terça-feira, outubro 28, 2008

O QUARENTÃO TODO DE BRANCO

Espirituoso, enigmático, precursor da era da individualidade: este é o famoso LP duplo dos Beatles

1968. O ano das barricadas, do AI-5, do assassinato de Martin Luther King e muita luta ao redor do mundo, contra e a favor dos direitos civis. O ano que em tantas coisas se definiram e se desnudaram, depois do chamado Verão do Amor (1967), foi também o ano que prenunciou o fim da banda cujos discos guiavam os rumos da juventude.

Intitulado simplesmente The Beatles, mas universalmente conhecido como The White Album (ou Álbum Branco, para os brasileiros), o sucessor do revolucionário Sargeant Pepper‘s Lonely Hearts Club Band, lançado em 22 de novembro de 1968, trazia em si o prenúncio tanto do fim dos Beatles, quanto da era hippie.

O senso de coletividade que caracterizava o ideal hippie levou um duro golpe quando o Álbum Branco saiu, pois foi neste disco que ficou claro que a parceria de John Lennon e Paul McCartney já não funcionava como antes.

A partir do Álbum Branco, seria o individualismo que daria as cartas – tanto entre os Fab Four de Liverpool, quanto na sociedade ocidental. Apesar de ainda assinarem todas as suas faixas como Lennon-McCartney, é fato público que, a partir do Álbum Branco, eles não compunham mais juntos.

O sonho que John Lennon declararia oficialmente morto no final de 1970, durante sua histórica entrevista para o jornalista Jann Wenner (fundador da revista Rolling Stone), já dava sinais de sua precária saúde ao longo do disco.

Já de caso com a artista plástica japonesa Yoko Ono, Lennon começava a procurar se expressar por si próprio, sem o apoio de Paul. Este, por sua vez, sentia profundamente o afastamento do amigo – graças à Ono e às drogas –, e buscava se firmar como líder da banda. George Harrison, que compunha cada vez mais, também queria mais espaço no grupo – e nos discos, para suas composições.

Até Ringo Starr, um notório cuca fresca, andava emburrado naqueles dias, chegando a abandonar a banda no meio das gravações. Por conta disso, a bateria das faixas Back in the U.S.S.R. e Dear Prudence foram gravadas por Paul. Ringo voltaria pouco depois, a pedido dos outros três.

Os quatro também ainda estavam abalados com a morte do empresário e amigo Brian Epstein, morto um ano antes. O selo fundado pelo grupo, o Apple Records, também ia mal das pernas, fazendo-os perder dinheiro.

O resultado de tanta angústia durante as gravações – além do individualismo reinante entre os integrantes – foi um álbum conhecido pela falta de foco e pela multiplicidade de climas, mas que mesmo assim, não deixa de ser genial. Afinal, são os Beatles.

Há desde o ar pueril de Ob-La-Di Ob-La-Da ao experimentalismo árido de Revolution 9. Desde a paródia de Chuck Berry em Back in the U.S.S.R. ao manifesto zen de George em While My Guitar Gently Weeps (com solo matador de Eric Clapton, não creditado).

Desde o hard rock primordial de Helter Skelter à tocante homenagem de John à sua mãe, em Julia. Desde o desabafo sarcástico do mesmo John em Yer Blues ao chamado à responsabilidade feito por Paul em Why Don‘t We Do It in the Road?.

PAQUITO, PAULINHO, JOHN, PAUL, GEORGE & RINGO

Na década de 80, o jovem cantor Paquito, então band-leader da banda de rock Flores do Mal, ficou admirado ao chegar em casa certo dia e se deparar no playground do prédio onde morava com uma animada roda de garotos por volta dos doze anos, tocando violão e cantando os hits da fase inicial dos Beatles.

No centro da roda, ao violão, estava um púbere Paulinho Oliveira, músico que, pouco mais de dez anos depois, seria integrante da banda Cascadura, na fase em que esta gravou seu segundo álbum, Entre! (1997).

"Por incrível que pareça, o Álbum Branco foi um dos últimos (discos dos Beatles) que eu descobri. Foi Paquito que me apresentou. Quando eu comecei a ouvir, era muito ligado no óbvio, beatlemania e tal. Aí quando eu tinha uns doze, treze anos, e ele me deu uma fita com o disco gravado", lembra Paulinho, que, quando ainda integrava o grupo, chegou mesmo a percorrer os bares de Salvador em dupla com Fábio Cascadura, tocando só músicas dos Fab Four.

"Foi um choque, pois era muito diferente. É mais radical que o Sargeant Pepper's, até por que tem um desenvolvimento mais tecnológico, pois já foi gravado em oito canais. O Sgt. Pepper's foi gravado em quatro, imagine. O som da bateria é mais próximo ao contemporâneo", opina.

“Há até quem diga que o Álbum Branco são quatro discos solo prensados em um. O próprio George Martin já declarou que preferia que ele tivesse saído como um LP simples, ao invés de duplo. Já vi também uma entrevista de Paul onde ele fica super na defensiva ao falar do disco, que ele não tinha foco e tal“, lembra Paulinho.

Ainda assim, ele, como qualquer fã do grupo, vê o disco como “o último projeto bem-sucedido dos Beatles“. “Com o Yellow Submarine, eles quase não tiveram envolvimento. O Get Back ficou gaveta e só foi retomado pelo (produtor) Phil Spector mais de um ano depois, tornando-se o Let It Be. E o Abbey Road foi um projeto, proposto por George Martin, para fechar a tampa mesmo“, enumera.

Fã da veia melodista de Paul McCartney, ele aponta a faixa Martha My Dear, feita por Macca para sua cachorra, como a sua preferida. “Mas ali não tem nada de Beatles. Já tinha a cara das coisas que ele fez com o Wings, nos anos 70. Da mesma forma, as faixas de George já tinham um jeitão de All Things Must Pass (LP solo triplo, lançado já em 1970). É lindo, mas é triste“, conclui.

“Eu botei Paulinho no crime. Criei um monstro“, brinca Paquito, dando uma boa risada ao se recordar do episódio da fita, que ele nem lembrava mais.

“Eu gosto de todos os LPs dos Beatles. Acho que cada um é bom à sua maneira. Mas o Branco é importante por que foi onde cada um fez o que estava a fim. Era um disco de Paul e a banda, John e a banda e assim por diante“, observa Paquito.

“Passei a gostar dele a medida que eu fui ouvindo ao longo dos anos, pois é um álbum grande, além de ter sido o último que eu comprei, pois como era duplo, era mais caro“, conta.

“Então eu fui digerindo ao longo dos anos. Tem desde Mother‘s Nature Son até Revolution 9, que são extremos. Não há uma direção, mas como eram os Beatles, eles tinham esse controle, esse domínio na hora de fazer o álbum. É um disco sem conceito, a capa branca é uma oposição clara ao anterior, que era muito colorido. As canções, você percebe que nasceram acustica e isoladamente. No Anthology ele está quase todo lá de novo, em versões demo acústicas. O que realmente mantém a unidade é que é um álbum de grupo, no caso, Beatles. Um disco muito à vontade, que nas mãos de outra banda, sairia um rock do inglês doido“, analisa, concentrado.

Para outro estudioso local dos Beatles, o químico Nei Bahia, um antigo parceiro de composição de Fábio Cascadura, a capa branca é como um aviso: “Ela só existe para embalar. Você tem que prestar atenção no que se ouve. O resto é dispersão“, acredita.
Para ele, a faixa mais importante do álbum é Why Don't We Do It on the Road.

“Essa é um recado de Paul, que achava que eles só sobreviveriam se voltassem à estrada (já que eles não faziam mais shows desde o Rubber Soul), a ser uma banda de rock“, opina. “Mas as visões são as mais díspares. Tem gente que acha que é sobre drogas“, acrescenta.

Como tudo o que os Beatles faziam, o Álbum Branco ecoou mundo afora, influenciando muita gente. O maníaco Charles Manson disse que se inspirou nas faixas Helter Skelter e Blackbird, para justificar o massacre ordenado por ele na mansão do cineasta Roman Polanski, quando sua esposa, a atriz Sharon Tate, foi assassinada aos oito meses de gravidez.

No Brasil, Caetano Veloso lançou, do exílio, seu próprio Álbum Branco, logo no ano seguinte. Com sua capa toda branca – levando apenas sua assinatura –, a referência é inevitável.

Já Belchior, no sucesso Comentários a respeito de John, (de José Luiz Penna), cita diretamente Happiness is a Warm Gun: “John, eu não esqueço (oh no, oh no)/ A felicidade é uma arma quente, quente, quente“.

Em Salvador, só nesta semana, dois eventos (serviço logo abaixo) lembrarão o Álbum Branco.

BEATLES SOCIAL CLUBE(TRIBUTO AO ÁLBUM BRANCO) | Com a banda de apoio de Júlio Caldas e participações de Renê (Banda de Rock), Roberta (Aguarraz), Márcio e Candy (Anacê) Paquito, Jorge Solovera, Alexandre Vieira, Mike Caldas e Alex Pochat | Terça-feira, 28 de outubro, 20 horas | Companhia da Pizza (3334-6276) | Praça Brigadeiro Faria Rocha, s/n, Rio Vermelho | Evento gratuito

Orquestra Beatles de Câmara | Especial Álbum Branco | Convidados: Glauber Guimarães e Rowney Scott | Pátio do Icba (3338-4700) | Avenida Sete de Setembro, 1809 | Sexta-feira, 31 de outubro, 18h30 | R$ 10

30 comentários:

Franchico disse...

Minha humilde materinha sobre o Álbum Branco, uma débil tentativa de contextualizar e decifrar essa esfinge do rock clássico, feita de acordo com as orientações editoriais do periódico onde trabalho.

Livre de amarras editorais, contudo, um gigante do jornalismo cultural (e não apenas cultural) brasileiro fez uma senhora matéria sem fontes, nem entrevistas, contando apenas com seu vasto conhecimento. E bota pra FUDER! Fiquei até com complexo de inferioridade.

Confiram:
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=788459&tit=

Também, perto desse cara, eu sou menos que um micróbio.

osvaldo disse...

tinha uma pergunta classica feita pelas revistas especializadas aos rock stars até meados dos 80, qual o disco que vc levaria pra uma ilha deserta se vc so pudesse levar um, a grande maioria respondia que era o album branco. provavelmente o melhor disco deles, e de uma influencia e impacto que até hoje reverbera. pior é que tem gente, acho que como forma de provocação, que nega a importancia dos beatles para bandas como o velvet underground, bowie e a musica eletronica. estes malas só perdem em malice para os beatlemaniacos fanaticos, outra praga a se erradicar. o white album é uma das obras de arte( de qualquer forma de arte) mais influentes para os "tempos mudernos". depois disso, eles nunca mais foram os mesmos, não me venham com abbey road, um disco apenas ok.

Anônimo disse...

Discordo em gênero, número e grau com Abbey Road sendo um disco apenas ok... Gênio absoluto, e mais bem-acabado do que o Album Branco (que também amo).
Confesso, sou Beatlemaníaco. E me orgulho disso! Todo dia, ao entrar no estúdio, olho para uma foto deles e peço inspiração. Quase uma prece.
Tem cura? Dificilmente. Ainda não achei nada melhor na música popular...
Abraços
andré t

osvaldo disse...

andre, o abbey road é um disco mais bem feito e tal, mas em termos de influencia não vejo comparação com o white album, não só pela grande variedade de estilos cobertos pelo disco, como pela ousadia dos caras em enveredar por areas pouco convencionais do pop. é o rompimento mais claro com o pop feito por uma banda tão influente, alias a mais influente de todos os tempos(goste-se ou não). quanto a beatlemania, ele é justificada em alguns casos, mas não em todos, como alias em qualquer base de fãs.

João Victor disse...

Cara muito boa essa matéria. Esse é sem duvida o meu álbum predileto dos Beatles. Pra mim é o primeiro álbum punk da história, antecedendo ao disco homônimo dos Stooges. Até lembro o momento em que o ouvi de fato. Foi num dia nada especial da semana, a noite, com mais dois amigos; na casa de um deles. Mas teve uma pequena história antes. Um amigo meu tinha começado a baixar os álbuns dos Beatles, e fomos gradativamente sugando e ouvindo a todos. Era engraçado, porque estávamos descobrindo os Beatles como se fosse uma banda atual, que lançava um álbum de tempos em tempos. E mais ainda, na ordem cronológica. Coisa que só vim perceber depois. (Talvez os meus outros amigos nem tenham percebido isso). Então, depois de ouvirmos Help!, Rubber Soul, Revolver, Magic Mistery Tour... de forma natural, despropositada e contínua, chegamos ao tal dia nada especial da semana. (Já havia tido pequenas e rápidas audições, além de comentários superficiais a respeito do álbum feitos por alguns de nós, mas nada realmente pertinente). E não acreditamos. Olhavámos um para a cara do outro e falamos/pensamos: Que zorra é essa? Não acredito nisso! Lembro de ouvir Dear Prudence (minha predileta) e ficar parado, tocado. O baixo de Paul esta mais do que fantástico. E as músicas vinham, a grande maioria inédita para mim (estávamos descobrindo as músicas, eram praticamente inéditas). E eram gigantes. Foi uma passeio. As músicas com um ar de "ao vivo no estúdio", mas eram exatamente o oposto (eles mal se encontravam no estúdio, até as fotos deles são individuais, caso até então inédito); músicas dispares mas que davam, nessa dessemelhança, a harmonia do todo; John Lennon mais raivoso, apaixonado (sim, por Yoko), direto, energético, noturno, junkie, cortante (a guitarra base de Happiness Is a Warm Gun que o diga), fluido e delicado (!) como nunca tinha visto; Paul plural ao extremo; firme ao extremo; melódico e integrado (a desintegração) demais; com um baixo (não sei se era o Rickenbacker, ou o Hofner, ou os dois) totalmente harmonioso, pegado, alto, criativo (muito mais do que criativo, mas foi a esse modesto adjetivo que me ocorreu agora), balançado; Ringo lindo em Don't Pass me By e em Good Nigth e corroborando o posto de meu baterista preditelo, e como o próprio John Lennon disse em uma entrevista - às vesperas do seu assassinato - a Playboy: "um demônio da bateria". Elogio que ele estende ao baixo de Paul também, ressaltando a falta de vaidade e/ou noção, coisa rara em Mccartney, que este tinha do seu gigantismo como baixista. George com a pesadíssima While My Guitar Gently Weeps, e a baixa, profunda e triste Long Long Long, já mostrava uma maior soltura e elegância nas composições. Além das suas guitarras viajantes em Dear Prudence, a barulhera de Back in the U.S.S.R. (Tem uma parte que é foda, a guitarra fica com um riff constante, imitando uma turbina de avião; e num dia bem anterior a essa audição, um amigo que adora somzão barulheira, me chamou a atenção a esse riff, e salientou como uma parte bem punk dos Beatles. Inclusive nos perguntamos como seria a imagem de George Harrison fazendo aquilo, um riff à Nirvana, repetindo a mesma nota um tempão! E isso tudo resulta: um álbum despojado, sujo, com The Continuing Story of Bungalow Bill (o que pra mim é uma resposta a Ob-La-Di, Ob-La-Da de Paul - que segundo a lenda John não tinha gostado. Essa música tem um back'n vocal lindo de Yoko Ono, com uma vozinha de criança (o que dá uma ar psicodélico total); Blackbird (...); Everybody's Got Something to Hide Except Me and My Monkey que considero a primeira música eletrônica ‘tut-tut’ da história (mais uma vez o baixo é perfeito); "Sexy Sadie" uma NYC total; Yer Blues, um blues gigante; I Will, com uma baixo que eu acho que foi feito de boca, sofejado. E tudo mais.
“Rapaz, esses caras eram mais loucos do que eu imaginava”
E fui para casa levando o CD na mochila.

cebola disse...

Hey hey, chicvs, vai ter que rolar uma materinha dessa daqui um tempinho sobre o Beggar´s Banquet também, vú?? Óia eu querendo lhe pautar!!
O ano tb foi 68, e a bolacha é tão clássica quanto!

ps. Álbum Branco também é um predileto da minha casa.

cebola disse...

Sem contar que o lançamento do dito cujo foi novembro de 68, logo, É pra já, já!!

cebola disse...

Proponho MAIS: Que tal a gente ameaçar Lídia e João ( maniac ), tomarmos de assalto o rock sandwich em alguma data de novembro, juntarmos umas bandas ( ou bandos de malucos ), e fundarmos o ROLLING STONES ANTI-SOCIAL CLUB!!! tocando o Beggar´s de cabo a rabo, repetindo aqui em salvador o grande "duelo" dos anos 60 ( beatles x stones) ?? No mínimo seria beem divertido niet??
Ou viajei na embalagem de maisena?

Franchico disse...

Calma que eu já comento os comentários!

Antes disso, vejam aqui algumas páginas do livro Watching The Watchmen, de Dave Gibbons, sobre os bastidores da maior obra dos quadrinhos de todos os tempos:

http://www.omelete.com.br/quad/100016065/Confira_um_preview_de_Watching_the_Watchmen__livro_sobre_os_bastidores_da_HQ.aspx

2009 só vai dar Watchmen. Vai ser Watchmen até o cu fazer bico. O que vai aparecer de especialista tardio tb, não vai estar no gibi, com o perdão do trocadilho....

Anônimo disse...

Oi Osvaldo,
Confesso minha incapacidade de entender alguns contextos históricos... Sinceramente acredito que, quando mais velho e sábio, saberei apreciar isso; mas por enquanto nem tanto.
Ainda acho, que enquanto disco, Abbey Road é superior ao White Album, que ao meu ver carece de direção (a ausência de George Martin em boa parte das sessões, entregando a bola a um Ken Scott e Chris Thomas que eram ainda mais novos que a banda). Alguns podem dizer que é justamente essa a beleza do disco. Mas como diria Paulinho Oliveira, anyway...
Concordo com George Martin quando ele diz que o White Album seria melhor se editado para um album simples, mas ao mesmo tempo não queria estar na pele do responsável por escolher o que entraria ou não no disco. Imagine só? Guardadas as devidas proporções, já tive problemas na hora de escolher repertório de disco, particularmente o último do Cascadura. Meu grande amigo Fábio Cascadura me passou um CD com umas 30 músicas, em voz e violão. Tive que cortar para montar o repertório do disco, mas em algum momento cheguei a pensar em album duplo...
Voltando ao contexto histórico, realmente tenho problemas com isso. Não consigo entender, por exemplo, como alguns grupos tem tanta importância histórica com uma musicalidade tão limitada. Não vou nomeá-los.
Quanto ao rompimento com os padrões, isso veio de antes, como você bem sabe. No White Album eles chutaram o pau da barraca completamente, fazendo um disco belo sim, embora um tanto disforme.
Abraços,
andré t

Franchico disse...

Brama e André, depois da trinca Rubber Soul, Revolver e Sgt. Peppers, acho todos os discos seguintes dos Beatles inferiores.

Geniais - afinal, são os Beatles, mas nada, no meu gosto pessoal, supera esses três discos.

Cebola, boa lembrança. Vou sugerir aqui!

João Victor, boa viagem para vc. Até te invejo. Descobrir esses discos pela primeira vez é sempre uma louca, longa e inesquecível viagem. Mas busque ouvi-los pelo menos em CD, com capas e encartes.... Beatles em MP3 é phoda.... (Mas antes isso do que nada tb...)

Franchico disse...

Aí, não, André! Ajoelhou... Cita aí as bandas que vc não quis nomear, vai! ;-)

Anônimo disse...

Chico, esse período entre 65 e 67 é realmente imbatível.
Bem, The Doors e Velvet Underground definitivamente não fazem nada por mim...
Abraços,
andré t

Franchico disse...

Normal, André. Conheço gente que diz não gostar até dos próprios Beatles. E gente super-esclarecida, por sinal.

The Doors é uma paixão adolescente (pelo menos pra mim), que perde em interesse a medida que crescemos.

Aquela fase entre os 15 e os 20 quando descobrimos literatura beat, Bukowski, escritores marginais em geral, álcool, substâncias não-recomendadas pela carta magna etc e tudo parece provido de uma certa magia do novo.

Depois passa.

(Tem mané que não sai dessa fase nunca. Mas aí já é caso para psicanalistas, não para mim).

Tem os fãs do Jim Morrison, tb, tão insuportáveis quanto os raulseixistas mórbidos que vão pro Jd. da Saudade até no aniversário da babá de Raul. Tb recomendo esses para o psicanalista. Ou para o raio que os parta.

Já o Velvet, por outro lado, é exatamente o contrário: parece mais interessante a medida que fico mais velho.

Franchico disse...

Nem tudo está perdido para os qe ainda desejam ver Preacher no cinema.

Diretor de Beleza Americana adaptará cultuada HQ Preacher ao cinema

Columbia Pictures comprou os direitos da criação de Garth Ennis e Steve Dillon

http://www.omelete.com.br/cine/100016094/Preacher.aspx

Franchico disse...

News Young:

Neil Young cancela show em Los Angeles devido a manifestação

http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/cultura_musica_nyoung_cancela

Franchico disse...

E mais notícias sobre os 50 anos da Motown....

http://www.omelete.com.br/cine/100016106/Samuel_L__Jackson_sera_o_shogun_do_Harlem_em_remake_de_O_Ultimo_Dragao_.aspx

Franchico disse...

Kevin Smith, a mãe de todos os nerds, anda tão gordo, mas tão gordo, que detonou um assento sanitário. É. No popular, o cara QUEBROU UMA LATRINA.

http://latimesblogs.latimes.com/herocomplex/2008/10/kevin-smith-say.html

Espero que tenha sido antes do que quer ele tenha ido lá fazer. Nem durante, nem depois. Antes. De preferência.

"That's some heavy shit, man!"

cebola disse...

Quanto aos doors, véios, acho q é bem mais do que isso q chico colocou aí. O clima nos dois primeiros discos, e no último, LA Woman, são sensacionais. Algumas canções são realmente eternas, tipo Tha end, La Woman, Riders on the storm, break on through, bla bla bla. Acho q eles carecem do mesmo mal que algumas outras bandas, que adoramos odiar só por que são excessivamente idolatradas...echo and the bunnymen que o diga ( tanto por ser uma das odiadas quanto por serem filhos diretos dos doors...). E acho mr jim , sim, uma das maiores vozes do rock ever...

Sarah Quines disse...

Descobri o blog de vocês hoje, muito legal, apesar de o meu tempo ter permitido apenas a leitura do post dos beatles.
Beatles é um dos motivos pelos quais eu queria ter vivido a década de 60.
Acho difícil escolher um único cd melhor dos Beatles (entre a trinca Abbey Road, Rubber Soul e Revolver).
Mas pra mim, sem sombra de dúvidas, a música mais singela e que, atualmente, é a minha preferida deles é Roccky Raccoon.

Franchico disse...

Tava só esperando sua resposta a minha provocação, Cebola. Até demorou.

Só para deixar claro, jamais negaria o valor "crássico" d'Os Portas, é que eu enjoei mesmo.

Tipo uns 20, 18 anos atrás. Mas enjoei mesmo.

Ainda assim, destaco LA Woman, Waiting for the sun, Strange Days e Roadhouse Blues como minhas velhas favoritas.

"Oh keep your eyes on the road / your hands upon the wheel"...

Tá vendo? Lembrei até da letra e nem precisei recorrer ao google.

Ouvidas na "idade certa" (se é que isso existe), essas porras entranham na gente.

E nunca mais saem.

Ornitorrinco, seja muito bem-vindo e volte sempre.

(Tô devagar de post desde o Boombahia, confesso...)

Franchico disse...

Pô, se eu tivesse lá, eu ia.

Fãs de Curtindo a Vida Adoidado vão reencenar cena do filme hoje em Nova York

http://www.omelete.com.br/cine/100016133/Fas_de_Curtindo_a_Vida_Adoidado_vao_reencenar_cena_do_filme_hoje_em_Nova_York.aspx

Nei Bahia disse...

Seção boatos:
Esse é a pagina do vocalista que estaria ensaiando com Page, John Paul Jones e Bonzo Jr;

http://www.myspace.com/myleskennedyofficial

Nei Bahia disse...

Em tempo:

Chicão, gostei mais da sua matéria sobre o WA do que a de Mugiatti. Muito "eu sei tudo sobre eles", mais impessoal em excesso.

cebola disse...

tomara q mr jim venha te puxar o pé essa noite, é dia das bruxas, lembre, heheheeeee

glauberovsky disse...

ouvi o white album pela primeira vez, tinha uns 10 anos. foi o segundo disco dos beatles que ouvi, o primeiro foi o peppers. acho fabuloso.
implico um pouco com revolution #9 [ela eh longa, rouba espaço no vinyl e faixas belissimas como "not guilty" de harrison e "junk" de macca ficaram de fora].
o encarte, as fotos que vinham dentro, tudo era magico pra mim. era como olhar um espelho que refletia uma versão melhorada de mim mesmo. foda. depois de ouvir o peppers e o white, nunca mais joguei bola. podia estar rico hj, hahaha

GLAUBER

glauberovsky disse...

queria citar outras bandas sensacionais desse periodo 66/67/68 na inglaterra e nos EUA: the zombies [com o "odessey & oracle], pretty things [com o "s. f. sorrow"], tomorrow, the end, july, small faces, h. p. lovecraft, creation of sunlight, the smoke, afterglow, music machine, love, freed, free, kim fowley, the nice, the greatest show on earth, kaleidoscope...codiloco! codiloco!

GLAUBER

glauberovsky disse...

pessoal do rockloco,
qndo disse "uma versão melhorada de mim mesmo", quis dizer que me identifiquei com aquilo, imediata e inexoravelmente. e citei essas bandas dos 60s, não exatamente pra vcs [que conhecem bastante], mas pra garotada que visita aqui o blog.

digo isso prq minha mulé falou "cuidado pra não parecer pedante, metido a besta" e tal...essa não foi a intenção, nao, ok?

abraço procês, guerreiros da noite!

GLAUBER

glauberovsky disse...

putz, lá vou eu de novo:

quanto ao doors, cito apenas uma canção: "the crystal ship" [das melhores coisas que já ouvi na vida].

valeu, compadresssss,

GLAUBER

Ernesto Ribeiro disse...

As crianças atrofiadas que acreditam piamente que o album em branco dos 4 palermas de Liverpul "é o primeiro álbum punk da história" pensam que a Turma do Balão Mágico era um grupo hardcore, que a Xuxa é a Rainha do Heavy Metal e que Madonna inventou o Hard Rock.


qua qua qua qua...


Cresçam, meninos... sonhar é de graça e não paga imposto.


PUNK ROCK, Aula de Introdução: o inventor do Punk Rock, Ron Asheton, já deixou tudo bem claro desde o início:


A pauleira do THE WHO estraçalhando em 1965 foi a primeira inspiração dele para criar o som PUNK.



Traduzindo:


Rock de MARGINAIS FEDORENTOS --- não de mocinhos bem-alimentados, sorridentes e uniformizados de paletó, ou de soldadinhos de chumbo, num desenho animado ou fantasiados de bichinhos de pelúcia cantando "ó-bla-di-ó-bla-dá", ou "Yellow Submarine", as canções da trilha sonora perfeita pra criança retardada meter o sorvetão na testa.


Se não caiu a ficha, a solução pros meninos é enfiar a cabeça na caixa de som tocando The Who no volume máximo.


Se não adiantar, só posso recomendar a terapia de eletrochoque do Velvet Underground.


Fora isso, só resta a cirurgia brutal de uma lobotomia ao som dos Stooges.



"album em branco"... rá! minha mãe escutava aquela sessão de ninar pra me matar de tédio. eu pintei um alvo naquele quadrado branco quando eu tinha 9 anos e mandei ver com meu estilingue. não sobreviveu a duas sessões de tiro do badogue. voou estilhaço pra todo lado.


RARARARARA

entenderam, crianças? ISSO é ser punk. é de pequenino que se despedaça o pepino.



tô escrevendo enquanto ouço ISSO:

http://www.youtube.com/watch?v=qVAzR706G_M