Álbuns e revistas do selo Vertigo, há muito esperadas pelos leitores, chegam às bancas e livrarias, para alegria dos fãs
Sinônimo de excelentes quadrinhos adultos com temáticas fortes, diálogos cortantes e roteiros delirantes, o selo Vertigo, uma subsidiária da DC Comics (casa do Batman e do Superman), finalmente está tendo o tratamento que merece no Brasil, após vários anos sendo maltratado das mais diversas formas em outras editoras – com as honrosas exceções da Abril nos anos 90 e da Devir no início da década.
A façanha é da pequena editora Pixel Media – na verdade, um braço da tradicional casa editorial carioca Ediouro – que adquiriu os direitos de publicação dos títulos Vertigo no final de 2006. Aos poucos, a Pixel vem publicando – ou dando continuidade à publicação em alguns casos, como o de Preacher – todos aqueles títulos que os leitores brasileiros vinham requisitando há tempos, como Os Invisíveis, 100 Balas, Fábulas e Y: O Último Homem, entre outros.
"Tem muita coisa saindo no mercado brasileiro de HQ, mas a base de leitores ainda é pequena e se expande muito lentamente. Então o ritmo dos lançamentos é cuidadoso, não adianta inundar o mercado de títulos se ele não tem condição de absorver todos", observa Cassius Medauar, editor da Pixel. "Agora, quem compra, ama mesmo, os caras são fanáticos", garante.
Com duas revistas mix mensais nas bancas, Pixel Media Magazine e Fábulas Pixel (o primeiro número desta última sai ainda agora em abril), a editora vem saciando a fome de Vertigo dos fãs com mais alguns álbuns e edições especiais, de acordo com o perfil de cada título.
Os Invisíveis, por exemplo, ousado título do escocês Grant Morrison que mistura ficção científica, movimentos revolucionários, teorias de conspiração, sexo e drogas, ganhará seu primeiro álbum em maio.
Logo na primeira história, Beatles Mortos, King Mob (Rei Turba), o líder do grupo, usa LSD para travar contato com o espírito de John Lennon, com quem bate um papinho. Mas isso é só a ponta do iceberg deste título realmente revolucionário.
Já Preacher, dos irlandeses Garth Ennis e Steve Dillon, terá seu segundo álbum pela Pixel, Guerra ao sol, à venda nos próximos dias. Preacher conta a história de Jesse Custer, um padre texano que é possuído por uma entidade resultante da união carnal entre um demônio e um anjo, dotando-o do poder chamado de Palavra de Deus. Ou seja, ele fala e todo mundo obedece, quer queira ou não.
Ultraviolento, divertidíssimo e extremamente profano, Preacher teve seus três primeiros álbuns publicados pela Devir, ainda disponíveis nas livrarias. No caso deste, a Pixel continuou de onde a Devir parou, publicando os álbuns no mesmo padrão gráfico e, melhor ainda, com preços mais em conta.
Caso diferente é o de 100 Balas, série do americano Brian Azzarello e do argentino Eduardo Risso, que era publicado em álbuns caríssimos de capa dura – e pior: mal editados – pela editora anterior.
Neste caso, a Pixel vem publicando especiais periódicos nas bancas. No mês que vem sai a compilação Atire primeiro, reunindo os dois primeiros números. 100 Balas conta, em 100 números mensais – nos EUA – uma complexa e misteriosa história policial.
A cada número, uma pessoa, vítima de um crime, recebe a visita do enigmático Agente Graves (túmulos, em inglês), que oferece a elas a chance de se vingar, entregando-lhe uma maleta com os documentos que provam a culpa do malfeitor em questão, mais um revólver com 100 balas irrastreáveis. A trama cresce incrivelmente, formando um apaixonante quebra-cabeças que levará, por fim, ao chamado "Crime do Século".
Há muitos outros títulos Vertigo badalados, como Fábulas, Y: O Último Homem e DMZ, sem contar os clássicos que deram origem ao selo: Monstro do Pântano, John Constantine: Hellblazer e Sandman, do incensado Neil Gaiman (Stardust).
O CULPADO – Para variar, a culpa de tudo isso é do homem que salvou os quadrinhos mainstream da mediocridade: Alan Moore (autor das obras-primas Watchmen e V de Vingança).
Ao assumir a revista Monstro do Pântano, então prestes a ser cancelada pelas baixas vendas na primeira metade da década de 80, o escritor inglês foi tão bem sucedido na sua abordagem sofisticada do terror em quadrinhos, que abriu a porteira para escritores e artistas britânicos invadirem o mercado americano de HQ.
Ao mesmo tempo, os donos da DC percebiam que a base de leitores envelhecia, procurando HQs mais adultas. Foi juntar a fome com a vontade de comer.
SAIBA MAIS NO SITE DA PIXEL:
http://pixelquadrinhos.com.br/
10 comentários:
estou quase me convertendo de novo ao hq graças a estas suas coberturas sobre elas.deixei de a companhar desde heavy metal, que gerou ate um longa animado nos 80, isto ja faz uns 20 anos. e segundo fontes oficiosas negras nuvens situadas no pelourinho estariam embarrerando a realização do boom bahia na praça tereza batista. a se confirmar estas noticias seria um imenso retrocesso para a bahia cutulralmente, uma vez que o boom bahia ainda é o unico festival inscrito na abrafin, e portanto conectado com o que acontece na cena alternativa brazuca.
errata, leia-se culturalmente.
ato falho, brama, ato falho...
Falou, Brama. A Heavy Metal é muito legal. O interessante é que sua maior virtude é tb seu maior defeito: é a cara dos quadrinhos americanos dos anos 70. Ela representa muito bem aquela época, mas ficou meio presa ali, e por isso muita gente deixou de ler, por que não acompanhou os (rã-rã) "novos tempos". O filme Heavy Metal - Universo em Fantasia é do caralho e pode ser encontrado na locadora das três letrinhas, se não me engano. Tem uma continuação, Heavy Metal 2000, mas é muito fraca.
E essa história do Boombahia embarreirado no Pelô... bem, vamos checar, né? O festival não pode parar de novo por causa de um mal-entendido - e muito menos por causa da birra gratuita de pessoas pouco simpáticas ao rock.
Morar em SSa, para quem gosta de quadrinhos, é uma bosta, mesmo.
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Só passando adiante...
"Olá pessoal, tudo bem?
A Revista Guitar Player publicou mais uma entrevista realizada comigo, na edição deste mês de abril. Confiram um trecho da entrevista no site da revista: http://guitarplayer.uol.com.br/riffs/view.asp?id=1525
Grande abraço,
Ricardo Primata.
www.ricardoprimata.com.br
www.myspace.com/ricardoprimata
www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6103316"
Impagável: os personagens do desenho animado Sealab (do adult swim) dublam Águas de Março, com Tom & Elis.
http://www.youtube.com/watch?v=wjUOxxwjpSE&feature=related
Galera,
Zé Emílio Rondeau e o cara que fez aqule album de fotos chamado Rolling Stones no Brasil, estão lançando agora Sexo, drogas e Rolling Stones e o primeiro capítulo pode baixar aqui: www.sexodrogaserollingstones.com.br
Abraços
zé emilio (acredito que ainda é sr. ana maria bahiana) durante os 70 , junto com ana maria, ajudou a forjar o nasceste jornalismo pop brazuca na base da intuição e de muitissimo talento diante das pouquissimas informações disponiveis sobre o então maravilhoso mundo do rock. blz de toque sora may.
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