quinta-feira, março 09, 2017

ENTRETENIMENTO DE PROPORÇÕES GIGANTESCAS

Estreia: Kong: A Ilha da Caveira traz de volta às telas o gorilão mais famoso do cinema em filme que se assiste como um passeio de montanha-russa

Ilha da Caveira, terra de contrastes, como diria o velho jargão turístico
Em meados de 2016 o Universal Orlando Resort, em Orlando (Flórida), inaugurou seu novo brinquedão: Skull Island: Reign of King Kong.

Amanhã, os cinemas recebem o filme no qual a atração se baseou: Kong: A Ilha da Caveira.

O paralelo  não é a toa: o filme do diretor estreante em blockbusters Jordan Vogt-Roberts pode (ou deve) mesmo ser assistido como se passeia em uma montanha-russa monstruosa dos mega-parques da Flórida: com direito a muitos sustos, sobressaltos e emoções baratas a granel.

E sem deméritos por isso. Afinal, ninguém vai ao cinema assistir a um filme estrelado pelo gorilão mais famoso de todos os tempos em busca de reflexões mais profundas do que um saco  – ou melhor, balde – de pipoca.

A boa notícia é que Kong: A Ilha da Caveira tem seu charme – muito por conta da estética vintage (com o perdão pela má palavra) que o permeia, além de algumas citações cinematográficas e literárias  pontuais, como uma espécie de piscadela de olho do diretor aos espectadores atentos.

A sinopse pode ser resumida em duas frases: exploradores viajam a ilha desconhecida para investiga-la.

E se deparam com uma série de monstros, incluindo um gorila do tamanho de um edifício de 30 andares. Mais simples, impossível. Como um brinquedo.

Boas-vindas arrasadoras

John Goodman, John C. Reilly, Brie Larson e Tom Hiddleston
Apesar de ambientado em 1973, a ação se inicia quase 30 anos antes, em 1944, quando dois combatentes aéreos, um norte-americano e um japonês, caem na mesma ilha – e prosseguem o combate em terra (citação: Inferno no Pacífico, 1968, de  John Boorman).

30 anos depois, logo após a retirada das tropas norte-americanas do Vietnã, um grupo de exploradores civis e militares chegam à ilha – até então, fora de qualquer mapa – para descobrir que riquezas ela oferece, antes dos russos.

Os militares são liderados por Preston Packard (Samuel L. Jackson, olhar de psicopata nível Jack Nicholson). Já os civis, entre cientistas e geólogos, são liderados por Bill Randa (o grande John Goodman) e James Conrad (Tom Hiddleston), um ex-militar.

Outros personagens de destaque são a fotógrafa pacifista Mason Weaver (a estrela em ascenção Brie Larson) e o militar Jack Chapman (Toby Kebbell).

O engraçadíssimo John C. Reilly dá as caras ali pelo meio do filme, mas é melhor descobrir quem é seu personagem na sala escura.

Mas não se apegue a eles, não. Suas vidas pouco importarão na lógica de ação alucinante e escala gigantesca proposta pelo filme.

Aproveite para confraternizar com os simpáticos habitantes locais
Logo ao chegar na ilha com uma tropa de soldados em uma esquadrilha de helicópteros (citação: Apocalypse Now, 1979, de Francis Ford Coppola), o grupo recebe – em dialeto local – a galinha pulando.

A sequência de “boas-vindas” do dono da ilha aos invasores é um primor de cinema-catástrofe em termos de ação, edição e som.

A partir daí, em terra, os sobreviventes divididos em dois grupos passam a percorrer a ilha tentando sobreviver e, quem sabe, descobrir os segredos do local.

Samuel L. Jackson, o militar endurecido pelos anos (e pela derrota humilhante) no Vietnã assume uma personalidade obsessiva em relação ao macacão (citação: Capitão Ahab, Moby Dick, 1851, de Herman Melville), pondo os sobreviventes em risco.

Contar mais estraga as surpresas do filme.

Talvez o maior elogio que se pode fazer à obra é que ela honra a tradição de escapismo espetacular iniciada no clássico de 1933 (King Kong, de Ernest B. Schoedsack) e retomada por Peter Jackson na refilmagem de 2005 (sem esquecer o subestimado remake de 1976).

Só faltou retomar a relação de fascínio de Kong pela mocinha, presente inclusive na versão de 1976, com a inesquecível Jessica Lange tomando banho de cachoeira na mão do bichão.

Aqui, ela é apenas ligeiramente ensaiada com Brie Larson, a futura Capitã Marvel.

Mas, ei, não se pode ter tudo, certo?

Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island, 2017) / Direção: Jordan Vogt-Roberts / Com Tom Hiddleston, Samuel L. Jackson,  John Goodman, Brie Larson,  Terry Notary, John C. Reilly e  Toby Kebbell /Cinemark, Cinépolis Bela Vista, Cinépolis Shopping Salvador Norte, Cinesercla Shopping Cajazeiras, Espaço Itaú de Cinema - Glauber Rocha, Orient Shopping Center Lapa, UCI Orient Shopping Barra, UCI Orient Shopping da Bahia, UCI Orient Shopping Paralela / Classificação: livre

5 comentários:

Franchico disse...

RIP Black Sabbath?

https://omelete.uol.com.br/musica/noticia/black-sabbath-oficializa-final-da-banda/

Never say die, babe!

Franchico disse...

Olha a qualidade do político brasileiro:

Justiça do Trabalho “não deveria nem existir”, diz Rodrigo Maia

http://exame.abril.com.br/brasil/para-rodrigo-maia-justica-do-trabalho-nao-deveria-nem-existir/

Claro, o problema do mercado de trabalho no Brasil somos nós, trabalhadores, que insistimos em receber "luxos" como salário, FGTS, férias, 13º etc. Somos uns malditos, não temos mesmo um pingo de patriotismo!

Engraçado também que, toda vez que um energúmeno desses abre a boca, mais um milhão de desempregados é debitado na conta do PT. Agora são 14 milhões. Fonte? Pra que?

Gentalha imunda, tua hora vai chegar!

Franchico disse...

Olha a qualidade desse juiz:

http://www.huffpostbrasil.com/2017/03/09/o-terceiro-estupro-de-ines-etienne-romeu-justica-rejeita-denu_a_21878754/?utm_hp_ref=br-homepage

Basicamente, ele diz que, se a denunciante atuava contra a ditadura, ela mereceu ser estuprada. Tudo isso, claro, apoiado no (cof cof) "filósofo" Olavo.

Brasil, um estado de exceção há 517 anos.

Franchico disse...

Não vi Moonlight ainda, mas adorei esse texto.

http://www.socialistamorena.com.br/6-razoes-pelas-quais-reacas-jamais-gostarao-de-moonlight/

Rodrigo Sputter disse...

"Ninguém é contra os 'direitos humanos', desde que sejam direitos humanos de verdade, compartilhados por todos os membros da sociedade, e não meros pretextos para dar vantagens a minorias selecionadas que servem aos interesses globalistas".

Diz Olavo..ele tá falando dele mesmo acima????

pode estuprar se for comunista, nazista, petralha, coxinha e etc... pode estuprar todas...desde que seja contra o pensamento que somos a favor...se for de esquerda então...é uma correção...sertu olavo??

pqp...para tudo...me deixe antes da internet existir no Brasil...

viva o futebol:

http://www.huffpostbrasil.com/2017/03/10/estou-contratando-bruno-porque-ele-tem-condicoes-de-jogar-diz_a_21879657/

o cara foi condenado a 22 anos e depois de quase sete sai??
é isso??
olavo vai dizer q a culpa é dela q se meteu com quem não devia...
não acharam o corpo até hj, mas se fosse inocente, creio que ele não teria pego esses 22 anos...ainda bem que no Bahia não contratou...ia cancelar meu título de sócio, mas se fosse na época nefasta que estávamos...sei não...a galera que contrata, trabalha, num tem esposa? mãe? filha? irmã? namorada ou qualquer pessoa do sexo feminino pra contratar esse cara?
não gosto de ser injusto com ninguém, vide o "caso dos irmãos naves", mas tudo indica que o safado sabia de tudo...e os outros presos?? kd??? ah! não tem $$ pra ficar solto...esse cara é o mais imbecil que conheci, burro, dizem que ia ser da seleção, agarrava no flamengo e faz um absurdo desses...tinha tudo pra agora tá bem de vida, jogando, mas aí faz uma crueldade dessas...pqp...e nem tem vergonha de sair na rua e sai sorrindo na fota...só pode ser um psico...

sobre moonlight, vi o filme...é bom porque é bom...o que ela cita só faz enriquecer o filme mais ainda, nesse momento político então...mas espero que passe essa merda conservadora...e ainda assim continuará sendo um bom filme...esses "pequenos detalhes" fazem o filme ser mais foda ainda...mas é bom porque é bom...é de causar "estranhamento" pra quem assiste...pq só tem negro...branco, só rapidamente e no final...e vc nem percebe...me lembrou dois cineastas, um negro, charles burnett, com seu excelentíssimo filme "killer of sheep", um dos mais belos que já vi, tem uma cena de moonlight q me lembrou, e um branco, o terrence mallick, numa cena na praia em voz off...os tirados a mudernim vão achar massa por isso, mas o filme é bom sim...pacas...gostei muito...pode não ser perfeito, mas é bem bom...não ganhou o oscar a toa...e o diretor é negro tb...pegada hipster, mas botou pra fuder...baixei um dele pra ver, mecine alguma coisa...fiquei curioso pelo trampo dele...voltando ao assunto, porque se o filme fosse bom "apenas" por isso...ia passar...mas ele se sustenta...e esses "detalhes" fazem ele ser um filme diferente da maioria que vemos por aí...pra quem só vê filme "de branco" então...99,99%.