quinta-feira, setembro 18, 2008

BECK + DANGER MOUSE + PARANÓIAS URBANAS MODERNAS = MODERN GUILT

Beck volta em forma com Danger Mouse em novo disco, onde versa sobre sentimento de culpa burguesa

Beck, o rapazinho que estourou no cenário pop alternativo em meados dos anos 90 alardeando – em espanhol – que era “um perdedor“ e acabou aclamado por público e crítica, está de volta, com aquele que talvez seja seu melhor álbum nesta década: Modern Guilt.

Já não mais um rapazinho, mas um homem a beira dos 40, Beck David Campbell – seu nome completo –, escolado nos altos e baixos do showbiz, resolveu se aliar a um dos nomes mais quentes do momento: o DJ e produtor Danger Mouse, que forma com o cantor Cee-Lo a dupla Gnarls Barkley, aquela do mega-hit de 2005, Crazy.

A união de dois talentos genuínos, que partilham praticamente do mesmo imaginário freak e ultra-eclético, resultou em um álbum enxuto, com dez faixas cravadas e pouco mais de meia hora de duração. Um CD com muitas referências ao passado, mas também completamente atual em sua fragmentação de sons e idéias.

Aos que se perguntam se Beck teria superado aos seus próprios clássicos Mellow Gold (1994) e Odelay (1996), a resposta ainda é “não“. E dificilmente conseguirá, mas que bom que ele continua tentando.

Com Danger Mouse, pelo menos, o músico retornou à uma sonoridade mais próxima à desses álbuns: híbrida, multifacetada em suas infinitas influências.

Ainda que, em Modern Guilt, a sonoridade como um todo seja bastante orgânica, com a guitarra quase sempre na linha de frente. A eletrônica está lá, mas de forma sutil, a serviço de timbragens inusitadas.

Apesar de toda a sua aura alternativa, contudo, Modern Guilt está longe de ser um álbum “difícil“. Trata-se um disquinho maneiro, que deverá ser facilmente digerido pelos ouvintes, sejam fãs antigos ou neófitos.

As três primeiras faixas praticamente deslizam ouvido adentro, com pegada pop inequívoca. Orphans, a primeira, poderia ter entrado facilmente em Odelay, com seu refrão em falsete moderado, contratempo aberto e ruídos eletrônicos fazendo contraponto.

Já Gamma Ray, uma aposta certa para as pistas de dança mais descoladas, apresenta um riff de guitarra surf – pura, sem efeitos – que gruda no juízo do ouvinte e cujo timbre é exatamente igual ao da já citada Crazy, do Gnarls Barkley. Obviamente, não se trata de “mera coincidência“.

A terceira faixa, Chemtrails, é um mergulho psicodélico melodioso, totalmente calcado na sonoridade sessentista, com suas longas viradas de bateria deitadas sobre uma cama de teclados.

Modern Guilt, a faixa-título, é outra pérola do CD, com seu ritmo marcial marcado ao piano e letra de imagens fragmentadas, mas que oferecem uma visão muito atual da paranóia urbana e da culpa burguesa que afligem os habitantes das grandes cidades, um raio X do estado de espírito que parece dominar essa primeira década do século: “Culpa moderna/ estou ocioso com nada/ culpa moderna/ estou fechado e trancado/ culpa moderna/ a apreensão se torna convencional/ não sei o que fiz, mas me sinto envergonhado/ (...)/ fume seu último cigarro/ não sei o que fiz, mas me sinto apavorado“.

Com se vê, apesar de acessível e pop, Modern Guilt é um álbum que está longe de cair na vala comum da música americana superficial, projetada não para ser boa em si, mas apenas uma trilha sonora para clipes cheios de efeitos, cenários luxuosos e mulheres em trajes menores, como parece ser a regra atual.

Tal feito, de unir acessibilidade, substância e profundidade, só se costuma verificar em artistas conceituados, com idéias e imaginário próprios. E isso, Beck – e seu produtor superstar, Danger Mouse – parecem ter de sobra.

Modern Guilt
Beck
Universal
R$ 27,90
www.beck.com

9 comentários:

Franchico disse...

Mas que inferno, o pobre do Clark Kent não pode nem beber uma cervejiinha em paz - e com o próprio pai!

http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=noticias&cod_noticia=17393

Americanos carolas puritanos de mierrrrda!

Franchico disse...

Essa semana tá PHODA. Agora foi o Norman Whitfield que abotoou o paletó de madeira.

Quem não tá ligado, Norman foi autor de hits fodões como I Heard It Through The Grapevine e Papa Was a Rollin' Stone...

Morre Norman Whitfield, um dos fundadores da Motown

Produtor e compositor tinha 65 anos e sofria de diabetes.
Whitfield produziu os discos da banda The Temptations

http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL763922-7085,00-MORRE+NORMAN+WHITFIELD+UM+DOS+FUNDADORES+DA+MOTOWN.html

osvaldo disse...

a musica pop e o rock, tal qual como conheciamos, esta acabando, com uma serie de seus principais originadores( thanks john mellor!)morrendo.então viva o novo rock, peo ao menos algumes coisas deste novo rock.

Anônimo disse...

É aquela história, só morre quem tá vivo...
Chicão e amigos, pendurei no you tube um vídeo da úteros ao vivo na concha acústica do tca. Serve para os roqueiros antigos saudosistas e aqueles que na real só ouviam falar e nunca viram os shows.
Mario Jorge
p.s. Em tempo, esse vídeo só foi possivel graças a Nei Bahia grande roqueiro fodão e amigo da garotada.

Franchico disse...

Mário, cadê o link? Cadê o link, Mário?

Olha ele aqui, ó:
http://www.youtube.com/watch?v=kYDB5PgSviw

E algum outro doidão postou a música Inside The Beer Bottle sobre uma foto da banda. Só a música e a foto.

Aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=GrGWbAVcjck

Franchico disse...

Alan Moore desanca Watchmen, Hollywood e até mesmo indústria dos quadrinhos

Quadrinista capricha nas metáforas e fala em cuspir veneno e engolir vômito de vermes

http://www.omelete.com.br/cine/100015226/Alan_Moore_desanca_Watchmen__Hollywood_e_ate_mesmo_industria_dos_quadrinhos.aspx

A matéria original, em inglês...

http://latimesblogs.latimes.com/herocomplex/2008/09/alan-moore-on-w.html#more

Franchico disse...

Meu amigo Flávio Luiz, um grande quadrinista, acaba de lançar o site do seu personagem Aú, O Capoeirista.

www.auocapoeirista.com.br

O primeiro álbum em quadrinhos do Aú já tá chegando na área. Nem li ainda, mas recomendo de antemão, pois conheço a competência do rapaz.

Franchico disse...

Notícia fresquinha, acabou de chegar no email:

Planeta Terra Festival 2008

Planeta Terra 2008 anuncia mais duas atrações: The Offspring e The Breeders

Entre as atrações já confirmadas estão Kaiser Chiefs, The Jesus and Mary Chain, Bloc Party, Mallu Magalhães e os DJs Mylo e Felix Da Housecat

Segundo lote de ingressos já está sendo comercializado a R$100 (inteira)

O Planeta Terra Festival confirma mais duas grandes atrações para sua edição 2008: The Offspring, banda californiana considerada uma das grandes precursoras do punk rock dos anos 90, que tem em seu curriculum milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, e a The Breeders, uma referência mundial para o rock alternativo feminino. O evento acontece no dia 8 de novembro, na Villa dos Galpões, em São Paulo. O primeiro lote de ingressos está esgotado, e o segundo já esta disponível a R$100 (inteira) e R$ 50,00 (meia).

Realizado pelo TERRA, empresa líder de internet no país, o Planeta Terra Festival 2008 apresentará, em mais de dez horas de música, expoentes de diversas tendências da cena pop/rock mundial. Além das bandas americanas The Offspring e The Breeders, estão confirmadas também as bandas britânicas Kaiser Chiefs, The Jesus and Mary Chain, Bloc Party e Foals; as também norte-americanas Spoon e Animal Collective; os DJs Felix Da Housecat, Calvin Harris e Mylo e ainda três brasileiros: a jovem Mallu Magalhães, revelação paulistana de apenas 16 anos; o paulista de carreira internacional Curumin e o DJ Mau Mau, um dos precursores da música eletrônica no Brasil.

As atrações se revezarão em três palcos montados no local – o Main Stage, ao ar livre, o Indie Stage e o DJ Stage. O Planeta Terra Festival alia diversão, entretenimento e interatividade entre o público com um cast baseado na diversidade das atrações. O site especial do evento já está disponível no endereço www.planetaterrafestival.com.br

O Planeta Terra Festival recebe seu público mais uma vez em três espaços distintos, distribuídos em mais de 145 mil m²: o Main Stage, palco ao ar livre onde se apresentam as bandas nacionais e internacionais; o Indie Stage, palco coberto que recebe os grupos indies do Brasil e do exterior, e o DJ Stage, pista fechada montada para abrigar as performances dos quatro DJs convidados para esta edição. Tudo isso distribuído em 800 mil watts de potência de som e 1,5 milhão de watts de luz. O público poderá ainda dispor de infra-estrutura dotada de praça de alimentação, diversos bares, áreas de descanso, banheiros químicos, postos médicos, guarda-volumes e estacionamento próprio.

Em 2007 o Planeta Terra recebeu nomes como Devo, Kasabian, Lily Allen, Datarock, The Rapture, Cansei de ser Sexy, entre muitos outros. O Planeta Terra Festival é uma realização do TERRA com organização da BFerraz.

Data: 08/11/2008
Horário: a confirmar
Ingressos: WWW.ticketmaster.com.br

Segundo Lote de ingressos:
Valores: R$ 100,00 inteira / R$ 50,00 meia
Local: Villa dos Galpões, São Paulo.

osvaldo disse...

by the way, este disco de beck é a melhor coisa que ele fez de muito tempo.alias danger mouse so vem dando bola dentro. beck continua uma figurinha esquisita, vi o show desta turne em wertcher, e ele parecia muito desconfortavel apesar da musica que estava saindo do palco estar soando muito bem.strange dude.