pois aqui também não havia mesa de montagem ou moviola. Era um persistente“, classifica Setaro.

O professor vê no primeiro longa-metragem de Glauber Rocha, Barravento, uma influência clara daquele que ele considera o melhor filme de Robatto: Entre o Mar e o Tendal, onde ele aborda a pesca de xaréu.

“Este foi seu filme esteticamente mais bem-acabado, pois apresenta uma boa composição de cenas e uma certa elaboração em termos de cinema. Barravento, de fato, tem muitos planos idênticos à Entre o Mar e o Tendal. Enfim, foi um sujeito de grande importância“, observa.

Nascido em 1908, Alexandre Robatto Filho foi cirurgião dentista, professor universitário de radiologia, pintor, rádio-amador e cineasta, por hobby.

Xaréu e Vadiação
Exibição dos dois curtas de Alexandre Robatto Filho | Terça-feira, 4 de novembro, 20 horas | Sala Walter da Silveira (3116 - 8100) | Rua General Labatut, 27 Barris | Entrada gratuita

Um comentário:

Marcos Rodrigues disse...

Sairam os indicados do prêmio Bahia de Todos os Rocks:

http://www.bahiadetodososrocks.com.br/indicados.html