Maurício de Sousa lança versão mangá e adolescente da Turma da Mônica
O que parecia impossível aconteceu: Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali cresceram e agora são agitados adolescentes. Essa é a proposta da nova empreitada de Maurício de Sousa, o maior e mais bem sucedido quadrinista do Brasil, desenvolvida na revista Turma da Mônica Jovem, recém-chegada às bancas.
A revista faz parte da estratégia de diversificação de produtos que empresário vem desenvolvendo desde que transferiu sua Maurício de Sousa Produções para a multinacional italiana Panini Comics, após vinte anos na Editora Globo, da família de Roberto Marinho.
Além dos tradicionais gibis da Mônica, Cebolinha e Chico Bento, entre outros, Maurício vem apostando numa série de outras revistas dirigidas aos público adolescente, como minisséries de aventura – em formato americano, maior – com a personagem Tina encarnando uma Lara Croft suavizada ou mesmo especiais como A Turma da Mônica em Lostinho: Perdidinhos nos Quadrinhos, uma brincadeira com o popular seriado americano Lost.
Em Turma da Mônica Jovem, leitores de todas as idades poderão, no mínimo, saciar sua curiosidade para saber como ficariam os personagens depois de crescidos, numa linguagem próxima ao mangá, estilo de HQ, que é, de longe, o preferido pelos adolescentes de hoje.
Mônica continua dentucinha, mas cresceu e se tornou uma charmosa adolescente. Aposentou Sansão, o coelhinho de pelúcia azul, e se controla para não perder as estribeiras, como fazia quando criança. Cebolinha agora é só Cebola. Seus cabelos cresceram, mas sua voz, ou melhor, sua dislalia – disfunção que o faz trocar os erres pelos eles – é quase a mesma. Na verdade, agora ele só fala elado quando fica nervoso, o que costuma acontecer quando alguma menina bonita fala com ele, inclusive a Mônica.
Cascão agora toma banho – longos e demorados banhos, como todo adolescente – e agora é um o skatista mais descolado do bairro do Limoeiro, onde mora a turma. E Magali, a menina que simplesmente não parava de comer, hoje segue uma dieta balanceada, com muita comida natural no cardápio.
Outros personagens também dão o ar de sua renovada graça, como o Anjinho, que agora só que ser chamado de Céuboy. Ou mesmo o Louco, que se tornou o professor da turma.
Só pela ousadia de mexer em personagens tão bem estabelecidos há décadas, Maurício já merece aplausos. Amigo pessoal do japonês Osamu Tesuka (1928-1989), o papa do mangá, ele não teve dúvidas em adotar esta linguagem de HQ para dar vida às novas versões dos seus personagens.
Por enquanto, porém, excetuando-se os olhos enormes, as expressões cômicas exageradas, pontilhismos e hachuras características, ainda há pouco de mangá na encarnação adolescente de Mônica e cia.
Mas como o próprio Maurício diz, no texto de apresentação da revista, “em alguns pontos da criação, ainda estaremos tateando na busca das histórias, temas e posicionamento dos personagens“.
Maurício está certo, pois apesar de promissora, alguns ajustes temáticos e de tom precisam ser feitos. Em suas cento e poucas páginas, a revista começa muito bem no início, quando aposta no tom de comédia romântica adolescente. Porém, quando investe na aventura fantástica, se infantiliza de forma demasiada para uma revista que, pressupõe-se, seja voltada para o público adolescente.
Assim, ela corre o risco de não conquistar nem o público infantil, nem o adolescente. De qualquer forma, vale conhecer a Turma da Mônica Jovem, pela ousadia de Maurício em mexer de forma tão radical nos seus “filhos“. “Estou adorando a experimentação“, conclui Maurício, ainda jovem como seus personagens.
Turma da Mônica Jovem
Estúdios Maurício de Sousa
Panini Comics / MSP
R$ 5,90
www.turmadamonicajovem.com.br
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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6 comentários:
The dream (or nightmare, whatever) is over. A série de Preacher na HBO, definitivamente, NÃO VAI ROLAR mais.
http://www.omelete.com.br/teve/100014684/Mark_Steven_Johnson_diz_que_serie_de_TV_de_Preacher_nao_vai_acontecer.aspx
aqui tb:
http://www.universohq.com/quadrinhos/2008/n26082008_01.cfm
Damn...
Atenção, surfboys e surfgirls do meu Brasil:
Revista on line
Parafina traz últimas novidades do surf
Já no seu quarto número, a revista on line Parafina é uma iniciativa de jornalistas, fotógrafos e webdesigners de Salvador, amantes da cultura surf. Com muito visual na melhor tradição das revistas do gênero e de fácil leitura e navegação, traz matérias sobre esportes radicais, meio ambiente, música e tudo o que se relaciona com o surf e a natureza. Na última edição, matérias sobre a costa do Panamá explorada por surfistas brasileiros, Sex Pistols, pranchas vintage, a matança de golfinhos na costa japonesa e um perfil do fotógrafo californiano de surf Ryan Tatar, tudo sempre ilustrado com muitas fotos. Para conferir: www.revistaparafina.com.br.
A Turma ficou HORRÍVEL: Mauricio de Souza se reduziu ao clichê medíocre do adolescente metido a esperto posando de mau, com a expressão permanente das sobrancelhas dobradas de raiva e o sorriso forçado de triunfo sobre o nada. Pfff...
...e o ex-Cebolinha o tempo todo mostrando a merda do Ipod dele com o braço estirado, pensando que impressiona alguém...
oh, babaquice...
se ainda fosse um canivete...
ou se o Cascão aparecesse fumando crack...
Mauricio, se aposenta de uma vez e vai dormir no asilo...
ou se ele bolasse um plano infalível pra roubar carros, ou explodir um caixa
eletrônico...
e a Magali fosse uma modelo anoréxica, viciada em remédios pra emagrecer...
se a Monica virasse uma prostituta gorda, com dificuldades pra fazer um boquete...
ou se o Cascão aparecesse fumando crack...
o cientista Franijnha inventasse em seu laboratório uma nova droga pra fazer a cabeça da molecada do bairro do Limoeiro...
o cãozinho Bidu virasse umpit bull e matasse seu dono a dentadas, e transmitisse raiva pra todo mundo...
o Chico Bento virasse um coronel latifundiário, com uma puta plantação de maconha...
o dinossauro Horácio virasse um traficante, numa quadrilha com o hippie Rolo, o Piteco e o Astronauta...
o elefante Jotalhão envenenasse o molho de tomate da Cica que ele vendeu por anos...
o Louco fosse eleito deputado, com o slogan "Mais pirado que tá, não fica!" e liderasse um esquema bravo de corrupção, com desvio de verbas e superfaturamento...
... e se o tio Juca, cansado e traumatizado de tantas vezes em que foi parar no hospício por esgotamento nervoso pelos abusos emocionais que sofreu da turma, resolvesse se vingar e virasse um psicopata assassino em série de crianças...
...aí sim eu comprava a revista!
Mauricio, se aposenta de uma vez e vai dormir no asilo...
Todos os personagens perderam suas personalidades. Eles não têm mais nenhuma das características que os tornavam interessantes e únicos. Agora, são iguais a qualquer um na multidão.
O que é o Cascão sem sujeira? Nada. O que é a Magali sem o pecado da gula? Nada.
E que é o Cebolinha sem tlocar as letlas, sem apenas cinco fios de cabelo e sem os planos infalíveis? Absolutamente nada.
O autor MATOU todos os personagens por dinheiro e prostituiu sua própria criação.
Pior: o gibi virou mangá. Até o charme dos desenhos se perdeu. É mais uma cópia de revistinha japonesa pra criança mongolóide. Todo um estilo artístico familiar desapareceu. E ele pensa que vai sair lucrando mais com isso.
Mauricio de Souza, você é um fudido mesmo.
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