Índios Korubo. Fotos Sebastião Salgado |
Índios Korubo: Vale do Javari, título da mostra, reúne 15 imagens registradas por Salgado do povo Korubo, que vive no Vale do Javari, oeste da Amazônia.
Os Korubo são um dos últimos povos indígenas isolados, quase sem contato com os brancos. Conhecidos como "caceteiros", são considerados violentos e costumam usar bordunas (espécie de porrete) para se defender.
"É um registro raro", afirma Maria Hilda Baqueiro Paraíso, professora da Ufba ligada às questões indígenas e responsável pela mostra.
"Mas não porque seja tão arriscado. São índios que mantêm contatos eventuais com as frentes que trabalham com grupos isolados, o que quer dizer que começam a confiar em alguns brancos que os atendem. Também a presença de indígenas da região, já conhecidos pelos Korubo e que falam sua língua, facilitou bastante o contato e a realização do trabalho. Além do mais, a presença da equipe de Salgado foi devidamente negociada e autorizada pelos Korubo", conta.
Junte-se a estes fatos o inegável apuro estético, característico do olhar de Salgado, e é possível mensurar a importância destas imagens – historiografica e etnograficamente falando, no mínimo.
"O apuro estético também impressiona, como não poderia deixar de ser. Porém, quando a estética se associa à sensibilidade social para com o destino de seres humanos, ela toma uma dimensão maior: a arte como forma de atrair a atenção das pessoas para os dramas sociais e registrar para a posteridade o resultado de decisões equivocadas e da falta de respeito para com o direito à vida, à dignidade e a sua alteridade", observa a professora.
"Por exemplo, ainda são faladas 214 línguas indígenas diferentes no Brasil, o que faz deste país o que apresenta maior diversidade linguística no mundo, o que deverá ser reconhecido pela UNESCO como patrimônio mundial. Porém, não somos capazes de valorizar essa riqueza. Só olhares especialmente sensíveis, como o de Salgado, são capazes de perceber e revelar a importância da alteridade dos seres humanos", acrescenta.
11 HORAS - Como quase tudo que se relaciona à selva amazônica profunda, o acesso à região onde vivem os Korubo e as próprias condições de hospedagem – para um branco septuagenário – não são nada fáceis. Nem mesmo para um septuagenário aventureiro como Salgado, acostumado a desbravar os recantos mais remotos do planeta.
"É raro um fotógrafo da idade e qualidade de Salgado se dispor a uma viagem tão difícil e prolongada - só de barco foram 11 dias entre a cidade de Tabatinga e a aldeia e sua permanência na área para realização dos trabalho duraram 20 dias", conta Maria Hilda.
"A absoluta falta de conforto não deve ser desconsiderada, como também a capacidade de se fazer entender e interagir com um grupo que vive sob constantes ameaças de mineradores e madeireiros ilegais que atuam na região e que os atacam com frequência", acrescenta.
Todos estes fatores – e mais alguns – tornam as fotos dos Korubo feitas por Salgado um tesouro brasileiro, inestimável em diversos níveis: estético, histórico, etnográfico, antropológico, filosófico.
"Essas dificuldades e o cuidado no trato com os Korubo, além da sensibilidade e extraordinária qualidade do material produzido, tornam as fotos extremamente importantes como registro de um determinado momento histórico da vida desse grupo e da sua forma de viver, sobreviver e resistir", afirma Maria.
PIRIPKURA, ARISSANA - A mostra das fotos de Salgado abre também uma série de atividades relacionadas aos povos indígenas, no âmbito do Fórum Social. Pelo menos duas delas merecem registro: o filme Piripkura e a exposição Resistência, da artista plástica Arissana Pataxó.
Piripkura: Jair Candor e os índios que o ajudam na busca pela tribo perdida |
Nele, acompanhamos Jair Candor, funcionário da Funai, se embrenhando na floresta em busca desses índios, a fim de provar sua existência e garantir a preservação de suas terras.
"O filme aborda a história dos três últimos sobreviventes deste povo após o avanço desordenado da sociedade nacional sobre suas terras, seguida de debates com antropólogos, produtora do filme, o índio que intermediou a filmagem e o coordenador da política de localização de índios isolados na Funai", conta Maria.
Já a exposição Resistência traz as obras de Arissana Pataxó, membro da etnia Pataxó e primeira cotista indígena da Ufba, na Escola de Belas Artes.
"Arissana foi premiada com o Prêmio Investidor Profissional de Arte, promovido pelo Investidor Profissional de Arte, iniciativa do PIPA Global Investments, uma parceria com o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro que busca estimular a produção de arte contemporânea no Brasil", conta Maria.
"Assim, procuramos articular nossas atividades buscando demonstrar que os povos indígenas no Brasil, apesar das dificuldades e políticas adotadas pelos Estados português e brasileiro, acreditam e praticam o princípio de que 'Resistir é criar, resistir é transformar'", conclui Maria, citando o lema do Fórum Social.
Em tempo: tanto Piripkura quanto Resistência estão em cartaz no Espaço Itaú de Cinema.
4 comentários:
Ontem a noite,comemorando o St.Patrick's Day num Irish pub qualquer em San Diego,dois caras encheram a cara e resolveram comecar um tal"punching game",onde um da um soco em cada ate um dos dois cair.O q caiu,caiu morto.Aposto q ambos sao eleitores de Trump.
Tem forma melhor de se comemorar o Dia de Sao Patricio,saborear um Bailey's Irish Cream ouvindo as 10 favoritas do meu guitarrista favorito de todos os tempos:
https://www.youtube.com/watch?v=qevOObjMMOM
https://www.youtube.com/watch?v=9Z_drl3luuE
https://www.youtube.com/watch?v=8Pajsia3_28
https://www.youtube.com/watch?v=recbBDGv4yo
https://www.youtube.com/watch?v=v37MxlSAcOI
https://www.youtube.com/watch?v=kJGa0x_YxOI
https://www.youtube.com/watch?v=EwSo05I3PfY
https://www.youtube.com/watch?v=wCyy8qeJx7c
https://www.youtube.com/watch?v=Lxw51M7wAGk
https://www.youtube.com/watch?v=d3AghK1neQI
Desculpa Chico,peco permissao pra usar teu blog pra mandar uma mensagem a uma figura.Ele vai saber q a mensagem eh pra ele,mas por respeito ao mesmo nao vou citar o nome,talvez vcs ate saquem de quem se trata.
Meu,nao entendi a sua ira pra cima de mim la nos comentarios daquele video la do Marcelo Nova.Nem sequer tenho tempo pra briguinha de internet e menos ainda qualquer necessidade de auto-afirmacao "ganhando" bate boca em comentario de youtube,ou sendo truculento com quem nem mesmo conheco,alias eh facil ser brabo de tras de um monitor,ne?
Vc acha os Titans uma merda?Beleza.Tambem nao os acho tanto,curti o comeco deles,vi ao vivo nos shows de lancamento dos 2 primeiros discos(Cabeca e Jesus nao tem dentes),no Circo Troca de Segredos e na Concha,respectivamente.Nao estao nem entre as minhas 200 bandas favoritas,mas foram interessantes sim.Prefiro muito mais as bandas da geracao do rock Brasil dos 70's do q as dos 80's,mas alem do Camisa tiveram varias outras bandas boas daquela epoca.Dizer q Marcelo foi o unico artista de atitude daquela geracao eh opiniao de pirralho q nao viveu a epoca e quer avaliar uma geracao de bandas so por video e ouvindo arquivo digital,ou entao assistiu os caras ja velhos sem 'punch' nenhum.Nao vou discutir com quem nao viu nada ao vivo e so conhece de video.Menos ainda vou discutir gosto pessoal.Vc criticar as bandas dos 80's e falar bem do Zero e de uma outra bandinha xarope q nem lembro o nome,uma la q tem uma mulher no meio.Isso eh apenas o seu gosto pessoal,nao dou a minima mas nao tenho necessidade de te ofender por isso.Os caras dos Titans foram presos com heroina,desde quando isso eh coisa de roqueiro bem comportado?Dai fizeram uma das musicas de maior impacto do rock brasileiro:"Policia".Os caras dos Titans tinham dinheiro?E Marcelo Nova,saiu de onde?Classe media alta de Salvador,estudando em escola particular de rico,com mesada no bolso.Isso nao desqualifica ambos,apenas te dei parametros.
Mas eh isso brother,nao vou perder meu tempo com esse papo xarope.Quer vomitar seu odio,vai vomitar pra cima de outro.Pode vomitar o q quiser la no youtube,to nem ai.Se vc quiser conversar como homem,eu converso contigo.Caso contrario,to fora.
Chico,mais uma vez desculpa.Tive de usar o seu espaco aqui pq acho q me travaram la no youtube,e aqui tambem pude escrever mais.Abraco.
Old School, tamo junto. Minha casa está sempre aberta para quem sabe dialogar. Ah, adorei a história dos manehs se socando. O que caiu morreu mesmo? Bom, menos um deplorável no planeta. Morro de pena. SQN.
Valeu Chico!Sim,o cara morreu mesmo.Tinha 27 anos de idade.Tai o link:
https://www.nbcsandiego.com/news/local/Man-Dead-in-Punching-Game-Downtown-San-Diego-Joltn-Joes-Bar-477174723.html
Tambem penso a mesma coisa,se todos esses imbecis se matassem,poupariam um monte de enchicao de saco e dor de cabeca pra muita gente.Se aos 27 anos o cara ainda nao virou homem,muito provavelmente vai chegar aos 30,40,50,60 sem sair da adolescencia.Quando tem as contas pagas por papai e mamae entao,piorou.Junte-se a isso um grande punhado de odio no coracao e doses cavalares de baixa auto-estima.Esse eh o perfil da imensa maioria (quase totalidade) de quem apoia o cagalhao Trump,nem precisa ser psicologo ou psicanalista pra entender isso.
Sobre essa historia do youtube,bem feito pra mim mesmo,pra aprender a deixar de perder tempo com idiotice de comentarios no youtube.Ha muito tempo q nao comento nada nem la nem em lugar nenhum,com raras excessoes.As vezes a gente ve uns caras postando umas asneiras imensas,da ate vontade de dizer algo.Aprendi a licao,de novo.
So mais um recado pra o cara la cujo nome nao mencionei:brother,o "califa" do meu nome de usuario nao tem nada a ver com califado nao,e sim com a Republica da California.Q estah ensinando ao mundo como nao baixar a cabeca pra toda essa caganeira escrota q ta acontecendo nos EUA hoje.CALIFORNIA,onde muuuuuita gente grande e boa do rock foi fazer dela a sua morada,de todas as partes dos EUA e do mundo.Fora os ja eram oriundos dela.Citar nomes eh algo totalmente desnecessario.
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