O melhor da HQ adulta mês a mês
Todos os meses, a revista Pixel Magazine traz algumas das melhores séries de HQ dos selos alternativos da DC Comics: Vertigo (suspense, terror, ficção) e Wildstorm (quadrinhos de autor). Na edição de setembro (nº 18), já nas bancas, quatro séries mantém o alto nível da publicação: Y - O Último Homem, Freqüência Global, Hellblazer e DMZ. Y mostra o que aconteceria se uma praga dizimasse toda a população masculina da Terra, Freqüência Global enfoca nas missões de um grupo de agentes secretos, Hellblazer traz as aventuras do mago inglês John Constantine e DMZ aborda uma guerra civil que isola parte dos EUA. HQs adultas na sua melhor forma.
Pixel Magazine 18
Vários artistas
Pixel Media
96 p. | R$ 10,90
www.pixelquadrinhos.com.br
Antes do contrato terminar
A coisa mais estranha do pop brasileiro hoje em dia é a banda carioca Moptop. Como entender um grupo de rock que, mesmo não sendo emo, consegue chegar ao segundo álbum por uma gravadora major? Pior (ou melhor, dependendo do ponto de vista): com um som abertamente indie rock, na linha Strokes – tanto, aliás, que chegou a ser acusada de cópia. Só pode ser para cumprir contrato. Bom, enquanto este não termina, vale conferir as últimas composições da lavra de Gabriel Marques, autor de todas as faixas do CD. Produzido pelo galês Paul Ralphes (que também assinou os últimos do Kid Abelha, entre outros), Como Se Comportar não traz nenhum hit óbvio, como seu antecessor, mas tem lá seus momentos, como o toque soul de Desapego, o pequeno tratado amoroso de Beijo de Filme, o clima Ennio Morricone de Bonanza e a guitarra surf de 2046. Se não conquista de primeira, o CD vai ganhando o ouvinte aos poucos.
Como Se Comportar
Moptop
Universal
R$ 27,90
www.moptop.com.br
Recife faz retorno às raízes ao reverso
Que boa parte das bandas de Recife estão andando para o mangue beat faz tempo, isso não é novidade. Depois de mandar as misturebas regionalistas às favas, uma leva de grupos se sentiram livres para plugar suas guitarras e voltar a fazer rock em inglês. Uma das melhores bandas desse retorno às raízes ao reverso é a Sweet Fanny Adams, que bebe com vontade na fonte pós-punk, com guitarras dissonantes, ritmos retos e pegadas festivas, boas de esquentar qualquer pista underground. C‘Mon Girl chega a lembrar The Gossip. O melhor? A banda está escalada para tocar no Festival Boom Bahia, agora em outubro.
Fanny, You‘re No Fun
Sweet Fanny Adams
Bazuka Discos
Preço não-divulgado
www.myspace.com/sweetfannyadamsmusic
O Monstro do Pântano está vivo
Criado nos anos 70 por Len Wein e Berni Wrightson, o Monstro do Pântano foi, já anos 80, a porta de entrada para que o gênio britânico de Alan Moore despontasse nos Estados Unidos, criando um estilo de “suspense sofisticado“ único. O que, por sua vez, desembocou na criação do selo Vertigo, de HQs para adultos. Nesta série mais recente, produzida no início desta década, o escritor Joshua Dysart e o desenhista argentino Enrique Breccia trazem o Monstro de volta ao seu status original, menos poderoso. Neste arco, a dupla traz de volta – do inferno – seu velho inimigo, Anton Arcane. Horror em estado bruto.
Monstro do Pântano - Amor em vão
Dysart / Breccia
Pixel Media
96 p. | R$ 12,90
www.pixelquadrinhos.com.br
Pop orquestrado com sofisticação
Projeto paralelo dos ingleses Alex Turner (Arctic Monkeys) e Miles Kane (The Rascals), o duo The Last Shadow Puppets lança seu primeiro álbum, The Age of Understatement, investindo em um pop de cores fortemente sessentistas. Talvez sejam as orquestrações – a cargo da London Metropolitan Orchestra – que permeiam o CD do início ao fim, talvez sejam as vozes dos dois cantores em dueto constante ou mesmo as composições em si, mas o fato é que os dois rapazinhos demonstraram maturidade ao cometer um álbum tão sofisticado quanto vibrante. Destaque para faixa-título e My Mistakes Were Made for You.
The Age of Understatement
The Last Shadow Puppets
EMI
R$ 29,90
www.thelastshadowpuppets.com
A poética dos heróis de colante
Astro City é a homenagem de Kurt Busiek (roteiros) e Brent Anderson (desenhos) à mitologia dos heróis dos quadrinhos e aventureiros da cultura pop. Tudo se passa em na cidade-título, onde os heróis de colante são parte do dia-a-dia e existem desde o século XIX. Para isso, Busiek utiliza personagens genéricos de ícones como Superman, Batman e Homem-Aranha, criando para eles histórias simples e auto-contidas, sem as amarras de se preocupar com o que aconteceu na edição passada. Nesta edição especial, a dupla apresenta os heróis que habitam a cidade, mais duas tocantes aventuras. Uma visão poética do gênero.
Astro City: Samaritano Especial
Busiek/ Anderson
Pixel Media
132 p. | R$ 15,90
www.pixelquadrinhos.com.br
Rock instrumental de ponta (a ponta)
Não é novidade para ninguém que a música que importa no cenário rock atual é independente, atua nos festivais e clubes underground, não segue tendências de mercado, não faz chapinha nem concessões e não vem nem do Rio nem de São Paulo – com raras e honrosas exceções. E um dos grupos que mais vem se destacando de um ano para cá nesse cenário é o power trio cuiabano Macaco Bong. Dono de uma poderosa sonoridade puramente instrumental, o MB desafia público e crítica com longas faixas sem voz ou letra e duração média de sete minutos. Um liquidificador sônico que põe para bater no juízo do ouvinte influências claras – mas não óbvias – de Jimi Hendrix, hard rock, jazz fusion (descontada a chatice) e atitude punk. Destaque para o guitarrista Bruno Kaypy, muito promissor. Ora climático, ora pesado, e sempre melodioso, Artista Igual Pedreiro é um dos discos do ano e merece ser conhecido.
Artista Igual Pedreiro
Macaco Bong
Monstro Discos
R$ 20
www.monstrodiscos.com.br
Sobre a dores americanas
Brian Wood, autor da ótima série DMZ, publicada mensalmente na revista Pixel Media Magazine, tem mais uma de suas HQs lançada no Brasil: Local, publicada nos EUA pela editora independente Oni Press. Intimista, sem super-heróis, mutantes ou monstros, Local é uma série de histórias muito humanas e auto-contidas, onde cada capítulo representa a passagem de um ano na vida de Meg McKeenan, uma jovem em busca de sua própria identidade. A cada história, ela se encontra em uma cidade diferente e conhece pessoas diferentes vivendo seus próprios dramas. Nem sempre ela será a protagonista, tendo apenas um pequeno papel de observadora, e às vezes, até mesmo de vítima das circunstâncias. Ao olhar de maneira terna para sua personagem em peregrinação pelas cidades mais tristes e isoladas da América – e seus tristes habitantes –, Wood e o ótimo desenhista Ryan Kellly constroem um pequena tratado sobre como as pessoas são afetadas pelo lugar onde vivem. Um tema universal, atemporal e muito rico, abordado com extrema sensibilidade, numa das melhores HQs lançadas este ano. Que venha a continuação.
Local - Ponto de partida
Brian Wood/ Kelly
Devir / Oni Press
200 p. | R$ 32
www.devir.com.br
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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4 comentários:
Tell me about stoopid ideas...
Roteiristas estão trabalhando em continuação de Blade Runner
http://www.omelete.com.br/cine/100015449/Blade_Runner_2.aspx
Pessima ideia!vEM MERDA POR AI...
Como se não fosse pouco, mais uma idéia TOTALMENTE IDIOTA:
Agora é Coração Satânico que terá uma refilmagem
Produtores compraram direitos sobre filme de 1987 e livro
http://www.omelete.com.br/cine/100015503/Coracao_Satanico.aspx
o age of understatement do last shadow puppets é scott walker puro. uma referencia e tanto, alem de dificil.scott walker, o garoto prodigio dos açucaradoswalker bros,maquina do hit parade britanico sessentas(apesar da origem yankee de scott) fez uma carreira solo das mais imprevisiveis, podendo ir do pop sublime ao cabaré ridiculo e ao pop inaudivel na sua (la dele!) serie de scotts 1,2 3 ect. turner do artic monkeys é uma grata revelação.
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