Então é isso, A Primavera FM mudou, mas nós não: o ROCK LOCO continua vivo, ativo e arregassante como Beto Bahia, que após longa turnê pelos Países Baixos, retorna à sua terra natal e nos brindou com mais um belo texto de sua autoria nos comments do post Os cem mais importantes artistas do rock, logo abaixo. É clicar e se admirar com o palavreado sofisticado do nosso mais importante cantor popular.
BOLA NA ÁREA - Marcos Bola, guitarrista da Sangria, figura folclórica do rock local e grande brother do peito deste rockloquista participa do programa pela primeira vez (demorou!!!!) nesta sexta, seis de abril. O gordim vai inaugurar as noites de sexta no novo qg da Primavera FM no Vale das Pedrinhas, que esperemos, seja legal como era na Santa Cruz. Portanto, quem quiser tomar várias, ouvir uns rocks do bão e dar boas risadas comigo, Mário e Bola, sexta-feira é o dia.
ADEUS, GRAZZER - Luciano deu em primeira mão no El Cabong e a gente repercute. Nancyta, figura de importância indiscutível no rock baiano dissolveu os Grazzers, excelente banda que a acompanhava já há alguns anos. Este rockloquista deseja boa sorte à Nancyta em suas novas empreitadas.
FRANCIEL, O BLOGUEIRO DOS SEISCENTOS SATANÁS - Tava guardando esse texto de nosso repórter especial e correspondente no Nordeste de Amaralina Franciel Cruz para soltar aqui em algum momento, e finalmente ele chegou. Franciel finalmente cedeu aos apelos da modernidade e acaba de inaugurar seu blog, mais um brioso órgão (opa) da imprensa livre e nanica baiana destes dias tão estranhos (foi mal a citação à bicha veia e morta). Acesse sempre: http://www.puraingresia.blogspot.com/
Portanto, fiquem agora com a verve.
A lábia.
O veneno.
Os cachinhos Luís Caldas style.
Ele: Franciel Cruz. Convidado deste episódio: Tchola, o colega de faculdade.
A PROFECIA DE TCHOLA
Corria o glorioso ano da graça de 1992 e os cara-pintadas, afoitos e ansiosamente arrogantes, naquela agridoce ilusão de que mudariam o Brasil. Nas ruas, bares,praças, cinemas, filas de banco, o surrado e repugnante refrão: "Somos todos iguais". Ninguém tinha sossego. Era uma onda ufanista dos seiscentos satanás.
Tempos cruéis. Quase impossível encontrar alguém que não pactuasse com aquela encenação. Que eu me lembre, na Facom, na ordinária Cantina de Vovô, só Orlando Rasta desafiava o côro dos contentes. Conhecido na roda do crime como Tchola, era um discípulo de Emil Cioran. Minto. A bem da verdade, ele não era aluno da Facom, nem fazia a mais remota idéia de quem fosse o filósofo romeno. Porém, naqueles dias, ao contrário da massa ignara que gritava palavras de ordem contra Collor e pediam a liberação da Cannabis Sativa, Tchola se comportava como um verdadeiro apóstolo de Arthur Schopenhauer. Só pessimismo.
As inquietações de meu amigo tinham nada a ver com o momento político. Suas preocupações eram muito mais, digamos, transcendentais: maconha. Estava visivelmente abatido com a volta do fumacê ao noticiário. "Esta viagadem da porra, esse fuzuê sobre a massa não vai acabar bem", resmungava, entre um trago e outro. Eu tentava mudar de assunto para que ele não se revoltasse ainda mais, porém o único outro tema naqueles dias era...Argh.
E as apreensões de Orlando, o pensador pessimista, não eram vãs. Instantes depois da última baforada, chega uma saltitante mensageira do apocalipse. De forma abrupta, como costume de toda repórter de TV, a moça da Rede Record liga o microfone e na lata:"Você é a favor da liberação da maconha?".Compenetrado, sem mexer uma palha, Tchola fulmina. "Sou totalmente contra". Como já saíra da Redação com a matéria pronta na cabeça "vou à Facom pois lá encontro 'gente jovem e doida' a favor", a menina, desconcertada, vendo a reportagem virar fumaça, balbuciou: "Ma, ma, mas, por quê?". Foi a deixa para meu amigo profetizar. "Ora, ora, porque se liberar o consumo, ou mesmo se a polícia afrouxar o combate, todo bunda mole vai fumar e a qualidade do produto cairá bastante".
Maldita profecia. Hoje, seguindo a trajetória do pensamento do profeta Orlando Rasta, eis as perguntas inevitáveis: o que aconteceu nestes últimos 13 anos, senão uma tolerância social para com a maconha e a (in)consequente democratização do acesso à erva? E qual o saldo desta bandalheira?Uma pausa prolongada para um trago e vamos ao resultado de tal procedimento. Ao noticiário. Direto da Redação. Uol News com direito a link para que os desconfiados não me acusem de leviano http://noticias.uol.com.br/uolnews/brasil/reportagens/2005/03/04/ult2616u41.jhtm"A maconha brasileira não é mais a mesma. A conclusão é de uma tese de mestrado defendida na Universidade de São Paulo no ano passado. A concentração do princípio ativo da maconha, o THC, é bastante baixa, explica o toxicologista Ovandir Alves, que orientou a tese na USP. Em cerca de 93% das amostras analisadas, esse teor estava abaixo de 1%, que é uma concentração considerada razoavelmente baixa. Para ser considerada legítima, a maconha deve conter pelo menos 1,5% de THC".
Maldita profecia.O velho Tchola bem que me avisou que aquela revolta estudantil de boutique e seus debates inúteis não iam acabar bem.Alguém aí ainda tem um bagulho de responsa, sem poeira?
Por Franciel Cruz, repórter especial para o Rock Loco.
6 comentários:
Chicão,depois de ler a profecia de tchola( como sempre sensacional) fui no blogger de Franciel e aí pude ver todo o prestigio do nosso colaborador eventual tem nas altas rodas.um verdadeiro desfile dos quem é quem da intenligentsia baiana.o home tem a força! E em pensar que ele vive se misturando com nosotros, tidos como alienados amantes do genero musical nascido no mangue do imperio.a partir de hoje vou botar banca,quando me aporrinharem com estes papos de zé mané, vou devolver de bate pronto: sabe quem escreve no blogger que eu escrevo? o home da ingresia porra!
besteira pura...jornalistas metidos a besta de terceiro mundo!
anonimo querido, sem quem tu és, tu sabes que eu sei, toma cuidado que te entrego, a não ser que me pague uma breja hj no pós...
deixa pra lá Cebola, o cara deve ser farmacêutico ou contador, vive frustrado. mané de terceiro mundo. só o que eu não entendo é: se não gostas do que lê, por que ainda vem aqui? hein? hein? vá a merda, otário.
opa, acho que alguém do blog que não fui eu apagou esse último post aí em cima, que não tive o desprazer de ler. provavelmente me xingando todo. ah. dane-se. anônimo tem mais é que se fuder, mesmo.
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