segunda-feira, maio 11, 2009

HIGHWAY REVISITADA

Chega as livrarias versão de On The Road com o manuscrito original de Kerouac

Muito já se escreveu sobre On the road, a emblemática obra sobre a geração beatnik que revelou, além do seu autor Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William Burroughs, entre outros escritores. O amplo debate que se estabeleceu nos meios literários desde os anos 50 sobre essa rapaziada deve ganhar novo fôlego agora, com a publicação do lendário manuscrito original do livro, que chega as livrarias pela mesma L&PM que publicou pela primeira vez no Brasil a versão "clássica", ainda nos anos 80.

On The Road – O Manuscrito Original traz na íntegra o texto datilografado no famoso rolo de 37 metros de folhas de papel vegetal, que Kerouac colou umas nas outras. Turbinado pelas chamadas “bolinhas“ – e pelo próprio entusiasmo –, o rapaz escreveu o livro inteirinho em três semanas do ano de 1951, quase sem dormir.

O resultado é o texto apresentado nesta edição: 250 páginas corridas por um único parágrafo, totalmente preenchidas com a prosa febril, ágil, doce apaixonada de Jack Kerouac. A edição ainda inclui quatro ensaios de literatos estrangeiros.

Entre outras diferenças básicas com a obra editada pela editora americana Viking e só lançada em 1957, é que, aqui, Kerouac referia-se aos personagens com seus nomes reais, e não pelos pseudônimos que todos que leram o livro conhecem.

Neal Cassady – o grande companheiro de viagens de Kerouac e personagem principal do livro – aqui é mesmo Neal Cassady, e não “Dean Moriarty“. Assim, como William Burroughs, conhecido na versão editada como “Old Bull Lee“, e assim por diante.

A versão editada do livro só saiu depois de muita conversa entre o autor e os editores. Para Kerouac, só a versão integral e sem cortes traduzia suas reais intenções. Mas há controvérsias.

Excessivo – O primeiro tradutor brasileiro de On the road, o gaúcho Eduardo “Peninha“ Bueno, uma autoridade em Jack Kerouac e geração beat, concorda que o Manuscrito original – agora traduzido por Lúcia Brito – está mais próximo da idéia do autor para o livro, mas também reflete que a versão editada tem lá suas vantagens.

“Na verdade, quem coteja um texto com o outro, como eu fiz, percebe que o Manuscrito original está muito mais próximo das intenções originais de Kerouac ao fazer a obra do que aquela versão que conhecemos. Por outro lado, não sei se é porque estou envelhecendo (risos), mas o fato é que ninguém conhecia esse original. E as coisas que você não conhece viram lenda. E a lenda que ele sempre propagou é que o original era muito melhor do que que a versão editada. Mas eu me permito discordar. Pode ser a idade, mas eu concordo com os editores da Viking. Eles fizeram uma coisa mais comercial, mas no melhor sentido da palavra. A versão que a gente conhece era mais legível, mais vendável mesmo, e foi isso que ajudou o livro a ficar famoso“, reflete Bueno.

“Na verdade, eu acho que, se tivesse saído dessa forma, seria excessivo, e talvez ele não tivesse tido o alcance que teve“, acrescenta. “Por que ele não queria cortar nenhum excesso – e o livro é cheio deles. De qualquer forma, eu diria que é uma tremenda audácia editorial lançar esse Manuscrito original“, nota.

Beatífico – Na versão editada, On the road é dividido em quatro partes. Cada parte é o relato de uma viagem que Kerouac fez com seu amigo Neal Cassady pelos EUA e México (na quarta parte). No Manuscrito original, essa divisão desaparece, tornando tudo, aparentemente, uma única viagem, uma verdadeira tour de force, tanto pelo fluxo delirante de consciência do autor, bem como pela vibrante América do Norte pós-guerra, com sua paranóica política anti-comunismo e pró-consumismo.

Kerouac e seus amigos, como se sabe, eram a antítese de tudo isto. Tudo o que eles queriam era pular fora de toda aquela loucura e buscar a sua própria forma de enlouquecer, e para isso, recorriam as estradas, álcool, drogas, jazz bebop, poesia e a uma certa “atitude beat“.

Mas não beat de “batida“, mas beat de “beatífico“, uma bondade intrínseca, um dom de amar ao próximo sem precisar ser exatamente religioso. Apenas bom. Esse conceito, mais tarde, foi uma das bases da revolução de costumes da geração hippie.

“Eu acho que esta foi a grande contribuição de On the road para a liberação das mentes e espíritos, além dos méritos literários. Foi o legado comportamental do livro. Tipo, ‘agora chega‘. Eles estavam na época do macarthismo, do (presidente) Eisenhower, e foi com isso que eles disseram esse ‘chega, vai se afundar no seu petroleo‘, sabe?“, observa Eduardo Bueno.

Ainda assim, ele vê pouca relação entre a juventude de hoje, mais preocupada em possuir o celular mais moderno do mercado e a de então. Mas, como se sabe, os rebeldes sempre foram minoria.

”Em termos de comportamento, não vejo relação, mas de espírito, sim. Esse espírito rebelde de On the road veio de antes, de Herman Melville, Walt Whitman, e continuou depois, com Sam Shepard, Brett Easton Ellis e outros. Há um lado da juventude que tem essa sensação vívida. Não teria tanto sentido viver isso hoje em dia, mas a chama de rebelião eu te garanto que ‘tá viva. Vem muita garotada de 17, 18 anos me dizer que ‘o livro mudou minha vida‘. Não é uma coisa de massa ou geracional. Não tem um amplitude comportamental, mas tem o seu núcleo”, garante.

On the road - O manuscrito original
Jack Kerouac
L&PM Editores
360 p. | R$ 59
www.www.lpm-editores.com.br

44 comentários:

Franchico disse...

Nossa, que silêncio.

A propósito, atualizei o linque para o blog de Franciel, o fabuloso Ingresia, que ainda estava com o endereço antigo. Se alguém aí ainda não conhece, recomendo.

Futebol, fanfarronices, comentários sociais, tirações de sarro e o jornalismo abalizado do guru do Nordeste de Amaralina, não exatamente nesta ordem...

osvaldo disse...

Further Complications, novo de Jarvis Cocker, é bem bacana.A primeira ouvida mostra um disco bem mais roqueiro que Jarvis, disco de estreia.Vou depurar o disco, os comentarios de Cocker são sempre britanicamente acidoss.

Emmanuel Mirdad disse...

Chicão!

Entrevista quente com o gênio Mou Brasil. Ele teve a coragem de expor diversas incoerências do nosso cenário cultural.

Não perca!

Aqui, no post 12.05: www.elmirdad.blogspot.com

Link direto: www.elmirdad.blogspot.com/2009/05/podcast-k7-03-mou-brasil.html

Franchico disse...

Fala, Mirdad! Boa entrevista a do Mou. Confesso que não sou chegado na música dele, mas...

“Eu espero que a arte seja um meio de transformação das pessoas. Se não tiver este objetivo, pra mim, não tem sentido. Fazer as pessoas ficarem pulando, e irem pra casa mais bestas, não me interessa”.

Só é uma pena que sejamos todos figuras tão quixotescas, gritando contra o vento.

Emmanuel Mirdad disse...

Mas um dia o vento vira. E não será mais vento, e sim, tufão! Valeu, Chico!

osvaldo disse...

Na Folha on line:
Teste aponta superioridade do vinil
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u565034.shtml

E Mirdad, estamos esperando(e fazendo coisas enquanto isso) por mudanças na cena cultural baiana por um bom tempo.até acho existe uma tentativa de mudança por parte de algumas pessoas, tanto na area privada como na area publica. so que existe um profundo desinteresse historico(independente da epoca e do governo) da juventude baiana em cultura ,e em novidades culturais então nem se fala, terra arrasada total. deve ter sido isto que pete townsend quis dizer com teenage wasteland.

Emmanuel Mirdad disse...

O problema é que, dentro dessa "teenage wasteland" nossa, os agentes transformadores arrumam suas malas e caem fora.

Aí, os outros centros os acolhem, e assim fomentam uma cena interessante.

Chega de êxodo.

Nei Bahia disse...

Aonde meu caro?
Acorda ALICE!!!!

cebola disse...

o que posso dizer, osvaldo, sobre esse teste de vinil? A gente ja sabia, heheheee!!!!

osvaldo disse...

é isso cebleuris, nos ja sabiamos. neil young em entrevista a uma revista especializada em audio(não lembro o nome) ha uns 4 anos, falava que so com o formato dvd audio é que se tinha conseguido uma qualidade de som equivalente ou superior ao vinil. o formato do cd definitivamente não deixara saudades, pois foi ultrapassado em comodidade pelo mp3(que tem qualidade sonora inferior ao cd) e pelo blu-ray, que segundo os experts, tem qualidade superior ao vinil.não acho que o vinil acabe nunca, tem a questão tactil, da arte da capa ect, mas parece que em termos de som o blu-ray chegou para reinar . vou esperar o preço do blu-ray baixar.

Anônimo disse...

Testezinho vagabundo, esse. Dificilmente diria que vinil tem qualidade superior a CD. Existe uma distorção harmônica no vinil, nas regiões graves, que percebemos como agradável. Qualidade sonora? Não. É distorção mesmo. Além disso os graves do vinil não são tão profundos quanto o CD (não pode, senão a agulha pula).
O que acontece é que, ao mesmo tempo que tomamos cuidado em comprar um bom toca-discos e uma boa agulha para escutar nossos vinis prediletos, compramos o CD player mais vagabundo que existe. Afinal, digital é tudo igual, não? Eheheh...
A conversão digital-analógico do CD player vai fazer uma diferença brutal no som. Um bom CD vai dar, com toda a certeza (já ouvi), um som tri-dimensional, limpo e claro. Da mesma maneira que sabemos que um vinil bem feito, 180 gramas etc etc etc, num bom toca discos com uma boa agulha, vai ser muito superior a outros vinis. Resumindo, não dá pra comparar um bom toca discos a um CD player barato.
DVD-Audio, que infelizmente não pegou, tem o som melhor ainda. 24 bits, com amostragem de 96 kHz é um sonho. Mas a briga é desleal: você prefere som medíocre de graça (mp3) ou pagar pela qualidade (DVD-A)?
Não tem nada errado com o digital. Só precisamos aprender a conviver com ele, usando o melhor dele. Tenho bons aparelhos digitais (além de gravador de rolo, bom toca discos, etc) e digo que escutar um bom CD num sistema bom é foda.
Bem, tinha me prometido que não entraria nesse tipo de discussão sexo dos anjos, mas quebrei a promessa!
andré t

osvaldo disse...

pois é andre, esta é nossa cachaça.melhor que ficar discutindo futebol e religião, acho eu. não vou poder discutir com vc questões tecnicas, eu não sou maluco. mas posso falar apreciador de musica, do tipo heavy user. concordo quando vc fala de não poder se comparar os formatos usando equipamentos de qualidades diferentes. mas algo na experiencia da audição sonora do vinil quase sempre me uma satisfação maior que em cd.Alem da art work( um dos fatores fundamentais da popularizção da music pop nos 60 e 70), o som parece mais equilibrado, mais cheio, mais organico. o que estou falando não tem nada de tecnico, vc podera desmontar isso com argumentos tecnicos, estou argumentando como fã e heavy user de musica.e invoco testemunho do velho young, notorio detalhista na questão sonora do seus discos.vou procurar a tal entrevista dele , acho que guardei em casa, dada a convicção e alguns argumentos tecnicos que ele usa.

Anônimo disse...

andré t está certo e brama também
,mas assistam o vídeo em:

http://bodisatva.com.br/trailer-oficial-do-documentario-tulku/

incrúvel o Lama tibetano Tulku Rinpoche é a minha cara...ou ele é eu ou eu sou ele...
abraços
cláudio

Anônimo disse...

Brama, veja bem, no vinil existe uma distorção que percebemos como agradável, principalmente para o rock. Vinil para escutar música clássica é uma escolha pobre, por exemplo.
Veja o exemplo de outra mídia analógica que está desaparecendo (não como o vinil, que experimenta uma volta), a fita. Sou entusiasta da fita, tenho gravador de 1/4, nunca tive de 2 polegadas (cada fita custa 300 dolares, se você encontrar), mas sou velho o suficiente para já ter gravado bastante coisa em 24 canais, 2 polegadas. Adoro o som, apesar de saber que aquilo não representa a realidade. Todo mundo que já gravou com um sistema desses sabe que o que você está ouvindo na mesa enviando para a fita não será a mesma coisa quando voltar dela. Existe algo chamado head bump, que toda cabeça de gravação anlógica dá, um grave a mais além da atenuação das frequencias altas. Isso é agradável para algumas coisas, mas definitivamente não é a reprodução da realidade. Melhor que o digital? Não diria. Diria que, se você está procurando aquele tipo de resposta, vá em frente. O bom digital te dá exatamente aquilo o que você enviou para ele, seja bom ou ruim.
Com o vinil a situação é ainda mais dramática, pois ele distorce ainda mais o som.
Dito isso tudo, continuo ouvindo e amando meus LPs. Só acredito que é ignorância e tecnofobia dizer que o vinil é superior porque é, e ponto final. Um pouco de audição discriminada e sem preconceitos faria bem a muita gente.
andré t

Franchico disse...

Interrompemos mais este instigante debate promovido pelo seu blog Rock Loco para uma breve pausa comercial.
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Unknown disse...

ouvi Grand Funk Railroad em vinil é demais, mas em cd requalizado e remasterizado é sensacional!
andré t para ministra das ciências e tecnologia urgnete!
cláudio

Unknown disse...

reequalizado, corrigindo
é isso?!

por que david bowie não conseguiu melhorar o som da gravação do show da tour serious moonlight?
em vhs era horrível e em dvd normal continua péssimo...no dvd versão redigitalizada continua abaixo da média...
será que foi erro de captação da mesa ou som de audio do show era ruim mesmo?
andré t responde...
cláudio

Unknown disse...

ministro, corrigindo
hj estou com mal de parkison subjetivo...não consigo acertar as teclas direito
cláudio

Unknown disse...

urgente, corrigindo
hehehehe
cláudio

glauberovsky disse...

descobri nos últimos anos o prazer dos vinyl rips [quando a galera ripa do vinyl]. mp3 com um pouco do chiado de vinyl é o regozijo da bahia! quando quero maior qualidade em arquivo digital, FLAC.
GLAUBER

Franchico disse...

Esc, você é meu ídolo!

cebola disse...

nunca ouvi um cd que tivesse a qualidade de reprodução do meu vinil do exile on main street, isso é phato! pronto.

cebola disse...

nunca, jamais, claro, duvidando do conhecimento e capacidade de mr. T. Mas não posso duvidar tampouco dos meus ouvidos. É isso.

cebola disse...

The eternal, novo do sonic youth. Bom pra porra! Não paro de ouvir!

Marcos Rodrigues disse...

Enquanto vcs tão ai morrendo de saudades do vinil até o Weezer ta' fazendo cover do MGMT (queemmmm!!!) E agora sem guitcharria :)

http://clashcityrockers.blogspot.com/

glauberovsky disse...

tô ouvindo muito um cara [acho que é de sampa] chamado "pélico". compõe muito bem, o sujeito. "completo[a]", "fulano" e "e daí" são excelentes. já ouviram?
GLAUBER

cebola disse...

não se pode ter saudade de algo que não foi embora, mr. Mr.
e uma coisa não exclui a outra ( gostar de vinil x ouvir novíssimas novidades do momento ).

cebola disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
cebola disse...

a propósito, weezer também lança seus albuns em vivnil, ói:

http://www.insound.com/search/query/weezer&fmt=2/

Anônimo disse...

weeezer já era. tem de apelar mesmo para fazer suceso

Anônimo disse...

Cara, não sei quanto ao disco do Rolling Stones, pois não me sinto abalizado para analizar a discografia deles. Como Beatlemaníaco (sem querer começar uma disputa), sei que o que temos em CD deles é uma masterização horrenda. No meio pro final dos anos 80, a EMI descobriu que poderia ganhar muito dinheiro vendendo os discos todos dos Beatles novamente em CD. Fizeram uma masterização paupérrima, com uma transferência terrível das fitas originais e lançaram. Em alguns casos acontece até o pior, pois alguns nem se deram ao trabalho de remasterizar para CD. O que acontece é que na masterização para o vinil se faz uma equalização corretiva, bastante pesada, para corrigir os defeitos da mídia. Quando se transfere essa equalização para o CD é simplesmente horrível.
Sei que em setembro comprarei todos os discos dos Beatles novamente, remasterizados em alta qualidade (espero que façam um bom trabalho). Sei que as fitas master deles tem muito mais som do que estamos acostumados a ouvir. Goste ou não, Let It Be Naked (que foi mais do que remasterizado, foi inteiramente remixado) tem um som que deixa 90% das gravações de hoje em dia passarem vexame...
Abraços,
andré t

cebola disse...

sisi, o naked é phodah mesmo...E o remaster em hdcd ( é isso mesmo? ) do beggar´s banket e do let it bleed dos stones q tenho tb são de outro mundo, mas acho que no fim das contas uma excelente remast e um excelente vinil 180 gr não ficam devendo nada um ao outro...com as vantagens do vinil ( arte geral ), fico c o segundo. Mas em setembro estarei colado nesta reforma de prateleira beatle ai...afinal, quem poderia resistir, sendo fã?

cebola disse...

agora, se pessoas tão "abalizadas" como musicos, audiófilos, técnicos, etc, vivem por ai mundo afora argumentando de varias formas que preferem o vinil, acho que a afirmação de que isto seria "ignorância" ou "tecnofobia" seria uma tanto exagerado, não? E estas afirmações não são em termos "é melhor e pronto" não. Não mesmo.

Anônimo disse...

Sem querer começar outra discussão, mas estou falando de ciência, não de achismo.
O fato é que a maioria das pessoas ainda não ouviu bom digital, e a distorção do vinil é agradável, até um certo ponto.
Abraços a todos,
andré t

cebola disse...

e eu estou falando de musica, não de ciencias exatas, e toda a carga de relatividades e subjetivismos que isto envolve. O que possa parecer "achismo" para uns, são opiniões baseadas em fatos e conceitos ( estes nem sempre mensuráveis objetivamente ) PARA OUTROS.

Anônimo disse...

Mudando de assunto, o mercado e a palavra de audiofilos não deve ser respeitado. Os caras vendem cabos de AC de 2 mil dolares para idiotas que acham que o som vai melhorar assim. Toca discos de 40 mil dolares, etc... Isso é achismo, não é ciência. Achismo também é confundir qualidade (ou realidade) de reprodução com algo que nos é agradável.
No estúdio tenho pre-amplificadores Neve que são maravilhosos (usados por todo mundo), mas dificilmente diria que reproduzem exatamente o que o microfone manda. Eles transformam o som de uma maneira que me agrada (e muito). Estou gravando um disco de piano acústico, com um Steinway alemão de cauda inteira, e não uso os Neve para isso. Uso outros prés que são mais fiéis.
Isso é o mesmo caso do vinil, que é tudo (quente, agradável, rock, distorcido, insira sua definição aqui) menos fiel a gravação original.
Abraços,
andré t

cebola disse...

mantendo o assunto...me parece que agora você esta entendendo o meu ponto de vista, mais do que contradizendo, talvez. Existem fatores subjetivos E objetivos nessa análise, e o peso que se da a cada um deles revela mais sobre quem avalia do que sobre o que é avaliado. Sobre os tais dos idiotas, sim existem, assim como em qualquer ramo de atividade seja cultural ou científico...Charlatões existem aos montes por ai, aproveitando-se da crendice alheia. Continuo, porém, não acreditando na alegada estupidez e/ou ignorancia que teria acometido musicos, tecnicos e, sim, audiófilos não idiotas, quando o tema é a qualidade do vinil, sua qualidade intrínseca. Mas ainda assim, entendo perfeitamente seu ponto de vista. E ainda acho q com o que vc disse aí agora, me parece que, mesmo sem querer, vc entende o meu.

cebola disse...

Poréééémm...Alem dos beatles remasters, certamente morrerei em montes de caraminguás com a reedição remaster de todos, eu disse TODOS os stones de 71 em diante!!! Devem ficar uma belezura...o do exile vem em edição especial no fim do ano...e sim, acredito até na possibilidade de seu som superar a porra toda ja ouvida antes...ouvir pra crer...

Anônimo disse...

Só digo, e repito, que é achismo dizer que vinil é necessariamente melhor que CD.
Abraços,
andré t

cebola disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
cebola disse...

"necessariamente" não. Adoro alguns remasters que tenho, comprarei outros que vão surgir, como ja disse. O que insisto é que não é apenas "achismo" considerar melhor ( subjetivo ) o som do vinil em detrimento ao cd. Ambos possuem vantagens e desvantagens um em relação ao outro. O peso que se da à cada uma delas é que define o que vc prefere.

Anônimo disse...

kid vinil disse no blog dele
Que nada! Animal Collective, Grizzly Bear ou Dirty Projectors, discos do ano? Isso é piada do Pitchfork.

glauberovsky disse...

http://rainymusic.blogspot.com/2009/05/jayhawks-rainy-day-music-bonus-cd.html

GLAUBER

Anônimo disse...

Atrasadamente queria comentar que as caixas de som das antigas também são diferentes, e independente de estar certo Cebola ou André t (acho que os tem razão nesta)as caixas também vão influenciar naquele som que nos é agradável aos ouvidos.
Mario