![]() |
Pirombeira, foto Matheus Pirajá |
Com show de lançamento do seu aguardado primeiro álbum amanhã no Teatro Vila Velha, a banda Pirombeira é meio que um símbolo desta geração.
Surgida em 2010 e nutrida durante anos no Som de Zilda, evento muito frequentado por alunos da Ufba no Espaço Cultural Tenda da Deusa, em São Lázaro, a Pirombeira estreia bonito, com um álbum de sonoridade muito rica, no qual se pode captar múltiplas referências que vão do jazz baiano do Sexteto do Beco (e a tradição da Escola de Música da Ufba) aos ritmos regionais baianos, Clube da Esquina, Tom Jobim, Lincoln Olivetti e por aí vai.
No show de lançamento, o grupo ainda contou com a participação de convidados especiais, como o Bando Cumatê (maracatu de São Lázaro), Cassio Nobre, Luciano Almeida e Roberto Mendes.
A produção foi caprichada, com cenário de Lia Cunha (Tropical Selvagem), mais a iluminação desta e de Thiago Ribeiro, que também assina os figurinos da banda.
Com sete integrantes, a Pirombeira é Aline Falcão (teclas e voz), Gabriel Arruti (baixo), Ian Cardoso (guitarra, viola e voz), João Mendes (violões e voz), João Paim (percussão), Rubão Nazario (bateria) e Yves Tanuri (teclas e flauta).
No palco, essa galera ainda recebe o apoio do naipe de sopros formado por Bruno Nery (trombone), Everaldo Pequeno (trompete) e Levy Maia (sax tenor), mais o percussionista Luan Costa. Baita produção.
E tinha que ser mesmo. Depois de sete anos batendo ponto no Som de Zilda, o grupo formou um público fiel e apaixonado que bancou a gravação do álbum após uma bem sucedida campanha de crowdfunding, arrecadando quase R$ 1 mil além da meta estabelecida de R$ 22 mil.
“Foi uma saga, uma grande jornada para chegar até aqui. Começamos em 2014, depois tivemos que parar, retornamos em 2015, seguimos em 2016 e reunimos uma galera bem massa”, conta Ian.
“Profissionais como Israel Lima, que nos gravou no Estúdio do Ilê Ayiê, Otávio Carvalho do Estúdio Submarino (SP) na mixagem e Felipe Tichauer lá em Los Angeles, que fez a masterização”, enumera.
![]() |
A banda recebe os aplausos do público no TVV. Foto Duane Carvalho |
Com um som ora bucólico, ora praieiro, Pirombeira, o álbum, parece resgatar um ideal de Brasil que talvez não exista mais, talvez sequer tenha tido chance de existir, a civilização morena preconizada por Jorge Amado, Caetano, Glauber e outros, uma característica que parece comum aos artistas da geração destes músicos.
“Opinião minha, mas acho que esse olhar bucólico, nostálgico, é meio predominante nessa geração, esse olhar para os anos 1960, o instrumental brasuca (o chamado sambalanço), e trazer isso para o trabalho se inclui numa perspectiva geracional”, opina Ian.
“A gente olha para nossos heróis, aqueles que escreveram sobre a vida, sobre o Brasil, e deram significado às nossas existências. E aí nos vemos nessa realidade lenhada, então a gente busca a beleza nesse contexto”, acrescenta Gabriel Arruti.
Impressões etéreas à parte, a verdade é que a banda nunca planejou soar assim ou assado, afirmam seus integrantes.
“A gente não tem líder, não tem frontman. A gente tenta fazer o panorama mais elástico possível. Então não deliberamos muito sobre que sensações (o som) vai remeter a quem escuta”, diz Ian.

Animados, os jovens músicos da Piroimbeira prometeram uma grande celebração naquele domingo, no histórico palco do Teatro Vila Velha, fechando todo o processo iniciado sete anos atrás – e quem sabe, iniciando outro.
“Depois de todo o processo de crowdfunding, gravações etc, o disco veio como uma síntese de tudo que vivemos juntos. Espero que as pessoas venham curtir e compartilhar esse momento que é uma grande celebração pra gente”, convida Gabriel.
Ouça
www.facebook.com/pirombeira
Um comentário:
acho esse local da foto masssa, já tinha pensado em tirar foto aí...mas não gostei de algo nessa foto...não sei dizer o que é...
chico o povo quer saber de sua opinião:
http://www.elcabong.com.br/hit-de-pablo-ganha-versao-indie-pop-ouca-como-ficou/
Postar um comentário