segunda-feira, setembro 07, 2009

PERCPAN - 2º DIA

Show de Airto Moreira, Flora Purim e a superbanda Eyedentity fez o grande momento do PercPan 2009. Pandeirista italiano também ganhou o público e aplausos

Depois da confusão da sexta-feira, quando uma multidão de adolescentes histéricos subiu no palco do TCA e um microfone acabou sendo roubado durante o acidentado show da banda Beirut, o sábado no PercPan foi bem mais tranquilo, civilizado e musical.

O grande destaque da noite foi o show espetacular do casal Airto Moreira e Flora Purim, com sua super banda, Eyedentity. Carismáticos, simpatissíssimos, piadistas e abençoados com um talento imenso, encantaram a plateia e foram aplaudidos de pé.

Enfim: foram tudo o que o incensado e aguardado Beirut não foi. Pior para os deslumbrados fãs do grupelho, que perderam a melhor noite do evento.

Acompanhados pela Eyedentity, formada por Diana Booker (cantora, filha do casal), Krishna Booker (percussão e beatbox, genro), Gary Brown (baixo), Grecco Buratto (guitarra) e Kit Walker (teclados, apresentado como “o hippie mais velho do mundo“), o show de Airto e Flora teve de tudo: homenagem à Nina Simone (arrepiante), show de beatbox (embasbacante), momentos engraçados, ternos e música na sua forma mais sofisticada.

A nobreza do jazz, que redimiu o PercPan de quaisquer presepadas anteriores.

Cantigas mediterrâneas

Outro ótimo momento foi o show do pandeirista italiano Andrea Piccioni. Com total domínio sobre cada ferrinho do aro de seus instrumentos, ele também conquistou a plateia com seu vozeirão de camponês siciliano curtido de vinho e suas cantigas ancestrais com gosto de azeite de oliva e tomate. Uma verdadeira passagem para as ilhas mediterrâneas.

Beats diversos

Quem também ganhou o público foi o baiano Emerson Taquari, que se apresentou com uma numerosa banda e fez um show vigoroso, pesado em suas diversas abordagens da brasilidade inerente ao ato de batucar.

O único senão fica com o dispensável corpo de baile que apresentou coreografias que poderiam estar em qualquer show de Daniela Mercury. Um clichê de baianidade, mas que não tirou o brilho dos músicos.

Em seguida veio o duo formado pelo alemão David Kuckhermann (pandeiros) e pelo jordaniano Ahmad Al-Khatib (alaúde), que também mostraram sons que remetem à um passado remoto e à ancestralidade palestina. Bom show.

Já o Trio 3-63, formado pelo anfitrião Marcos Suzano, a flautista Andrea Ernest e o pianista Paulo Braga proporcionaram uma aula de música brasileira profunda, resgatando clássicos de Joaquim Calado (1848- 1880, considerado um dos criadores do chorinho) e dos maestros Moacir Santos e Tom Jobim.

Ainda na fatídica noite de sexta, o japonês Oki e sua Dub Ainú Band foram responsáveis pelo melhor show do primeiro dia do PercPan, com sua música original da ilha de Hokkaido (o gelado extremo norte do Japão).

Duro foi aguentar a dupla francesa Cyril Hernandez & Cyrille Brissot, que fizeram muita presepada e pouca música. Mas o pior, como se sabe, ainda estaria por vir. Felizmente, a noite de sábado redimiu o festival.

Excessos

Para a produtora Beth Cayres, organizadora do PercPan desde sua primeira edição, os incidentes de sexta-feira se deveram à “um excesso de entusiasmo de ambas as partes“ (artistas e público). “Quando eu vi aquela meninada de 13, 14 anos gritando, eu me lembrei até dos Beatles“, acrescentou.

“E a questão deles terem tomado uma cerveja a mais ou a menos é bobagem. Nunca vi Vinícius (de Moraes) sóbrio. Mas eu estou muito feliz por mais esse PercPan realizado com sua grade original em ano de crise. Estou realizada“, concluiu.

5 comentários:

Franchico disse...

Como não achei nenhuma foto do PercPan de sábado por aí, postei uma foto do Airto que encontrei via google images para ilustrar o texto.

Anônimo disse...

:-)) a turma do chinelo está chorando as pitangas nos blogs dos "mudernos". são as viúvas do beirut :-() sifu kkkkk

Franchico disse...

A prova cabal da babaquice e retardamento mental de quem subiu no palco no show do Beirut: em Bruxelas, o carinha faz exatamente a mesma coisa que fez aqui, mas lá as pessoas sobem e vão dançar quietinhas lá no fundo do palco. Sem agarrar o vocalista pelo pescoço, sem roubar microfone, sem pisar em instrumento e sem fazer mangue, tirando fotinha babaca pra botar no orkut, tipo olha-eu-no-palco-do-TCA.

http://www.youtube.com/watch?v=4rWHWtxWFOg

Ou seja: gente fina é outra coisa.

E música não é nada. Educação é tudo.

Franchico disse...

A propósito, sobre essa matéria de cobertura do PercPan de sábado, agradeço aos brôus Marcos Rodrigues e Dantinhas, que assistiram o espetáculo inteiro ao meu lado, trocando várias ideias ao longo dos shows.

Anônimo disse...

Esse Franchico só fala merda!!!!!!!!!!!!!!!!