Chico sob o cenário onírico de Helio Eichbauer. Foto Leo Aversa |
De hoje até domingo, o carioca se apresenta para os baianos na Sala Principal do Teatro Castro Alves.
Avesso à entrevistas, Chico designou seu maestro e violonista desde 1993, Luiz Claudio Ramos, para falar sobre o show.
Dono de notória timidez em público, Chico está mais “solto”, garante Luiz.
“Eu acho que o diferencial desse show é justamente o Chico estar mais à vontade. Claro que todo mundo fica nervoso, mas acho que ele está se assumindo mais como cantor. Ele sempre foi uma pessoa tímida. Nesse show ele está bem mais solto”, afirma o maestro.
“É o Chico de sempre, mas se aprimorando, especialmente na presença dele no palco, que está mais solta”, acrescenta.
Apesar de ter sido “efetivado” no cargo apenas a partir do álbum Paratodos (1993), Luiz Claudio já trabalhava com Chico desde o álbum Calabar (1973), quando gravou o violão para a faixa Bárbara. Ninguém mais apropriado para falar da evolução do artista ao longo das décadas.
“Eu acho que qualquer trabalho, qualquer profissão, você pode se desenvolver a vida inteira. No caso do Chico, acho que ele segue se desenvolvendo e se aprimorando, como músico, como compositor, como cantor. Essa turnê mostra essa maturidade”, afirma.
Neste show, Chico e Luiz Cláudio (ao violão) vem acompanhados de uma super banda: João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo), Marcelo Bernardes (flauta e sopros) e o estreante Jurim Moreira (bateria), substituindo o mítico Wilson das Neves, morto em 2017.
No repertório, canções de Caravanas e clássicos da carreira, como Retrato em Branco e Preto, Sabiá, Gota D’Água, Partido Alto, Estação Derradeira, Iolanda, Todo Sentimento, Homenagem ao Malandro e A História de Lily Braun, além de lados b como Outros Sonhos, Injuriado e A Bela e a Fera.
Tudo isso embalado no cenário onírico de Helio Eichbauer, um dos maiores nomes da cenografia brasileira.
Democracia nos ensaios
Maestro Luiz Cláudio ao violão. Foto Leo Aversa |
“Ele me passa o repertório. Sempre fazemos as músicas do disco que ele acabou de lançar e outras do repertório dele, que é imenso. Ele parte de um roteiro dele, aceita opiniões de todo mundo. Aí quando a gente começa a ensaiar com o grupo, todo mundo interfere, todo mundo dá sugestão”, relata.
“A gente é bastante solto em ensaio. Não existe nenhuma pré-determinação, além do que a gente já tinha feito, a base que já tinha discutido com o Chico. É um trabalho em desenvolvimento. E esse desenvolvimento continua até um determinado ponto da turnê, que a gente sempre vai criando, os arranjos vão amadurecendo”, acrescenta.
Além trabalhar com Chico, Luiz Cláudio desenvolve, há décadas, um projeto próprio: transcrever a obra de Tom Jobim para o violão, através de um método criado por ele mesmo.
“Desenvolvi talvez mais a parte harmônica do que a parte técnica. Então eu elaborei já há muito tempo, arranjos, alguns que são praticamente transcrições de músicas do Tom pro violão. E, para minha técnica, muito difíceis”, conta.
“Sempre fui autodidata e nunca tive muito esse estudo técnico, fui me desenvolvendo com o tempo. E uma forma de me desenvolver foi justamente tocar as músicas do Tom. No final dos anos 70 eu tirei pro violão Olha Maria, que é uma dessas muito difíceis, e que tento tocar até hoje. Através disso pude desenvolver bastante minha técnica. Acredito que em breve eu possa apresentar esse projeto”, conclui.
Chico Buarque e banda: Caravanas / De hoje até domingo / Hoje e amanhã: 21h30 / Sábado: 21h / Domingo: 20h / Teatro Castro Alves / Ingressos: Setor A-P: R$ 490 e R$ 245 / Setor Q-Z:- R$ 380 e R$ 190 / Setor Z1- Z11 - R$ 320 e R$ 160 / Vendas: Bilheterias TCA ou www.ingressorapido.com.br
3 comentários:
vai q dia,chico ver seu xará? eu to lá no sábado.
Fui na estreia ontem, André. Leia no sábado minha cobertura.
li! sensacional.hj to lá!
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