Cicatrizes de lembrança
Sete brasileiros de aparência exótica rodando numa van pela Europa: é claro que isso rendeu muita história para contar. Relato de viagem, Guitarra e ossos quebrados pega o leitor pela mão e o leva para uma tresloucada turnê de duas bandas punk pelo Velho Mundo: a Leptospirose, de Bragança Paulista, e o Conjunto de Música Rock Merda (ou, simplesmente, Merda), de Vila Velha (ES). Como se poderia imaginar, o texto é coloquial, direto, leve e muito divertido, fazendo o leitor se sentir praticamente parte da turma. Tocando, dormindo e convivendo em squats (casas abandonadas que são invadidas por punks e transformadas em centros culturais) e porões europeus, o grupo passou por poucas e boas. E outras, porém, não tão boas. Depois de tocar na Polônia, já próximo à fronteira da República Checa, a van dos rapazes bateu no fundo de um caminhão, no meio da neblina e do frio intenso. Para saber o resto, só lendo o livro.
Guitarra e ossos quebrados
Quique Brown
Läjä Records
140 p. | R$ 15
www.laja.com.br
Para crianças dos 8 aos 80
Criada em 1935 pela cartunista Marjorie Henderson Buell, conhecida como Marge, Luluzinha, a esperta garotinha de cabelos cacheados e vestido vermelho, foi um grande sucesso editorial não apenas nos Estados Unidos, mas também no Brasil, onde foi dona de uma revista publicada durante quase três décadas pela Editora Abril. Relegada ao limbo durante a década de 90, foi recentemente resgatada pela editora americana Dark Horse em coletâneas em preto & branco, publicadas com sucesso no mercado nacional pela Devir. O sexto volume, Uma dupla do barulho, acaba de chegar às livrarias, e se concentra nas histórias em que Lulu contracenava com seu mais constante parceiro, o mimado Bolinha França, em histórias que perigam dar dor de barriga no leitor, de tanto rir. Apesar de ter sido criada por Marge, a fase áurea da personagem foi mesmo com a dupla John Stanley (roteiros e lápis) e Irving Tripp (arte-final), fase esta publicada neste álbum. Riso certo.
Luluzinha Vol. 6: Uma dupla do barulho
Stanley / Tripp
Devir
104 p. | R$ 23
www.devir.com.br
Poeta romântico em discurso atual
Um dos mais significativos nomes da literatura romântica, o poeta Percy Shelley (1792-1822) tem sua mais importante obra em prosa publicada no Brasil em edição bilíngüe. Com 10 ensaios, Uma defesa da poesia é uma amostra da genial pena do autor em toda a sua beleza e intelecto. Em A necessidade do ateísmo, Shelley mete o pé na porta da igreja: “É apenas pelo boato (o rumor, passado de geração a geração) que povos inteiros adoram o Deus de seus pais e pregadores. (...) Mas por que seus pais caíam de joelhos? Porque, em tempos primitivos, seus legisladores fizeram disso o seu dever“. Como se vê, seu discurso ainda é atual.
Uma defesa da poesia e outros ensaios
Percy Shelley
Landmark
R$ 24,50
www.editoralandmark.com.br
Rock clássico de Santa Catarina
Se é verdade que Sergipe está para a Bahia assim como o Espírito Santo está para o Rio de Janeiro, talvez Santa Catarina esteja, da mesma forma, para o Rio Grande do Sul. Por que o trio catarinense Lenzi Brothers apenas confirma o dito com seu rock extremamente gaúcho – descontado o humor que costuma caracterizar o rock dos pampas, ausente aqui. De qualquer modo, é bom saber que o aprazível estado de Santa Catarina conta com uma banda do quilate da LB: rock clássico na veia, sem medo de plugar a guitarra no talo.
Trio
Lenzi Brothers
Cambuca Discos
R$ 5
lenzibrothers.com.br
A maldição do segundo álbum
A banda britânica Guillemots, que conta com um brasileiro conhecido como Lorde Magrão na guitarra, causou frissom na crítica ao lançar seu primeiro CD, Through the Windowpane, dois anos atrás. No temerário segundo disco, auto-intitulado, não conseguiram manter a elevada moral com a volúvel imprensa inglesa. Motivo: o pop frouxo que a banda apresenta durante quase todo o álbum, é, de fato, pra lá de sem graça. Salvam-se o rock gritado de Get Over It e a estranheza pop de Cockateels. Quem sabe no 3º CD...
Guillemots
Guillemots
Universal
R$ 29,90
www.guillemots.com
Electronica da boa para ouvir e dançar
A música eletrônica do grupo 3 Cold Men, formado por Franck Lopez (voz, guitarra e baixo), Alex Twin e Maurizio Bonito (teclados e programações) não chega a trazer de nada de novo, mas retrabalha muito bem diversos estilos que marcaram a história do gênero. A principal influência, bastante óbvia ao longo de todo o álbum, é o básico grupo alemão Kraftwerk, o que já conta muitos pontos positivos e demonstra o conhecimento de causa dos seus integrantes. Fria nos timbres e batidas, mas quente no clima que gera na pista de dança, Photogramm ainda remete à representações como Depeche Mode, Human League e Aphex Twin, mas sem perder a personalidade.
Photogramm
3 Cold Men
Lado Z / Wave
Preço indefinido
www.3coldmen.com
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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Y: O Último Homem este mês nas bancas
A revista Pixel Media Magazine número 16, do mês de julho, traz a estréia de uma série há muito esperada pelos fãs do selo Vertigo / DC. Trata-se de Y: O Último Homem, de Brian K. Vaughan e Pia Guerra. Na série, um evento inexplicável faz com que todos os machos da Terra morram, menos um rapaz, Yorick Brown, e seu macaquinho, Ampersand. Misturando ficção científica, conspirações, crítica social, aventura e humor, Y: O Último Homem foi super premiada e está sendo adaptada para o cinema. O sucesso da série foi tanto que seu autor, Brian K. Vaughan foi fisgado por Hollywood, assinando roteiros para a série Lost e outros filmes no cinema.
MTV quer um novo Rocky Horror Show
A matriz americana da MTV e a Fox Television Studios pretendem realizar um remake do clássico filme musical cult de 1975, Rocky Horror Picture Show, informou a revista Variety na quarta-feira. A empreitada terá a frente o produtor do original, Lou Adler. A nova versão conterá novas canções especialmente compostas pera o filme. Elenco e cronograma ainda não foram definidos, mas Adler pretende marcar a estréia já para o Halloween de 2009. RHPS já rendeu, só nos cinemas dos EUA, US$ 140 milhões desde 1975 , já que o filme nunca saiu de cartaz das sessões de meia-noite, freqüentadas por fãs vestidos como os personagens do filme.
The Original Brazilian Pebbles - Vol. 1 (1965-1969) tá todinho em MP3 pra baixar no http://musicasocial.blogspot.com/, inclusive Os Minos, banda baiana de Pepeu Gomes, Didi Gomes e Leif Erickson. O compacto deles, raríssimo, só Zezão - que eu conheça - tem. Lembra Monkees.
Aos surfistas da buena onda:
Irdeb lança editais para longa e curta
O Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia e a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia lançaram ontem, no Diário Oficial, edital de apoio à produção de longa-metragem, que vai contemplar o vencedor com um prêmio de R$ 1,2
milhão para realização de um filme inédito de ficção de no
mínimo, 80 minutos de duração. O período de inscrições vai até 9 de setembro. Já hoje, foi a vez do edital de apoio à produção de curta-metragem, com dois prêmios (de R$ 100 mil cada) para a realização de dois filmes. Os editais e formulários de inscrição estão disponíveis nos sites www.irdeb.ba.gov.br e www.cultura.ba.gov.br.
mudando de p pra c: Sinto-me melancólico hoje ao saber da morte de um cara do qual sou fã total. Jose Augusto, Crítico de cinema com esse c maiúsculo aí mesmo. Cresci lendo suas críticas, seus comentários, suas diatibres...Ás vezes me chateava, as vezes adorava, as vezes ria, as vezes ...mas indiferente, eu nunca ficava não. Lá se foi um dos últimos de uma espécie. Espero ter sobrado alguém por aí...Que não só conheça tudo de cinema, mas que exponha a alma ao demonstrar isso. By, José Augusto, e valeu por ter me ensinado o que é esta paixão.
Chicvs, nem sei se aqui é o lugar certo pra isso, mas é onde sempre vejo meus amigos zanzando, daí queria deixar meu registro, falou?
Cebola, só em sua homanegem, vou postar o obituário que fiz e saiu ontem no periódico da Av. Tancredo Neves sobre o polêmico Berbert. Pessoalmente, não curtia o trabalho dele e achava deplorável sua homofobia, mas não tinha nada contra a pessoa em si, de quem muitos gostavam - inclusive meu mestre André Setaro, que fez uma defesa veemente do falecido na matéria. O que Berbert foi para vc, Setaro foi para mim e Berbert foi para Setaro: aquela pessoa que desperta a sensibilidade de outrem (toma, raça de sacrista, um "outrem" na caixa dos catarro - Franciel, cadê vc, meu nego?) para a importância do cinema.
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