sexta-feira, abril 20, 2012

ABRIL PRO ROCK CHEGA A VIGÉSIMA EDIÇÃO

As vezes não precisa ser santo para operar milagres. Paulo André, idealizador / produtor do festival recifense Abril Pro Rock,  que o diga.

Amanhã, o evento chega à sua (inacreditável) vigésima edição, com Los Hermanos fechando a primeira noite (de três), que ainda terá bandas como as norte-americanas Antibalas, Nada Surf (al lado, em foto de Peter Ellenby) e Exodus (mais abaixo, em foto de divulgação cedida pela organização do festival).

O line up globalizado ainda conta com a revelação paranaense A Banda Mais Bonita da Cidade, os mexicanos do Brujeria, os portugueses do Buraka Som Sistema, os italianos do Cripple Bastards e, fechando um ciclo, dois artíficies do manguebeat que estiveram na primeira edição, em 1993: Mundo Livre SA e Otto.

“Tudo isso, lutando contra dois grandes gargalos que, aliás, são os mesmos de 20 anos atrás”, ressalva Paulo André. “Primeiro, as rádios. As privadas, que são bem apelativas, para pegar leve. Isso  quando não são de uma rede e já vem com a programação fechada do Sudeste”, observa.

“Já as rádios públicas estão mofadas e atrasadas. Um exemplo: em 2010, a BBC3 de Londres veio pela terceira vez cobrir o festival. Gravaram alguns shows e depois veicularam o áudio por lá”, relata PA.

“Já a rádio da UFPE age como se estivéssemos em 1982. Só toca frevo ancestral pra ninguém, dá traço no Ibope. Ou seja,  é mais fácil fazer uma parceria com a rádio pública britânica do que com a pernambucana”, dispara.

"É uma rádio inoperante e ineficente. Se Mundo Livre e Chico Science já não tocavam na primeira edição, agora com o disco novo continuam não tocando. E novos nomes, como Tibério Azul e Ska Maria Pastora, esses também não tem oportunidade de tocar em lugar nenhum em Recife. Mas se você pegar qualquer novo nome brasileiro, é um problema gerneralizado. Acho que é mais agravado aqui em Recife por que temos uma produção cultural intensa e produtiva, que encontra essa barreira na própria casa. Ai deles se não fosse o exterior. Ou seja, nada mudou", resigna-se.

O segundo gargalo é a falta de espaços em Recife para as bandas tocarem. “Isso não é ser pessimista, é ser realista, e essa realidade, essa falta de estrutura atrasa muito a ascensão de novos artistas, até por que  falta um filtro na internet. Por que a juventude alienada do axé e o caralho não está na rede para descobrir novas bandas, só para ouvir mais do mesmo”, constata.

"Os bares da moda não contam,  já que nem todo mundo vai nele atrás de uma coias nova, né? Vai atrás de banda cover e tal", observa.

Abril Pro rock 2012 / Sexta-feira, sábado e domingo / Chevrolet Hall (Olinda - PE) / www.abrilprorock.com.br

APR e Macca no mesmo fim de semana em Recife: o atraso brutal de Salvador esfregado bem no nosso focinho

Mesmo submetido a essa dura realidade, o Abril Pro Rock chega a sua vigésima edição depois de, ancorado no movimento Mangue Beat, ter (re)colocado Pernambuco no mapa cultural nacional, bem como na rota dos shows internacionais – e isso, francamente, é muito mais do que qualquer soteropolitano jamais poderá  se gabar.

Só este fim de semana, Recife recebe o APR (com bandas como Exodus, ao lado) e Paul McCartney.

Se isso não for de fazer corar qualquer baiano (pelo menos, aqueles com um mínimo de instrução), nada mais será.

Além disso, lá ainda tem RECBeat, Virada Cultural (que dura três dias) e programação intensa e diversa de São João.

"Na verdade, o poder público ainda é o grande contratante, com cinco grandes ciclos de shows gratuitos pela cidade (Carnaval, São João, Virada, Natal e mais uma que esqueci agora). No entanto, ainda não tem uma rádio para tocar essas bandas”, contemporiza.

“Mas foi mesmo uma estrada árdua”, admite Paulo Andre. “Lá atrás não existia um calendário de festivais independentes. Com essa situação das rádios e das gravadoras inexistindo, os festivais são a principal plataforma para artistas novos. Tanto para o conhecimento do publico, quanto para a critica”, vê.

“Essa evolução se deu por que houve  uma interação com cenas musicais de lugares do país que não dialogavam antes. Valeu a pena. E eu acredito muito numa nova geração”, encerra.

Enquanto isso, em Salvador...

24 comentários:

Franchico disse...

Coca Cola é isso aí!

http://br.noticias.yahoo.com/habito-beber-oito-litros-coca-cola-dia-pode-ter-levado-mulher-morte.html

cebola disse...

Coca-cola??? Man, me diz aí qual é a bebida (água não vale) que ingerida à oito (!!!) litros por dia não detona um ser humano?? A mulher era uma lesada total e a culpa é da coca?? Tem dó...

rodrigo sputter disse...

xico...que matemática é essa?
de 1993 pra cá são 20 anos???
ontem tava lendo a resenha do show do Dylan com meu sobrinho de 12 anos e ela largou "todo show desses que tem no Br nunca é aqui né?"...

Franchico disse...

Sputter, eu não disse que são vinte anos. Eu disse que são vinte edições. Pode contar. Ano que vem, qundo chega aos 20 anos de fato, o festival chegará à 21ª edição. Não me pergunte, sao coisas da matemática, disciplina que sempre foi um enigma para minha cabecinha inchada (ui!).

Cebola, eu não disse que a culpa é da Coca-Cola. Eu disse "Coca-Cola é isso aí". E tome-lhe coca! Cola...

Nei Bahia disse...

Cebola, é simples a resposta....água, chás e coisas assim!
Esatmos nos referindo a uma bebida não alcoolica .

rodrigo sputter disse...

Cebola...acho que nem 8 litros de água por dia deve fazer bem...

mas chico, eu vi no site desse ano celebrando os 20 anos...enfim...engraçado que eu gostava de matemática no 1o grau + do q qq outra matéria da escola...no 2o fui fazer curso técnico de adm...eca...

Chico, já cheirou coca?
dizem que pepsi é mejor...
heeheheh
piada de guri...mas não resisti...

cebola disse...

Ok Nei. Guaraná Antartica ou Tubaína, oito litros por dia, encara?

cebola disse...

Olha que massa: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1079945-rafael-grampa-relata-em-quadrinhos-show-do-bob-dylan-em-sp.shtml

osvaldo disse...

ainda sob o impacto do show do culpado da porra toda, aquele judeu irritantemente talentoso, e de volta a triste realidade local, vejo que chico mais uma vez vai direto ao ponto e mete ( epa!) o dedo na ferida. este fim de semana de recife esfrega na cara desta cidade de merda a sua triste realidade cultural, seu atraso, sua mediocridade, sua pequenez. e olha que recifilis ( foi mal!) ta longe de ter uma situação satisatoria, conforme declarações do proprio dono da bola de lá. mas na comparação, sorry, não da pra comparar. qualquer um com um minimo de noção ja percebeu que por aqui a vaca foi pro brejo. não se trata daquele tipo de queixa que quase todos os cidadões mundo afora tem das suas cidades, aquela queixinha local. não, no caso de salvador não é queixa, é constatação. e o pior é que não se vê possibilidade de mudança, nem a curto, nem a medio, e a meu ver nem a longo prazo. ou seja não tem mais jeito. enquanto morarmos por aqui, estamos condenados a sermos estrangeiros na nossa propria cidade.

Franchico disse...

Ainda hj, se Jah, Buda, Tutatis, Odin, Tupã, Crom, Poseidon e demais divindades permitirem... post novo.

Franchico disse...

Ah. Sobre Salvador, cultura etc, leiam mega entrevista deste que vos fala com Roland Shaffner, o alemão de Dresden que converteu o Icba em bunker pró-pensamento livre nos anos 1970...

Aqui:

http://caderno2mais.atarde.uol.com.br/?p=3775

Franchico disse...

Cebola, já tinha visto.

Gosto muito do traço dele, o cara é um puta desenhista. Mas não curto essa narrativa "Bá/Mooniana" übber-paulista (apesar do Grampá ser gaúcho, mas já está "infectado"), blasé, clean, poética na marra. Acho que já deu. Mas enfim, isso é só o que este reporterzinho pé-rapado de província acha. Ou seja, porra nenhuma de relevância...

Franchico disse...

Prezado Bramis, assino embaixo de absolutamente tudo o que vc escreveu. Cada vírgula. Ponto.

Franchico disse...

Sputter, claro que já cheirei Coca. Cola, claro. Lembra desentupidor de pia...

Franchico disse...

SP ganha mais um ponto turístico para nosotros...

http://omelete.uol.com.br/quadrinhos/geeketcbr-sao-paulo-ganha-nova-loja-especializada/

Franchico disse...

A polêmica Moore / Before Watchmen se estende e se agrava, envolvendo o roteirista da Vertigo Chris Roberson (q foi demitido), a Marvel, Jack Kirby, o filme dos Vingadores, colunistas de HQ dos EUA, outros artistas e, claro, os leitores.

Alguns links:

http://omelete.uol.com.br/watchmen-2/quadrinhos/roteirista-deixa-dc-comics-por-desacordo-com-watchmen-e-outros-problemas-com-autores/

http://www.comicsalliance.com/2012/04/18/creator-rights-before-watchmen-avengers-moore-kirby/

Franchico disse...

Como diria Mauro Pithon, "barbárie, barbárie, barbárie"....

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1080496-atriz-de-bollywood-e-sequestrada-e-decapitada-por-colegas-na-india.shtml

Nei Bahia disse...

Cebola....8 litros só? Em 24 horas?

Mole......

rodrigo sputter disse...

Coca Cola is not a glue...

interessante a fala do alemão...sobre a Bahia não se relacionar com outros lugares...e quando o faz é sempre da maneira + pop ou "mercantilista"...da moda..."moicanos" e tatuagens pq é a onda...só pra ficar na estética ( salão de beleza)...nunca é uma relação artística cultural...e sim mercadólogica...não que o mercado seja ruim claro, mas quando é somente grana a coisa fica vazia...e vazio o mundo é de uma certa maneira e nós vamos preenchendo com nossas ideologias e ilusões...senão é melhor viver como um animal na selva...e a essa altura não sei se estamos com autonomia o suficiente pra viver em uma...
acho que vou pintar lá, vou tá pegando uma telinha na walter...

cebola disse...

Bom, já eu, adorei essa de Grampá. bem resumido, lindos traços, cores, passou o "sentimento" de quem esteve lá (ou Brasilia, no meu caso), curto, direto e "sensível" (ui) na medida certa. Não conta tudo, mas não esconde nada.

cebola disse...

Não Nei, vou desenhar: 8 litros por dia, de qualquer coisa. O ponto é: Foi coca-cola, poderia ter sido tubaína ou antartica ou suco de framboesa ou Kisuco...

Nei Bahia disse...

Não será necessário desenhar, basta fazer uso correto das palavras e sinais do tipo ponto , virgula, ponto e vírgula...

cebola disse...

Olha pasquale!!! Repetindo a frase que começou esta maledicência (so copiei e colei): "Ok Nei. Guaraná Antartica ou Tubaína, oito litros por dia, encara?". Ou seja, a culpa não foi de ponto e vírgula, mas de interpretação de texto. escolinha, viu?

cebola disse...

Desenhei bem?