Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
quinta-feira, março 20, 2014
PODCAST CLASH CITY ROCKERS #26
Com Osvaldo Braminha Silveira Jr., Sérgio Cebola Martinez e Caio Tuy.
A galera digere o show do Elton John e especula o que pode vir por aí.
7 comentários:
Ernesto Ribeiro
disse...
Rolling Stones: duas bombas que mudam tudo o que você pensava saber sobre eles
Acabei de ler o livro da série Tesouros dos Rolling Stones . Bastante esclarecedor. É a peça que faltava para completar o quebra-cabeças — e mudar todo o quadro anterior da imagem da Maior Banda do Mundo.
BOMBA 1 :
Mick Jagger e Keith Richards foram processados por PLÁGIO pela cantora country KD Lang pelos créditos da canção “Everybody Seen my Baby”, a fraquíssima ‘work song’ de Bridges to Babylon — que está mais para uma ‘lazy song’. Para evitar o desastre moral de serem condenados a pagar uma multa milionária ao perderem o processo por plágio, Jagger e Richards toparam fazer um acordo e dividiram os créditos da música com seus verdadeiros autores. E ficou oficialmente assim: (Mick Jagger / Keith Richards / k.d. Lang / Ben Mink).
Que fim de feira pra “Maior Banda de Rock n Roll do Mundo”...
BOMBA 2:
Bob Dylan:
“Sem Bill Wyman, os Rolling Stones são só uma banda de funk.”
Mesmo sem jamais receber os créditos, o baixista Bill Wyman foi o terceiro compositor das grandes obras-primas dos Rolling Stones como “Paint it Black”, “Jumping Jack Flash”, “Ruby Tuesday”, “Miss You”, “It’s Only Rock n Roll”, dentre muitas outras. Bill Wyman canta sozinho na faixa “In Another Land”, a melhor música e single de Their Satanic Majesties Request. Esta foi a única canção de Wyman registrada nos créditos, além de “Downtown Suzie”.
Mais?
Bill Wyman inventou o baixo elétrico Fretless, removendo os trastes (“frets”) de um baixo japonês.
Como arqueólogo, Wyman inventou um detector de metais específico para encontrar relíquias da Antiguidade, para sua coleção da época do Império Romano.
E não foi o único Stone injustiçado nos créditos oficiais: Brian Jones também formou um tripé criativo de composições , sendo mais criativo por ser também um multi-instrumentista (a cítara em “Paint it Black” foi ‘o toque das Arábias’ que os fez rivalizar com os Beatles e suas influências indianas). Era inicialmente o único músico da banda capaz de ler e escrever partituras. Contribuiu para “Midnight Rambler”, “You Got the Silver”, “Back Street Girl”, “I Wanna be Your Man”, “I'm King Bee”, etc. Também tocou o saxofone na música dos Beatles, “You Know My Name (Look Up the Number)”. Compôs a trilha sonora do filme A Degree Of Murder , no qual Anita Pallenberg, sua namorada na época, atuou como protagonista.
Exatamente por sua superioridade musical, ambos humilhavam a dupla Jagger / Richards ao ponto da exasperação: Bill Wyman desde criança toca piano, baixo duplo, percussão e auto-harpa. E Brian Jones dominava a guitarra, gaita, piano, vocal, teclado, dulcimer, mellotron, órgão, cravo, theremin, baixo, cítara, tambor, koto, saxofone, trompete, harpa, acordeon, gaita de fole, bandolim, banjo, xilofone, marimba, flauta doce, violoncelo, bateria, ukulele, oboé, tuba, trompa, trombone, clarinete, kazoo, tabla.
Foi essa incrível multiplicidade de talentos de Bill Wyman e Brian Jones que permitiu aos Rolling Stones passear por TODOS os estilos de música pop de sucesso nos anos 60, do swing e skiffle ao jazz (todos são cortesia de Bill Wyman), e do twist ao samba (‘Simpathy for the Devil’, lembram?) e bossa nova (‘Under my Thumb’)
Os dois superavam os outros também em termos de talento para farejar o potencial de sucesso de cada canção: na votação para decidir se “Satisfaction” deveria ou não ser lançada como um disco compacto (single) o resultado foi decidido por 3 a 2: Charlie Watts, Bill Wyman e Brian Jones votaram “sim” enquanto Mick Jagger e Keith Richards votaram “não”.
O que é que Mick Jagger e Keith Richards têm que os outros não tinham? O nome “Rolling Stones” registrado em patente de direitos autorais — o que lhes permitia registrar os créditos das canções da banda como quisessem, sob ameaça de EXPULSAR do grupo quem protestasse.
(Em tempo: Lou Reed fazia a mesma coisa com os colegas do Velvet Underground, tomando para si a maior parte dos créditos de melodias e arranjos musicais compostos por John Cale, Sterling Morrison e Maureen Tucker, que formataram a sonoridade do Velvet.)
Jagger e Richards foram BURROS de desperdiçar a oportunidade de terem mais músicas excelentes com esse músico fabuloso na banda, e os dois egomaníacos vetavam a maioria de suas composições. Daí que os álbuns solo dos outros Rolling Stones são umas merdas. Vai por mim: TODOS os discos solo de Bill Wyman são extraordinários. Assim como a aventura de Brian Jones com músicos do Marrocos em Master Musicians of Joujouka .
Então, seguindo o bom exemplo de meu mestre Miguel Cordeiro, eu vou passar pra vocês um pau de bosta pra passarem a limpo. Aliás, quatro:
1 — Alguém aí acredita piamente que TODAS as mais de mil canções registradas nos créditos como composições da dupla “Jagger / Richards” são MESMO apenas de Mick Jagger e Keith Richards?
2 — Já que Brian Jones foi o líder e compositor dos Rolling Stones nos primeiros anos , adivinhem PORQUÊ no final da vida ele se tornou cada vez mais triste, depressivo e furioso ao ponto de mergulhar nas drogas pesadas enquanto declarava seu “ódio mortal” contra Mick Jagger e Keith Richards?
3 — Pela mesma razão, leva um contrabaixo de prêmio quem souber responder: qual a verdadeira razão da saída de Bill Wyman da banda após exatos 30 anos longuíssimos de contribuição silenciosa e vital para o sucesso e a sonoridade própria dos Rolling Stones?
4 — E a pergunta do milhão: É somente uma mera coincidência o fato de que logo após perderem Bill Wyman, a qualidade criativa dos Rolling Stones despencou em queda livre? O grupo entrou em decadência TOTAL. A música perdeu a consistência, a densidade, a energia. Ficaram soando velhos mesmo. Desde 1994 que eles nunca mais lançaram um álbum CLÁSSICO, HISTÓRICO, MEMORÁVEL, de som surpreendente, brilhante e vigoroso, com sucessos que tocam na cabeça e fazem a gente assobiar no chuveiro.
OK, Voodoo Lounge tinha “You Got me Rocking” e “The Worst”. Bridges to Babylon tem “Saint of Me”.
E só.
Alguém se lembra de pelo menos uma canção que preste em A Bigger Band ?
Baterista do Queen METE O PAU em Carta à revista Rolling Stone:
No inicio dos anos 80, em plena tour pela America Latina, Roger Taylor ficou tão farto das criticas da referida revista que lhes enviou a seguinte carta:
"Sua atitude cafona anos 70, sua má compreensão do Rock & Roll, continua a IRRITAR. Obrigado por sua desonestidade, pseudo-política... Cresçam! Vocês inventaram a amargura (na imprensa musical). Eu cuspo em vocês. You suck. (...) "
etc etc etc ...
Esta carta foi escrita num saco de vômito de avião.
10 anos depois, o Nirvana só aceitou finalmente sair na capa da Rolling Stone quando os editores deram o braço a torcer e engoliram ter que fotografar Kurt Cobain vestindo uma camiseta escrita: "Corporate Magazines Still Suck." Na foto da capa.
saí do facebosta e nem tava sabendo dessa...VALEUZAÇO!!!
BAIXANDO!!
tinha ouvido umas faixas...vou passar o link pra rapeize por mail...é pelo menos um BOM disco de rock, não se espera menos do que isso dos caras...em ouvir digo isso...
retribuindo o link, vendo o seu, lembrei que Rainha acabou de lançar isso:
vendo isso, 2 videos do novo disco, acho que eu tinha visto o trecho do 1o link e o 2o eu lembro de ter visto todo, mas esses tão com qualidades melhores:
7 comentários:
Rolling Stones: duas bombas que mudam tudo o que você pensava saber sobre eles
Acabei de ler o livro da série Tesouros dos Rolling Stones . Bastante esclarecedor. É a peça que faltava para completar o quebra-cabeças — e mudar todo o quadro anterior da imagem da Maior Banda do Mundo.
BOMBA 1 :
Mick Jagger e Keith Richards foram processados por PLÁGIO pela cantora country KD Lang pelos créditos da canção “Everybody Seen my Baby”, a fraquíssima ‘work song’ de Bridges to Babylon — que está mais para uma ‘lazy song’. Para evitar o desastre moral de serem condenados a pagar uma multa milionária ao perderem o processo por plágio, Jagger e Richards toparam fazer um acordo e dividiram os créditos da música com seus verdadeiros autores. E ficou oficialmente assim: (Mick Jagger / Keith Richards / k.d. Lang / Ben Mink).
Que fim de feira pra “Maior Banda de Rock n Roll do Mundo”...
BOMBA 2:
Bob Dylan:
“Sem Bill Wyman, os Rolling Stones são só uma banda de funk.”
http://www.rollingstone.com.br/secoes/novas/noticias/4985/
BOMBA 3:
Mesmo sem jamais receber os créditos, o baixista Bill Wyman foi o terceiro compositor das grandes obras-primas dos Rolling Stones como “Paint it Black”, “Jumping Jack Flash”, “Ruby Tuesday”, “Miss You”, “It’s Only Rock n Roll”, dentre muitas outras. Bill Wyman canta sozinho na faixa “In Another Land”, a melhor música e single de Their Satanic Majesties Request. Esta foi a única canção de Wyman registrada nos créditos, além de “Downtown Suzie”.
Mais?
Bill Wyman inventou o baixo elétrico Fretless, removendo os trastes (“frets”) de um baixo japonês.
Como arqueólogo, Wyman inventou um detector de metais específico para encontrar relíquias da Antiguidade, para sua coleção da época do Império Romano.
E não foi o único Stone injustiçado nos créditos oficiais: Brian Jones também formou um tripé criativo de composições , sendo mais criativo por ser também um multi-instrumentista (a cítara em “Paint it Black” foi ‘o toque das Arábias’ que os fez rivalizar com os Beatles e suas influências indianas). Era inicialmente o único músico da banda capaz de ler e escrever partituras. Contribuiu para “Midnight Rambler”, “You Got the Silver”, “Back Street Girl”, “I Wanna be Your Man”, “I'm King Bee”, etc. Também tocou o saxofone na música dos Beatles, “You Know My Name (Look Up the Number)”. Compôs a trilha sonora do filme A Degree Of Murder , no qual Anita Pallenberg, sua namorada na época, atuou como protagonista.
Exatamente por sua superioridade musical, ambos humilhavam a dupla Jagger / Richards ao ponto da exasperação: Bill Wyman desde criança toca piano, baixo duplo, percussão e auto-harpa. E Brian Jones dominava a guitarra, gaita, piano, vocal, teclado, dulcimer, mellotron, órgão, cravo, theremin, baixo, cítara, tambor, koto, saxofone, trompete, harpa, acordeon, gaita de fole, bandolim, banjo, xilofone, marimba, flauta doce, violoncelo, bateria, ukulele, oboé, tuba, trompa, trombone, clarinete, kazoo, tabla.
Foi essa incrível multiplicidade de talentos de Bill Wyman e Brian Jones que permitiu aos Rolling Stones passear por TODOS os estilos de música pop de sucesso nos anos 60, do swing e skiffle ao jazz (todos são cortesia de Bill Wyman), e do twist ao samba (‘Simpathy for the Devil’, lembram?) e bossa nova (‘Under my Thumb’)
Os dois superavam os outros também em termos de talento para farejar o potencial de sucesso de cada canção: na votação para decidir se “Satisfaction” deveria ou não ser lançada como um disco compacto (single) o resultado foi decidido por 3 a 2: Charlie Watts, Bill Wyman e Brian Jones votaram “sim” enquanto Mick Jagger e Keith Richards votaram “não”.
O que é que Mick Jagger e Keith Richards têm que os outros não tinham? O nome “Rolling Stones” registrado em patente de direitos autorais — o que lhes permitia registrar os créditos das canções da banda como quisessem, sob ameaça de EXPULSAR do grupo quem protestasse.
(Em tempo: Lou Reed fazia a mesma coisa com os colegas do Velvet Underground, tomando para si a maior parte dos créditos de melodias e arranjos musicais compostos por John Cale, Sterling Morrison e Maureen Tucker, que formataram a sonoridade do Velvet.)
Jagger e Richards foram BURROS de desperdiçar a oportunidade de terem mais músicas excelentes com esse músico fabuloso na banda, e os dois egomaníacos vetavam a maioria de suas composições. Daí que os álbuns solo dos outros Rolling Stones são umas merdas. Vai por mim: TODOS os discos solo de Bill Wyman são extraordinários. Assim como a aventura de Brian Jones com músicos do Marrocos em Master Musicians of Joujouka .
Então, seguindo o bom exemplo de meu mestre Miguel Cordeiro, eu vou passar pra vocês um pau de bosta pra passarem a limpo. Aliás, quatro:
1 — Alguém aí acredita piamente que TODAS as mais de mil canções registradas nos créditos como composições da dupla “Jagger / Richards” são MESMO apenas de Mick Jagger e Keith Richards?
2 — Já que Brian Jones foi o líder e compositor dos Rolling Stones nos primeiros anos , adivinhem PORQUÊ no final da vida ele se tornou cada vez mais triste, depressivo e furioso ao ponto de mergulhar nas drogas pesadas enquanto declarava seu “ódio mortal” contra Mick Jagger e Keith Richards?
3 — Pela mesma razão, leva um contrabaixo de prêmio quem souber responder: qual a verdadeira razão da saída de Bill Wyman da banda após exatos 30 anos longuíssimos de contribuição silenciosa e vital para o sucesso e a sonoridade própria dos Rolling Stones?
4 — E a pergunta do milhão: É somente uma mera coincidência o fato de que logo após perderem Bill Wyman, a qualidade criativa dos Rolling Stones despencou em queda livre? O grupo entrou em decadência TOTAL. A música perdeu a consistência, a densidade, a energia. Ficaram soando velhos mesmo. Desde 1994 que eles nunca mais lançaram um álbum CLÁSSICO, HISTÓRICO, MEMORÁVEL, de som surpreendente, brilhante e vigoroso, com sucessos que tocam na cabeça e fazem a gente assobiar no chuveiro.
OK, Voodoo Lounge tinha “You Got me Rocking” e “The Worst”. Bridges to Babylon tem “Saint of Me”.
E só.
Alguém se lembra de pelo menos uma canção que preste em A Bigger Band ?
Hum? Alô? Alguém?
Baterista do Queen METE O PAU em Carta à revista Rolling Stone:
No inicio dos anos 80, em plena tour pela America Latina, Roger Taylor ficou tão farto das criticas da referida revista que lhes enviou a seguinte carta:
"Sua atitude cafona anos 70, sua má compreensão do Rock & Roll, continua a IRRITAR. Obrigado por sua desonestidade, pseudo-política... Cresçam! Vocês inventaram a amargura (na imprensa musical). Eu cuspo em vocês. You suck. (...) "
etc etc etc ...
Esta carta foi escrita num saco de vômito de avião.
http://www.queennet.com.br/forum/topic/2331
10 anos depois, o Nirvana só aceitou finalmente sair na capa da Rolling Stone quando os editores deram o braço a torcer e engoliram ter que fotografar Kurt Cobain vestindo uma camiseta escrita: "Corporate Magazines Still Suck." Na foto da capa.
Ernesto Ribeiro, o que seria da história do rock mundial sem você, meu filho, para desconstruir todos os falsos ícones e mitos com pés de barro?
Ainda bem que vc escreve com exclusividade nos comments do Rock Loco,garantindo a este humilde blog furos mundiais exclusivos!
Chupa, Jon Pareles!
ÊTA PORRA CHICONGA!!!
aí "you make me die" DE VERDADE!!!
saí do facebosta e nem tava sabendo dessa...VALEUZAÇO!!!
BAIXANDO!!
tinha ouvido umas faixas...vou passar o link pra rapeize por mail...é pelo menos um BOM disco de rock, não se espera menos do que isso dos caras...em ouvir digo isso...
retribuindo o link, vendo o seu, lembrei que Rainha acabou de lançar isso:
http://mp3rally.com/2014/03/19/holly-golightly-the-brokeoffs-all-her-fault-2014/
O dia hj já valeu!!
Falando nos bêbados de galão:
vendo isso, 2 videos do novo disco, acho que eu tinha visto o trecho do 1o link e o 2o eu lembro de ter visto todo, mas esses tão com qualidades melhores:
http://vimeo.com/84581462
www.gallondrunk.com/#new_album
Em Salvador, crítico do The New York Times Jon Pareles elogia música brasileira
O jornalista é um dos mais importantes nomes da crítica pop no mundo
http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/em-salvador-critico-do-the-new-york-times-jon-pareles-elogia-musica-brasileira/?cHash=d31d1cbc10940f933d849a93e380050e
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