O ano em que o Rock Loco (programa de rádio) acabou também está acabando e sinceramente, já vai tarde. Como bom sagitariano, não olho para trás, minha flecha tá apontada pra frente, pro que vem aí. 2005 não foi tão ruim como 2004, mas também não foi grandes coisas. Isso, em nível pessoal. Quanto ao rock, tivemos algumas coisas boas. O histórico show do Placebo na Concha Acústica (em abril). A excelente leva de shows internacionais que tivemos lá no Brasil a partir do segundo semestre. A emocionante apresentação do Pink Floyd reunido no Live 8 (em julho). A volta da revista Bizz. A cena local cada vez mais ativa, com uma nova leva de bandas pós-Pitty chegando no sul e em vias de assinar contrato com selos e gravadoras de renome. 2006 promete. Ainda não sei exatamente o quê, mas promete. Luciano Matos disse no Caderno Dez dessa semana que teremos mais um show internacional de responsa esse ano que vai começar, mas ainda não podia revelar nomes. Quem será? Pam-pam-paaaaam! Continuem ligados, espertos e lendo o Rock Loco, o Clash City Rockers, o El Cabong, o Eu tava aqui pensando, o Burn Bahia Burn e o Bahia Rock, entre outros, para acompanhar os desdobramentos da cena rock baiana. Garanto que vale a pena. Esses dias, Luciano me enviou email pedindo para participar do Prêmio Rock BA 2005, indicando cinco nomes para cada categoria. Tive muita dificuldade em indicar CDs, EPs e Bandas do Interior, pois não recebo material das bandas. Mais uma vez, venho pedir ao pessoal das bandas que acreditem no meu trabalho e me enviem material (CDs, EPs, releases etc). Como posso divulgar, avaliar, resenhar e finalmente, indicar ao Prêmio idealizado pelo bravo Luciano, se não recebo material de vocês? Aí do lado tem um email, pelo qual vocês podem entrar em contato comigo e saber como e / ou para onde (no caso de envio pelo correio) enviar material. Isso vale também para as bandas do interior, que estão presentes no Prêmio Rock BA. Acreditem no Rock Loco. Meu interesse é simplesmente trabalhar. Pela cena e por mim mesmo, por que não? Afinal, meu trabalho é minha vida, assim como a de qualquer um de vocês. Se eu não o fizer direito, o que vai sobrar para as pessoas se lembrarem quando não estiver mais por aqui? Quase nada. Um 2006 bala para todo mundo, inclusive o(s) desorientado(s) anônimo(s) que ficam avacalhando o bom nome deste blog nos comments. Tem ressentimento, não, maluco(s). Muita saúde, trabalho, paz e dinheiro no bolso. O resto é nenhuma. Sejamos felizes.
FINATTI MANDOU UM RECADO - Chegou direitinho lá em casa a pacoteira com os três CDs do selo Mondo 77 que ganhei na coluna Zap n' Roll, do Humberto Finatti, o polêmico e bacana jornalista da revista Dynamite. Logo no início de janeiro, postarei resenhas para cada um dos CDs que recebi (Walverdes, Banzé! e The Violentures), os três bem bacanas e com estilos bem diversos uns dos outros, o que é ótimo. Em breve. Em email trocado comigo, Finatti reclamou que tem "muita gente maldosa que não acredita em nosso trabalho e acha que não sorteamos os prêmios nada, ou que inventamos os nomes dos ganhadores". Não é verdade, galera, podem escrever pro rapaz que o trabalho dele é honesto, na boa.
E GABRIELA ALMEIDA TAMBÉM - O programa Hora do Rock, transmitido pela Globo FM, agora sob o comando da jornalista indie rocker Gabriela Almeida está mandando ver bonito toda semana com uma aula de rock. Se liguem no que vai rolar amanhã, 29 de dezembro. Fala, Gabriela: "O último programa Hora do Rock do ano apresenta algumas das bandas de rock indicadas ao Grammy 2006. Vai rolar Arcade Fire, Neil Young, Eric Clapton, White Stripes, The Killers, Franz Ferdinand, Coldplay, Beck e Rolling Stones com os discos novos, Brian Wilson e Bob Dylan. 21h na Globo FM (90,1) ou www.gfm.com.br. Pra quem está no horário de verão, o programa começa às 22h. Hora do Rock no Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6910684. ".
RETORNO ESMERALDA - Chegou nas bancas essa semana o primeiro número da minissérie Lanterna Verde - O Retorno, que mostra como Hal Jordan, o maior e melhor Lanterna Verde de todos os tempos retornou dos mortos no Universo DC. Já li, e o roteiro de Geoff Johns, ainda que interessante e intrigante, ainda não decolou. Mas consegue manter o interesse pelo próximo número. Ethan Van Sciver, excelente desenhista (com estilo hachurado, similar ao do lendário Brian Bolland, de Camelot 3000) com passagem pelos New X-Men de Grant (Deus) Morrisson dá o show de sempre. Boa leitura para o recesso de fim de ano.
É ISSO, GALERA. ATÉ ANO QUE VEM E KEEP ON ROCKIN (LOCO).
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
quarta-feira, dezembro 28, 2005
quarta-feira, dezembro 21, 2005
MEU AMOR AMARRADO NAS COSTAS / MEU AMOR AMARRADO NO CORPO / E SEU GOSTO É UM TRAVO NA LÍNGUA
Eram favas contadas. Quem não sabia que o disco de estréia de Ronei Jorge e Os Ladrões Bicicleta seria um grande disco? Danem-se os detratores, os invejosos, os recalcados e os burros. Danem-se se vou, mais uma vez aqui, parecer um parvo deslumbrado. A verdade pura, simples e incontestável é que Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta, o CD, já cravou seu lugar entre os melhores álbuns do rock baiano de todos os tempos. Ainda que, com sua poesia febril e sua banda afiadíssima (Maurício Pedrão, Edson Rosa e Sérgio Kopinski), treinada nos porões do jazz-rock-samba, Ronei transcenda sua arte para muito além do mero rock para adolescente bater cabeça. Ronei e Os Ladrões estão muito, mas muito distantes mesmo do rock pra garotada plugada nos emocores da vida. Com este CD, ele expande os limites do rock em direção à MPB de forma irretocável, bela e pungente. E esqueça os Los Hermanos, não tem nada a ver essa comparação, já caída por terra. Tem um ditado muito antigo que diz que "Deus está nos detalhes". Na forma como os nervos da folha de uma planta são perfeita e simetricamente desenhados. Na forma como as cores explodem no céu ao por do sol. Nos desenhos intrincados dos flocos de neve, bilhões caindo ao mesmo tempo e cada um diferente do outro. Homem inteligente, Ronei sabe que a melhor poesia é como Deus: se encontra nos detalhes. Detalhes que geram belas imagens, como em "Noite quente e a gente a se perguntar / noite brava, nada apavora / meu juízo mais do que você / que tem me mostrado os dentes" (Noite). Ou como em "Pai, mãe, lá fora o sol é radiante / e meu vestido esvoaçante / tem um corte" (Circo, saborosamente subvertida e quase irreconhecível daquela versão doce e com flautas da Penélope, que também era muito legal, diga-se). Não admira que a cantora Maria Alcina, hoje cult após ter gravado um disco com o grupo tecno paulista Bojo, ter se decidido em regravar O drama (segundo Luciano Matos), que entrega ao ouvinte versos tão belos quanto tristes como "Você insistiu / em castigar / e tornar vil / qualquer despertar de amor / e enfim / vai deixar a dor pra mim". Na faixa seguinte, Coragem, uma de minhas preferidas, Ronei canta em fantástico dueto com Jussara Silveira e deixa quem esperava um simples disco de rock de queixo caído com a classe e a sofisticação do arranjo jazzy aliado à belíssima voz sexy da cantora baiana em contraste com o tom mais viril empregado pelo band leader. Eu não sou músico, mas desconfio que a produção da puta véia Luiz Brasil (que só tocou com duas pessoas, Deus e o mundo), também teve papel fundamental no êxito absoluto que é a gravação deste disco histórico desde já. Junto com o Vivendo em grande estilo do Cascadura e o Ativar Retrofoguetes!, dos próprios, o CD de Ronei forma uma santíssima trindade para quem quer ouvir o que há de melhor e mais recente no rock baiano. Sim, eles são todos putas véias, na ativa desde a década passada, e a garotada que só reclama vai ter que trabalhar para chegar ao nível deles. Isso para não falar de Pitty, que já conquistou seu espaço no próprio mainstream. Cabe aos jovens agora mostrar que não é só a geração oriunda dos anos 90 que bota o rock BA pra frente. Ronei, Fábio e os Retros podem até não ganhar dinheiro (como Pitty), mas estão fazendo seus caminhos com muitos méritos e já têm lugar assegurado na história da nossa música (ou do nosso rock, sei lá). Na verdade, já o tinham até antes desses discos. Então é hora de parar de reclamar da vida nos comments e arregaçar as mangas. Sem desafio, não há avanço, só retrocesso. E o mainstream da música baiana é a prova cabal disso. Ronei e Os Ladrões estabeleceram um novo - e alto - padrão a ser alcançado. Quem se habilita?
segunda-feira, dezembro 19, 2005
THERE'S MORE TO LIFE THAN BOOKS, YOU KNOW, BUT NOT MUCH MORE
Quem foi nesse show do Wry sábado passado no Miss Modular - e por acaso - esteve também no show de 4 anos atrás no Anexo com a brincando de deus - grande night - deve ter percebido a diferença que fez para a banda paulista os últimos anos auto-exilados em Londres. No palco, o Wry se mostrou uma banda preparada para encarar qualquer festival daqueles que faz a alegria dos britânicos de bom gosto musical durante o verão. Com um vocalista (Mário Bross) carismático, bom frontman, um guitarrista (Lu Marcelo) e um baixista (Chokito) competentes e um baterista (Renato Bizar) simplesmente monstruoso - ainda mais amadurecidos pela ralação intensa no exterior, o Wry simplesmente botou a casa abaixo. OK, eu estava , digamos, um tanto entusiasmado - após trocentas latas de cerveja, com a performance fodona deles e posso estar exagerando aqui, mas salvo engano, o Wry fez um dos shows (de banda visitante) do ano em Salvador. O som estava avassalador, absurdamente alto, o que por vezes fazia tudo ficar meio embolado, não permitindo a quem estava a platéia sacar nuances de arranjos e letras, sutilezas, peculiaridades - ainda que o Wry não me pareça banda muito chegada em filigranas sonoras - mas enfim. A impressão que deu é que o som ficou pequeno pra potência do esporro da banda paulista. Não apenas o som, mas o próprio ambiente. Parecia que a pressão do volume faria as paredes da pequena sala de shows do Miss Modular explodirem a qualquer momento. Esse foi o ponto fraco do show pra mim. Mas a resposta do público foi tão calorosa logo de cara na primeira música, que Mário Bross ficou visivelmente estusiasmado, sendo simpático com a galera e cantando com entrega, ainda que mais contido - menos exagerado, na verdade - do que no show de anos atrás. Enquanto isso, Renato Bizar segue um show a parte: tocando de sunga, provavelmente para não suar em bicas na roupa toda, o homem alto do Wry espanca as peles com fúria, precisão e uma qualidade de espetáculo gráfico única, só dele, capaz de hipnotizar espectadores mais sugestionáveis. Difícil não se admirar com sua performance. Mais cool, Lu Marcelo e o baixista Chokito fornecem a cama arrumadinha beleza para o vocalista e o batera deitarem e rolarem. Huh, cada um do seu lado, claro. As músicas novas, do disco Flames in the head, gravado em Londres com o cara do Ash etc, parecem muito superiores às antigas, do disco Heart experience, lembrando - e isso é um chute - algo na praia de um Strokes, de rock moderno anos 00 mesmo. Detalhes e músicas específicos me escapam devido ao lamentável estado etílico em que me encontrava durante o show. Se você que está lendo isso aqui estava lá e eu por acaso pisei no seu pé, ou esbarrei em você, ou te derramei cerveja, bom... foi mal aê. É o rock. Até importunar a namorada inglesa do Bizar que estava na banquinha de produtos do Wry (cds, singles em vinil, adesivos e camisetas) eu importunei. Perguntei, apontando pro compacto: "How much"? Ela respondeu, mostrando as duas mãos abertas: "Ten"! Depois de tropegamente contar meus relutantes (em sair da carteira) caraminguás, respondi: "I've got eight". "Sorry, it's ten", cortou a súdita da Rainha Elizabeth. "C'mon, eight, OK"?, eu insisti. Mas não teve jeito, a danada não me vendeu o tal do compacto, que coisa. Se fosse brasileiro fazia até por seis e um vale transporte ou uma ficha de cerveja. Gringo é outra coisa. Saldo da night: um zumbido infernal nos ouvidos, dor de cabeça, alma lavada e a certeza de que foi mais uma grande night do Wry em Salvador. Só espero que eles não demorem mais quatro anos para voltar.
E aí, tá deslumbrado o bastante pra vocês? Porque eu posso aumentar ainda mais.
VAI OUVIR JINGOBÉU E VAI SE LEMBRAR - Recado urgente de Fábio Cascadura. Fala, maluco!
Depois de uma longa data o Cascadura faz única apresentação no Café Calypso (nosso Cavern Club). Na noite de natal, dia 24/12. Depois da ceia todos estão convidados para uma festa com muito rock e diversão garantida, a noite ainda vai ter a discotecagem do dj claus.
Vai rolar: show do Cascadura.
Quando? Dia 24/12 (na noite de natal)
Onde? Café Calypso (rio vermelho, travessa da prudente de moraes)
Q horas? 23:59h.
Quanto? 8 Reais
Cerveja: 2 Reais
E aí, tá deslumbrado o bastante pra vocês? Porque eu posso aumentar ainda mais.
VAI OUVIR JINGOBÉU E VAI SE LEMBRAR - Recado urgente de Fábio Cascadura. Fala, maluco!
Depois de uma longa data o Cascadura faz única apresentação no Café Calypso (nosso Cavern Club). Na noite de natal, dia 24/12. Depois da ceia todos estão convidados para uma festa com muito rock e diversão garantida, a noite ainda vai ter a discotecagem do dj claus.
Vai rolar: show do Cascadura.
Quando? Dia 24/12 (na noite de natal)
Onde? Café Calypso (rio vermelho, travessa da prudente de moraes)
Q horas? 23:59h.
Quanto? 8 Reais
Cerveja: 2 Reais
quarta-feira, dezembro 14, 2005
BRAINS! BRAINS! BRAINS! BRAINS!
George Romero não dá ponto sem nó. Em Terra dos Mortos (Land of the dead), quarto filme de sua série sobre zumbis iniciada em 1968 com A Noite dos mortos vivos, logo nos damos conta que os verdadeiros vilões do filme não são os comedores de cérebro. Os vilões somos nós, os "vivos". Na Nova Iorque pós-apocalíptica do filme, os vivos são divididos em duas castas: os pobres, que vivem como podem num gueto miserável, e os ricos, que se refestelam num complexo dominado por um arranha-céu, com shopping center e belos apartamentos para quem pode pagar. Kaufman (vivido por Dennis Hopper, deliciosamente canastrão como sempre), o dono do pedaço, controla com mão de ferro quem entra e sai do complexo de acordo com seus próprios interesses. Lá fora, os zumbis zanzam para lá e para cá, muitos tentando executar as tarefas que desempenhavam quando vivos. O que Kaufman nem desconfia é que, como tudo na vida (huh, nesse caso, como tudo na "morte"), os zumbis começaram a evoluir, desenvolvendo raciocínios básicos. Essa evolução é simbolizada no personagem Big Daddy, um zumbi que em vida era funcionário de posto de gasolina. A cada massacre das criaturas errantes promovido pela milícia de Kaufman, vemos a dor e a raiva crescendo na expressão apavorante no rosto de Big Daddy, que urra dolorosamente. Comandante natural, Big Daddy lidera a horda de zumbis numa marcha inexorável em direção ao complexo de Kaufman, disposto a ter sua vingança. Dois momentos chave no filme sintetizam a pequena fábula anti globalização de Romero. A primeira é quando, no meio da marcha, os zumbis liderados por Big Daddy se vêem diante de um rio, última barreira para alcançar o complexo. Após "pensar" um instante, o líder pula no rio e simplesmente caminha por baixo d'água até o outro lado, seguido pela horda de zumbis. O segundo momento é quando, chegando ao complexo, os humanos soltam fogos de artifício, expediente que eles usavam quando queriam distrair os monstrengos. Só que, desta vez, após um breve momento contemplando o céu, os zumbis voltam novamente sua atenção ao seu objetivo: carne humana, e desta vez, de forma muito mais furiosa. Confesso que quase chorei nesse momento, com a metáfora dos fogos de artifício. Ah, George Romero, se todos os diretores de filmes de terror fossem iguais a você... O elenco é ótimo, e além do velho Hopper, temos John Leguizamo (esse é sempre fantástico, sou fã), a sexy Asia Argento (filha do diretor italiano Dario Argento, seguidor e parceiro de Romero) e o desconhecido Eugene Clark, excelente no papel de Big Daddy. O DVD que foi para as locadoras está cheinho de extras, making of etc. Destaque para um pequeno documentário sobre a participação dos ingleses Simon Pegg e Edgard Wright, respectivamente ator e diretor do maravilhoso Todo mundo quase morto (Shaun of the dead), brilhante homenagem a Romero e o gênero que ele criou. Shaun of the dead foi devidamente resenhado por mim mesmo, aqui. Alugue (ambos) ontem.
SATURDAY NIGHT'S ALRIGHT FOR FIGHTIN' - Big Beats com WRY (SP) djs: Ramon Prates, Messiah e Mario Bross Dia: 17/12 (Sábado) Horário: 22h as 04h Local: Miss Modular (Morro da Paciência - Rio Vermelho tel. 3235-4950) Ingresso: R$ 10,00
SOON - Resenha do ótimo CD de Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta, resenha do show do Wry no Miss Modular e uma fantástica entrevista exclusiva com Fábio Cascadura (sério, porra!). Wry nessa, malandro!
SATURDAY NIGHT'S ALRIGHT FOR FIGHTIN' - Big Beats com WRY (SP) djs: Ramon Prates, Messiah e Mario Bross Dia: 17/12 (Sábado) Horário: 22h as 04h Local: Miss Modular (Morro da Paciência - Rio Vermelho tel. 3235-4950) Ingresso: R$ 10,00
SOON - Resenha do ótimo CD de Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta, resenha do show do Wry no Miss Modular e uma fantástica entrevista exclusiva com Fábio Cascadura (sério, porra!). Wry nessa, malandro!
segunda-feira, dezembro 12, 2005
MEU CASSETETE PESA UMA TONELADA
Mais um show da Nação Zumbi na Concha (lotada, graças ao ingresso a preço camarada), mais um show de competência e profissionalismo no palco. Desta vez, contudo, profissionalismo até demais, viu?!? Lançando o novo álbum Futura, e escaldados pelo fiasco do Claro que é Rock no Rio de Janeiro, a banda de Jorge du Peixe e do guitar hero Lúcio Maia levantou a galera logo que no entrou em cena, apresentando músicas novas. Também, depois da chatíssima banda colombiana Curupira, que se apresentou logo antes, até aquele homem banda belga maleta que anda aqui em Salvador levantaria o povão. OK, é sempre bom ver a Nação Zumbi, que fez alguns dos melhores shows que eu já vi em minha vida. Mas eles já foram mais punks, mais "sanguinários" no palco. Não que o show tenha sido ruim, longe disso, mas também não foi nada memorável. Pelo menos até a última música, quando... calma, eu chego lá. Me parece que os climas cada vez mais experimentais - e dub e reggae - dos últimos discos da Nação estão se insinuando cada vez mais nas apresentações ao vivo, tirando um pouco da garra que lhe fez a fama. Até que ponto as experimentações em estúdio podem influir nas apresentações em show? Bom, como não sou músico, apenas um jornalista que gosta de música - e de escrever sobre -, deixo a resposta para quem de direito. As músicas novas parecem legais, mas a pouca familiaridade do grande público com as mesmas quebraram o ritmo do show diversas vezes, coisa que pode melhorar com o tempo, se a divulgação do disco ajudar, claro. Foi aquela coisa: eles tocavam um hit, o povo aplaudia, ia à loucura. Eles tocavam uma música nova, o povo ouvia dançando devagarinho, sem muita reação. Várias músicas antigas tiveram seus arranjos modificados, geralmente puxando-as para trás, mais lentas, quase reggae mesmo. Foi assim com Manguetown (que ficou legal) e Risoflora. Esta última, aliás, ficou quase épica, de tão longa. Ia tudo bem, quando, depois de encerrarem o show e voltarem, na última música, um rastinha gaiato subiu no palco para abraçar Jorge du Peixe. Os seguranças, com toda a delicadeza que lhes é peculiar, arrastaram o cara e desceram o braço nele, ainda no palco. Pronto. Instalou-se a confusão. A Concha urrou em protesto. O cara se debatia, o público do gargarejo reagiu e quase dá uma merda de verdade. Jorge e Lúcio começaram a gritar no microfone para parar a briga. Ânimos arrefecidos, Jorge traz o tal rasta ao microfone. "Não precisa bater, pô! O cara só subiu no palco pra falar comigo, são coisas que acontecem em show mesmo, é o som que faz essas coisas acontecerem", disse. A galera aplaude e o rasta toma a palavra: "Isso é só mais uma prova de que na Bahia não existe democracia racial!". A Concha urra novamente. Ele falou mais algumas coisas lá, mas eu num lembro mais. Teve gente do meu lado que gostou do mangue(town), dado o drive até então sonolento da apresentação: "Porra! Até que enfim aconteceu alguma coisa nesse show!". Sábias palavras...
PS: o tal rasta me lembrou muito um ativista político profissional que era aluno da Faculdade de Administração da UFBA nos anos 90, Bonfim, e que andava muito pela (Cantina da) Facom, festeiro que ele só. Como eu tava meio longe do palco, não deu para ter certeza, mas que me lembrou muito aquele cara, lembrou. Se alguém puder tirar essa dúvida, agradeço.
PS: o tal rasta me lembrou muito um ativista político profissional que era aluno da Faculdade de Administração da UFBA nos anos 90, Bonfim, e que andava muito pela (Cantina da) Facom, festeiro que ele só. Como eu tava meio longe do palco, não deu para ter certeza, mas que me lembrou muito aquele cara, lembrou. Se alguém puder tirar essa dúvida, agradeço.
quarta-feira, dezembro 07, 2005
QUEM AQUI, COMO EU, TEM A IDADE DE CRISTO, QUANDO MORREU?
(Como eu? Eu hein?!? Lá ele!)
Era minha última chance de usar essa frase. Domingo, 11, faço 34. Aos amigos, esse sagitariano sem vergonha avisa que receberá os cumprimentos, beijos, abraços, safanões e xingamentos no show da Nação Zumbi, na Concha. Mais tarde, tô pensando em esticar na Soul Sundays do Miss Modular, caso eu ainda esteja inteiro (show da Nação Zumbi é sempre punk, eu saio acabado - e de alma lavada). Fica o aviso pros brothers and sisters.
Então, vamos rápido, para algumas poucas e espero, boas, curtas, que o rock não espera ninguém, não....
HOT WEEK - Rapazes e moças, aproveitem, que essa, sem dúvida, deve ser uma das semanas mais quentes do rock em Salvador esse ano. Senão, vejamos: na quinta, o sempre necessário Cascadura mata saudades da galera com show imperdível no Miss Modular. Pula pro sábado, tem o Natal dos Retrofoguetes - mesma bat hora, mesmo bat local - compre seu ingresso por R$ 15,00 e leve um maravilhoso compacto de vinil colorido com as mais belas canções do repertório natalino, interpretadas pela melhor banda de surf music da face da história da terra (Alô Rex e Morotó! Se vcs não guardarem o meu vão se ver comigo, hein!?! ;-)). Entre elas, uma com a participação de Jorginho King Kobra no vocal (uma música do obscuro soulman brasileiro Orlandivo, se não me engano), que é simplesmente, de rolar de rir. Coisa fina, tomara que tenha participação dele no show também. Aí, no domingo, meu irmão, o negócio não também vai ser mole, não: Nação Zumbi, a melhor banda ao vivo do rock brasileiro, na Concha Acústica, dentro da programação do Mercado Cultural. Se ainda sobrar energia, recomendo dar uma passada no onipresente Miss Modular para conferir as Soul Sundays, matinê de black music que promete ser um dos points cativos do verão 2005/06. Ufa! O próximo! (No próximo, como já sabemos, tem a banda brit-paulistana Wry. Mais sobre isso, mais adiante, oquei?).
SELVÍÇIO:
Conceição Hard com as bandas Radiola e Cascadura. 22h. R$10,00 Quinta, 08.12
Natal dos Retrofoguetes. 22h. R$ 15,00 com direito a um disco (vinil). Sábado, 10.12
Soul Sundays. 18h. Entrada: R$ 10,00 (R$ 5,00 até às 19h). Nesse domingo a caipirinha é dupla. Informações: http://soulsundays.blogspot.com. Domingo, 11.12.
ADEUS, AL SIMMONS - Depois de 150 edições, a edição brasileira da revista Spawn será cancelada pela Editora Abril. Spawn, que quando surgiu, era uma boa novidade num mercado estagnado criativamente, com o tempo acabou se estagnando também e parecendo uma novela das oito: você pode ficar sem assistir (ler, no caso da revista) durante vários capítulos, que quando você voltar, as coisas continuam as mesmas. Nada acontecia. Ainda colecionei até o número 60, acho, mas cansei, por causa disso. A (pós)vida de Al Simmons, o mercenário que, depois de traído e assassinado pelos próprios colegas, volta do inferno como um soldado das profundezas para lutar numa guerra Céu X Inferno que nunca se resolvia, era um puta tédio. Apesar de tudo, a revista tinha um visual muito bacana (típico das revistas da primeira geração da Image), mas não ia muito além disso. O resultado, após um filme (razoável), duas séries de desenho animado pela HBO (muito bons) e 150 números, é esse: queda nas vendas, cancelamento do título no Brasil. Todd McFarlane merece. Devia ter continuado na Marvel, desenhando Homem Aranha, que é o que ele fez de melhor. Sérgio Figueiredo, redator chefe dos quadrinhos da Abril, deu a notícia com exclusividade ao site Herói, aqui. A edição 150, a última no Brasil, sai agora em dezembro. Depois disso, só importando ou caçando nos sebos.
LOCADORA DOS MORTOS - Terra dos Mortos, novo - e desesperadamente esperado - filme de zumbis de George Romero, o pai da matéria, chegando essa semana nas locadoras. Trata-se da quarta parte da - até então - trilogia iniciada em 1968 com A Noite dos Mortos Vivos e suas seqüências Amanhecer dos Mortos (1978) e Dia dos Mortos (1985). O último a assistir é um zumbi putrefato comedor de cérebro. Rumores dão como quase certa mais duas seqüências dirigidas por Romero, fechando duas trilogias. Pelo menos, é o que o próprio Romero tá a fim de fazer. O que seria maravilhoso. Pelo menos para o maníaco por zumbis aqui.
E SEMANA QUE VEM - Quem Wry?
Era minha última chance de usar essa frase. Domingo, 11, faço 34. Aos amigos, esse sagitariano sem vergonha avisa que receberá os cumprimentos, beijos, abraços, safanões e xingamentos no show da Nação Zumbi, na Concha. Mais tarde, tô pensando em esticar na Soul Sundays do Miss Modular, caso eu ainda esteja inteiro (show da Nação Zumbi é sempre punk, eu saio acabado - e de alma lavada). Fica o aviso pros brothers and sisters.
Então, vamos rápido, para algumas poucas e espero, boas, curtas, que o rock não espera ninguém, não....
HOT WEEK - Rapazes e moças, aproveitem, que essa, sem dúvida, deve ser uma das semanas mais quentes do rock em Salvador esse ano. Senão, vejamos: na quinta, o sempre necessário Cascadura mata saudades da galera com show imperdível no Miss Modular. Pula pro sábado, tem o Natal dos Retrofoguetes - mesma bat hora, mesmo bat local - compre seu ingresso por R$ 15,00 e leve um maravilhoso compacto de vinil colorido com as mais belas canções do repertório natalino, interpretadas pela melhor banda de surf music da face da história da terra (Alô Rex e Morotó! Se vcs não guardarem o meu vão se ver comigo, hein!?! ;-)). Entre elas, uma com a participação de Jorginho King Kobra no vocal (uma música do obscuro soulman brasileiro Orlandivo, se não me engano), que é simplesmente, de rolar de rir. Coisa fina, tomara que tenha participação dele no show também. Aí, no domingo, meu irmão, o negócio não também vai ser mole, não: Nação Zumbi, a melhor banda ao vivo do rock brasileiro, na Concha Acústica, dentro da programação do Mercado Cultural. Se ainda sobrar energia, recomendo dar uma passada no onipresente Miss Modular para conferir as Soul Sundays, matinê de black music que promete ser um dos points cativos do verão 2005/06. Ufa! O próximo! (No próximo, como já sabemos, tem a banda brit-paulistana Wry. Mais sobre isso, mais adiante, oquei?).
SELVÍÇIO:
Conceição Hard com as bandas Radiola e Cascadura. 22h. R$10,00 Quinta, 08.12
Natal dos Retrofoguetes. 22h. R$ 15,00 com direito a um disco (vinil). Sábado, 10.12
Soul Sundays. 18h. Entrada: R$ 10,00 (R$ 5,00 até às 19h). Nesse domingo a caipirinha é dupla. Informações: http://soulsundays.blogspot.com. Domingo, 11.12.
ADEUS, AL SIMMONS - Depois de 150 edições, a edição brasileira da revista Spawn será cancelada pela Editora Abril. Spawn, que quando surgiu, era uma boa novidade num mercado estagnado criativamente, com o tempo acabou se estagnando também e parecendo uma novela das oito: você pode ficar sem assistir (ler, no caso da revista) durante vários capítulos, que quando você voltar, as coisas continuam as mesmas. Nada acontecia. Ainda colecionei até o número 60, acho, mas cansei, por causa disso. A (pós)vida de Al Simmons, o mercenário que, depois de traído e assassinado pelos próprios colegas, volta do inferno como um soldado das profundezas para lutar numa guerra Céu X Inferno que nunca se resolvia, era um puta tédio. Apesar de tudo, a revista tinha um visual muito bacana (típico das revistas da primeira geração da Image), mas não ia muito além disso. O resultado, após um filme (razoável), duas séries de desenho animado pela HBO (muito bons) e 150 números, é esse: queda nas vendas, cancelamento do título no Brasil. Todd McFarlane merece. Devia ter continuado na Marvel, desenhando Homem Aranha, que é o que ele fez de melhor. Sérgio Figueiredo, redator chefe dos quadrinhos da Abril, deu a notícia com exclusividade ao site Herói, aqui. A edição 150, a última no Brasil, sai agora em dezembro. Depois disso, só importando ou caçando nos sebos.
LOCADORA DOS MORTOS - Terra dos Mortos, novo - e desesperadamente esperado - filme de zumbis de George Romero, o pai da matéria, chegando essa semana nas locadoras. Trata-se da quarta parte da - até então - trilogia iniciada em 1968 com A Noite dos Mortos Vivos e suas seqüências Amanhecer dos Mortos (1978) e Dia dos Mortos (1985). O último a assistir é um zumbi putrefato comedor de cérebro. Rumores dão como quase certa mais duas seqüências dirigidas por Romero, fechando duas trilogias. Pelo menos, é o que o próprio Romero tá a fim de fazer. O que seria maravilhoso. Pelo menos para o maníaco por zumbis aqui.
E SEMANA QUE VEM - Quem Wry?
quarta-feira, novembro 30, 2005
ALMAS PERDIDAS
Banda que, aos pouquinhos, eu descobri que gosto demais é aqueles meninos do Doves. Inicialmente hypados (conheci pela coluna do Lúcio Ribeiro, confesso sim, so what?), essa banda britânica teve um momento de glória na mídia rock em 2002, com o hit There goes the fear, que levou o disco The last broadcast (2002) a vender muito bem na época. There goes the fear é realmente uma linda canção, com um forte sabor de U2 em seu arranjo. No final, tinha um sambinha (atravessadérrimo, até um néscio como eu pude perceber) e o clipe era soberbo, um trabalho de chroma-key (se não me engano) poético como poucos. Sério, cada cena parece um quadro, de tão bonito que é esse clipe. Até aí, morreu Maria preá. 2002 acabou, e a banda parece ter voltado à uma semi obscuridade, soterrada sob as milhares de bandas "foda" que parecem surgir a cada sexta-feira na Pensata do senhor Ribeiro. Gostei muito do "Broadcast", então, mais adiante, consegui seu disco posterior, "Lost sides" (2003), uma coletânea de lados b dos seus dois primeiros discos, "Lost souls" (2000) (que também consegui mais tarde) e o citado "Broadcast". Pois bem, não é que acabei gostando mais desses dois (o primeiro e a coletânea de lados b), do que do disco "do hit"? Lost souls é um disco triste, mas foda-se, eu não escolho discos por que são tristes ou alegres, eu escolho discos por que eles são bons. (Na minha concepção, claro.) Seu andamento é algo etéreo, impõe-se com o tempo, não é disco que você se apaixone de primeira. Pianos, violões, uma gaitinha às vezes, algumas vozes com efeitos fantasmagóricos, melodias introspectivas, lindonas e viajandonas TOTAL. Saca o Violeta de Outono (que parece que vem mesmo tocar aqui em Salvador - pela 1ª vez - em mais de 20 anos de carreira, prest'enção!)? Pois é, colocando de forma grosseira, é mais ou menos como o Violeta de Outono, só que sem a intenção explícita em soar psicodélica da banda brasileira (o que não é nenhum demérito, diga-se). Tem influência do Pink Floyd, mas acho que de uma maneira diferente do Radiohead, por exemplo. Outras influências óbvias são Smiths e Joy Division, claro. Som atmosférico, chaplex de primeira qualidade. Não é pra pegar e botar pra tocar no Miss Modular. É mais para ouvir em casa, curtindo umas, se é que você me entende. Já li umas críticas por aí desse primeiro disco e todas diziam que o segundo era melhor, mais maduro e tal. BALELA! Lost souls é O disco do Doves. Quer dizer, tem o mais novo, Some cities, lançado no começo de 2005, mas ainda não tive o prazer. A coletânea de lados b, Lost sides, é outra pepita injustamente esquecida por aí. O efeito é o mesmo do outro disco: administrado em doses exatas por um curto período de tempo, ganha efeitos viciantes devastadores e incuráveis. Ouça o doutor Franchico.
SORRY PERIFERIA - Tá sentado? Então, é melhor sentar direitinho: a banda baiana Canto dos Malditos na Terra do Nunca, escalada para tocar na etapa Salvador do Claro q é rock em abril último, foi contratada pela Warner. Minha fonte (não conto quem é nem sob tortura) me garantiu que o grupo vai gravar seu primeiro disco no primeiro semestre do ano que vem, com produção de Carlos Eduardo Miranda. Fuuuuro!
SUPREMOS ESCROTOS - A revista Homem Aranha Millenium nº 47, nas bancas de Salvador desde ontem, terça-feira, é um excelente, como eles dizem lá nos USA, jumping point para você se presentear com um novo vício. A partir desse número, tem início a segunda temporada de Os Supremos, ou The Ultimates, na língua original. Trata-se da versão Ultimate Marvel dos Vingadores, que aliás, tão numa urucubaca desgraçada (e bacanérrima pra quem lê) em sua versão tradicional. Escrita pelo escocês maluco e alcoólatra Mark Millar, o que é ótimo, a versão Ultimate dos maiores heróis da Terra é infinitamente mais arrojada e plausível que sua contraparte tradicional. O Capitão América é abertamente o que sempre foi, mas faziam questão de esconder: um John Wayne de máscara e escudo, republicano e escroto até a medula. O Hulk só sai peladão e come seus inimigos. Não sexualmente, mente suja, ele canibaliza a galera, mesmo. Enlouquecido, destruiu vários prédios em Nova Iorque, matando mais de 800 pessoas. Uma verdadeira pessoa de destruição em massa, como é chamado pela imprensa. O Thor é considerado um charlatão new age boa praça com tendências alucinatórias, pois se diz um deus (do trovão, no caso). O Gigante (o cientista Hank Pym), bate na esposa, a Vespa, que aliás, dá o maior mole pro Caputão América. Como se vê, só gente boa. Ah, Nick Fury, o manipulador diretor da Shield (agência ultra secreta de espionagem e tecnologia, tal) é a cara do Samuel L. Jackson. Mas a cara mesmo, o fantástico desenhista inglês Bryan Hitch retrata o homem à perfeição. Bem como todos os personagens (que ganharam novos e modernos designs, claro) e as cenas de ação, épicas, gigantescas, cinematográficas. Bom, Os Supremos fizeram tanto sucesso, que a Marvel está produzindo dois longas metragens em desenho animado que serão lançados no ano que vem, direto no mercado de DVDs, baseados na primeira temporada, que durou doze números. Nessa segunda temporada, veremos... bom, sei lá o que veremos. O primeiro número tá nas bancas e bate um bolão. Ainda tem histórias das versões Ultimate do Homem Aranha (texto de Brian Michael Bendis, que O grande nome da Marvel hoje em dia), dos X-Men (claaaro) (texto do Brian K. Vaughan, de Ex Machina, aguardem texto sobre) e do Quarteto Fantástico (texto do Warren Ellis, outro britânico maluco de carteirinha), que também são bem bacanas. Homem Aranha Millenium nº 47, nas bancas, R$ 6,90.
FRASE DA SEMANA - "O melhor emprego do mundo é ser bichinho ou solzinho de pelúcia no show do Flaming Lips". Mário Jorge, pai de todos os rockloquistas, ainda impressionado.
SORRY PERIFERIA - Tá sentado? Então, é melhor sentar direitinho: a banda baiana Canto dos Malditos na Terra do Nunca, escalada para tocar na etapa Salvador do Claro q é rock em abril último, foi contratada pela Warner. Minha fonte (não conto quem é nem sob tortura) me garantiu que o grupo vai gravar seu primeiro disco no primeiro semestre do ano que vem, com produção de Carlos Eduardo Miranda. Fuuuuro!
SUPREMOS ESCROTOS - A revista Homem Aranha Millenium nº 47, nas bancas de Salvador desde ontem, terça-feira, é um excelente, como eles dizem lá nos USA, jumping point para você se presentear com um novo vício. A partir desse número, tem início a segunda temporada de Os Supremos, ou The Ultimates, na língua original. Trata-se da versão Ultimate Marvel dos Vingadores, que aliás, tão numa urucubaca desgraçada (e bacanérrima pra quem lê) em sua versão tradicional. Escrita pelo escocês maluco e alcoólatra Mark Millar, o que é ótimo, a versão Ultimate dos maiores heróis da Terra é infinitamente mais arrojada e plausível que sua contraparte tradicional. O Capitão América é abertamente o que sempre foi, mas faziam questão de esconder: um John Wayne de máscara e escudo, republicano e escroto até a medula. O Hulk só sai peladão e come seus inimigos. Não sexualmente, mente suja, ele canibaliza a galera, mesmo. Enlouquecido, destruiu vários prédios em Nova Iorque, matando mais de 800 pessoas. Uma verdadeira pessoa de destruição em massa, como é chamado pela imprensa. O Thor é considerado um charlatão new age boa praça com tendências alucinatórias, pois se diz um deus (do trovão, no caso). O Gigante (o cientista Hank Pym), bate na esposa, a Vespa, que aliás, dá o maior mole pro Caputão América. Como se vê, só gente boa. Ah, Nick Fury, o manipulador diretor da Shield (agência ultra secreta de espionagem e tecnologia, tal) é a cara do Samuel L. Jackson. Mas a cara mesmo, o fantástico desenhista inglês Bryan Hitch retrata o homem à perfeição. Bem como todos os personagens (que ganharam novos e modernos designs, claro) e as cenas de ação, épicas, gigantescas, cinematográficas. Bom, Os Supremos fizeram tanto sucesso, que a Marvel está produzindo dois longas metragens em desenho animado que serão lançados no ano que vem, direto no mercado de DVDs, baseados na primeira temporada, que durou doze números. Nessa segunda temporada, veremos... bom, sei lá o que veremos. O primeiro número tá nas bancas e bate um bolão. Ainda tem histórias das versões Ultimate do Homem Aranha (texto de Brian Michael Bendis, que O grande nome da Marvel hoje em dia), dos X-Men (claaaro) (texto do Brian K. Vaughan, de Ex Machina, aguardem texto sobre) e do Quarteto Fantástico (texto do Warren Ellis, outro britânico maluco de carteirinha), que também são bem bacanas. Homem Aranha Millenium nº 47, nas bancas, R$ 6,90.
FRASE DA SEMANA - "O melhor emprego do mundo é ser bichinho ou solzinho de pelúcia no show do Flaming Lips". Mário Jorge, pai de todos os rockloquistas, ainda impressionado.
segunda-feira, novembro 28, 2005
SÓ PARA CONSTAR
A banda gaúcha Cartolas levou o grande prêmio do concurso Claro q é rock, faturando uma van, a gravação de um disco no estúdio Toca do Bandido e dois (2! Um só não basta?) videoclipes. Diz que Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta, ilustres representantes baianos, ficaram com o segundo lugar. Sobre o concurso, registre-se o mico (tá mais pra King Kong) relatado pelo repórter Marcos Casé, do jornal A Tarde:
"Mas o principal fato negativo ficou por conta da organização do festival, que, para começar no horário marcado, permitiu que o grupo (Ronei e OLDB) tocasse sem a presença dos jurados, o que aconteceu também com a Volpina, de Sorocaba (SP), segunda a subir no palco. Atrasados, os jurados - a cantora Pitty, os jornalistas Lúcio Ribeiro e Sílvio Essinger, o produtor musical Carlos Eduardo Miranda, o diretor da MTV Mauro Bedaque e os curadores do festival, Constança Scofield e Wagner Vianna, do Estúdio Toca do Bandido - só assistiram ao vivo a partir do show da terceira banda, exatamente a Cartolas. Depois de muita discussão, se os primeiros shows teriam que ser repetidos, ficou acertado que o júri veria a gravação feita pela MTV para avaliar a performance do Ronei e da Volpina. Pior para as bandas, que não puderam ser analisadas no calor e na emoção do palco".
Ei, ano que vem me chamem pra ser jurado que eu juro que chego no horário, valeu?
De resto, diz que Iggy detonou, o Lips encantou, Sonic Youth entortou, NIN quebrou tudo e Fantomas e Good Charlotte só serviram mesmo para encher o saco. Já tá cheio de relatos de quem estava lá, por aí. Mantenha sua bunda gorda na cadeira e vá se informar direito em outros lugares.
E ano que vem me aguardem! ;-)
TRIBUTO À STEVE MARRIOT NAS BANCAS - Acabei de ver no meu horário de almoço um DVD na banca de revista com um show em tributo à Steve Marriot, seminal guitarrista e vocalista da não menos importante banda setentista inglesa Humble Pie, que era um belo cruzamento de soul, blues e hard rock. No show, participações do modfather Paul Weller, dos Oasis Liam Gallagher e Gem Archer (ei, esse cara não tocava no Ride tb?), Kenney Jones (substituto - se é que isso é possível - de Keith Moon no The Who) e Peter Frampton (tb ex-Humble Pie), entre vários outros. Não, não conheço - como deveria - o Humble Pie, mas parece bem bacana, pena que meu orçamento para dvds deste mês já foi. R$ 17 e uns quebrados.
"Mas o principal fato negativo ficou por conta da organização do festival, que, para começar no horário marcado, permitiu que o grupo (Ronei e OLDB) tocasse sem a presença dos jurados, o que aconteceu também com a Volpina, de Sorocaba (SP), segunda a subir no palco. Atrasados, os jurados - a cantora Pitty, os jornalistas Lúcio Ribeiro e Sílvio Essinger, o produtor musical Carlos Eduardo Miranda, o diretor da MTV Mauro Bedaque e os curadores do festival, Constança Scofield e Wagner Vianna, do Estúdio Toca do Bandido - só assistiram ao vivo a partir do show da terceira banda, exatamente a Cartolas. Depois de muita discussão, se os primeiros shows teriam que ser repetidos, ficou acertado que o júri veria a gravação feita pela MTV para avaliar a performance do Ronei e da Volpina. Pior para as bandas, que não puderam ser analisadas no calor e na emoção do palco".
Ei, ano que vem me chamem pra ser jurado que eu juro que chego no horário, valeu?
De resto, diz que Iggy detonou, o Lips encantou, Sonic Youth entortou, NIN quebrou tudo e Fantomas e Good Charlotte só serviram mesmo para encher o saco. Já tá cheio de relatos de quem estava lá, por aí. Mantenha sua bunda gorda na cadeira e vá se informar direito em outros lugares.
E ano que vem me aguardem! ;-)
TRIBUTO À STEVE MARRIOT NAS BANCAS - Acabei de ver no meu horário de almoço um DVD na banca de revista com um show em tributo à Steve Marriot, seminal guitarrista e vocalista da não menos importante banda setentista inglesa Humble Pie, que era um belo cruzamento de soul, blues e hard rock. No show, participações do modfather Paul Weller, dos Oasis Liam Gallagher e Gem Archer (ei, esse cara não tocava no Ride tb?), Kenney Jones (substituto - se é que isso é possível - de Keith Moon no The Who) e Peter Frampton (tb ex-Humble Pie), entre vários outros. Não, não conheço - como deveria - o Humble Pie, mas parece bem bacana, pena que meu orçamento para dvds deste mês já foi. R$ 17 e uns quebrados.
quarta-feira, novembro 23, 2005
TAKE IT TAKE A LITTLE PIECE OF MY HEART NOW BABE
Nem terminei ainda (faltam umas 60 páginas), mas eu não resisto. Enterrada viva (8ª edição em 1991, 334 páginas, Ed. Civilização Brasileira, tradução de Vera Neves Pedroso), a clássica biografia de Janis Joplin escrita por Myra Friedman, amiga pessoal da cantora e assessora de imprensa e RP do escritório de Albert Grossman (judeuzão esperto como a porra que também era empresário de Bob Dylan e Peter, Paul & Mary entre outros - veja mais sobre Grossman em No direction home, o recente documentário de Martin Scorsese que já nasceu clássico) é, se ninguém aí perdeu o fio da meada com tantos nomes citados de uma vez só, simplesmente, um dos melhores livros sobre rock, sobre uma época e finalmente, sobre uma verdadeira estrela da música, que eu já li em toda a minha caspenta existência, se me permitem um toque amargo de baixa auto estima aqui. É que não dá para se sentir diferente, não depois de ler o relato preciso e a análise fria e acurada de Friedman, uma repórter de mão cheia, sobre aquela época e aquela pessoa em particular. Quando se fala em anos 60, os sobreviventes daqueles anos loucos costumam dizer que não se lembram direito de nada, por que estavam tão inapelavelmente pirados na batatinha, que foi tudo pro ralo do esquecimento mesmo. Myra Friedman, contudo, deve ter sido uma das pessoas mais chatas do mundo naquele tempo, pois ela devia ser o único ser humano "de cara" a freqüentar shows e festivais de rock. Só isso explica como ela se lembra de detalhes como a roupa que Janis estava usando dia tal, quando elas tomaram um café na esquina tal em NY. Suas descrições são extremamente precisas e suas análises do comportamento e da personalidade de Janis são como as que você faria de seu melhor amigo: você conhece os defeitos, as qualidades, os traumas e vitórias. É foda: a mulher tava lá no concerto que Janis deu, à pulso, digamos assim, para uns 2 mil motoqueiros Hell's Angels numa espelunca em São Francisco, à pedido dos motoqueiros. (Naquela época não era muito aconselhável declinar de um convite da temida gang.) O resultado foi Janis arrebentando sua garrafa de Southern Comfort em pleno palco na cabeça de um deles. O infeliz não parava de puxar uma de suas echarpes. Sorte que o líder deles viu que o bebum tava abusando Janis e deixou por isso mesmo. Friedman começa sua história do início, da infância de Janis. Como diz Ruy Castro, biógrafo tem que gastar sapato para escrever. Foi o que Friedman fez, indo à cidade natal de Janis, Port Arthur, Texas, entrevistar os pais, parentes e amigos da cantora. Ficamos sabendo que, no ano em que entrou na faculdade - que nunca terminou, claro - Janis ganhou o título de "Homem mais feio do campus". Isso aí, entre outros episódios deprimentes, mais uma tendência natural ao alcoolismo (seu maior vício), transformaram a menina texana de boa família numa pilha ambulante gigantesca, uma bomba relógio com hora certa para detonar. Muitos personagens típicos e engraçadíssimos da época, que passam rapidamente pelo livro, ganham um perfil detalhado e sardônico, para dizer o mínimo. Coisa digna de um Tom Wolfe. Vejam só esse trechinho pescado à esmo numa página qualquer:
"Emmet Grogan: autor de uma autobiografia, Ringolevio, editada em 1972. Quando o conheci, em 1968, ele ainda estava à procura de si mesmo. Ex-viciado em entorpecentes, ator, ladrão e naturalmente, digger (nota: Boiei. Alguém? Ferris?), Emmet alcançara alguma fama como um Robin Hood do Haight-Ashbury. Na verdade, alcançara mais do que fama. No "underground" (aspas da autora) americano, Emmet é tão lendário quanto o Pimpinela Escarlate. É procurado aqui, ali e há sempre dúvida quanto ao lugar onde ele possa ser achado: no céu ou no inferno. Na realidade, ele se parece com o Pimpinela tanto quanto com Sonny Corleone, com a diferença de que é um bonito descendente de irlandeses, com feições corretas e uma ira conquistada nas ruas do Brooklyn. Também já foi um menino de coro, tudo isso resultando numa combinação explosiva e numa tendência alarmante para julgar, de vez em quando, que todo o país está preocupado - negativamente - com Emmet Grogan".
E continua, mas isso aqui é só um parágrafo. Não é possível. Essa moça Friedman deve ter dado pra esse cara. Ou pelo menos, quis dar. Mas isso aí é só para vocês terem uma idéia do nível de refinamento do texto dessa mulher. Na página 196, encontramos o brevíssimo relato - pro tanto de história que até hoje nego (Serguei, principalmente) conta - sobre a passagem dela pelo Brasil no verão de 1969. Infelizmente, a autora não acompanhou Janis nessa viagem. Portanto, nada sobre Arembepe, nada sobre Serguei. Mas Salvador é citada: "Janis e David (Niehaus, que ela conhecera na praia em Copacabana) acabaram não se embrenhando na selva. Preferiram viajar pela costa nordeste do Brasil, até a cidade de Salvador". E só. É isso aí, amiguinhos. Enterrada viva é A Biografia quando se trata de Janis Joplin, se é que alguém aí ainda se interessa por ela. Eu mesmo achava que não me interessava mais. Janis Joplin é aquela coisa: você descobre ainda em algum ponto da adolescência, ouve loucamente durante uns dois ou três anos, e depois larga de mão. Pelo menos comigo foi assim. Já tive minha cota de Me and Bobby McGee, sabe? Bom, ainda não tenho nenhum disco dela, nem tive vontade de procurar um. Só comprei o livro por que achei por um preço razoável na banca de revista do shopping: R$ 19,90 (quem costuma ler isso aqui deve achar que eu sou o maior fominha: "porra, esse cara só compra coisas em promoção!". Nem sempre, galera). Ah: mais uma coisa: não sei se existem edições mais novas desse livro. Se não, é uma tremenda marcação de bobeira da editora nacional. Uma nova edição, acrescida de uma nova introdução da autora, entre outros extras, foi lançada pela editora americana. A Civilização Brasileira (ou outra editora) bem que podia relançar o livro com esse upgrade. Essa edição que eu tenho, de 1991, parece que foi feita antes do advento do Windows, pois a capa, ainda que austera, é bem tosquinha - em econômicas duas cores. Pesquisei no Submarino e a edição que eles oferecem - mas está esgotada - é igual à minha. Uma nova edição, devidamente revisada, com uma nova tradução, encadernada, acrescida do conteúdo atualizado da autora, repaginada (literalmente) e com uma nova e moderna direção de arte, certamente seria um sucesso de vendas. Enterrada Viva, A Biografia de Janis Joplin, por Myra Friendman, é um puta trabalho de fôlego. Se puderem, leiam.
SCOTT SOTO SOLTA A VOZ (E O REPÓRTER DO RL VÊ TUDO PELA GRETINHA DO LADO DE FORA) - Perguntei prum broher das antigas como foi o show do Jeff Scott Soto no Rock in Rio Café sexta passada e o cara de pau me envia o relato a seguir.
Cara, o show do JSS foi legal mas foi uma viagem porque eu cheguei lá por volta das 23h com Bubu. A porra da banda que tava tocando era mais ou menos merda e dei uma volta com Bubu pra queimar um... quando voltei fiquei ouvindo o som do lado de fora, não estava cheio... perguntei com toda educação (após um tradicional "boa noite") ao maluco da portaria se podia ver como estava lá dentro pela porta, sem entrar, e o cara disse que não dava... eu não acreditei e perguntei de novo: "Rapaz, eu não posso chegar na porta e ver como está lá dentro???" e não é que o FDP reiterou o não! Fiquei indignado e dei as costas pra ele com um sorriso escroto, e continuei do lado de fora falando com Bubu... de repente lá se vai uma seqüência de músicas do Marching Out... Percebi que era o JSS e o bonde já estava andando... Fui pelos fundos ver pela greta o movimento e só tinha cueca... Acendi outro dedo de hulk com Bubu e fiquei vendo o show pela greta... O som tava redondíssimo... Os caras tocaram cover do Queen, Scorpions, dance dos anos 70, Malmsteen, Whitesnake... Foi muito legal man, e o cara ainda canta pacas...
Por Ricardo Estupô, repórter especial para o Rock Loco.
Eu guento?
"Emmet Grogan: autor de uma autobiografia, Ringolevio, editada em 1972. Quando o conheci, em 1968, ele ainda estava à procura de si mesmo. Ex-viciado em entorpecentes, ator, ladrão e naturalmente, digger (nota: Boiei. Alguém? Ferris?), Emmet alcançara alguma fama como um Robin Hood do Haight-Ashbury. Na verdade, alcançara mais do que fama. No "underground" (aspas da autora) americano, Emmet é tão lendário quanto o Pimpinela Escarlate. É procurado aqui, ali e há sempre dúvida quanto ao lugar onde ele possa ser achado: no céu ou no inferno. Na realidade, ele se parece com o Pimpinela tanto quanto com Sonny Corleone, com a diferença de que é um bonito descendente de irlandeses, com feições corretas e uma ira conquistada nas ruas do Brooklyn. Também já foi um menino de coro, tudo isso resultando numa combinação explosiva e numa tendência alarmante para julgar, de vez em quando, que todo o país está preocupado - negativamente - com Emmet Grogan".
E continua, mas isso aqui é só um parágrafo. Não é possível. Essa moça Friedman deve ter dado pra esse cara. Ou pelo menos, quis dar. Mas isso aí é só para vocês terem uma idéia do nível de refinamento do texto dessa mulher. Na página 196, encontramos o brevíssimo relato - pro tanto de história que até hoje nego (Serguei, principalmente) conta - sobre a passagem dela pelo Brasil no verão de 1969. Infelizmente, a autora não acompanhou Janis nessa viagem. Portanto, nada sobre Arembepe, nada sobre Serguei. Mas Salvador é citada: "Janis e David (Niehaus, que ela conhecera na praia em Copacabana) acabaram não se embrenhando na selva. Preferiram viajar pela costa nordeste do Brasil, até a cidade de Salvador". E só. É isso aí, amiguinhos. Enterrada viva é A Biografia quando se trata de Janis Joplin, se é que alguém aí ainda se interessa por ela. Eu mesmo achava que não me interessava mais. Janis Joplin é aquela coisa: você descobre ainda em algum ponto da adolescência, ouve loucamente durante uns dois ou três anos, e depois larga de mão. Pelo menos comigo foi assim. Já tive minha cota de Me and Bobby McGee, sabe? Bom, ainda não tenho nenhum disco dela, nem tive vontade de procurar um. Só comprei o livro por que achei por um preço razoável na banca de revista do shopping: R$ 19,90 (quem costuma ler isso aqui deve achar que eu sou o maior fominha: "porra, esse cara só compra coisas em promoção!". Nem sempre, galera). Ah: mais uma coisa: não sei se existem edições mais novas desse livro. Se não, é uma tremenda marcação de bobeira da editora nacional. Uma nova edição, acrescida de uma nova introdução da autora, entre outros extras, foi lançada pela editora americana. A Civilização Brasileira (ou outra editora) bem que podia relançar o livro com esse upgrade. Essa edição que eu tenho, de 1991, parece que foi feita antes do advento do Windows, pois a capa, ainda que austera, é bem tosquinha - em econômicas duas cores. Pesquisei no Submarino e a edição que eles oferecem - mas está esgotada - é igual à minha. Uma nova edição, devidamente revisada, com uma nova tradução, encadernada, acrescida do conteúdo atualizado da autora, repaginada (literalmente) e com uma nova e moderna direção de arte, certamente seria um sucesso de vendas. Enterrada Viva, A Biografia de Janis Joplin, por Myra Friendman, é um puta trabalho de fôlego. Se puderem, leiam.
SCOTT SOTO SOLTA A VOZ (E O REPÓRTER DO RL VÊ TUDO PELA GRETINHA DO LADO DE FORA) - Perguntei prum broher das antigas como foi o show do Jeff Scott Soto no Rock in Rio Café sexta passada e o cara de pau me envia o relato a seguir.
Cara, o show do JSS foi legal mas foi uma viagem porque eu cheguei lá por volta das 23h com Bubu. A porra da banda que tava tocando era mais ou menos merda e dei uma volta com Bubu pra queimar um... quando voltei fiquei ouvindo o som do lado de fora, não estava cheio... perguntei com toda educação (após um tradicional "boa noite") ao maluco da portaria se podia ver como estava lá dentro pela porta, sem entrar, e o cara disse que não dava... eu não acreditei e perguntei de novo: "Rapaz, eu não posso chegar na porta e ver como está lá dentro???" e não é que o FDP reiterou o não! Fiquei indignado e dei as costas pra ele com um sorriso escroto, e continuei do lado de fora falando com Bubu... de repente lá se vai uma seqüência de músicas do Marching Out... Percebi que era o JSS e o bonde já estava andando... Fui pelos fundos ver pela greta o movimento e só tinha cueca... Acendi outro dedo de hulk com Bubu e fiquei vendo o show pela greta... O som tava redondíssimo... Os caras tocaram cover do Queen, Scorpions, dance dos anos 70, Malmsteen, Whitesnake... Foi muito legal man, e o cara ainda canta pacas...
Por Ricardo Estupô, repórter especial para o Rock Loco.
Eu guento?
quarta-feira, novembro 16, 2005
"I AM THE LORD OF WASTELANDS /
A MODERN DAY MAN OF STEEL /
I GATHER DARKNESS TO PLEASE ME /
AND I COMMAND THEE TO KNEEL /
BEFORE THE GOD OF THUNDER /
AND ROCK N' ROLL OOOOUOO /
THE SPELL YOU'RE UNDER /
WILL SLOWLY ROB YOU /
OF YOUR VIRGIN SOUL"
KISS, God of Thunder.
Lá vou eu falando do Kiss de novo.
(...)
Ainda tem alguém aí? Bom aos que sobraram, não custa avisar que tá nas bancas um desses DVDs que vêm encartados em revista, trazendo, simplesmente, um show do Kiss no auge da juventude e criatividade (sim, eles já foram criativos), em 1976. Kiss: The Lost 1976 Concert, o DVD, é material para fazer calar os detratores, ou então o contrário: de fazer clamarem os incréus pelo próprio Deus do Trovão, ou melhor, por God of Thunder, um dos petardos - com o perdão da má palavra - que constam deste lançamento. É bom lembrar que 1976 é o ano em que o Kiss lançou Destroyer, que vem a ser - incontestavelmente - o melhor disco da carreira da banda beijo. Por isso mesmo, traz em seu repertório performances ao vivo raríssimas das músicas daquele disco, como Flaming youth (esta é inédita mesmo, só tem aqui), Do you love me e a já citada God of Thunder. Tem ainda as ultra-clássicas Cold gin (com direito à momento-solo-de-guitarra de Ace Frehley), Watchin' you (com direito à momento-solo-de-bateria de Peter Criss), Firehouse e Black diamond. Pena que acabe aí, só com sete músicas, mas dá para babar na gravata só com isso, garanto. Apesar de ser em p&b, o show é razoavelmente bem iluminado, ainda que a imagem esteja meio esmaecida, o que na verdade, só reforça a aura de vídeo raro, perdido por muitos anos. Tem uma oitava faixa meio esquisita, uma homenagem ao Kiss, não explicada, por um tal de Kieselhorst Experience tocando uma música chamada Flamethrower, que vem a ser um instrumentalzinho emulando o Kiss áureo do show, enquanto rola um clipe com uma colagem de cenas dos mascarados originais em ação. Uma picaretagem. Já o material extra, esse sim, é caprichado e raríssimo. Trata-se de uma entrevista (em 29 de abril de 1974, dois anos antes do show) do baixista Gene Simmons (o linguarudo, para quem não está familiarizado) no Mike Douglas Show, talk show vespertino caretérrimo de uma emissora da Filadélfia. Vou te contar: o negócio é hilário demais. O tal Mike Douglas diz para as câmeras que vai apresentar um novo grupo de rock. Mostra a capa do primeiro disco, recém lançado, e chama: "Do Kiss, Gene Simmons!". O cenário (brega, tosco) se abre e adentra ao estúdio (e lares americanos) o Anti-Cristo em pessoa: botas decoradas com caveiras e salto de 30 centímetros, asas de morcego sob os braços, a máscara, ah meu deus, a máscara! E o cara vem mostrando a língua e tudo. Depois faz uma mesura para o público, aperta a mão do apresentador (estupefato, como todo mundo no estúdio, com uma platéia de cem pessoas) e então se dirige aos outros convidados, sentados em poltronas: um véio, uma véia e um cara. Risadinhas nervosas no auditório. Ele respeitosamente aperta as mãos da véia, do véio e a do cara, que sei lá por que, se inclina em direção à Gene, como se fosse para ouvir (ou falar algo no ouvido). Este, subitamente, lhe dá uma risadona escabrosa maligna: "Ah! Ah! Ah! Ah! Aaaahh!!!" Lembre da risada maligna do Didi Mocó, não é muito diferente. O cara se assusta e tem um sobressalto. A platéia vai abaixo. Mais adiante, depois de se intitular "um morcego, a encarnação do mal", o israelense Gene perde o rebolado quando a véia (que, aliás, enverga um moderníssimo penteado à Marge Simpson) o chama de "um bom filho judeu. Sua mãe está assistindo, não está?", pergunta. "Como você sabe (que eu sou judeu)?", espanta-se Gene. "A máscara não esconde seu nariz", responde a véia ousada. Na seqüência, performance ao vivo da banda inteira tocando Firehouse, com direito à show pirotécnico e o'scambau. Kiss: The Lost 1976 Concert está (talvez, ainda) nas bancas por R$ 13,90. Para mim foi (pouco) dinheiro bem investido. E olha que nem sou de ficar fazendo coleção de DVD (já bastam os quadrinhos, cds, vinis, livros e canhotos de ingresso de show).
AGENDÃO ROCK (LOCO)
I GATHER DARKNESS TO PLEASE ME /
AND I COMMAND THEE TO KNEEL /
BEFORE THE GOD OF THUNDER /
AND ROCK N' ROLL OOOOUOO /
THE SPELL YOU'RE UNDER /
WILL SLOWLY ROB YOU /
OF YOUR VIRGIN SOUL"
KISS, God of Thunder.
Lá vou eu falando do Kiss de novo.
(...)
Ainda tem alguém aí? Bom aos que sobraram, não custa avisar que tá nas bancas um desses DVDs que vêm encartados em revista, trazendo, simplesmente, um show do Kiss no auge da juventude e criatividade (sim, eles já foram criativos), em 1976. Kiss: The Lost 1976 Concert, o DVD, é material para fazer calar os detratores, ou então o contrário: de fazer clamarem os incréus pelo próprio Deus do Trovão, ou melhor, por God of Thunder, um dos petardos - com o perdão da má palavra - que constam deste lançamento. É bom lembrar que 1976 é o ano em que o Kiss lançou Destroyer, que vem a ser - incontestavelmente - o melhor disco da carreira da banda beijo. Por isso mesmo, traz em seu repertório performances ao vivo raríssimas das músicas daquele disco, como Flaming youth (esta é inédita mesmo, só tem aqui), Do you love me e a já citada God of Thunder. Tem ainda as ultra-clássicas Cold gin (com direito à momento-solo-de-guitarra de Ace Frehley), Watchin' you (com direito à momento-solo-de-bateria de Peter Criss), Firehouse e Black diamond. Pena que acabe aí, só com sete músicas, mas dá para babar na gravata só com isso, garanto. Apesar de ser em p&b, o show é razoavelmente bem iluminado, ainda que a imagem esteja meio esmaecida, o que na verdade, só reforça a aura de vídeo raro, perdido por muitos anos. Tem uma oitava faixa meio esquisita, uma homenagem ao Kiss, não explicada, por um tal de Kieselhorst Experience tocando uma música chamada Flamethrower, que vem a ser um instrumentalzinho emulando o Kiss áureo do show, enquanto rola um clipe com uma colagem de cenas dos mascarados originais em ação. Uma picaretagem. Já o material extra, esse sim, é caprichado e raríssimo. Trata-se de uma entrevista (em 29 de abril de 1974, dois anos antes do show) do baixista Gene Simmons (o linguarudo, para quem não está familiarizado) no Mike Douglas Show, talk show vespertino caretérrimo de uma emissora da Filadélfia. Vou te contar: o negócio é hilário demais. O tal Mike Douglas diz para as câmeras que vai apresentar um novo grupo de rock. Mostra a capa do primeiro disco, recém lançado, e chama: "Do Kiss, Gene Simmons!". O cenário (brega, tosco) se abre e adentra ao estúdio (e lares americanos) o Anti-Cristo em pessoa: botas decoradas com caveiras e salto de 30 centímetros, asas de morcego sob os braços, a máscara, ah meu deus, a máscara! E o cara vem mostrando a língua e tudo. Depois faz uma mesura para o público, aperta a mão do apresentador (estupefato, como todo mundo no estúdio, com uma platéia de cem pessoas) e então se dirige aos outros convidados, sentados em poltronas: um véio, uma véia e um cara. Risadinhas nervosas no auditório. Ele respeitosamente aperta as mãos da véia, do véio e a do cara, que sei lá por que, se inclina em direção à Gene, como se fosse para ouvir (ou falar algo no ouvido). Este, subitamente, lhe dá uma risadona escabrosa maligna: "Ah! Ah! Ah! Ah! Aaaahh!!!" Lembre da risada maligna do Didi Mocó, não é muito diferente. O cara se assusta e tem um sobressalto. A platéia vai abaixo. Mais adiante, depois de se intitular "um morcego, a encarnação do mal", o israelense Gene perde o rebolado quando a véia (que, aliás, enverga um moderníssimo penteado à Marge Simpson) o chama de "um bom filho judeu. Sua mãe está assistindo, não está?", pergunta. "Como você sabe (que eu sou judeu)?", espanta-se Gene. "A máscara não esconde seu nariz", responde a véia ousada. Na seqüência, performance ao vivo da banda inteira tocando Firehouse, com direito à show pirotécnico e o'scambau. Kiss: The Lost 1976 Concert está (talvez, ainda) nas bancas por R$ 13,90. Para mim foi (pouco) dinheiro bem investido. E olha que nem sou de ficar fazendo coleção de DVD (já bastam os quadrinhos, cds, vinis, livros e canhotos de ingresso de show).
AGENDÃO ROCK (LOCO)
- OS MAICOLS - Muito divertida a estréia dos Maicols na quinta feira passada no Miss Modular, a presença do astro/xerox junto à banda (e que banda), deu um caráter alucinógeno ao evento que promete quebrar todos os protocolos da diversão na soturna noite soteropolitana. Nesta quinta às 22h tudo o que vc queria saber sobre a verdadeira estória "dele", nesta saga chamada : "Os Maicols" Imperdível! Nancyta voz Enio guitarra CH baixo Rex bateria DJS Sartorello e Maira (16 toneladas), Roger n' Roll, Bigbross e Mauro Telefunksoul Miss ModularQuinta 17/11 Horário:22:00h Ingresso:10,00
- VANDEX, LOU, ALEX POCHAT E OS CINCO ELEMENTOS - animam a noite da Zauber nesta sexta. DJs: Batata e rogério Big Brother. Zauber Ladeira da Misericódia - Centro ( atrás da Prefeitura) Horário: 23hsIngressos:R$ 10,00
- BOOGIE NIGHTS x É 8 E 80 - DJS 80 pista 1 batata, don jorge, gabí, chicão DJS BOOGIE pista 2 bigbross / rogernroll / marcos rodrigues Miss Modular Horário:22h Ingresso :R$10 info: 81165322 bigbross@terra.com.br
- Soul Sundays :: Groovy Summer Nights - E nesta semana, enfim, o início das Soul Sundays. O fino do Groove dos 60's & 70's. DJs André Urso, Marcos Rodrigues e Roger'n'Roll (residentes), além de Mário Sartorello e Maira (16 Toneladas) + Convidados. Apoio MTV Salvador, Programa 16 Toneladas(Educadora FM) e Informativo Se Ligue. Miss Modular. Open house: 17h. Ingressos R$15 e R$10 (antecipados na São Rock Discos - Shop. Rio Vermelho). http://soulsundays.blogspot.com
sexta-feira, novembro 11, 2005
AFROUXA ESSA GRAVATA, SENÃO VOCÊ SE MATA
SÓ PÁ-PUM, PRA FAZER SEU FERIADÃO BOOM!
(...da onde eu tirei essa merda?...)
BETTER LATE - Finalmente nas bancas de Salvador (maldita distribuição setorizada) dois dos melhores lançamentos dos quadrinhos de super-heróis do ano: Quarteto Fantástico de John Byrne e Batman: Ano Um - Edição Definitiva, de Frank Miller. (Nos links você encontra mais informações, no site Universo HQ). O primeiro compila as primeiras histórias do velho Byrne, escritor-desenhista-artefinalista famoso pela sua fase com os X-Men em parceria com Chris Claremont. Hoje, ambos estão completamente incapazes de criar uma historinha que preste, mas nos anos 80, Byrne maravilhou os fãs da primeira família Marvel com histórias cheias de ficção científica e muita interação bacana entre os integrantes do grupo. Fora que naquele tempo, ele ainda sabia desenhar. Para os fãs do Quarteto, é uma pedidaça. Só perde para a fase clássica de Stan Lee & Jack Kirby, claro. Já Batman: Ano Um - Edição Definitiva é a famosa reinvenção da origem do Homem Morcego criada por Frank Miller, também nos anos 80. Cheio de moral após o arrasa-quarteirão Cavaleiro das Trevas, Miller encarou, em parceria com o fantástico e sumido desenhista David Mazzuchelli (que antes tinha feito a fodástica Demolidor - A Queda de Murdock com Miller), recriar os primeiros tempos de Bruce Wayne no combate ao crime e corrupção em Gotham City. Quase todo mundo que gosta de quadrinhos já deve ter lido essa obra-prima, mas essa nova edição (definitiva, dizem eles) da Panini vem cheia de extras (ué? É dvd?) e um pôster lindaço. Uhú!
DEU NA DYNAMITE - QUEM SE HABILITA? PALCO DO ROCK: INCRIÇÕES ATÉ 02 DE DEZEMBRO. As incrições para o Palco do Rock 2006, festival que acontece durante o carnaval de Salvador, estão abertas e podem ser feitas até o dia 02 de dezembro. Saiba como se inscrever: A inscrição é gratuita. Poderão participar do festival bandas locais, nacionais e internacionais, do estilo rock. Pegar no site a ficha de inscrição do Festival. Imprimir somente uma e preencher. Entregar tudo via correio ou pessoalmente no endereço, juntamente com o seu material. Material: histórico (release); material de áudio com qualidade sonora audível, sendo CD devidamente identificado; duas fotos (podem ser xerox colorida). A organização não receberá material por e-mail. Endereço:Ruas Dias Gomes, n.02, Sala 04, Piatã, Salvador, Bahia. Cep 41650-310 Bandas que já enviaram/têm material na ACCRBA: Caso não tenha um material de áudio novo, basta mandar a ficha de inscrição devidamente preenchida e assinada, juntamente com uma carta dizendo que já possui o material na ACCRBA e que quer que o mesmo participe do processo seletivo do Palco do Rock 2006. Bandas Covers: O festival prioriza bandas com trabalho autoral. A possibilidade da participação de uma banda que tem o trabalho totalmente baseado em covers é muito remota. Quantidade de músicas para demonstração A banda tem livre arbítrio pra mandar no CD a quantidade que quiser, desde que esteja satisfeita em achar que o trabalho poderá ser analisado nas mesmas. Maiores informações: http://www.accrba.com.br
O ROCK LOCO AVISA: PARTICIPE POR SUA PRÓPRIA CONTA E RISCO. DEPOIS NÃO DIGAM QUE EU NÃO AVISEI, HEIN?!?
+ DEU NA DYNAMITE - PHIL COLLINS QUER RESSUCITAR O GENESIS - Alô Maurício Pedrão (o único fã que restou, que eu saiba)! ...E ainda diz que é com Peter Gabriel no vocal. Minha única dúvida é: como Phil Collins ainda toca? Diz que o veio tá surdo, surdo. Uh... Deve ser por vibração, né?
Bom, a próxima:
EX-MARILYN MANSON COM VOCALISTA DO KISS - Alô, Nei e Nancyta! Essa é pra gente. Paul Stanley vai lançar seu primeiro disco solo desde 1978, quando cada integrante do Kiss lançou um LP só com a carona maquiada estampada na capa. Não preciso nem dizer que o melhor dos quatro era o Ace Frehley, meu guitarrista de cabeceira. Pois bem: dessa vez, Paul terá as participações de John 5 (que tocou guitarra no Marilyn Manson) e Bruce Kullick (que, embora tenha tocado guitarra no Kiss, aparece tocando baixo). Quem aí acha que vai ser bom?
...
(som de grilos cricrilando)
AGENDA DO ROCK (LOCO)
SANGRIA E RONEI JORGE E OS LADRÕES DE BICICLETA
com a participação dos DJs Batata (residente), Ramon Prates (Bahia Rock) e Lucas Albarn (Nave) 12 de novembro (sábado), 22h Miss Modular R$10,00. Por falar em Sangria, não custa lembrar (fala, Maurão): "A Sangria agora tem site > www.sangria.com.br , apareçam."
JEFF SCOTT SOTTO pela primeira vez em Salvador. A Maniac Records, Mezzannino e a Rock Freeday se uniram para fazer um grande show INTERNACIONAL com grande estrutura de som, iluminação e segurança, no ROCK IN RIO CAFÉ em 18/11/2005 ás 21:00h, serão três atrações, JEFF SCOTT SOTO, um dos maiores vocalistas do Heavy Metal, que fechará o evento, NOMIN, como banda de abertura e a veterana SLOW, como segunda banda da noite. Jeff Scott Soto nasceu na Costa Rica, foi apresentado ao mundo da música pelo consagrado guitarrista sueco Yngwie Malmsteen. Com ele gravou os álbuns Rising Force (primeiro de Malmsteen) e Marching Out, considerado melhor album do Malmsteen e ele omelhor vocalista que já passou por sua banda. Participou ainda de vários tributos, a Ozzy Osbourne, Van Halen e Aerosmith, entre outros. E da Trilha sonoroa do filme Rock Star. Aguardem um grande show no melhor estilo JEFF SCOTT SOTTO 18/11 ? ÀS 21:OOHS CENSURA: 16 ANOS INGRESSOS - 1° lote com ingresso do Angra R$ 10,00 2° lote - R$ 20,00 Camarote R$ 30,00
Boogie Nights x É 8 e 80 - Edição conjunta de duas festas tradicionais: Boogie Nights e É 8 e 80. A primeira é a pátria do melhor do rock/ cumbias/ disco/ samba rock/ rocksamba/ jovem guarda, com os djs Bigbross, roger n roll, marcos rodrigues. A segunda resgata o imaginário de uma época. Circo Voador, Blitz, Brasília, Camisa de Vênus, Póspunk inglês... Parece que foi ontem, mas é também aqui e agora, É 8 e 80! DJs 80, pista 1: Batata, Don Jorge, Gabi, Chicão. DJs Boogie, pista 2: Bigbross, Roger'n'Roll, Marcos R. 19/11, Sábado, R$10 22h. Info: 81165322, bigbross@terra.com.br
Aham!.. IMPERDÍVER!
(...da onde eu tirei essa merda?...)
BETTER LATE - Finalmente nas bancas de Salvador (maldita distribuição setorizada) dois dos melhores lançamentos dos quadrinhos de super-heróis do ano: Quarteto Fantástico de John Byrne e Batman: Ano Um - Edição Definitiva, de Frank Miller. (Nos links você encontra mais informações, no site Universo HQ). O primeiro compila as primeiras histórias do velho Byrne, escritor-desenhista-artefinalista famoso pela sua fase com os X-Men em parceria com Chris Claremont. Hoje, ambos estão completamente incapazes de criar uma historinha que preste, mas nos anos 80, Byrne maravilhou os fãs da primeira família Marvel com histórias cheias de ficção científica e muita interação bacana entre os integrantes do grupo. Fora que naquele tempo, ele ainda sabia desenhar. Para os fãs do Quarteto, é uma pedidaça. Só perde para a fase clássica de Stan Lee & Jack Kirby, claro. Já Batman: Ano Um - Edição Definitiva é a famosa reinvenção da origem do Homem Morcego criada por Frank Miller, também nos anos 80. Cheio de moral após o arrasa-quarteirão Cavaleiro das Trevas, Miller encarou, em parceria com o fantástico e sumido desenhista David Mazzuchelli (que antes tinha feito a fodástica Demolidor - A Queda de Murdock com Miller), recriar os primeiros tempos de Bruce Wayne no combate ao crime e corrupção em Gotham City. Quase todo mundo que gosta de quadrinhos já deve ter lido essa obra-prima, mas essa nova edição (definitiva, dizem eles) da Panini vem cheia de extras (ué? É dvd?) e um pôster lindaço. Uhú!
DEU NA DYNAMITE - QUEM SE HABILITA? PALCO DO ROCK: INCRIÇÕES ATÉ 02 DE DEZEMBRO. As incrições para o Palco do Rock 2006, festival que acontece durante o carnaval de Salvador, estão abertas e podem ser feitas até o dia 02 de dezembro. Saiba como se inscrever: A inscrição é gratuita. Poderão participar do festival bandas locais, nacionais e internacionais, do estilo rock. Pegar no site a ficha de inscrição do Festival. Imprimir somente uma e preencher. Entregar tudo via correio ou pessoalmente no endereço, juntamente com o seu material. Material: histórico (release); material de áudio com qualidade sonora audível, sendo CD devidamente identificado; duas fotos (podem ser xerox colorida). A organização não receberá material por e-mail. Endereço:Ruas Dias Gomes, n.02, Sala 04, Piatã, Salvador, Bahia. Cep 41650-310 Bandas que já enviaram/têm material na ACCRBA: Caso não tenha um material de áudio novo, basta mandar a ficha de inscrição devidamente preenchida e assinada, juntamente com uma carta dizendo que já possui o material na ACCRBA e que quer que o mesmo participe do processo seletivo do Palco do Rock 2006. Bandas Covers: O festival prioriza bandas com trabalho autoral. A possibilidade da participação de uma banda que tem o trabalho totalmente baseado em covers é muito remota. Quantidade de músicas para demonstração A banda tem livre arbítrio pra mandar no CD a quantidade que quiser, desde que esteja satisfeita em achar que o trabalho poderá ser analisado nas mesmas. Maiores informações: http://www.accrba.com.br
O ROCK LOCO AVISA: PARTICIPE POR SUA PRÓPRIA CONTA E RISCO. DEPOIS NÃO DIGAM QUE EU NÃO AVISEI, HEIN?!?
+ DEU NA DYNAMITE - PHIL COLLINS QUER RESSUCITAR O GENESIS - Alô Maurício Pedrão (o único fã que restou, que eu saiba)! ...E ainda diz que é com Peter Gabriel no vocal. Minha única dúvida é: como Phil Collins ainda toca? Diz que o veio tá surdo, surdo. Uh... Deve ser por vibração, né?
Bom, a próxima:
EX-MARILYN MANSON COM VOCALISTA DO KISS - Alô, Nei e Nancyta! Essa é pra gente. Paul Stanley vai lançar seu primeiro disco solo desde 1978, quando cada integrante do Kiss lançou um LP só com a carona maquiada estampada na capa. Não preciso nem dizer que o melhor dos quatro era o Ace Frehley, meu guitarrista de cabeceira. Pois bem: dessa vez, Paul terá as participações de John 5 (que tocou guitarra no Marilyn Manson) e Bruce Kullick (que, embora tenha tocado guitarra no Kiss, aparece tocando baixo). Quem aí acha que vai ser bom?
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(som de grilos cricrilando)
AGENDA DO ROCK (LOCO)
SANGRIA E RONEI JORGE E OS LADRÕES DE BICICLETA
com a participação dos DJs Batata (residente), Ramon Prates (Bahia Rock) e Lucas Albarn (Nave) 12 de novembro (sábado), 22h Miss Modular R$10,00. Por falar em Sangria, não custa lembrar (fala, Maurão): "A Sangria agora tem site > www.sangria.com.br , apareçam."
JEFF SCOTT SOTTO pela primeira vez em Salvador. A Maniac Records, Mezzannino e a Rock Freeday se uniram para fazer um grande show INTERNACIONAL com grande estrutura de som, iluminação e segurança, no ROCK IN RIO CAFÉ em 18/11/2005 ás 21:00h, serão três atrações, JEFF SCOTT SOTO, um dos maiores vocalistas do Heavy Metal, que fechará o evento, NOMIN, como banda de abertura e a veterana SLOW, como segunda banda da noite. Jeff Scott Soto nasceu na Costa Rica, foi apresentado ao mundo da música pelo consagrado guitarrista sueco Yngwie Malmsteen. Com ele gravou os álbuns Rising Force (primeiro de Malmsteen) e Marching Out, considerado melhor album do Malmsteen e ele omelhor vocalista que já passou por sua banda. Participou ainda de vários tributos, a Ozzy Osbourne, Van Halen e Aerosmith, entre outros. E da Trilha sonoroa do filme Rock Star. Aguardem um grande show no melhor estilo JEFF SCOTT SOTTO 18/11 ? ÀS 21:OOHS CENSURA: 16 ANOS INGRESSOS - 1° lote com ingresso do Angra R$ 10,00 2° lote - R$ 20,00 Camarote R$ 30,00
Boogie Nights x É 8 e 80 - Edição conjunta de duas festas tradicionais: Boogie Nights e É 8 e 80. A primeira é a pátria do melhor do rock/ cumbias/ disco/ samba rock/ rocksamba/ jovem guarda, com os djs Bigbross, roger n roll, marcos rodrigues. A segunda resgata o imaginário de uma época. Circo Voador, Blitz, Brasília, Camisa de Vênus, Póspunk inglês... Parece que foi ontem, mas é também aqui e agora, É 8 e 80! DJs 80, pista 1: Batata, Don Jorge, Gabi, Chicão. DJs Boogie, pista 2: Bigbross, Roger'n'Roll, Marcos R. 19/11, Sábado, R$10 22h. Info: 81165322, bigbross@terra.com.br
Aham!.. IMPERDÍVER!
terça-feira, novembro 08, 2005
NA CARA DURA VOU TE DIZER QUE ESSA GAROTA PODE SER VOCÊ
É como eu vinha frisando, destacando, diria até mesmo reiterando: o Cachorro Grande quebrou tudo no show de sexta passada no Rock in Rio Cafe. Mas quebrou com gosto de sangue, ousaria até dizer, com gosto de querosene, à moda Beto Bahia. Foi um pau só, do início ao fim. Não interessa se você não conhecia todas as músicas, como a grande maioria das pessoas presentes (casa cheia, sim senhor), a pressão da mordida dos canídeos sulinos, era tal ponto impossível de ser ignorada que, quem não tava no gargalo se esgoelando (caso de muita gente conhecida do rock local), jazia de queixo caído mais atrás, embasbacado com tudo: a energia dos músicos, a potência do som, o entrosamento perfeito, as quebradas de ritmo totalmente descaralhantes... Na boa: foi um dos maiores esporros sonoros que já tive o prazer e a honra de testemunhar. O que era aquele pianinho boogie woogie deliciosamente onipresente o show inteiro? O carisma de Beto Bruno, o total domínio do palco e envolvimento do público que se estabeleceu ao longo de toda a apresentação? Ali pelo fim - totalmente bombástico - do show (não lembro de muitos detalhes - sim, eu tava bem louco), eu achei que eles iam quebrar todas as guitarras, o baixo, o piano do cara, eu achei que eles iam quebrar tudo, tamanha a fúria com que encerraram o massacre. Tava a maior galera ali no gargalão, Sexperienced comendo no centro, se não me engano, e parecia que Chuck Berry, Elvis Presley, Jerry Lee e Carl Perkins (Marcelo Gross é um monstro) tavam todos ali sobre o mesmo palco, uma barreira louca se espremendo de encontro ao "altar", com a as mãos pra cima - extáticos, era como estávamos todos. Foi uma experiência quase religiosa. Nossa. Saiu todo mundo de alma lavada, ouvido zunindo, meio surdo, arrasado. E a banda gaúcha, em seu primeiro show, digamos, pra valer aqui na Bahia (aquele no Wet n' Wild pra playboyzada não conta) saiu consagrada do palco. Mas consagrada mesmo, como poucas vezes vi um público reagir tão bem à uma banda de fora. A última vez que vi o público baiano (o do rock, bem entendido) tão receptivo assim foi no show do Placebo, em abril último. Antes dos Cachorros, teve a Sangria e os Retrofoguetes, que também fizeram grandes shows, como sempre. No palco, Rex apresentou seu filho (que via o show do camarote) à turba: "é a primeira night dele", entregou, para delírio da galera. Depois, o sumido e sempre bem-vindo Alex Porchat subiu para tocar seu trumpete em "Misirlou", do Dick Dale, com a banda, em mais uma daquelas performances matadoras. A Sangria, em semana agitada (teve show terça, no mesmo Rock in Rio e na quinta, em Aracaju com o Big Dog), visivelmente aumenta seu público a cada ritual satânico, digo, a cada show. Endiabrados no palco, os "sequelados" vão aperfeiçoando seu repertório, fazendo um show cada vez mais equilibrado e redondo. Não é todo mundo que guenta com o esporro sombrio e pesadão da banda, mas as rodas de pogo vêm surgindo constantemente, o que é muito bom. Outra nota positiva da night é que, pela primeira vez, eu não tenho o que reclamar de um show no Rock In Rio. Parabéns para a organização do evento, que teve a felicíssima idéia de chamar seu vigário Batata para discotecar na night, o que nos poupou de ouvir Usher, Eminem e Jennifer Lopez antes e nos intervalos dos shows. Um detalhe tão simples, e fez uma diferença de astral brutal no lugar. E não, também não tivemos aquela detestável lâmpada estroboscópica nos cegando a noite toda, Jah seja louvado... Agradeço à Apú, Maurão, Bola, Pedro e Emanuel pelas cortesias e... não esqueçam de me chamar para o próximo, hein?!?
PRÊMIO LONDON BURNING DE MÚSICA INDEPENDENTE 2005
Recebi um material gigante sobre o Prêmio do site - produtora do gerrilheiro indie Luciano Viana, reproduzo um pedaço aqui. Recomendo quem estiver interessado, escrever para o email showslb@uol.com.br para pedir o regulamento inteiro. Então, segura aí e se agilize, que o prazo final para mandar seu material é 1º de dezembro.
London Burning anuncia nova edição de um dos mais importantes prêmios para a música independente do Brasil. Contabilizando mais de 100.000 votos nas duas primeiras edições e quase mil discos/vídeos enviados de todos os estados e contando com a colaboração de alguns dos principais jornalistas, produtores e ativistas culturais como jurados, o prêmio chega em sua terceira edição cada vez mais forte em termos de mídia e produção.PRÉ-SELEÇÃO > Concorrerão ao PRÊMIO LONDON BURNING apenas discos e vídeos lançados entre 1 de setembro de 2004 a 1 de outubro de 2005, de forma independente ou emgravadoras independentes brasileiras*. Para concorrer a uma das indicações das TREZE categorias do PRÊMIO LONDONBURNING, a banda/artista terá que enviar 2 (duas) copias de seu material (CD e/ou Vídeo) para o seguinte endereço: London BurningRua Jardim Botanico 236/ apt. 604 Rio de Janeiro ? RJ CEP 22461-000. Não esqueça de indicar no material em qual categoria você pretende concorrer. O prazo para envio do material vai até 01 de dezembro (quinta-feira). O anúncio dos indicados acontecerá no dia 10 de dezembro (sábado), com prazo de 2 (dois) dias para dúvidas e/ou reclamações. Por sua vez, os produtores do evento também terão 2 (dois) dias para analisar as dúvidas e/ou reclamações, podendo ou não, fazer alguma modificação na lista dos indicados. Depois de tudo isso, o anúncio oficial dos indicados acontece no dia 15 de dezembro, quando também serão revelados o nome dos jurados desse ano. Do dia 16 ao dia 31 de dezembro será o prazo para a votação pela internet nas categorias abertas ao público e para o voto dos jurados escolhidos pela produção do Prêmio London Burning. Sexta-feira, dia 7 de janeiro, os vencedores serão revelados em uma grande festa no Rio de Janeiro!! Confira abaixo as categorias do PRÊMIO LONDON BURNING DE MUSICA INDEPENDENTE 2005.
PRÊMIO LONDON BURNING DE MÚSICA INDEPENDENTE 2005
Recebi um material gigante sobre o Prêmio do site - produtora do gerrilheiro indie Luciano Viana, reproduzo um pedaço aqui. Recomendo quem estiver interessado, escrever para o email showslb@uol.com.br para pedir o regulamento inteiro. Então, segura aí e se agilize, que o prazo final para mandar seu material é 1º de dezembro.
London Burning anuncia nova edição de um dos mais importantes prêmios para a música independente do Brasil. Contabilizando mais de 100.000 votos nas duas primeiras edições e quase mil discos/vídeos enviados de todos os estados e contando com a colaboração de alguns dos principais jornalistas, produtores e ativistas culturais como jurados, o prêmio chega em sua terceira edição cada vez mais forte em termos de mídia e produção.PRÉ-SELEÇÃO > Concorrerão ao PRÊMIO LONDON BURNING apenas discos e vídeos lançados entre 1 de setembro de 2004 a 1 de outubro de 2005, de forma independente ou emgravadoras independentes brasileiras*. Para concorrer a uma das indicações das TREZE categorias do PRÊMIO LONDONBURNING, a banda/artista terá que enviar 2 (duas) copias de seu material (CD e/ou Vídeo) para o seguinte endereço: London BurningRua Jardim Botanico 236/ apt. 604 Rio de Janeiro ? RJ CEP 22461-000. Não esqueça de indicar no material em qual categoria você pretende concorrer. O prazo para envio do material vai até 01 de dezembro (quinta-feira). O anúncio dos indicados acontecerá no dia 10 de dezembro (sábado), com prazo de 2 (dois) dias para dúvidas e/ou reclamações. Por sua vez, os produtores do evento também terão 2 (dois) dias para analisar as dúvidas e/ou reclamações, podendo ou não, fazer alguma modificação na lista dos indicados. Depois de tudo isso, o anúncio oficial dos indicados acontece no dia 15 de dezembro, quando também serão revelados o nome dos jurados desse ano. Do dia 16 ao dia 31 de dezembro será o prazo para a votação pela internet nas categorias abertas ao público e para o voto dos jurados escolhidos pela produção do Prêmio London Burning. Sexta-feira, dia 7 de janeiro, os vencedores serão revelados em uma grande festa no Rio de Janeiro!! Confira abaixo as categorias do PRÊMIO LONDON BURNING DE MUSICA INDEPENDENTE 2005.
domingo, novembro 06, 2005
FEED THE WORLD
Em meados de 1984 uma reportagem da BBC sobre uma seca gigantesca na Etiópia mandou ondas de choque por toda a sociedade britânica. A reportagem, com cenas chocantes de miseria e fome de proporções bíblicas(palavras do repórter da BBC) provocou reações de todo tipo na Inglaterra, e despertou uma verdadeira febre de doações de dinheiro, comida, ect. . Com a repercussão do caso nos paises do primeiro mundo, organismos internacionais ampliaram o alcance de suas ações e o caso despertou atenção e simpatias recordes nos paises ricos, tomados entre a compaixão genuína e culpa.
Entre os que viram a reportagem estava Bob Geldof, líder do já decadente Boomtown Rats. Chocado com o que vira entrou em contato com outros músicos, tendo conseguido apoio de Midge Ure do Ultravox desde o inicio, para fazer algo em prol dos famintos Africanos. Juntos organizaram a gravação do single " Do They Know it's Christmas?" com as participações de rock stars da época como Boy George, Duran Duran, Wham!, Sting, Bono, Phil Collins e outros e formaram a Band Aid com toda a renda destinada a Etiópia. Outros paises seguiram a receita, notadamente os Estados Unidos com o seu U.S.A. for África, com as participações de Michael Jackson, Bruce Springsteen, Bob Dylan, Stevie Wonder, Ray Charles e outros, um cast assombroso.Tudo para mostrar que o rock se importava, afinal desde o fim do sonho dos anos 60, o rock tinha se afundado no niilismo e cinismo do punk, afogando muitas das bandeiras empunhadas no auge da contra-cultura. No entanto para o idealista Geldof isto não era suficiente.
Enfronhado pesadamente no assunto, e escolado pelo punk e pelas inúmeras iniciativas fracassadas dos 60 de se construir um mundo melhor apenas com boas intenções , Geldof partiu para organizar umas das mais ambiciosas empreitadas da historia, e ainda por cima de tudo por uma boa causa. Unindo militância, idealismo, e a nascente noção de globalizaçao, promovido principalmente pelos meios de comunicação, Geldof reuniu uma equipe que concebeu o maior broadcast da historia até então, eventos esportivos a parte, com transmissão simultânea ao vivo de dois paises, com uma participação recorde de quase todos superstars do rock,para uma audiência estimada de 2 bilhoes de pessoas. Acordos foram fechados com as mega-redes BBC e ABC, e com a nanica, mas já influentissima MTV, que garantiram a participação e atração de grandes anunciantes e alto teor de credibilidade rock garantido pelo envolvimento da então ultra-hip MTV.
Há mais de 20 anos, mais exatamente no dia 13 de Julho de 1985, boa parte do mundo pode acompanhar o rock por algumas horas determinar o rumo das coisas no mundo real. O Brasil , com seu mundo rock ainda sob impacto do Rock in Rio 1, ficou de fora da transmissão, fora alguns flashes de televisão, e o noticiário da imprensa ligada ao rock em jornais de grande circulação( JB, Folha, Globo, Estadao ). Vários paises, o mundo segundo os anglo-saxões, participaram da transmissão, como a Austrália, Rússia, Noruega, Iugoslávia, Áustria e Japão.
Vendo os 4 DVD?s do evento( lançado ano passado), com o distanciamento de 20 anos, arrisco concordar com o comentário da dinosaura Joan Baez.Presente ao evento a veterana de Woodstock arremata "Este é o Woodstock de vocês". A primeira vista nada a ver com o hippie-fest que foi Woodstock, com um festival com dois palcos transatlânticos, um em Londres no Wembley Stadium e outro no JFK Stadium na Filadefia transmitidos via satélite para uma platéia mais para yuppies que para flower children.Mas existem semelheanças , se em Woodstock se reuniu 300.000,00 pessoas para 3 dias de paz e musica, o Live Aid tinha a intenção nada modesta de alimentar o mundo( feed the world) sempre embalado por musica( no dois casos o rock), a forma de arte mais associada a revoluçao social dos nossos tempos. Claro que em Woodstock o rock vivia seu auge criativo, e comparar artistas como Hendrix, Alvin Lee, Who ( em 1969), Santana e CSN & Y com Ultravox, Simple Minds, Who ( em 1985) e Boomtown Rats é covardia. Mas o espírito ( da-lhe Kris Kristoferson) tava ali, e mesmo assim são vários os highlights e curiosidades dos shows:
- A visível diferença de participação e empolgaçao entre as platéias inglesas e americanas, a inglesa animada e participativa , a americana algo apática.
-O príncipe Charles e Lady Di abrindo junto com Saint Bob( Geldof) o evento em Wembley. Lady Di estava no auge da beleza, e nos na época não desconfiávamos que aquele conto de fadas era fake.
-O Queen no auge dos seus poderes, provavelmente a maior banda de rock do planeta na época.O set deles é devastador e o super-afetado Mercury sabia reger grandes multidoes.
- O U-2 em ascensão vertiginosa. E Bono já se credenciando como sucessor de Geldof como consciência do rock.
-Madonna novinha, iniciando seu reinado.
- A classe fuderosa de Bowie ( Wembley) e Clapton( JFK)
-Tina e Jagger botando pra fuder
-Nos extras uma apresentação do Run-DMC, para a visível estupefação e repudio de parte da platéia. Aquilo ali é premonitório. O rap se tornaria a força dominante na musica americana a partir dos anos 90.
- O final apoteótico e emocionante da apresentação em Wembley, com artistas e platéia em uníssono cantando " Do They Know It's Christmas?". Um dos grandes momentos da historia do rock.
-O final frouxo e caótico no JFK.
-Paula Yates ainda casada com Geldof. Ela, uma reporter consagrada na Inglaterra, era a epítome do gata cool, linda, loura e politizada. Ela protagonizaria uma historia trágica ao largar Geldof por Michael Hutchence do INXS( que se apresenta na Austrália pro Live Aid via satélite). Hutchence aparentemente se suicidou anos depois, já casado com Paula, após uma discussão com Geldof, que nunca se recuperou da separação. Paula Yates morreu após uma overdose pouco tempo depois. Os cínicos dizeram na época que Geldof gastava tempo demais na África e Yates na Austrália.
-O dueto George Michael e Elton John. Também premonitório.
- Por fim, quantos mullets!!! A era New Wave apresentou os piores cortes de cabelo da historia do rock.Destaques( negativos) para Bono, Daryl Hall, Ric Ocasek, e dezenas de outros.
O ultimo DVD, mostra como Geldof gastou os 144 milhoes de dólares levantados pela fundação Band Aid, e um documentário pungente sobre a ação da fundação Band Aid na África, os entraves burocráticos enfrentados por Geldof e Cia.Até uma pequena discusao de Geldof com Margaret Thatcher, onde ele tenta argumentar sem sucesso sobre a situação na África. Ela friamente e brevemente diz que se manda muito dinheiro pra África. Este argumento conservador acabou prevalecendo mais adiante, e a população do primeiro mundo cansou de brincar de filantropa, alem dos questionamentos de porque o dinheiro nunca resolvia a situaòao de pobreza do 3-° Mundo. A eles falta a compreensão que só caridade não resolve, os problemas são estruturais. Bono Vox advoga o cancelamento da divida de paises do 3-° Mundo, mas como bem sabemos nosotros aca , neguinho não ta afim de abrir mãos de seus privilégios, e depois de 11 de setembro de 2001 os Estados unidos ficou mais conservador do que já era. No entanto a mensagem é bonita, não obstante da reedição do Live Aid este ano ter sido embotado pelos atentados terroristas em Londres, 2 dias depois do Live 8. Geldof lançou seu melhor disco há 2 anos , o amargo Sex, Age & Death. Mais info no http://www.liveaiddvd.net/. É uma historia extraordinária. Feed The World!
Entre os que viram a reportagem estava Bob Geldof, líder do já decadente Boomtown Rats. Chocado com o que vira entrou em contato com outros músicos, tendo conseguido apoio de Midge Ure do Ultravox desde o inicio, para fazer algo em prol dos famintos Africanos. Juntos organizaram a gravação do single " Do They Know it's Christmas?" com as participações de rock stars da época como Boy George, Duran Duran, Wham!, Sting, Bono, Phil Collins e outros e formaram a Band Aid com toda a renda destinada a Etiópia. Outros paises seguiram a receita, notadamente os Estados Unidos com o seu U.S.A. for África, com as participações de Michael Jackson, Bruce Springsteen, Bob Dylan, Stevie Wonder, Ray Charles e outros, um cast assombroso.Tudo para mostrar que o rock se importava, afinal desde o fim do sonho dos anos 60, o rock tinha se afundado no niilismo e cinismo do punk, afogando muitas das bandeiras empunhadas no auge da contra-cultura. No entanto para o idealista Geldof isto não era suficiente.
Enfronhado pesadamente no assunto, e escolado pelo punk e pelas inúmeras iniciativas fracassadas dos 60 de se construir um mundo melhor apenas com boas intenções , Geldof partiu para organizar umas das mais ambiciosas empreitadas da historia, e ainda por cima de tudo por uma boa causa. Unindo militância, idealismo, e a nascente noção de globalizaçao, promovido principalmente pelos meios de comunicação, Geldof reuniu uma equipe que concebeu o maior broadcast da historia até então, eventos esportivos a parte, com transmissão simultânea ao vivo de dois paises, com uma participação recorde de quase todos superstars do rock,para uma audiência estimada de 2 bilhoes de pessoas. Acordos foram fechados com as mega-redes BBC e ABC, e com a nanica, mas já influentissima MTV, que garantiram a participação e atração de grandes anunciantes e alto teor de credibilidade rock garantido pelo envolvimento da então ultra-hip MTV.
Há mais de 20 anos, mais exatamente no dia 13 de Julho de 1985, boa parte do mundo pode acompanhar o rock por algumas horas determinar o rumo das coisas no mundo real. O Brasil , com seu mundo rock ainda sob impacto do Rock in Rio 1, ficou de fora da transmissão, fora alguns flashes de televisão, e o noticiário da imprensa ligada ao rock em jornais de grande circulação( JB, Folha, Globo, Estadao ). Vários paises, o mundo segundo os anglo-saxões, participaram da transmissão, como a Austrália, Rússia, Noruega, Iugoslávia, Áustria e Japão.
Vendo os 4 DVD?s do evento( lançado ano passado), com o distanciamento de 20 anos, arrisco concordar com o comentário da dinosaura Joan Baez.Presente ao evento a veterana de Woodstock arremata "Este é o Woodstock de vocês". A primeira vista nada a ver com o hippie-fest que foi Woodstock, com um festival com dois palcos transatlânticos, um em Londres no Wembley Stadium e outro no JFK Stadium na Filadefia transmitidos via satélite para uma platéia mais para yuppies que para flower children.Mas existem semelheanças , se em Woodstock se reuniu 300.000,00 pessoas para 3 dias de paz e musica, o Live Aid tinha a intenção nada modesta de alimentar o mundo( feed the world) sempre embalado por musica( no dois casos o rock), a forma de arte mais associada a revoluçao social dos nossos tempos. Claro que em Woodstock o rock vivia seu auge criativo, e comparar artistas como Hendrix, Alvin Lee, Who ( em 1969), Santana e CSN & Y com Ultravox, Simple Minds, Who ( em 1985) e Boomtown Rats é covardia. Mas o espírito ( da-lhe Kris Kristoferson) tava ali, e mesmo assim são vários os highlights e curiosidades dos shows:
- A visível diferença de participação e empolgaçao entre as platéias inglesas e americanas, a inglesa animada e participativa , a americana algo apática.
-O príncipe Charles e Lady Di abrindo junto com Saint Bob( Geldof) o evento em Wembley. Lady Di estava no auge da beleza, e nos na época não desconfiávamos que aquele conto de fadas era fake.
-O Queen no auge dos seus poderes, provavelmente a maior banda de rock do planeta na época.O set deles é devastador e o super-afetado Mercury sabia reger grandes multidoes.
- O U-2 em ascensão vertiginosa. E Bono já se credenciando como sucessor de Geldof como consciência do rock.
-Madonna novinha, iniciando seu reinado.
- A classe fuderosa de Bowie ( Wembley) e Clapton( JFK)
-Tina e Jagger botando pra fuder
-Nos extras uma apresentação do Run-DMC, para a visível estupefação e repudio de parte da platéia. Aquilo ali é premonitório. O rap se tornaria a força dominante na musica americana a partir dos anos 90.
- O final apoteótico e emocionante da apresentação em Wembley, com artistas e platéia em uníssono cantando " Do They Know It's Christmas?". Um dos grandes momentos da historia do rock.
-O final frouxo e caótico no JFK.
-Paula Yates ainda casada com Geldof. Ela, uma reporter consagrada na Inglaterra, era a epítome do gata cool, linda, loura e politizada. Ela protagonizaria uma historia trágica ao largar Geldof por Michael Hutchence do INXS( que se apresenta na Austrália pro Live Aid via satélite). Hutchence aparentemente se suicidou anos depois, já casado com Paula, após uma discussão com Geldof, que nunca se recuperou da separação. Paula Yates morreu após uma overdose pouco tempo depois. Os cínicos dizeram na época que Geldof gastava tempo demais na África e Yates na Austrália.
-O dueto George Michael e Elton John. Também premonitório.
- Por fim, quantos mullets!!! A era New Wave apresentou os piores cortes de cabelo da historia do rock.Destaques( negativos) para Bono, Daryl Hall, Ric Ocasek, e dezenas de outros.
O ultimo DVD, mostra como Geldof gastou os 144 milhoes de dólares levantados pela fundação Band Aid, e um documentário pungente sobre a ação da fundação Band Aid na África, os entraves burocráticos enfrentados por Geldof e Cia.Até uma pequena discusao de Geldof com Margaret Thatcher, onde ele tenta argumentar sem sucesso sobre a situação na África. Ela friamente e brevemente diz que se manda muito dinheiro pra África. Este argumento conservador acabou prevalecendo mais adiante, e a população do primeiro mundo cansou de brincar de filantropa, alem dos questionamentos de porque o dinheiro nunca resolvia a situaòao de pobreza do 3-° Mundo. A eles falta a compreensão que só caridade não resolve, os problemas são estruturais. Bono Vox advoga o cancelamento da divida de paises do 3-° Mundo, mas como bem sabemos nosotros aca , neguinho não ta afim de abrir mãos de seus privilégios, e depois de 11 de setembro de 2001 os Estados unidos ficou mais conservador do que já era. No entanto a mensagem é bonita, não obstante da reedição do Live Aid este ano ter sido embotado pelos atentados terroristas em Londres, 2 dias depois do Live 8. Geldof lançou seu melhor disco há 2 anos , o amargo Sex, Age & Death. Mais info no http://www.liveaiddvd.net/. É uma historia extraordinária. Feed The World!
quinta-feira, novembro 03, 2005
EU SEI QUE NÃO TÁ MOLE, ENTÃO TOME MAIS UM GOLE
Resenhas de discos nem tão novos, porém bacanas, guardadas há algum tempo para serem publicadas simultaneamente com o Clash City Rockers. Como diria Alexandre Matias, "pelo bem da atualização do blog", me vejo obrigado a desová-las antes do blog brother, devido a diversas razões, alheias ao Rock Loco (cabeça cheia, falta de tempo, falta de assunto melhor). Foi mal aê, velhinhos. Enjoy. Ou não...
LIFEBLOOD
MANIC STREET PREACHERS
EPIC / SONY
A primeira impressão que tive, logo à primeira audição deste último CD da banda galesa Manic Street Preachers, foi que a produção de Greg Haver meio que deixou em segundo plano o elemento que costumava ser o mais essencial no som de seus álbuns anteriores: a guitarra. Não que ela tenha sumido e eles tenham virado tecno, nada disso. A guitarra está lá, mas em segundo plano mesmo, em privilégio de acordes de pianos, levadas de baixo e claro, das lindas melodias vocais de James Dean Bradfield. Em suma, neste disco, o Manic Street Preachers está soando mais como um certo pop dos anos 80, aquele de melodias grudentas, mais suave mesmo. Nomes que freqüentavam os dials das FMs daquela época, como Talk Talk, Icehouse e sei lá mais o quê me ocorrem no momento, mas temo que sejam uma associação não muito feliz para uma banda do porte do MSP. Até por que, logo na faixa de abertura, a emblemática 1985, eles pagam seu tributo à (imagino) quem de direito: "In 1985 / my words, they came alive / friends were made for life / Morrissey and Marr gave me choice / in 1985". Essa primeira faixa, mais as duas seguintes, The love of Richard Nixon (a que mais me lembrou Talk Talk, especialmente em sua introdução) e Empty souls causam uma ótima impressão: melodias bacanas, arranjos instigantes, timing perfeito. A partir da quarta faixa (A song for the departure) porém, essa impressão se desvanece um pouquinho. Lifeblood não é um disco regular. Faixas como citada A song for the departure e I live to fall asleep parecem carregadas de uma beleza - ouso até dizer - meio bregas, como se pudessem ser executadas nas globo-fm-para-quem-gosta-de-música à qualquer momento, se os programadores das rádios ainda cultivassem o hábito de ouvir música, claro. Em To repel ghosts o guitarrista até emula uns riffs à la The Edge (fase Unforgettable fire), mas logo sucumbe sob uma parede de teclados meio antiquados. Emily, que assim como as faixas Solitude sometimes is e Cardiff afterlife, foi produzida pelo lendário Toni Visconti (Bowie e Marc Bolan nos anos de ouro do glam rock) começa com uma levada de bossa, mas não convence. Depois parece Coldplay, banda que detesto. Glasnost é chatinha. Always/never já anima um pouco mais, mas não decola. A última faixa, Cardiff afterlife fecha o disco com chave de gelatina, pois a música é frouxa, sem a pegada demonstrada até mesmo em faixas do mesmo disco. A verdade, como o leitor mais atento já deve ter notado, é que eu não sei ainda direito se gostei desse disco. Minha única certeza é que se trata do disco mais ambíguo que eles já fizeram. É para dar nota? Bom... 6,5. Não, 7. Não, 8. Pô, sei lá. Melhor ouvir a coletânea de hits Forever delayed (2002) ou Know your enemy (2001) ou mesmo o primeiro, Generation terrorists (1992).
PRETTY IN BLACK
THE RAVEONETTES
COLUMBIA
O terceiro disco da dupla dinamarquesa Raveonettes talvez seja o melhor que eles produziram, e olha que os dois primeiros, Whip it on (EP de 2002) e Chain gang of love (2003) já batiam um bolão com sua atmosfera retrô, microfonia à la Jesus n' Mary Chain e melodias estilo pop anos 50 e blues primitivo. Neste disco, Sune Rose Wagner e Sharin Foo aliviaram na microfonia e enfatizaram ainda mais as melodias que parecem saídas diretamente de uma jukebox de diner americano dos anos dourados de James Dean e do seriado Happy Days (putz, quem lembra?). Saem os apitos das guitarras dos irmãos Reid e entram melodias doces levadas ao violão e guitarras (quase) limpas, lembrando grupos vocais femininos produzidos por Phil Spector, Elvis e seus clones. Poderia ter dado errado, mas não deu. O resultado é maravilhoso, e tudo exala aquela inocência típica da década dos anos dourados. Filmes como A Primeira transa de Jonathan, Clube dos cafajestes, Porky's e mesmo clássicos como Juventude transviada (James Dean) e O Selvagem (Marlon Brando), me ocorrem. Lambretas, sorveterias, brilhantina no cabelo, brigas no drive in, casais se beijando desajeitadamente no cinema. Caso ouça, Morotó Slim (Retrofoguetes) realmente vai se amarrar neste disco. O riff da faixa Twilight chega até a lembrar Attack of the body snatchers, do primeiro disco dos Dead Billies. Outro dado interessante é que, apesar de fortemente retrô, os Raveonettes sempre introduzem algum elemento mais moderno nas músicas. A citada Twilight tem batida disco. Sleepwalking tem bateria eletrônica. Mas são apenas detalhes de produção. No geral, Pretty in black é um disco bem tradicional, americano até a medula em sua sonoridade, seus timbres de guitarra e temática essencialmente dor de corno romântico. Não por acaso, Ronnie Spector (ex-mulher de Phil? Alguém?) canta na linda Ode to L.A. e Moe Tucker (Velvet Underground) toca bateria em quatro faixas. O disco é uma delícia, é curto, suas faixas são concisas e formam um conjunto muito bem amarrado. Um dos discos mais bacanas que ouvi recentemente. Nota 10.
LIFEBLOOD
MANIC STREET PREACHERS
EPIC / SONY
A primeira impressão que tive, logo à primeira audição deste último CD da banda galesa Manic Street Preachers, foi que a produção de Greg Haver meio que deixou em segundo plano o elemento que costumava ser o mais essencial no som de seus álbuns anteriores: a guitarra. Não que ela tenha sumido e eles tenham virado tecno, nada disso. A guitarra está lá, mas em segundo plano mesmo, em privilégio de acordes de pianos, levadas de baixo e claro, das lindas melodias vocais de James Dean Bradfield. Em suma, neste disco, o Manic Street Preachers está soando mais como um certo pop dos anos 80, aquele de melodias grudentas, mais suave mesmo. Nomes que freqüentavam os dials das FMs daquela época, como Talk Talk, Icehouse e sei lá mais o quê me ocorrem no momento, mas temo que sejam uma associação não muito feliz para uma banda do porte do MSP. Até por que, logo na faixa de abertura, a emblemática 1985, eles pagam seu tributo à (imagino) quem de direito: "In 1985 / my words, they came alive / friends were made for life / Morrissey and Marr gave me choice / in 1985". Essa primeira faixa, mais as duas seguintes, The love of Richard Nixon (a que mais me lembrou Talk Talk, especialmente em sua introdução) e Empty souls causam uma ótima impressão: melodias bacanas, arranjos instigantes, timing perfeito. A partir da quarta faixa (A song for the departure) porém, essa impressão se desvanece um pouquinho. Lifeblood não é um disco regular. Faixas como citada A song for the departure e I live to fall asleep parecem carregadas de uma beleza - ouso até dizer - meio bregas, como se pudessem ser executadas nas globo-fm-para-quem-gosta-de-música à qualquer momento, se os programadores das rádios ainda cultivassem o hábito de ouvir música, claro. Em To repel ghosts o guitarrista até emula uns riffs à la The Edge (fase Unforgettable fire), mas logo sucumbe sob uma parede de teclados meio antiquados. Emily, que assim como as faixas Solitude sometimes is e Cardiff afterlife, foi produzida pelo lendário Toni Visconti (Bowie e Marc Bolan nos anos de ouro do glam rock) começa com uma levada de bossa, mas não convence. Depois parece Coldplay, banda que detesto. Glasnost é chatinha. Always/never já anima um pouco mais, mas não decola. A última faixa, Cardiff afterlife fecha o disco com chave de gelatina, pois a música é frouxa, sem a pegada demonstrada até mesmo em faixas do mesmo disco. A verdade, como o leitor mais atento já deve ter notado, é que eu não sei ainda direito se gostei desse disco. Minha única certeza é que se trata do disco mais ambíguo que eles já fizeram. É para dar nota? Bom... 6,5. Não, 7. Não, 8. Pô, sei lá. Melhor ouvir a coletânea de hits Forever delayed (2002) ou Know your enemy (2001) ou mesmo o primeiro, Generation terrorists (1992).
PRETTY IN BLACK
THE RAVEONETTES
COLUMBIA
O terceiro disco da dupla dinamarquesa Raveonettes talvez seja o melhor que eles produziram, e olha que os dois primeiros, Whip it on (EP de 2002) e Chain gang of love (2003) já batiam um bolão com sua atmosfera retrô, microfonia à la Jesus n' Mary Chain e melodias estilo pop anos 50 e blues primitivo. Neste disco, Sune Rose Wagner e Sharin Foo aliviaram na microfonia e enfatizaram ainda mais as melodias que parecem saídas diretamente de uma jukebox de diner americano dos anos dourados de James Dean e do seriado Happy Days (putz, quem lembra?). Saem os apitos das guitarras dos irmãos Reid e entram melodias doces levadas ao violão e guitarras (quase) limpas, lembrando grupos vocais femininos produzidos por Phil Spector, Elvis e seus clones. Poderia ter dado errado, mas não deu. O resultado é maravilhoso, e tudo exala aquela inocência típica da década dos anos dourados. Filmes como A Primeira transa de Jonathan, Clube dos cafajestes, Porky's e mesmo clássicos como Juventude transviada (James Dean) e O Selvagem (Marlon Brando), me ocorrem. Lambretas, sorveterias, brilhantina no cabelo, brigas no drive in, casais se beijando desajeitadamente no cinema. Caso ouça, Morotó Slim (Retrofoguetes) realmente vai se amarrar neste disco. O riff da faixa Twilight chega até a lembrar Attack of the body snatchers, do primeiro disco dos Dead Billies. Outro dado interessante é que, apesar de fortemente retrô, os Raveonettes sempre introduzem algum elemento mais moderno nas músicas. A citada Twilight tem batida disco. Sleepwalking tem bateria eletrônica. Mas são apenas detalhes de produção. No geral, Pretty in black é um disco bem tradicional, americano até a medula em sua sonoridade, seus timbres de guitarra e temática essencialmente dor de corno romântico. Não por acaso, Ronnie Spector (ex-mulher de Phil? Alguém?) canta na linda Ode to L.A. e Moe Tucker (Velvet Underground) toca bateria em quatro faixas. O disco é uma delícia, é curto, suas faixas são concisas e formam um conjunto muito bem amarrado. Um dos discos mais bacanas que ouvi recentemente. Nota 10.
quarta-feira, outubro 26, 2005
6 BANDAS QUE PEGA MAL DIZER QUE GOSTA, MAS FODA-SE.
Relacionamentos já terminaram por causa de bandas - ou artistas solo - que uma das partes envolvidas não bate muito os cornos. A coisa pode ficar feia lá em casa se eu insistir muito que "sou fã do Kiss desde os 13 anos" (é verdade, porra!) e tal. Apesar de um grande amigo meu, que toca em uma das bandas mais legais da cidade, ter sido um fã ardoroso do Bon Jovi ao longo de toda a sua adolescência, eu relevo na boa. Eu adorava e ele odiava o The Cure e o The Smiths ou qualquer banda que começasse com "The". Acho que foi só depois disso que ele ouviu os The Beatles, ah, pobre diabo! Bom, mas como eu ia dizendo, todo mundo tem aquele grupo que você tem certeza absoluta que é (ou foi) legal, mas é melhor se fingir de morto numa mesa de bar - caso o nome do tal grupo surja na conversa - sob o risco de ser motivo de riso não apenas dos seus amigos, mas também do garçom, do barman, do casal da mesa do lado... Ah, e do guardador de carros lá fora também. O porteiro vai ter contado pra ele. Bom, sem mais delongas, aqui estão seis bandas que eu gosto, mas que nem sempre eu tô disposto a defender, até por que todas elas têm muitos pecados. O bastante para saciar um inferno inteiro. Mas eu gosto assim mesmo e ouço de vez em quando.
STEREOLAB - Eles são cabeça. Eles são internacionais (o guitarrista é inglês, a cantora francesa, tal). Eles são chegados em jazz, música brasileira, experimentações. Eles eram o máximo para a ala mais alternativa do rock. Eles são insuportáveis para a maior parcela da população da Terra (digamos 99,999999999%). Mas aí você vai ouvir e descobre que muitas de suas canções apresentam sons tão estranhos, mas cheios de surpresas, como se você estivesse explorando uma região totalmente alienígena. Uma experiência intrigante, foi o que me pareceu logo que ouvi (menino Spencer que me mostrou, e como fiquei fã, ele até trouxe um autógrafo da cantora Laetitia Sadier pra mim, de quando eles vieram ao Brasil, acho que em 2001). Não puxa pela emoção, apesar de ser capaz de causa-la, mas por uma via mais cerebral, talvez. Mas são grandes músicos, seus timbres são sempre incomuns, os primeiros discos são mais crus, mais noise, mesmo. Depois o som foi ficando mais sofisticado e incorporando um pouco de jazz, um pouco de experimentalismo, um pouco de música brasileira. Tem umas músicas que hoje realmente me soam muito chatas, muito longas (o Strokes fudeu tudo na minha cabeça, pqp), irrita um pouco. Para usar com parcimônia, mas sem medo, eis os indicados: Mars Audiac Quintet (1992), Emperor Tomato Ketchup (1995), Dots and loops (1998).
JAMIROQUAI - Opa, esse aqui doeu. De antemão, vou avisando: só gosto do primeiro disco, que realmente me causou ótima impressão logo que saiu, em 1993. Depois perdi o interesse, não acompanhei mais. Tem uma coisa que me incomoda terrivelmente aqui, além da banda do Jay Gay, ops, Kay, ser a preferida dos publicitários e designers de interiores (entre outros maletas): no início, o cara era todo ativista ecológico. No primeiro disco tinha um manifesto enorme dele no encarte, protestando contra a emissão de gases tóxicos (quem peidou?), a destruição da floresta e a matança das baleias, entre outras naturebices. Aí então, o filho de uma égua faz sucesso, ganha mijones de doletas e vira colecionador de Ferraris. E só aparece nos clips ostentando os tais carrões, correntes de ouros mais grossas que meu pulso, mansões espetaculares e mulheres voluptuosas. Tipo clip de hip hop vagabundo. O que é isso, companheiro? Mas, apesar de tuuuuuudo isso, eu admito que gosto do primeiro disco dele, Emergency on planet Earth (1993) (que canalha), uma sucessão de grooves "de rachar o assoalho", como se dizia nos anos 80. Tem também umas músicas que ele toca aquele instrumento australiano, didgeridoo (se não errei a grafia), que fica muito legal. E só.
VAN HALEN - O problema aqui é um só: Dave Lee Roth (o vocalista, se tem alguma alma aí que não sabe) saiu em 1984 e aí acabou. Não ouça mais nada depois do disco 1984 (lançado naquele mesmo ano), o último com Dave. Melhor deixar pra lá. Bom, o Van Halen é óbvio: o guitarrista é um monstro, virtuose, coisa e tal; o vocalista é até hoje um dos melhores showmen do showbizz americano; o baterista Alex (irmão de Eddie Van Halen), é outro cavalo com as baquetas nos cascos: o cara bate pesado; o baixista é aquele gordinho bonachão que segura a onda. Juntos, eles cometeram vários discos cheios de peso, músicas descaralhantes, diversão e folia genuinamente adolescente. Tem gente que diz que não gosta, mas nunca se dispôs a ouvir os discos que importam, só conhecem a baba horrorosa da fase Sammy Hagar, quase toda inútil para consumo humano. Sem o acrobático Lee Roth, o Van Halen perdeu toda a criatividade, espontaneidade e relevância. Pena. Indicados: Van Halen I (1978), V. H. II (1979), Diver down (1982), 1984 (1984).
TEARS FOR FEARS - Tremendamente injustiçados, esses caras precisam ser revistos e reavaliados. Seus dois primeiros discos são muito legais e têm uma pegada pop radiofônica - no melhor sentido possível da expressão - que até hoje, poucas bandas conseguiram igualar. Dia desses mesmo eu tava ouvindo o vinil do mega ultra vendido e manjado Songs from the big chair (1985) e mais uma vez me surpreendi com a perfeição pop oitentista daquele disco. O Franz Ferdinand ou o The Killers dariam um braço para compor uma faixa ainda hoje moderna, vibrante e redonda como Mother's talk ou até mesmo Head over heels (minha preferida). Letras tocantes, solos de guitarra esmerilhantes, melodias perfeitas. Sim, os caras eram meio viadinhos, meio malas, mas paciência. Eu não preciso conviver com eles, só com a música. Depois de muitos anos separados, a dupla Curt Smith / Roland Orzabal retornou com um disco novo, Everybody loves a happy ending, do qual não ouvi nada, não tenho a menor idéia se presta ou não. Indicados: The hurting (1983), Sons from the big chair (1985) e Tears roll down (Greatest hits, 1992).
TOM PETTY - Ah, qualé! O cara é amigão do Bob Dylan, fez parte da primeira geração da new wave americana, foi integrante do Travelling Wilburys (super banda / projeto que reuniu em dois - ótimos - álbuns Dylan, George Harrison, Roy Orbison, Petty e o mala Jeff Lynne, ex E.L.O.), é avesso a estrelismos, sempre foi fiel ao seu som meio sulista, meio americanófilo e tem gente que ainda faz cara feia quando ouve falar no nome do rapaz. Fala sério. Gosto muito do menino Petty, o cara tem ótimos discos que dá para ouvir sem pular uma faixa. Mas ainda assim, mesmo nos círculos mais intelectualizados do rock, Petty é mal visto. Por que será, hein?!? Alguém explica? Indicados: Damn the torpedoes (1979), Full moon fever (1989), Greatest hits (1993), Wild flowers (1994), She's the one (1996).
INXS - Os australianos do INXS vieram dos respingos do movimento new wave que foram dar na grande ilha do Pacífico e tiveram momentos muito bacanas até seu carismático vocalista Michael Hutchence - um Mick Jagger wannabe que ganhava pela simpatia e voz bacana - entrar em depressão e se enforcar em 1997. Pop até a medula, mas sempre com uma pegadazinha rock n roll, era diversão certa nas festinhas. Os primeiros discos na Autrália, ainda antes do estouro mundial com o disco Kick (1988) são certamente melhores, mas muito difíceis de encontrar. Recentemente, os membros remanescentes fizeram um reality show para botar um novo vocalista na banda. Que estupidez. Deixem o pobre Michael descansar em paz, seus usurários! Indicados: Listen like thieves (1985), Kick (1988), X (1990), Full moon, dirty hearts (1993), Best of (2002).
CRISE & QUEDA - Não, não é uma nova dupla sertaneja nem uma nova armação do rock infantil (é, isso existe), como aqueles horrendos Quéops & Raoni (o que é aquilo, meu deus?). Trata-se dos dois novos mega eventos que estão bagunçando os universos Marvel e DC no mundo dos quadrinhos comerciais. Em Crise de identidade, o assassinato brutal de Sue Dibny, mulher do Homem Elástico, traz a tona segredos e traições escondidos no passado da Liga da Justiça. O número um vendeu tão bem que a Panini botou nas bancas uma reimpressão, com capa alternativa (claaaro). Os números 1 e 2 tão nas bancas e até agora, tá valendo. O clima da história é tenso, os diálogos também as surpresas vão se sucedendo. Essa série em sete edições conduzirá à uma série de outras minisséries (OMAC Project, Day of Vengeance, Villains united), que por sua vez, nos levarão à uma outra megassérie bombástica intitulada Crise Infinita, similar à Crise nas Infinitas Terras, evento que redefiniu o Universo DC vinte anos atrás. Até já chamaram os autores originais, Marv Wolfman e George Perez para dar uns pitacos no novíssimo Universo DC que vem por aí. Já Vingadores - A Queda, pela Marvel, nos mostra o fim dos Vingadores (o maior grupo de heróis da editora, que reúne o Caputão América (copyright Melhores do Mundo), a Peiticeira Escarlate, Thor, Homem de Ferro etc) como o conhecemos. Muitos heróis vão morrer (pfuah!)e um novíssimo grupo ressurgirá das cinzas do antigo, reunindo - pasmem ? Homem Aranha, Wolverine, Luke Cage e Mulher Aranha, entre outros menos cotados. Essa série conduzirá ao mega evento House of M, que promete redefinir o Universo Marvel. Diz por aí que a população mutante da editora cairá para os níveis de 1978, quando os chamados filhos do átomo ainda não eram tããããõ populares. Você pode acompanhar essa bagaçeira a partir da revista Poderosos Vingadores 21, já nas bancas. Ufa. Agora, minha opinião sobre essa zorra toda: antigamente, quando se queria uma história bombástica, fazia-se uma série fechada em 12 edições e fim de papo (Guerras Secretas, Crise nas Infinitas Terras, Camelot 3.000). Agora vc tem uma série enorme que desembocará em várias minisséries paralelas, que conduzirão à mais uma megassérie bombástica, que finalmente mudará todo o status daquele universo narrativo para todo o sempre. Ou no mínimo, até a próxima reunião do departamento de marketing. E o pior é que eu reclamo, reclamo, mas não consigo deixar de ler. Isso tem cura?
AGENDA PÁ PUM
Outubro ou Nada! Todas as sextas de Outubro, no Calypso, 22h, R$8 28/10 Theatro de Séraphin, Koyotes e Demoiselle.
Ronei Jorge e Theatro de Séraphin29/10 (sábado) no Miss Modular, Rio Vermelho. R$10.
Tomada Rock Festival com as bandas: Malcom, A Sangue Frio, Sangria, Tharsis, Drearylands e ConfrontoDia: 01/11 (Terça-feira - véspera de feriado)Horário: 20:00 Local: Rock In Rio Café (Aeroclube Plaza Show - Boca do Rio)Censura: 16 anos Ingressos: 1º LOTE - R$10,00 2º LOTE - R$15,00 CAMAROTE - R$25,00 Informações: 3354-1735 / 3461-0300
Show com Álvaro Assmar e banda Dia: 09/11 (Quarta-feira) Horário: 20:00 Local: Teatro ACBEU (Corredor da Vitória) Ingresso: R$ 20,00 (normal) e R$ 10,00 (meia entrada)Informações: contato@compimenta.com.br / (71) 9161-4956 / 9129-1237 Site oficial: www.alvaroassmar.com.br
STEREOLAB - Eles são cabeça. Eles são internacionais (o guitarrista é inglês, a cantora francesa, tal). Eles são chegados em jazz, música brasileira, experimentações. Eles eram o máximo para a ala mais alternativa do rock. Eles são insuportáveis para a maior parcela da população da Terra (digamos 99,999999999%). Mas aí você vai ouvir e descobre que muitas de suas canções apresentam sons tão estranhos, mas cheios de surpresas, como se você estivesse explorando uma região totalmente alienígena. Uma experiência intrigante, foi o que me pareceu logo que ouvi (menino Spencer que me mostrou, e como fiquei fã, ele até trouxe um autógrafo da cantora Laetitia Sadier pra mim, de quando eles vieram ao Brasil, acho que em 2001). Não puxa pela emoção, apesar de ser capaz de causa-la, mas por uma via mais cerebral, talvez. Mas são grandes músicos, seus timbres são sempre incomuns, os primeiros discos são mais crus, mais noise, mesmo. Depois o som foi ficando mais sofisticado e incorporando um pouco de jazz, um pouco de experimentalismo, um pouco de música brasileira. Tem umas músicas que hoje realmente me soam muito chatas, muito longas (o Strokes fudeu tudo na minha cabeça, pqp), irrita um pouco. Para usar com parcimônia, mas sem medo, eis os indicados: Mars Audiac Quintet (1992), Emperor Tomato Ketchup (1995), Dots and loops (1998).
JAMIROQUAI - Opa, esse aqui doeu. De antemão, vou avisando: só gosto do primeiro disco, que realmente me causou ótima impressão logo que saiu, em 1993. Depois perdi o interesse, não acompanhei mais. Tem uma coisa que me incomoda terrivelmente aqui, além da banda do Jay Gay, ops, Kay, ser a preferida dos publicitários e designers de interiores (entre outros maletas): no início, o cara era todo ativista ecológico. No primeiro disco tinha um manifesto enorme dele no encarte, protestando contra a emissão de gases tóxicos (quem peidou?), a destruição da floresta e a matança das baleias, entre outras naturebices. Aí então, o filho de uma égua faz sucesso, ganha mijones de doletas e vira colecionador de Ferraris. E só aparece nos clips ostentando os tais carrões, correntes de ouros mais grossas que meu pulso, mansões espetaculares e mulheres voluptuosas. Tipo clip de hip hop vagabundo. O que é isso, companheiro? Mas, apesar de tuuuuuudo isso, eu admito que gosto do primeiro disco dele, Emergency on planet Earth (1993) (que canalha), uma sucessão de grooves "de rachar o assoalho", como se dizia nos anos 80. Tem também umas músicas que ele toca aquele instrumento australiano, didgeridoo (se não errei a grafia), que fica muito legal. E só.
VAN HALEN - O problema aqui é um só: Dave Lee Roth (o vocalista, se tem alguma alma aí que não sabe) saiu em 1984 e aí acabou. Não ouça mais nada depois do disco 1984 (lançado naquele mesmo ano), o último com Dave. Melhor deixar pra lá. Bom, o Van Halen é óbvio: o guitarrista é um monstro, virtuose, coisa e tal; o vocalista é até hoje um dos melhores showmen do showbizz americano; o baterista Alex (irmão de Eddie Van Halen), é outro cavalo com as baquetas nos cascos: o cara bate pesado; o baixista é aquele gordinho bonachão que segura a onda. Juntos, eles cometeram vários discos cheios de peso, músicas descaralhantes, diversão e folia genuinamente adolescente. Tem gente que diz que não gosta, mas nunca se dispôs a ouvir os discos que importam, só conhecem a baba horrorosa da fase Sammy Hagar, quase toda inútil para consumo humano. Sem o acrobático Lee Roth, o Van Halen perdeu toda a criatividade, espontaneidade e relevância. Pena. Indicados: Van Halen I (1978), V. H. II (1979), Diver down (1982), 1984 (1984).
TEARS FOR FEARS - Tremendamente injustiçados, esses caras precisam ser revistos e reavaliados. Seus dois primeiros discos são muito legais e têm uma pegada pop radiofônica - no melhor sentido possível da expressão - que até hoje, poucas bandas conseguiram igualar. Dia desses mesmo eu tava ouvindo o vinil do mega ultra vendido e manjado Songs from the big chair (1985) e mais uma vez me surpreendi com a perfeição pop oitentista daquele disco. O Franz Ferdinand ou o The Killers dariam um braço para compor uma faixa ainda hoje moderna, vibrante e redonda como Mother's talk ou até mesmo Head over heels (minha preferida). Letras tocantes, solos de guitarra esmerilhantes, melodias perfeitas. Sim, os caras eram meio viadinhos, meio malas, mas paciência. Eu não preciso conviver com eles, só com a música. Depois de muitos anos separados, a dupla Curt Smith / Roland Orzabal retornou com um disco novo, Everybody loves a happy ending, do qual não ouvi nada, não tenho a menor idéia se presta ou não. Indicados: The hurting (1983), Sons from the big chair (1985) e Tears roll down (Greatest hits, 1992).
TOM PETTY - Ah, qualé! O cara é amigão do Bob Dylan, fez parte da primeira geração da new wave americana, foi integrante do Travelling Wilburys (super banda / projeto que reuniu em dois - ótimos - álbuns Dylan, George Harrison, Roy Orbison, Petty e o mala Jeff Lynne, ex E.L.O.), é avesso a estrelismos, sempre foi fiel ao seu som meio sulista, meio americanófilo e tem gente que ainda faz cara feia quando ouve falar no nome do rapaz. Fala sério. Gosto muito do menino Petty, o cara tem ótimos discos que dá para ouvir sem pular uma faixa. Mas ainda assim, mesmo nos círculos mais intelectualizados do rock, Petty é mal visto. Por que será, hein?!? Alguém explica? Indicados: Damn the torpedoes (1979), Full moon fever (1989), Greatest hits (1993), Wild flowers (1994), She's the one (1996).
INXS - Os australianos do INXS vieram dos respingos do movimento new wave que foram dar na grande ilha do Pacífico e tiveram momentos muito bacanas até seu carismático vocalista Michael Hutchence - um Mick Jagger wannabe que ganhava pela simpatia e voz bacana - entrar em depressão e se enforcar em 1997. Pop até a medula, mas sempre com uma pegadazinha rock n roll, era diversão certa nas festinhas. Os primeiros discos na Autrália, ainda antes do estouro mundial com o disco Kick (1988) são certamente melhores, mas muito difíceis de encontrar. Recentemente, os membros remanescentes fizeram um reality show para botar um novo vocalista na banda. Que estupidez. Deixem o pobre Michael descansar em paz, seus usurários! Indicados: Listen like thieves (1985), Kick (1988), X (1990), Full moon, dirty hearts (1993), Best of (2002).
CRISE & QUEDA - Não, não é uma nova dupla sertaneja nem uma nova armação do rock infantil (é, isso existe), como aqueles horrendos Quéops & Raoni (o que é aquilo, meu deus?). Trata-se dos dois novos mega eventos que estão bagunçando os universos Marvel e DC no mundo dos quadrinhos comerciais. Em Crise de identidade, o assassinato brutal de Sue Dibny, mulher do Homem Elástico, traz a tona segredos e traições escondidos no passado da Liga da Justiça. O número um vendeu tão bem que a Panini botou nas bancas uma reimpressão, com capa alternativa (claaaro). Os números 1 e 2 tão nas bancas e até agora, tá valendo. O clima da história é tenso, os diálogos também as surpresas vão se sucedendo. Essa série em sete edições conduzirá à uma série de outras minisséries (OMAC Project, Day of Vengeance, Villains united), que por sua vez, nos levarão à uma outra megassérie bombástica intitulada Crise Infinita, similar à Crise nas Infinitas Terras, evento que redefiniu o Universo DC vinte anos atrás. Até já chamaram os autores originais, Marv Wolfman e George Perez para dar uns pitacos no novíssimo Universo DC que vem por aí. Já Vingadores - A Queda, pela Marvel, nos mostra o fim dos Vingadores (o maior grupo de heróis da editora, que reúne o Caputão América (copyright Melhores do Mundo), a Peiticeira Escarlate, Thor, Homem de Ferro etc) como o conhecemos. Muitos heróis vão morrer (pfuah!)e um novíssimo grupo ressurgirá das cinzas do antigo, reunindo - pasmem ? Homem Aranha, Wolverine, Luke Cage e Mulher Aranha, entre outros menos cotados. Essa série conduzirá ao mega evento House of M, que promete redefinir o Universo Marvel. Diz por aí que a população mutante da editora cairá para os níveis de 1978, quando os chamados filhos do átomo ainda não eram tããããõ populares. Você pode acompanhar essa bagaçeira a partir da revista Poderosos Vingadores 21, já nas bancas. Ufa. Agora, minha opinião sobre essa zorra toda: antigamente, quando se queria uma história bombástica, fazia-se uma série fechada em 12 edições e fim de papo (Guerras Secretas, Crise nas Infinitas Terras, Camelot 3.000). Agora vc tem uma série enorme que desembocará em várias minisséries paralelas, que conduzirão à mais uma megassérie bombástica, que finalmente mudará todo o status daquele universo narrativo para todo o sempre. Ou no mínimo, até a próxima reunião do departamento de marketing. E o pior é que eu reclamo, reclamo, mas não consigo deixar de ler. Isso tem cura?
AGENDA PÁ PUM
Outubro ou Nada! Todas as sextas de Outubro, no Calypso, 22h, R$8 28/10 Theatro de Séraphin, Koyotes e Demoiselle.
Ronei Jorge e Theatro de Séraphin29/10 (sábado) no Miss Modular, Rio Vermelho. R$10.
Tomada Rock Festival com as bandas: Malcom, A Sangue Frio, Sangria, Tharsis, Drearylands e ConfrontoDia: 01/11 (Terça-feira - véspera de feriado)Horário: 20:00 Local: Rock In Rio Café (Aeroclube Plaza Show - Boca do Rio)Censura: 16 anos Ingressos: 1º LOTE - R$10,00 2º LOTE - R$15,00 CAMAROTE - R$25,00 Informações: 3354-1735 / 3461-0300
Show com Álvaro Assmar e banda Dia: 09/11 (Quarta-feira) Horário: 20:00 Local: Teatro ACBEU (Corredor da Vitória) Ingresso: R$ 20,00 (normal) e R$ 10,00 (meia entrada)Informações: contato@compimenta.com.br / (71) 9161-4956 / 9129-1237 Site oficial: www.alvaroassmar.com.br
quarta-feira, outubro 19, 2005
EU VOU FAZER UM ROCK TRISTE
Evandro Botti é um curtidor. Até aí, nada demais, tem gente que curte com a cara dos outros (como eu), tem gente que curte tocar o terror, tem gente que curte se empapuçar de cerveja a noite toda e cuspir no ouvido dos outros balbuciando coisas sem sentido, tem gente que curte filme iraniano, tem gente que curte fumar um e assistir o Raul Gilberto Barros na TV - se acabando de dar risada (isso eu num guento fazer, aí eu choro mesmo). Evandro é um caso diferente. O cara curte fazer música. Qualquer tipo de música, desde que ele se divirta com isso. Enfim, o cara curte fazer música, e o faz bem. Desde seus verdes anos como fundador da Úteros em Fúria, isso ficava meio evidente nele. No documentário em vídeo da Úteros em Fúria, tem um depoimento de Émerson Borel, guitarrista da banda que ilustra bem isso. Nas férias escolares entre Villas do Atlântico / Ipitanga, era Vandinho que ia bater na porta de Émerson de manhã cedo e acorda-lo com idéias para as novas canções que se tornariam depois os clássicos uterinos. Um riffzinho aqui, umas frases rabiscadas ali e os dois iam - ao sabor da brisa fresca daquelas manhãs de janeiro - desenvolvendo parcerias como Dear Misery, Be bigger, Birds, Sister Moonlight, entre outras. Boooons - e ingênuos - tempos. Depois de uns três anos e muita loucura, contudo, Vandinho se sentiu meio sufocado e pulou fora da banda - que, como se sabe, acabou menos de um ano depois disso - para entrar no curso de Composição & Regência da UFBA. Em paralelo, ele começa a estagiar/trabalhar em estúdios profissionais, criando jingles, spots, trilhas para vídeos etc. Após uns três anos de reciclagem, meio retirado do rock, Vandinho faz uma nova parceria com o velho companheiro uterino e amigo pessoal Apú, formando a Guizzzmo, projeto que em cerca de 6 anos de existência (1998-2004), teve uma cacetada de formações diferentes, lançou um CD cheio bem legal (Macaca!) e mais uns dois demos (os quais, confesso, eu gosto mais que o CD), fez show pra caralho (inclusive em Recife - no Abril Pro Rock - e São Paulo) e criou muita música bacana, divertida e - por que não - cabeça, mas nunca sem perder o seu peculiar bom humor e o poder de comunicação com quem se dispõe à ouvi-la.
Finda a Guizzmo, Vandinho vira Vandex e se lança em carreira solo, mantendo o mesmo bom humor que é sua marca registrada. Atualmente em fase de gravação de seu primeiro CD demo, Vandex lapida seu repertório no laboratório que é também seu ganha-pão, o Estúdio Em Transe. Após uma audição (ainda em versão demo) de algumas dessas novas canções, sábado passado, posso afirmar que o doidão vem aí com um material que faz jus ao seu passado e é bastante coerente com sua trajetória musical.
Rock triste, uma delas, faz graça ao simular o estilo adorado/detestado no cenário rocker soteropolitano de forma inteligente e bem articulada. "Eu vou fazer um rock triste / daqueles pra curtir deprê", ele canta baixinho, sobre um instrumental que emula um cruzamento de Coldplay com Radiohead (pré OK Computer). Guitarras sujas e acordes repetitivos em crescendo. Tem mais uma que achei bem interessante, acho que o nome é Prejuízo, com Vandex demonstrando uma insuspeitada raiva no vocal discursivo quase gritado. "Agora eu nem quero ganhar mais nada / agora eu só quero é prejudicar", confessa, revelando suas intenções com o novo trabalho. Essas foram apenas duas das novas músicas do novo trabalho, mas em se tratando de Vandex, pode-se esperar qualquer coisa: rocks, tangos, caboclinhos, polcas e sei lá mais o quê. (Seria Vandex a identidade secreta do tal do Beto Bahia?)
Quem for nesse sábado na festa Boogie Nights no Miss Modular vai poder conferir algumas dessas novas canções na performance exótica e destrambelhada que é característica do músico.
Então se liga no serviço aí, mô pai:
Boogie Nights - Mais uma vez a Boogie Nights vai fazer você dançar com o melhor da black music/ disco/ rock/ cumbias/ samba rock/ rocksamba/ jovem guarda e o melhor dos anos 50/60/70. Essa é a nona edição da Boogie Nights que além dos djs Bigbross e Zezão já manjados da Boogie, nessa edição vamos contar com o dj Roger´n Roll emprestado da Borracharia. Na pista 2 shows com as bandas VANDEX e ZAMBOTRONIC para ninguém ficar parado nem em cima nem embaixo com som mecânico ou ao vivo o importante é dançar. Horário: 22:00 Ingresso: R$ 10,00 , até meia noite casais pagam 15,00 Miss Modular Sábado 22/10.
AVE, CALYPSO - Nosso CBGB's continua firme e forte e é ótimo que assim seja. Esse mês tem o festival Outubro ou nada! (o Bidê ou Balde vai cobrar royalties, hein?!), com algumas das melhores bandas do nosso cenário agitando o inferninho mais charmoso de Salvador. Quem não vai para o TIM Festival pode curtir nessa sexta os incomparáveis Retrofoguetes, os incansáveis Los Canos e os impossíveis Tequilers em noite sem hora pra acabar. O rock continua na outra sexta com Theatro de Séraphin, Demoiselle e Koyotes. A Demoiselle eu ainda não conheço, se não me engano é a banda de Toni, excelente guitarrista e figura boa praça que marcou época nos áureos tempos da Cascadura fase Lynyrd Skynyrd baiano (com três guitarristas). Deve ser bem bacana (alô, Toni, me manda uma demo aí pr'eu falar da tua banda aqui, pô!).
Festival Outubro ou Nada! Programação Dia 21 - Retrofoguetes, Los Canos e Tequilers. Dia 28 - Theatro de Séraphin, Demoiselle e Koyotes. Calypso - Travessa Prudente de Moraes, Rio Vermelho - Tel: 3334-6030.
A TARDINHA CAI, O BARQUINHO VAI - Com o sol a cada dia mais inclemente torrando o que me resta de juízo na caixa craniana, o negócio é se refrescar tomando umas na praia no fim de semana. Coisa que aliás, não faço tem muitos meses, que saco. Não sei vocês, mas eu gosto de praia. Sou capaz de passar um dia inteiro enchendo a cara de cerveja à beira-mar, rodeado de amigos e um bom papo, entre um mergulho bêbado e outro pra pegar uns jacarés. Se for sem pagode, então, melhor ainda. E parece que é essa a proposta da Barraca Chamberlau, na Praia de Ipitanga. Quem não é muito chegado no sol a pino pode chegar depois das 15 horas pra curtir um som, uma birita e a brisa preguiçosa do entardecer.
Chamberlau's and Funk Grooves com dj OpretoHare, dj xcamas e convidados a partir das 15hs apareçam: todos os domingos:out/nov/dez 2005 - grátis. Barraca Chamberlau - Praia de Ipitanga.
TURN IT ON - Só relembrando: o TIM Festival é nesse fim de semana e quem não vai estar lá (como moi) vai ter de se contentar com a transmissão ao vivo do palco TIM Stage na sexta (Strokes, Kings of Leon), sábado (M.I.A., Dizzee Rascal) e domingo (Elvis Costello, Television). É chamar os amigos que ficaram por aqui, comprar umas cervejinhas e salgadinhos, aumentar o som da TV e relaxar, por que agora CHÁ ERA, malandro!
Finda a Guizzmo, Vandinho vira Vandex e se lança em carreira solo, mantendo o mesmo bom humor que é sua marca registrada. Atualmente em fase de gravação de seu primeiro CD demo, Vandex lapida seu repertório no laboratório que é também seu ganha-pão, o Estúdio Em Transe. Após uma audição (ainda em versão demo) de algumas dessas novas canções, sábado passado, posso afirmar que o doidão vem aí com um material que faz jus ao seu passado e é bastante coerente com sua trajetória musical.
Rock triste, uma delas, faz graça ao simular o estilo adorado/detestado no cenário rocker soteropolitano de forma inteligente e bem articulada. "Eu vou fazer um rock triste / daqueles pra curtir deprê", ele canta baixinho, sobre um instrumental que emula um cruzamento de Coldplay com Radiohead (pré OK Computer). Guitarras sujas e acordes repetitivos em crescendo. Tem mais uma que achei bem interessante, acho que o nome é Prejuízo, com Vandex demonstrando uma insuspeitada raiva no vocal discursivo quase gritado. "Agora eu nem quero ganhar mais nada / agora eu só quero é prejudicar", confessa, revelando suas intenções com o novo trabalho. Essas foram apenas duas das novas músicas do novo trabalho, mas em se tratando de Vandex, pode-se esperar qualquer coisa: rocks, tangos, caboclinhos, polcas e sei lá mais o quê. (Seria Vandex a identidade secreta do tal do Beto Bahia?)
Quem for nesse sábado na festa Boogie Nights no Miss Modular vai poder conferir algumas dessas novas canções na performance exótica e destrambelhada que é característica do músico.
Então se liga no serviço aí, mô pai:
Boogie Nights - Mais uma vez a Boogie Nights vai fazer você dançar com o melhor da black music/ disco/ rock/ cumbias/ samba rock/ rocksamba/ jovem guarda e o melhor dos anos 50/60/70. Essa é a nona edição da Boogie Nights que além dos djs Bigbross e Zezão já manjados da Boogie, nessa edição vamos contar com o dj Roger´n Roll emprestado da Borracharia. Na pista 2 shows com as bandas VANDEX e ZAMBOTRONIC para ninguém ficar parado nem em cima nem embaixo com som mecânico ou ao vivo o importante é dançar. Horário: 22:00 Ingresso: R$ 10,00 , até meia noite casais pagam 15,00 Miss Modular Sábado 22/10.
AVE, CALYPSO - Nosso CBGB's continua firme e forte e é ótimo que assim seja. Esse mês tem o festival Outubro ou nada! (o Bidê ou Balde vai cobrar royalties, hein?!), com algumas das melhores bandas do nosso cenário agitando o inferninho mais charmoso de Salvador. Quem não vai para o TIM Festival pode curtir nessa sexta os incomparáveis Retrofoguetes, os incansáveis Los Canos e os impossíveis Tequilers em noite sem hora pra acabar. O rock continua na outra sexta com Theatro de Séraphin, Demoiselle e Koyotes. A Demoiselle eu ainda não conheço, se não me engano é a banda de Toni, excelente guitarrista e figura boa praça que marcou época nos áureos tempos da Cascadura fase Lynyrd Skynyrd baiano (com três guitarristas). Deve ser bem bacana (alô, Toni, me manda uma demo aí pr'eu falar da tua banda aqui, pô!).
Festival Outubro ou Nada! Programação Dia 21 - Retrofoguetes, Los Canos e Tequilers. Dia 28 - Theatro de Séraphin, Demoiselle e Koyotes. Calypso - Travessa Prudente de Moraes, Rio Vermelho - Tel: 3334-6030.
A TARDINHA CAI, O BARQUINHO VAI - Com o sol a cada dia mais inclemente torrando o que me resta de juízo na caixa craniana, o negócio é se refrescar tomando umas na praia no fim de semana. Coisa que aliás, não faço tem muitos meses, que saco. Não sei vocês, mas eu gosto de praia. Sou capaz de passar um dia inteiro enchendo a cara de cerveja à beira-mar, rodeado de amigos e um bom papo, entre um mergulho bêbado e outro pra pegar uns jacarés. Se for sem pagode, então, melhor ainda. E parece que é essa a proposta da Barraca Chamberlau, na Praia de Ipitanga. Quem não é muito chegado no sol a pino pode chegar depois das 15 horas pra curtir um som, uma birita e a brisa preguiçosa do entardecer.
Chamberlau's and Funk Grooves com dj OpretoHare, dj xcamas e convidados a partir das 15hs apareçam: todos os domingos:out/nov/dez 2005 - grátis. Barraca Chamberlau - Praia de Ipitanga.
TURN IT ON - Só relembrando: o TIM Festival é nesse fim de semana e quem não vai estar lá (como moi) vai ter de se contentar com a transmissão ao vivo do palco TIM Stage na sexta (Strokes, Kings of Leon), sábado (M.I.A., Dizzee Rascal) e domingo (Elvis Costello, Television). É chamar os amigos que ficaram por aqui, comprar umas cervejinhas e salgadinhos, aumentar o som da TV e relaxar, por que agora CHÁ ERA, malandro!
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