A aprazível Aracaju, capital vizinha cuja qualidade de vida é de dar inveja (ou vergonha) aos soteropolitanos, guarda uma cena roqueira que, se não impressiona pela quantidade, prima pelo que é mais importante: a qualidade (olha aí de novo).
Da veterana Snooze, velha conhecida do público roqueiro local desde os anos 1990, até bandas mais recentes, como Plástico Lunar e Rockassetes (recentemente extinta), a rapeize sergipana manda muito bem quando o quesito é rock ‘n’ roll.
Mais recente ainda é o The Baggios, duo de guitarra e bateria que já se apresentou algumas vezes por aqui e volta no dia 3, para a festa de aniversário do Big Bross Records, com Theatro de Séraphin, Reverendo T & Os Discípulos Descrentes e Pastel de Miolos.
Mas por que The Baggios? Basta ouvir o single gratuito O Azar Me Consome, recentemente distribuído pela dupla. Pau na orelha é pouco para definir o belíssimo esporro que é a canção-título.
Com um riff demoníaco que deve ter sido conjurado das profundas do Hades, uma levada dançante irresistível e uma letra em português impagável, a faixa não sai do play list do colunista há vários meses.
“O Azar Me Consome traduz de forma perfeita nosso som”, admite Julio Andrade, a metade responsável pela voz e a guitarra no The Baggios. A bateria fica a cargo de Gabriel Carvalho.
“Ela dá uma boa noção do que vai ser o nosso disco. Nós exploramos muito essa pegada rock anos ‘70 – inclusive o rock brasileiro da época, como Mutantes, Casa das Máquinas, Made in Brazil, Raul”, conta Júlio.
“Eu tinha dificuldade de escrever letras em português, mas depois que ouvi essa galera, eu saquei que dava para fazer uma coisa massa, bem expressiva”, observa o músico.
Ele conta que, inicialmente, ele e Gabriel tocavam sem baixista por falta de opção, mas depois, “criamos uma identidade nesse formato”.
Sem o baixo, as composições tiveram de, necessariamente, ir de encontro a uma linguagem específica, mais hard. “Outras bandas nos mostraram que era possível fazer disso um diferencial. Principalmente na composição. As músicas devem cobrir essa ausência do baixo. É uma coisa mais direta, crua, mesmo”, diz. Recomendadíssimo.
10 anos Bigbross Records / Theatro de Séraphin, The Baggios (SE), Reverendo T & Os Discípulos Descrentes e Pastel de Miolos / Dia 3 de dezembro, 20 horas / Pça. Pedro Archanjo, Pelourinho / Gratuito
Ouça: www.myspace.com/baggios
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
segunda-feira, novembro 29, 2010
quarta-feira, novembro 24, 2010
NEIL JOVEM
Série de relançamentos que recupera toda a obra do genial Neil Young começa a ser lançada no Brasil pela Warner. Primeiro pacote contém os seus quatro primeiros álbuns
Um compositor de mão cheia. Um cantor de estilo próprio. Um instrumentista versátil, de extrema personalidade e habilidade – tanto no violão, quanto na guitarra elétrica. Um homem romântico, sensível, melancólico. Um sujeito politizado. Um pesquisador incansável da música popular norte-americana. Um deus do rock. Pode-se preencher uma lista telefônica com todas as facetas que compõem Neil Young.
E todas elas podem ser facilmente identificáveis nos seus quatro primeiros álbuns, que acabam de ser relançados no Brasil pela Warner Music, dentro da Neil Young Archives, série que recupera toda a sua (vastíssima) obra. São eles: Neil Young (1968), Everybody Knows This Is Nowhere (1969), After The Goldrush (1970) e Harvest (1972).
Herói multifacetado do classic rock, influente como poucos, Young explorou (e continua explorando hoje, aos 65 anos incompletos) praticamente todas as formas existentes no espectro da música pop.
A diversidade de estilos, climas, temas, suportes, instrumentos e até mesmo de bandas de acompanhamento que ele apresenta na sua carreira simplesmente não encontra paralelo na história do rock.
A verdade – até para que aqueles que ainda ignoram este fato o saibam – é que este canadense de Toronto figura, e não é de hoje, no panteão dos maiores nomes do rock em todos os tempos, ombro a ombro com os Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, David Bowie, Lou Reed e por aí vai. Não que ainda hajam dúvidas.
Clássicos iniciais transitam entre o esporro elétrico e a melancolia acústica
Filho de um famoso jornalista esportivo, Scott Young (espécie de Juca Kfouri canadense, morto em 2005), Neil Young tem, como únicas constantes em sua carreira, a honestidade a toda prova e a eterna mutação que caracteriza sua obra.
Mas há pelo menos duas faces que meio que predominam e se alternam constantemente em sua trajetória: o folk acústico e o rock elétrico à base de muita distorção, desenvolvido majoritariamente com a banda Crazy Horse. Nas duas instâncias, Young conseguiu ser genial e influente como poucos.
Diagnosticado com diabetes aos seis anos de idade, ele descobriu o rock ‘n’ roll de Little Richard e Chuck Berry ainda criança. Aos 12, já era fissurado em rockabilly, folk, rhythm & blues, doo-wop e country.
Já no início dos anos 1960, integrava a banda The Squires. Esse período foi seguido de uma peregrinação solitária com seu violão pelos clubes de Winnipeg.
Nessa época ele conheceu Joni Mitchell (um dos maiores nomes da música folk) e o pessoal da clássica banda canadense The Guess Who, para a qual ele compôs seu primeiro hit: Flying on the Ground is Wrong.
Em 1967, cruzou a fronteira e se mudou de mala e cuia para os Estados Unidos, se estabelecendo em Los Angeles, aonde morou ilegalmente até 1970. Logo se juntou à sua primeira grande banda: Buffalo Springfield.
A despeito do maior sucesso do grupo, For What It’s Worth, ser uma composição de Stephen Stills (com o qual Young integraria, algum tempo depois, o Crosby, Stills, Nash & Young), sua contribuição, com lindas canções como Burned e o pop sinfônico de Expecting to Fly, foi decisiva para que ele ganhasse segurança e se lançasse solo.
Os quatro primeiros LPs
Depois que a amiga Joni Mitchell, através do seu empresário, Elliott Roberts (que trabalha com Young até hoje) o indicasse para a gravadora Reprise Records, ele lançou seu primeiro LP solo, intitulado apenas Neil Young (1968).
Dos quatro discos relançados agora, este primeiro é o menos impactante – ainda que contenha dois ou três clássicos que até hoje ele executa em shows: The Loner e The Old Laughing Lady.
Young não quis nem saber das críticas pouco entusiasmadas recebidas pelo álbum, pois poucos meses depois, já estava em estúdio gravando mais um disco – desta vez, acompanhado de um trio de músicos que se apresentavam como The Rockets: Danny Whitten (guitarra), Billy Talbot (baixo) e Ralph Molina (bateria). As gravações duraram apenas duas semanas.
Antes disso, a banda trocou de nome para Crazy Horse, em homenagem ao chefe indígena de mesmo nome. O disco, Everybody Knows This Is Nowhere, saiu em maio de 1969 e, ainda hoje, é um ponto altíssimo na carreira de Young – bem como da própria história do rock.
Com apenas sete faixas, o LP já trazia o músico em pleno exercício de sua genialidade, com a veia de compositor de hinos do rock à toda, como atestam faixas como Cinnamon Girl, The Losing End, Cowgirl in The Sand e a faixa-título.
Inquieto, juntou-se logo depois ao Crosby, Stills Nash & Young, a tempo de participar do festival de Woodstock (no qual ameaçou cameramen com guitarradas no crânio, caso fosse filmado) e gravar mais um LP “discoteca básica”: Deja Vu, ainda hoje o melhor LP do CSNY.
De temperamento forte, vivia às turras com Stills pelo controle do grupo. Mesmo assim, e com moral alto pela aclamação crítica de Everybody Knows This Is Nowhere e Deja Vu, recrutou o próprio Stills, o Crazy Horse e músicos conceituados como Nils Lofgren e Jack Nitzsche para gravar seu terceiro LP solo: After The Godrush (1970).
Dele saíram clássicos como Only Love Can Break Your Heart, When You Dance I Can Really Love You e a faixa-título.
Como, a essa altura, já havia tanto saído do CSNY quanto dispensado o Crazy Horse, juntou um grupo de músicos country e os batizou The Stray Gators, que veio a ser sua banda de apoio no quarto álbum, Harvest (1972).
Seu LP mais bem sucedido comercialmente, Harvest traz seu único single a bater no número um da Billboard: Heart of Gold. Mas canções como a ultramelancólica Out on The Weekend, a polêmica Alabama, a sentida Old Man (para seu pai) e a profética (e belíssima) The Needle and The Damage Done tornam Harvest mais um daqueles álbuns indispensáveis para os fãs de rock clássico.
A mitologia em torno deste álbum, aliás, é um capítulo a parte. Em The Needle and The Damage Done, composta por um Young preocupado com o vício em heroína de Danny Whitten, amigo e guitarrista do Crazy Horse, ele cantou: “Cheguei à cidade e perdi minha banda / eu vi a agulha levar mais um homem / (...) / Mas todo junkie é como o Sol poente”.
Mesmo preocupado (ou talvez justamente por isso), Young ainda chamou Whitten para tocar guitarra na turnê do Harvest. Mas, devastado pelo vício, Whitten não deu conta do recado. Young o demitiu. À noite daquele mesmo dia, ele recebeu a notícia de que Whitten havia morrido por overdose.
A culpa consumiu Young por anos a fio, levando-o a compor a Ditch Trilogy (Trilogia da vala), três LPs em que expurgava sua culpa: Time Fades Away (1973), On the Beach (74) e Tonight's the Night (75). Mas isso já é outra história - e outro pacote do Neil Young Archives...
Neil Young (1968)
1º LP solo, passou meio despercebido por público e crítica, mas tem ótimos momentos, como The Loner e The Old Laughing Lady
Everybody Knows This Is Nowhere (1969)
Clássico absoluto, estreia de sua banda mais constante, Crazy Horse, traz os petardos Cinnamon Girl, The Losing End e Down By The River e outros
Harvest (1972)
O best-seller. Melancólico e político, traz pérolas como The Needle and The Damage Done, Out on the Weekend, Alabama e Heart of Gold
After the Goldrush (1970)
Não tão genial quanto os discos que o antecedem e o sucedem, tem dois belos hits: Only Love Can Break Your Heart e When You Dance I Can Really Love You
Fãs baianos relembram da emoção de assistir ao único show de Young no Brasil
Faz quase dez anos – foi no dia 20 de janeiro de 2001 –, mas quem viu, guarda com carinho a memória daquele que pode ter sido o melhor show de todas as edições do Rock in Rio – seja no Rio, em Lisboa ou Madri: Neil Young & Crazy Horse, na terceira edição do festival.
Antes, foi preciso suportar a xaroposa Dave Matthews Band e a anódina Sheryl Crow, mas quando o homem subiu no palco, foi um espanto só: “O cara sentou a mão na guitarra. E aí foi um mar de distorção”, lembra o guitarrista Candido Soto Jr. (ex-Cascadura, atual Banda de Rock e Theatro de Seraphin), que assistiu ao show do gargarejo com um grupo de baianos fanáticos pelo canadense.
“Foi o dia de menor público do festival. Então você chegava ali na frente bem fácil”, lembra.
O empresário Cláudio Sarno Brochado era outro que estava no grupo. “Lembro da energia do cara no show. Foi uma emoção. Até então, eu nunca tinha visto alguém com tanta vontade de tocar. E ele já estava coroa, mas com um tesão absurdo. Me arrepio só de lembrar”, relata.
Anos depois, na Galeria do Rock (Centro de São Paulo), encontrou numa loja o show imortalizado em um bootleg (álbum pirata) duplo e DVD. “Coleciono tudo dele. Acabei de comprar uma caixa com dez blu-rays”, gaba-se o fã, orgulhoso.
Já René Nobre, cantor da Banda de Rock – que sempre inclui Young no repertório – não foi ao show, mas atesta: “Ele é o tipo do compositor que vem de uma linha melódica tradicional, folk e country, para um som pesado, visceral e ainda assim, melancólico, dolorido. Algo que nem Bob Dylan conseguiu fazer, com o perdão da possível blasfêmia”, observa.
Um compositor de mão cheia. Um cantor de estilo próprio. Um instrumentista versátil, de extrema personalidade e habilidade – tanto no violão, quanto na guitarra elétrica. Um homem romântico, sensível, melancólico. Um sujeito politizado. Um pesquisador incansável da música popular norte-americana. Um deus do rock. Pode-se preencher uma lista telefônica com todas as facetas que compõem Neil Young.
E todas elas podem ser facilmente identificáveis nos seus quatro primeiros álbuns, que acabam de ser relançados no Brasil pela Warner Music, dentro da Neil Young Archives, série que recupera toda a sua (vastíssima) obra. São eles: Neil Young (1968), Everybody Knows This Is Nowhere (1969), After The Goldrush (1970) e Harvest (1972).
Herói multifacetado do classic rock, influente como poucos, Young explorou (e continua explorando hoje, aos 65 anos incompletos) praticamente todas as formas existentes no espectro da música pop.
A diversidade de estilos, climas, temas, suportes, instrumentos e até mesmo de bandas de acompanhamento que ele apresenta na sua carreira simplesmente não encontra paralelo na história do rock.
A verdade – até para que aqueles que ainda ignoram este fato o saibam – é que este canadense de Toronto figura, e não é de hoje, no panteão dos maiores nomes do rock em todos os tempos, ombro a ombro com os Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, David Bowie, Lou Reed e por aí vai. Não que ainda hajam dúvidas.
Clássicos iniciais transitam entre o esporro elétrico e a melancolia acústica
Filho de um famoso jornalista esportivo, Scott Young (espécie de Juca Kfouri canadense, morto em 2005), Neil Young tem, como únicas constantes em sua carreira, a honestidade a toda prova e a eterna mutação que caracteriza sua obra.
Mas há pelo menos duas faces que meio que predominam e se alternam constantemente em sua trajetória: o folk acústico e o rock elétrico à base de muita distorção, desenvolvido majoritariamente com a banda Crazy Horse. Nas duas instâncias, Young conseguiu ser genial e influente como poucos.
Diagnosticado com diabetes aos seis anos de idade, ele descobriu o rock ‘n’ roll de Little Richard e Chuck Berry ainda criança. Aos 12, já era fissurado em rockabilly, folk, rhythm & blues, doo-wop e country.
Já no início dos anos 1960, integrava a banda The Squires. Esse período foi seguido de uma peregrinação solitária com seu violão pelos clubes de Winnipeg.
Nessa época ele conheceu Joni Mitchell (um dos maiores nomes da música folk) e o pessoal da clássica banda canadense The Guess Who, para a qual ele compôs seu primeiro hit: Flying on the Ground is Wrong.
Em 1967, cruzou a fronteira e se mudou de mala e cuia para os Estados Unidos, se estabelecendo em Los Angeles, aonde morou ilegalmente até 1970. Logo se juntou à sua primeira grande banda: Buffalo Springfield.
A despeito do maior sucesso do grupo, For What It’s Worth, ser uma composição de Stephen Stills (com o qual Young integraria, algum tempo depois, o Crosby, Stills, Nash & Young), sua contribuição, com lindas canções como Burned e o pop sinfônico de Expecting to Fly, foi decisiva para que ele ganhasse segurança e se lançasse solo.
Os quatro primeiros LPs
Depois que a amiga Joni Mitchell, através do seu empresário, Elliott Roberts (que trabalha com Young até hoje) o indicasse para a gravadora Reprise Records, ele lançou seu primeiro LP solo, intitulado apenas Neil Young (1968).
Dos quatro discos relançados agora, este primeiro é o menos impactante – ainda que contenha dois ou três clássicos que até hoje ele executa em shows: The Loner e The Old Laughing Lady.
Young não quis nem saber das críticas pouco entusiasmadas recebidas pelo álbum, pois poucos meses depois, já estava em estúdio gravando mais um disco – desta vez, acompanhado de um trio de músicos que se apresentavam como The Rockets: Danny Whitten (guitarra), Billy Talbot (baixo) e Ralph Molina (bateria). As gravações duraram apenas duas semanas.
Antes disso, a banda trocou de nome para Crazy Horse, em homenagem ao chefe indígena de mesmo nome. O disco, Everybody Knows This Is Nowhere, saiu em maio de 1969 e, ainda hoje, é um ponto altíssimo na carreira de Young – bem como da própria história do rock.
Com apenas sete faixas, o LP já trazia o músico em pleno exercício de sua genialidade, com a veia de compositor de hinos do rock à toda, como atestam faixas como Cinnamon Girl, The Losing End, Cowgirl in The Sand e a faixa-título.
Inquieto, juntou-se logo depois ao Crosby, Stills Nash & Young, a tempo de participar do festival de Woodstock (no qual ameaçou cameramen com guitarradas no crânio, caso fosse filmado) e gravar mais um LP “discoteca básica”: Deja Vu, ainda hoje o melhor LP do CSNY.
De temperamento forte, vivia às turras com Stills pelo controle do grupo. Mesmo assim, e com moral alto pela aclamação crítica de Everybody Knows This Is Nowhere e Deja Vu, recrutou o próprio Stills, o Crazy Horse e músicos conceituados como Nils Lofgren e Jack Nitzsche para gravar seu terceiro LP solo: After The Godrush (1970).
Dele saíram clássicos como Only Love Can Break Your Heart, When You Dance I Can Really Love You e a faixa-título.
Como, a essa altura, já havia tanto saído do CSNY quanto dispensado o Crazy Horse, juntou um grupo de músicos country e os batizou The Stray Gators, que veio a ser sua banda de apoio no quarto álbum, Harvest (1972).
Seu LP mais bem sucedido comercialmente, Harvest traz seu único single a bater no número um da Billboard: Heart of Gold. Mas canções como a ultramelancólica Out on The Weekend, a polêmica Alabama, a sentida Old Man (para seu pai) e a profética (e belíssima) The Needle and The Damage Done tornam Harvest mais um daqueles álbuns indispensáveis para os fãs de rock clássico.
A mitologia em torno deste álbum, aliás, é um capítulo a parte. Em The Needle and The Damage Done, composta por um Young preocupado com o vício em heroína de Danny Whitten, amigo e guitarrista do Crazy Horse, ele cantou: “Cheguei à cidade e perdi minha banda / eu vi a agulha levar mais um homem / (...) / Mas todo junkie é como o Sol poente”.
Mesmo preocupado (ou talvez justamente por isso), Young ainda chamou Whitten para tocar guitarra na turnê do Harvest. Mas, devastado pelo vício, Whitten não deu conta do recado. Young o demitiu. À noite daquele mesmo dia, ele recebeu a notícia de que Whitten havia morrido por overdose.
A culpa consumiu Young por anos a fio, levando-o a compor a Ditch Trilogy (Trilogia da vala), três LPs em que expurgava sua culpa: Time Fades Away (1973), On the Beach (74) e Tonight's the Night (75). Mas isso já é outra história - e outro pacote do Neil Young Archives...
Neil Young (1968)
1º LP solo, passou meio despercebido por público e crítica, mas tem ótimos momentos, como The Loner e The Old Laughing Lady
Everybody Knows This Is Nowhere (1969)
Clássico absoluto, estreia de sua banda mais constante, Crazy Horse, traz os petardos Cinnamon Girl, The Losing End e Down By The River e outros
Harvest (1972)
O best-seller. Melancólico e político, traz pérolas como The Needle and The Damage Done, Out on the Weekend, Alabama e Heart of Gold
After the Goldrush (1970)
Não tão genial quanto os discos que o antecedem e o sucedem, tem dois belos hits: Only Love Can Break Your Heart e When You Dance I Can Really Love You
Fãs baianos relembram da emoção de assistir ao único show de Young no Brasil
Faz quase dez anos – foi no dia 20 de janeiro de 2001 –, mas quem viu, guarda com carinho a memória daquele que pode ter sido o melhor show de todas as edições do Rock in Rio – seja no Rio, em Lisboa ou Madri: Neil Young & Crazy Horse, na terceira edição do festival.
Antes, foi preciso suportar a xaroposa Dave Matthews Band e a anódina Sheryl Crow, mas quando o homem subiu no palco, foi um espanto só: “O cara sentou a mão na guitarra. E aí foi um mar de distorção”, lembra o guitarrista Candido Soto Jr. (ex-Cascadura, atual Banda de Rock e Theatro de Seraphin), que assistiu ao show do gargarejo com um grupo de baianos fanáticos pelo canadense.
“Foi o dia de menor público do festival. Então você chegava ali na frente bem fácil”, lembra.
O empresário Cláudio Sarno Brochado era outro que estava no grupo. “Lembro da energia do cara no show. Foi uma emoção. Até então, eu nunca tinha visto alguém com tanta vontade de tocar. E ele já estava coroa, mas com um tesão absurdo. Me arrepio só de lembrar”, relata.
Anos depois, na Galeria do Rock (Centro de São Paulo), encontrou numa loja o show imortalizado em um bootleg (álbum pirata) duplo e DVD. “Coleciono tudo dele. Acabei de comprar uma caixa com dez blu-rays”, gaba-se o fã, orgulhoso.
Já René Nobre, cantor da Banda de Rock – que sempre inclui Young no repertório – não foi ao show, mas atesta: “Ele é o tipo do compositor que vem de uma linha melódica tradicional, folk e country, para um som pesado, visceral e ainda assim, melancólico, dolorido. Algo que nem Bob Dylan conseguiu fazer, com o perdão da possível blasfêmia”, observa.
terça-feira, novembro 16, 2010
MICRO-RESENHAS DE UMA MICRO-MENTALIDADE MICROSADA
Gaiman mediano
Certos artistas são destinados a serem assombrados pelos seus momentos de auge criativo. O escritor inglês Neil Gaiman, criador da cultuada HQ Sandman, é um deles. Por melhores que sejam os contos e poemas deste livro, eles sempre sairão perdendo quando comparados à obra anterior. O que não impede ninguém de se deleitar com esta obra em questão. Coisas Frágeis 2 / Neil Gaiman / Conrad / 168 p. / R$ 43 / http://www.lojaconrad.com.br/
Quem já é fã vai curtir
Uma das bandas mais bem sucedidas do heavy metal recente, a Avenged Sevenfold passou por maus bocados em 2009, quando perdeu seu baterista Jimmy Sullivan, morto pela overdose de um coquetel de tóxicos variados. Nightmare, o novo CD, homenageia o falecido com o monstruoso baterista Mike Portnoy (do Dream Theater e ídolo de Sullivan) assumindo as baquetas em seu lugar. O resultado é um disco que deve agradar aos fãs, ainda que não traga novidades. Ecos de Metallica, Iron Maiden e Pantera são ouvidos a todo instante e dão o tom do disco. Avenged Sevenfold / Nightmare / Warner Music / R$ 24,90
Hard blues “muderno”
Segundo álbum do The Dead Weather, uma das trocentas bandas de Jack White (aquele guitarrista ótimo que surgiu com o The White Stripes, lembram?), Sea of Cowards tem recebido críticas entusiasmadas ao redor do mundo. A razão é clara: o disco é um soco no estômago com sua sonoridade enxuta e produção acertada, revisitando o hard blues dos anos 1970 com uma abordagem moderníssima. Se há excessos aqui (I’m Mad) e ali (na postura excessivamente artsy da banda), há acertos também, como Hustle and Cuss e Gasoline. No todo, um CD regular. Mas sem pilha, tá? The Dead Weather / Sea Of Cowards / Sony Music / R$ 30
Narrativa truncada
A dama do crime Agatha Christie ganha adaptações de dois de seus romances mais célebres por quadrinistas europeus, no estilo linha clara, característico das HQs franco-belga. Pena que o formato pequeno do livro tenha prejudicado um tanto os belos desenhos – e a narrativa, que ficou truncada. Assassinato no Expresso Oriente e Morte no Nilo / Christie, Riviére, Solidor / L&PM / 104 p. / R$ 42 / http://www.lpm.com.br/
Humor, música, melancolia
O subtítulo já dá uma boa pista do que esperar deste livro de contos do japonês Kazuo Ishiguro: “Histórias de música e anoitecer”. Crepusculares, as narrativas do autor versam sobre pessoas e seu relacionamento com a música em diversas partes do mundo, sempre com um humor sutil. Noturnos / Kazuo Ishiguro / Companhia das Letras / 216 p. / R$ 45 / http://www.companhiadasletras.com.br/
Volta que quase convence
Esta bela capa, de autoria de Shepard “Obey” Fairey (aquele do cartaz do Obama) para o novo CD do Stone Temple Pilots – o primeiro desde 2001 –, é só o cartão de visitas para um CD que começa muito bem, mas vai perdendo força conforme as faixas vão se sucedendo. O álbum abre gostoso com Between The Lines, Take a Load Off e Huckleberry Crumble, com ecos de grunge e Led Zeppelin nos riffs e refrões. Hickory Dichotomy tem um quê de David Bowie e também convence. Mas a partir de Cinnamon, a coisa desanda e soa baratinha. Salva-se ainda descaradíssima Samba Nova, guilty pleasure do ano. Stone Temple Pilots / Stone Temple Pilots / Warner Music / R$ 26,90
Você já ouviu isso antes
Uma das atrações mais esperadas do festival SWU, o Linkin Park é a típica banda preferida de quem não conhece nada de música. A razão é simples: tudo o que eles fazem é mera repetição, devidamente diluída para as rádios pop, de algo que já foi feito antes e melhor. Seu quarto álbum, A Thousand Suns, é só mais uma prova desta verdade. Linkin Park / A Thousand Suns / Warner Music / R$ 29,90
Refinada e pop na medida
Filha do renomado produtor Liminha, a cantora Tita Lima faz bonito neste CD, casando bossa, pop, jazz e dub na mais perfeita harmonia. Os arranjos refinados e a produção nos trinques (dela mesma, com alguns parceiros) mostram bem de quem ela é filha. Destaques: Vendendo Saúde e Fé e Um Girassol da Cor do Seu Cabelo (belo cover de Lô Borges). Tita Lima / Possibilidades / Label A. / R$ 17,90
Humor veterinário vezes 10
O humor surreal, veterinário e hilariante de Fernando Gonsales está de volta neste novo álbum do Níquel Náusea, o décimo lançado pela Devir. Estão aqui o rato Níquel, a barata Fliti (viciada em Baratox) e o sábio esclerosado que vive numa caverna, entre outros. Níquel Náusea: A Vaca foi pro Brejo atrás do Carro na frente dos Bois / Fernando Gonsales / Devir / 50 p / R$ 23 / http://www.devir.com.br/
Overdose de chill out
Todos os anos, desde 1998, uma famosa marca de bebida energética reúne uma turma de músicos de diversas partes do mundo em algum lugar do planeta. Em 2010, a reunião, com 32 músicos das mais variadas vertentes, incluindo o paulista Gabriel Nascimbeni, foi em Londres. As melhores faixas gravadas por este povaréu todo foram reunidas neste CD duplo, disponível para download grátis no site oficial do projeto. Apesar de tanta variedade de nacionalidades e estilos, o som não sai muito do eletrônico ambient. Vai agradar aos fãs do gênero. E só. Various Assets Not For Sale / Vários artistas / Download gratuito: http://www.redbullmusicacademy.com/
Interesse zero
Homem gravidade zero é uma HQ diferente, sobre filosofia, xamanismo e a relação homem X natureza. Tem prefácio do bibliófilo e editor Pedro Corrêa do Lago, orelha de Amyr Klink e parte da tiragem doada para a Associação Comunitária Despertar. Pena que tudo isso não tornou sua narrativa menos elementar e seus desenhos menos toscos. De boas intenções... Indicada para interessados em esoterismo. Homem Gravidade Zero / Leo Slezynger, Filippo Croso e Kris Zullo / Jaboticaba / 136 p. / R$ 39,90 / http://www.editorajaboticaba.com.br/
Beatlemaníaco e etc
Baixista do Barão Vermelho (cujo aeroplano, por enquanto, está recolhido ao hangar), Rodrigo Santos lança seu segundo CD solo, Waiting on a Friend, composto apenas de covers de seus artistas preferidos. Então temos John (Life Begins At 40), Paul (Did We Meet somewhere Before) e George (Just For Today, com a voz cavernosa de Zé Ramalho), o que deve ter deixado Ringo magoado com sua ausência. Há ainda Bob Dylan (Positively 4th Street), Stones (faixa-título), Caetano (You Don’t Know Me) e Gil (It’s Good To Be Alive). Mas imperdoável mesmo foi subverter a linda Helpless (de Neil Young) em um reggaezinho descarado, com a participação da cantora "nada a ver" Isabella Taviani. Só por isso, leva um 5. Rodrigo Santos / Waiting On a Friend / Discobertas / R$ 24,90
Certos artistas são destinados a serem assombrados pelos seus momentos de auge criativo. O escritor inglês Neil Gaiman, criador da cultuada HQ Sandman, é um deles. Por melhores que sejam os contos e poemas deste livro, eles sempre sairão perdendo quando comparados à obra anterior. O que não impede ninguém de se deleitar com esta obra em questão. Coisas Frágeis 2 / Neil Gaiman / Conrad / 168 p. / R$ 43 / http://www.lojaconrad.com.br/
Quem já é fã vai curtir
Uma das bandas mais bem sucedidas do heavy metal recente, a Avenged Sevenfold passou por maus bocados em 2009, quando perdeu seu baterista Jimmy Sullivan, morto pela overdose de um coquetel de tóxicos variados. Nightmare, o novo CD, homenageia o falecido com o monstruoso baterista Mike Portnoy (do Dream Theater e ídolo de Sullivan) assumindo as baquetas em seu lugar. O resultado é um disco que deve agradar aos fãs, ainda que não traga novidades. Ecos de Metallica, Iron Maiden e Pantera são ouvidos a todo instante e dão o tom do disco. Avenged Sevenfold / Nightmare / Warner Music / R$ 24,90
Hard blues “muderno”
Segundo álbum do The Dead Weather, uma das trocentas bandas de Jack White (aquele guitarrista ótimo que surgiu com o The White Stripes, lembram?), Sea of Cowards tem recebido críticas entusiasmadas ao redor do mundo. A razão é clara: o disco é um soco no estômago com sua sonoridade enxuta e produção acertada, revisitando o hard blues dos anos 1970 com uma abordagem moderníssima. Se há excessos aqui (I’m Mad) e ali (na postura excessivamente artsy da banda), há acertos também, como Hustle and Cuss e Gasoline. No todo, um CD regular. Mas sem pilha, tá? The Dead Weather / Sea Of Cowards / Sony Music / R$ 30
Narrativa truncada
A dama do crime Agatha Christie ganha adaptações de dois de seus romances mais célebres por quadrinistas europeus, no estilo linha clara, característico das HQs franco-belga. Pena que o formato pequeno do livro tenha prejudicado um tanto os belos desenhos – e a narrativa, que ficou truncada. Assassinato no Expresso Oriente e Morte no Nilo / Christie, Riviére, Solidor / L&PM / 104 p. / R$ 42 / http://www.lpm.com.br/
Humor, música, melancolia
O subtítulo já dá uma boa pista do que esperar deste livro de contos do japonês Kazuo Ishiguro: “Histórias de música e anoitecer”. Crepusculares, as narrativas do autor versam sobre pessoas e seu relacionamento com a música em diversas partes do mundo, sempre com um humor sutil. Noturnos / Kazuo Ishiguro / Companhia das Letras / 216 p. / R$ 45 / http://www.companhiadasletras.com.br/
Volta que quase convence
Esta bela capa, de autoria de Shepard “Obey” Fairey (aquele do cartaz do Obama) para o novo CD do Stone Temple Pilots – o primeiro desde 2001 –, é só o cartão de visitas para um CD que começa muito bem, mas vai perdendo força conforme as faixas vão se sucedendo. O álbum abre gostoso com Between The Lines, Take a Load Off e Huckleberry Crumble, com ecos de grunge e Led Zeppelin nos riffs e refrões. Hickory Dichotomy tem um quê de David Bowie e também convence. Mas a partir de Cinnamon, a coisa desanda e soa baratinha. Salva-se ainda descaradíssima Samba Nova, guilty pleasure do ano. Stone Temple Pilots / Stone Temple Pilots / Warner Music / R$ 26,90
Você já ouviu isso antes
Uma das atrações mais esperadas do festival SWU, o Linkin Park é a típica banda preferida de quem não conhece nada de música. A razão é simples: tudo o que eles fazem é mera repetição, devidamente diluída para as rádios pop, de algo que já foi feito antes e melhor. Seu quarto álbum, A Thousand Suns, é só mais uma prova desta verdade. Linkin Park / A Thousand Suns / Warner Music / R$ 29,90
Refinada e pop na medida
Filha do renomado produtor Liminha, a cantora Tita Lima faz bonito neste CD, casando bossa, pop, jazz e dub na mais perfeita harmonia. Os arranjos refinados e a produção nos trinques (dela mesma, com alguns parceiros) mostram bem de quem ela é filha. Destaques: Vendendo Saúde e Fé e Um Girassol da Cor do Seu Cabelo (belo cover de Lô Borges). Tita Lima / Possibilidades / Label A. / R$ 17,90
Humor veterinário vezes 10
O humor surreal, veterinário e hilariante de Fernando Gonsales está de volta neste novo álbum do Níquel Náusea, o décimo lançado pela Devir. Estão aqui o rato Níquel, a barata Fliti (viciada em Baratox) e o sábio esclerosado que vive numa caverna, entre outros. Níquel Náusea: A Vaca foi pro Brejo atrás do Carro na frente dos Bois / Fernando Gonsales / Devir / 50 p / R$ 23 / http://www.devir.com.br/
Overdose de chill out
Todos os anos, desde 1998, uma famosa marca de bebida energética reúne uma turma de músicos de diversas partes do mundo em algum lugar do planeta. Em 2010, a reunião, com 32 músicos das mais variadas vertentes, incluindo o paulista Gabriel Nascimbeni, foi em Londres. As melhores faixas gravadas por este povaréu todo foram reunidas neste CD duplo, disponível para download grátis no site oficial do projeto. Apesar de tanta variedade de nacionalidades e estilos, o som não sai muito do eletrônico ambient. Vai agradar aos fãs do gênero. E só. Various Assets Not For Sale / Vários artistas / Download gratuito: http://www.redbullmusicacademy.com/
Interesse zero
Homem gravidade zero é uma HQ diferente, sobre filosofia, xamanismo e a relação homem X natureza. Tem prefácio do bibliófilo e editor Pedro Corrêa do Lago, orelha de Amyr Klink e parte da tiragem doada para a Associação Comunitária Despertar. Pena que tudo isso não tornou sua narrativa menos elementar e seus desenhos menos toscos. De boas intenções... Indicada para interessados em esoterismo. Homem Gravidade Zero / Leo Slezynger, Filippo Croso e Kris Zullo / Jaboticaba / 136 p. / R$ 39,90 / http://www.editorajaboticaba.com.br/
Beatlemaníaco e etc
Baixista do Barão Vermelho (cujo aeroplano, por enquanto, está recolhido ao hangar), Rodrigo Santos lança seu segundo CD solo, Waiting on a Friend, composto apenas de covers de seus artistas preferidos. Então temos John (Life Begins At 40), Paul (Did We Meet somewhere Before) e George (Just For Today, com a voz cavernosa de Zé Ramalho), o que deve ter deixado Ringo magoado com sua ausência. Há ainda Bob Dylan (Positively 4th Street), Stones (faixa-título), Caetano (You Don’t Know Me) e Gil (It’s Good To Be Alive). Mas imperdoável mesmo foi subverter a linda Helpless (de Neil Young) em um reggaezinho descarado, com a participação da cantora "nada a ver" Isabella Taviani. Só por isso, leva um 5. Rodrigo Santos / Waiting On a Friend / Discobertas / R$ 24,90
quarta-feira, novembro 10, 2010
VAI VER SE EU TÔ NA ESQUINA - DO PELÔ, AMANHÃ
No ano passado, a Avenida Manoel Dias da Silva, na Pituba, foi palco para cerca de uma dezena de atrações de música e teatro que invadiram as suas esquinas e surpreenderam o público. Foi o evento / intervenção urbana Hoje é Dia de Esquina, que amanhã, volta a acontecer, só que, desta vez, no Pelourinho.
A partir das 19h30, oito esquinas do Pelô se tornarão palco para a música etérea do duo Dois Em Um, o blues da banda Clube de Patifes (de Feira de Santana), o choro rock de Júlio Caldas, o rock instrumental da Vendo 147 e as peripécias circenses da dupla Malabares & Cia, entre outras atrações.
“Esse projeto surgiu no Rio de Janeiro, com um grupo chamado Quinho & Os Caras, o Hoje é Dia de Rua. A proposta ‘Para Humanizar a Cidade’ (subtítulo do evento) é iniciativa nossa, a partir da ideia original deles, para chamar a atenção da população para aspectos críticos da nossa urbanidade”, explica a produtora e agitadora cultural Cássia Cardoso, que toca o projeto ao lado de Roger Ribeiro.
Durante as apresentações será distribuído um folheto com o manifesto do movimento Para Humanizar a Cidade, “chamando a atenção das pessoas para os cuidados que devemos ter com o Pelô”, acrescenta.
Cássia conta que esta edição 2010 ocorre a convite do próprio Pelourinho Cultural (ligado ao Ipac), cuja direção apreciou bastante a proposta e a considerou perfeitamente adequada às ruas do Centro Histórico.
“O pessoal do Pelourinho Cultural gostou muito do projeto do ano passado – e como lá tem toda uma questão de conservação, caiu como uma luva”, diz.
A seleção das atrações foi feita pelos próprios produtores. Somente duas delas são repetidas: Barlavento, Luizinho Assis e Malabares & Cia. Os dois primeiros, “pela excelente receptividade que tiveram na edição passada. E os Malabares, como uma homenagem aos artistas de rua. Você fazer um projeto desses e não ter artistas de rua propriamente ditos não faria sentido, né”, aposta.
As outras atrações, Cássia e Roger pescaram da cena independente, com a qual a primeira lida diariamente, como integrante do coletivo Quina Cultural (organizadora do festival Big Bands, entre outros).
“Uma boa novidade é a banda Clube de Patifes, de Feira de Santana, que faz um blues muito legal. É uma forma de chamar outras cidades para o projeto. E, quem sabe um dia, invadir o país”, planeja Cássia.
Hoje É Dia de Esquina / Com Julio Caldas, Dois em Um, Luizinho Assis, Barlavento, Vendo 147, Clube de Patifes, Malabares & Cia e Pirigulino Babilake / Amanhã, das 19h30 às 21h oras / Esquinas do Pelourinho / Gratuito
A partir das 19h30, oito esquinas do Pelô se tornarão palco para a música etérea do duo Dois Em Um, o blues da banda Clube de Patifes (de Feira de Santana), o choro rock de Júlio Caldas, o rock instrumental da Vendo 147 e as peripécias circenses da dupla Malabares & Cia, entre outras atrações.
“Esse projeto surgiu no Rio de Janeiro, com um grupo chamado Quinho & Os Caras, o Hoje é Dia de Rua. A proposta ‘Para Humanizar a Cidade’ (subtítulo do evento) é iniciativa nossa, a partir da ideia original deles, para chamar a atenção da população para aspectos críticos da nossa urbanidade”, explica a produtora e agitadora cultural Cássia Cardoso, que toca o projeto ao lado de Roger Ribeiro.
Durante as apresentações será distribuído um folheto com o manifesto do movimento Para Humanizar a Cidade, “chamando a atenção das pessoas para os cuidados que devemos ter com o Pelô”, acrescenta.
Cássia conta que esta edição 2010 ocorre a convite do próprio Pelourinho Cultural (ligado ao Ipac), cuja direção apreciou bastante a proposta e a considerou perfeitamente adequada às ruas do Centro Histórico.
“O pessoal do Pelourinho Cultural gostou muito do projeto do ano passado – e como lá tem toda uma questão de conservação, caiu como uma luva”, diz.
A seleção das atrações foi feita pelos próprios produtores. Somente duas delas são repetidas: Barlavento, Luizinho Assis e Malabares & Cia. Os dois primeiros, “pela excelente receptividade que tiveram na edição passada. E os Malabares, como uma homenagem aos artistas de rua. Você fazer um projeto desses e não ter artistas de rua propriamente ditos não faria sentido, né”, aposta.
As outras atrações, Cássia e Roger pescaram da cena independente, com a qual a primeira lida diariamente, como integrante do coletivo Quina Cultural (organizadora do festival Big Bands, entre outros).
“Uma boa novidade é a banda Clube de Patifes, de Feira de Santana, que faz um blues muito legal. É uma forma de chamar outras cidades para o projeto. E, quem sabe um dia, invadir o país”, planeja Cássia.
Hoje É Dia de Esquina / Com Julio Caldas, Dois em Um, Luizinho Assis, Barlavento, Vendo 147, Clube de Patifes, Malabares & Cia e Pirigulino Babilake / Amanhã, das 19h30 às 21h oras / Esquinas do Pelourinho / Gratuito
terça-feira, novembro 09, 2010
NETO LOBO: TURNÊS ENGATILHADAS PELO INTERIOR, EXTERIOR E SE DEIXAR, SABE LÁ AONDE VAI PARAR
“Em 2004, eu e meu irmão fomos para o Rio de Janeiro, de carona. Eu com o violão, ele com o pandeiro e R$ 100 no bolso. Chegamos em São Cristóvão (reduto nordestino no Rio) e pedimos para tocar em um barzinho lá, chamado Delicadeza & Brutalidade. Tem 2 donos: um homossexual e um hetero. Eles deixaram, mas não tinha cachê, tinha que rodar o chapéu. Logo de cara, fizemos R$ 433. Aí tocamos todas as sextas-feiras, durante um mês. Com a grana, voltamos de avião”.
Esse é Neto Lobo, um cara cheio de história pra contar e uma das figuras mais carismáticas – ainda que pouco conhecidas – da música independente baiana. Sertanejo natural de Senhor do Bonfim, ele está na estrada desde 1997.
Com sua banda A Cacimba – fundada em 2004, pouco depois de voltar de avião do Rio –, ele lançou, em 2009, um bom CD produzido pelo (incansável) produtor andré t.
Em 2010, ele e a sua banda tocaram em Salvador (semana passada, no Teatro do Sesi e no início do ano, no Música no Porto), no Rio de Janeiro (no Conexão Nordeste, Circo Voador) e em várias cidades do interior: Juazeiro, Utinga, Lençóis e Itaberaba, aonde reside.
“Moro na Chapada, criando galinha, plantando hortaliças, bebendo cachaça, compondo e acreditando que o melhor está sempre por vir”, diz.
Oropa, França e Bahia
Para 2011, o rapaz está cheio de planos: “Em dezembro e janeiro, estaremos invadindo o interior baiano. Todo sábado, vai ter show na praça de uma cidade diferente: Juazeiro, Senhor do Bonfim, Jaguarari, Uauá, Ribeira do Pombal, Cipó, Vitória da Conquista, Itabuna, Alagoinhas e Feira de Santana”, enumera a tour, viabilizada através de um edital da Secult.
“Em março, partiremos para a nossa primeira viagem internacional. Foi um contato que rolou quando fomos na Feira da Música, em Fortaleza (CE). A princípio, estão confirmadas datas em Paris e Roma, mas tem a possibilidade de rolar outros lugares”, conta, fazendo fé.
No retorno, voltam ao estúdio t, para gravar um novo CD com andré. Mas, afinal, qual é a de Neto? “A galera chama nosso som de rock de tabaréu. Mas isso é a galera que curte”, ri.
OUÇA: www.palcomp3.com/netoloboeacacimba
NUEE-EETAS!
Gigante com Pessoas
A Pessoas Invisíveis (com o 2º CD prestes a sair do forno) e os paulistas da Gigante Animal se apresentam, de graça, na MidiaLouca (Rio Vermelho), nesta quinta-feira, às 20 horas.
BTR no Groove, 5ª
O prêmio Bahia de Todos os Rocks bota cinco bandas para brigar (na base do som, claro) no palco do Groove Bar, nesta quinta-feira. É a seleção da categoria Show do Ano. Night que promete. Às 22 horas, R$ 25 e R$ 15 (na lista amiga).
Poupe seu fôlego
Não grite “Toca Raul” pra esses caras, por que eles vão tocar mesmo. A Raul Blues Band faz show quinta-feira no Tom do Sabor, tocando... Raul, O Peso, Made in Brasil, Celso Blues Boy, Blues Etílicos etc. 22h, R$ 15.
IRON: POMPA E PROG METAL
Lançamento: Trupe metálica liderada há mais de 30 anos por Steve Harris, com mais um álbum de prog metal nas paradas, anuncia shows em 6 cidades brasileiras em 2011
Edward é um monstrinho danado. Desde que desencarnou, no Vietnã, tornou-se alma penada, serial killer, foi ao inferno, ao hospício, foi mumificado, viajou para o futuro, voltou, invadiu videogames, tornou-se rei e agora, novamente, aparece em um ambiente de FC, no novo álbum dos seus patrões do Iron Maiden, The Final Frontier.
Eddie, o mais famoso mascote do rock, criado pelo desenhista inglês Derek Riggs – inspirado em uma imagem da guerra do Vietnã que mostrava a cabeça em decomposição de um soldado sobre um tanque inimigo – é só a desculpa para a banda, com mais de 30 anos de atividades, escrever mais um capítulo dessa história.
A exemplo do AC/DC e Ramones, o Iron Maiden é uma daquelas bandas que, se mexer demais na receita original, estraga – sem contar a gritaria que poderia gerar entre os fãs.
Desta forma, The Final Frontier traz o grupo liderado pelo baixista Steve Harris em sua forma pura: são dez faixas do típico heavy metal britânico (estilo formatado por eles mesmos, 30 anos atrás), todas com aquela pegada épica, quase operística, com letras quilométricas, solos dobrados de guitarra e linhas de baixo galopante.
Apesar de soar como o Iron Maiden de sempre, é notável como o pendor para o rock progressivo – uma influência assumida de Steve Harris desde o início da banda – parece ter dominado o repertório mais recente. Todas as faixas são suítes: longas e cheias de fases.
Para dar uma ideia, o primeiro single do disco, El Dorado – possivelmente, a faixa mais legal e amigável do álbum –, tem mais de seis minutos. E é uma das menores músicas.
Satellite 15... The Final Frontier (com 8,41 minutos), que abre o disco, fica ótima depois da introdução, de 4 minutos. E assim, o CD vai. Os fãs de sempre vão curtir.
Já a molecada, deve estar ouvindo Avenged Sevenfold.
Volta ao Brasil em 2011
Como já virou tradição, a banda volta ao Brasil a cada turnê de CD novo.
E a cada tour, a lista de cidades que recebem o Maiden só aumenta. Em 2011, eles tocam em São Paulo (dia 26 março), Rio de Janeiro (dia 27), Brasília (30), Belém (1º de abril), Recife (dia 3) e Curitiba (5).
Salvador, como de costume, fica de fora. Será que vai ser sempre assim?
The Final Frontier / Iron Maiden / EMI Music / R$ 29,90 (edição simples) / R$ 39,90 (edição especial, na caixinha de lata)
Edward é um monstrinho danado. Desde que desencarnou, no Vietnã, tornou-se alma penada, serial killer, foi ao inferno, ao hospício, foi mumificado, viajou para o futuro, voltou, invadiu videogames, tornou-se rei e agora, novamente, aparece em um ambiente de FC, no novo álbum dos seus patrões do Iron Maiden, The Final Frontier.
Eddie, o mais famoso mascote do rock, criado pelo desenhista inglês Derek Riggs – inspirado em uma imagem da guerra do Vietnã que mostrava a cabeça em decomposição de um soldado sobre um tanque inimigo – é só a desculpa para a banda, com mais de 30 anos de atividades, escrever mais um capítulo dessa história.
A exemplo do AC/DC e Ramones, o Iron Maiden é uma daquelas bandas que, se mexer demais na receita original, estraga – sem contar a gritaria que poderia gerar entre os fãs.
Desta forma, The Final Frontier traz o grupo liderado pelo baixista Steve Harris em sua forma pura: são dez faixas do típico heavy metal britânico (estilo formatado por eles mesmos, 30 anos atrás), todas com aquela pegada épica, quase operística, com letras quilométricas, solos dobrados de guitarra e linhas de baixo galopante.
Apesar de soar como o Iron Maiden de sempre, é notável como o pendor para o rock progressivo – uma influência assumida de Steve Harris desde o início da banda – parece ter dominado o repertório mais recente. Todas as faixas são suítes: longas e cheias de fases.
Para dar uma ideia, o primeiro single do disco, El Dorado – possivelmente, a faixa mais legal e amigável do álbum –, tem mais de seis minutos. E é uma das menores músicas.
Satellite 15... The Final Frontier (com 8,41 minutos), que abre o disco, fica ótima depois da introdução, de 4 minutos. E assim, o CD vai. Os fãs de sempre vão curtir.
Já a molecada, deve estar ouvindo Avenged Sevenfold.
Volta ao Brasil em 2011
Como já virou tradição, a banda volta ao Brasil a cada turnê de CD novo.
E a cada tour, a lista de cidades que recebem o Maiden só aumenta. Em 2011, eles tocam em São Paulo (dia 26 março), Rio de Janeiro (dia 27), Brasília (30), Belém (1º de abril), Recife (dia 3) e Curitiba (5).
Salvador, como de costume, fica de fora. Será que vai ser sempre assim?
The Final Frontier / Iron Maiden / EMI Music / R$ 29,90 (edição simples) / R$ 39,90 (edição especial, na caixinha de lata)
quarta-feira, novembro 03, 2010
MOVIDOS A ÁLCOOL FAZ 1º SHOW EM SALVADOR DEPOIS DA VOLTA
Eles vão fazer você rir. Vão fazer você chorar. Vão fazer você – discretamente – passar a mão na testa, para ver se tem alguma coisa crescendo ali. Eles são Movidos a Álcool (na foto de Juca Badaró) – e estão de volta, a toda velocidade.
A divertida banda de rock brega, original da vizinha Lauro de Freitas, havia dado uma parada em 2008, após lançar dois discos impagáveis: Vamos Biritar (2003) e Mulheres que Nos Fazem Beber Demais (2007). Mas a saudade, como em todo corno, bateu pesado – e eles voltaram à cena há dois meses.
Inicialmente, tocaram apenas em um bar (claro) de Villas do Atlântico. Mas os pedidos de shows em Salvador foram tantos, que as figuras não tiveram alternativa e nesta sexta-feira eles já tocam no Groove Bar.
“Tomara seja o primeiro de muitos“, diz Eduardo Cachaça, vocalista e sex-symbol.
“No momento, estamos de agenda cheia, fazendo uma média de um show por mês. Tem que ser assim, senão o fígado não aguenta, né”? Ô!
Caneca de chopp da Nasa
No show desta sexta, a trupe romântica promete tocar todos os greatest hits do seu repertório, alguns covers (clássicos da música brega) e mais três canções inéditas: Lúcia, Luz Vermelha e Dormi no Cabaré. Esta última é uma espécie de resposta ao clássico Vou Morar no Brega, sucesso nos shows da banda.
“Todo mundo pensa que essa música é nossa, mas é do Edel Reis, um compositor pernambucano muito legal, mas pouco conhecido. A gente queria traze-lo para fazermos show juntos, mas ainda não rolou uma oportunidade”, diz Cachaça.
Outra notícia relacionada à turma de óculos escuros é que eles mandaram rodar uma nova tiragem de Vamos Biritar, seu clássico de 2003. Os dois CDs da banda estarão sendo vendidos nos shows, bem como sua exclusiva caneca personalizada.
“É um projeto da Nasa. O usuário pode beber a noite toda, que não vai ter ressaca no dia seguinte”, garante Seu Creysson. Ops, Eduardo Cachaça.
Antes um quarteto, a banda agora se apresenta com cinco integrantes: Eduardo, Belvis Seixas (guitarra), Willy Haendel (baixo), Fabricio Biron (teclados) e Tico Batera. Eles, mais Sônia Louca, Lúcia, Silvanice, Josineide e toda a turma te esperam nesta sexta, no Groove.
MOVIDOS A ÁLCOOL / sexta-feira, 22 horas / Groove Bar (3267-5124) / R$ 30 e R$ 20 (lista groove)
NUETAS
Fraude no Pelô
Opa, calma! É só a festa de lançamento da revista Fraude, produzida por alunos da Faculdade de Comunicação da Ufba. É nesta sexta-feira (5), às 19 horas, no Largo Quincas Berro d’Água, com Pirigulino Babilake, Suinga e o DJ Camilo Fróes (Baile Esquema Novo). Shows e revista, tudo de graça. Vai lá!
Cumpra seu dever cívico
Vem cá, vamos conversar sério agora. Eu e você, certo? Você está aqui, lendo esse blog, então ainda deve haver esperança. Imagino que você ouça música – nem que seja de vez em quando. Então eu vou te contar um segredo. Tem gente fazendo música rock! Na Bahia, imagine! Rock! Pssshhh! Calma, nada de pânico! É verdade. É uma loucura, mas o que podemos fazer? Eu te digo. Visite o site www.bahiadetodososrocks. com.br e vote nos malucos que você curtir mais. Eu, hein!?!
THE ROOTS TIRA O PÉ DE JOHN LEGEND DA LAMA
Se é verdade que a união faz a força, o cantor de rhythm & blues e neo soul John Legend deve levantar as mãos para o céu em agradecimento. Sua união com a conceituada banda The Roots no recém-lançado álbum Wake Up!, certamente, deverá ser lembrada como o ponto mais alto de sua – até então – não-tão interessante carreira.
Apesar de ser um ótimo cantor, Legend ainda não tinha ido muito além do R&B mela-cueca para trilhas de novela. Isso mudou quando, contra todos os conselhos que recebeu de executivos da indústria fonográfica (como ele mesmo revelou em entrevistas), resolveu trabalhar com a The Roots.
Natural da Filadélfia, a banda de hip hop orgânico (isto é, tocado por músicos que usam instrumentos de verdade) já era saudada pelos críticos como uma das poucas coisas que se salvam no deprimente cenário do rap norte-americano.
Em Wake Up!, a banda e o cantor celebram um casamento que, mesmo que não dure, já gerou um lindo rebento: álbum de resgate de algumas das mais belas canções da soul music de protesto dos anos 1960 e 70.
A ideia era fazer um single, saudando a nova era que – espera-se – se iniciou na política norte-americana com a eleição de Barack Obama, mas, quando a química banda X cantor bateu, logo evoluiu para um álbum.
Poder para o povo!
O disco já abre em alta voltagem com a suingada Hard Times, um hit obscuro do genial Curtis Mayfield, gravado em 1971 pelo grupo Baby Huey & The Babysitters).
Compared To What (de Eugene McDaniels), um furioso protesto anti-Vietnã, vem na sequência, com Legend se esgoelando bonito em um ritmo quebradão, típico dos funks racha-assoalho de James Brown.
Wake Up Everybody (hit de Harold Melvin & The Blue Notes) baixa um pouco o tom e conta com a cantora Melanie Fiona em dueto com Legend. Passa.
Até porque a faixa seguinte, Our Generation (The Hope of the World), volta com uma levada funky matadora, abrindo caminho para a bela Little Ghetto Boy (de Donny Hathaway).
Marvin Gaye, uma óbvia influência para John Legend em seu estilo de cantar e um dos mais incisivos críticos do soul, diz presente em Wholy Holy (do básico LP What’s Going On, 1971), em mais uma interpretação sentida do crooner.
Mas épica mesmo é I Can’t Write Left Handed, do (injustamente esquecido) Bill Withers, com 11 minutos de discurso revolucionário e êxtase coletivo, compartilhado entre cantor e banda. Power to the people!
John Legend & The Roots / Wake Up! / Sony Music / R$ 29,90
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