Marco da TV mundial – e da cultura ocidental, defendem muitos – Os Simpsons não surgiram do nada.
Mais de uma década antes de chegar às telas, o humor ácido do criador Matt Groening já era apreciado pelos leitores de centenas de jornais, na série de tiras Vida no Inferno, que agora chegam às livrarias pela Ed. Veneta.
O material, desnecessário dizer, é obrigatório para os fãs ferrenhos d’Os Simpsons.
Não apenas pela alta taxa de acidez presente nas tiras, mas também por trazer, aqui e ali, vislumbres dos futuros habitantes da Springfield que os fãs conhecem tão bem – não como os personagens prontos, claro, mas como coadjuvantes silenciosos.
Mas isso é só a cereja do bolo. Em Vida no Inferno, acompanhamos as tribulações, questionamentos e inquietações de um punhado de personagens.
O principal é Binky, um coelhão alter-ego do próprio Groening, completamente loser, inseguro e cheio de neuroses.
Sua namorada, Sheba, é basicamente igual a Binky, sendo sua versão feminina.
Bongo é o filho de Binky, fruto de uma relação fortuita após uma noite de bebedeira com Hulga, que anos depois deixou o menino em sua porta e foi tentar a sorte em Nova York.
Há ainda a dupla Jeff & Akbar, dois meninos / rapazes exatamente iguais, que podem ser irmãos, mas também são amantes, usam camisas estilo Charlie Brown e nunca tiram seus chapeuzinhos fez.
Nas tiras, que Groening desenhou até 2012, mesmo após o sucesso avassalador d’Os Simpsons, o autor dava vazão a todos os seus traumas, dúvidas existenciais e medos – sempre com aquele toque de autodepreciação bem típico dos humoristas americanos.
Primórdios do Inferno
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Quase punk, ele fazia cópias em xerox da revistinha artesanal e vendia os exemplares em uma esquina da famosa Sunset Boulevard, enquanto trabalhava em uma série de subempregos.
Em pouco tempo, a tira começou a sair em publicações alternativas locais, como a revista Wet e o semanário Los Angeles Reader.
Os anos passaram e, um dia, suas tiras foram parar nas mãos do produtor de cinema e TV James L. Brooks, que adorou o material.
Brooks convidou Groening para animar Vida no Inferno em pequenos esquetes, para o programa The Tracey Ullman Show.
Quando percebeu que teria que abrir mão dos direitos sobre Vida no Inferno para a Fox, Groening preferiu partir do zero e criar novos personagens para a TV. Nasceu aí uma certa família amarela.
Vida no Inferno seguiu sua trajetória no mundo 2D preto & branco dos jornais. No auge, chegou a ser publicada em 250 periódicos.
Cria do underground
Quase sempre verborrágico, o humor de Groening nas tiras deve muito ao quadrinho underground / marginal de autores surgidos nos anos 1960, como Robert Crumb (Fritz The Cat) e Gilbert Shelton (Os Fabulosos Freak Brothers).
Não a toa, Groening tem em Vida no Inferno os mesmos alvos dos autores citados: o establishment e a sociedade consumista, aqui representados pela escola, pelas relações familiares convencionais e claro, pelos governos.
Especialmente saborosas são as séries, presentes nesta coletânea, onde Groening explorava seus alvos: O amor é um inferno, O Trabalho é um inferno, A escola etc.
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Vida no Inferno vai fazer os fãs se sentirem no paraíso.
Vida no Inferno / Matt Groening / Veneta / 176 páginas / R$ 69,90
2 comentários:
Descoberto o dono do saquinho de pó que apareceu no senado durante o impeachment. É baiano. O nome dele começa com Antonio e termina com Imbassahy.
https://br.noticias.yahoo.com/saiba-o-que-tinha-no-famoso-saquinho-com-p%C3%B3-branco-232849851.html
“Me contaram ontem (29) sobre o saquinho. Eu achei engraçado. Não me aborreci nem me preocupei. Era açúcar. O que eu vou dizer dessas coisas? Com açúcar e com afeto”, afirmou o senador ao Buzz Feed.
Então tá, Imbassahy!
Esse hipócrita evangélico é daqueles que não fala três palavras sem citar "Deus" entre elas.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/escandalos-envolvendo-magno-malta-sao-apagados-da-wikipedia-a-partir-de-computador-do-senado/
Típico.
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