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A má notícia é que, ao contrário de todas as outras seis capitais onde ele apresentará o espetáculo Sinatra By Sinatra, em Salvador o show se dará em um evento acessível apenas para convidados, na próxima terça-feira (29), no Teatro Castro Alves.
A cortesia é de um grupo imobiliário paulista, o JHSF. Melhor sorte teve Manaus, onde o show acontece dois dias antes: gratuito, em um palco armado em frente ao centenário Teatro Amazonas.
De qualquer forma, Sinatra Jr. vem aí, com sua orquestra de 15 membros – e Gal Costa também. A baiana cantará Garota de Ipanema em dueto com o herdeiro d‘A Voz, numa homenagem à clássica parceria entre Sinatra e Tom Jobim, nos anos 1960. Ontem mesmo, Gal viajou para São Paulo, a fim de conhecer o cantor e ensaiar.
Mas, segundo o próprio Júnior, o momento bossa nova do show não vai ficar só nisso. “Não será apenas um momento. Eu vou cantar um segmento com clássicos da bossa nas suas versões em inglês: Corcovado, Dindi e outras“, adiantou Sinatra Jr., em entrevista exclusiva por telefone, direto de sua residência em Los Angeles.
Ainda no repertório, clássicos como New York, New York, Strangers in The Night, Night and Day e My Way, entre outras.
Educadíssimo, amistoso e dono de uma dicção clara e pausada, Sinatra Jr., apesar de um tanto lacônico nas suas respostas, não se furtou de responder às perguntas que lhe foram feitas.
“Quando eu era mais jovem, isso (o fato de ser filho de um ícone do show business) me incomodava um pouco, claro. Mas hoje, quando já estou com sessenta e tantos, não faz mais a menor diferença“, comentou.
Não deve ter sido nada fácil, mesmo. Em 8 de dezembro de 1963, aos 19 anos, ele foi sequestrado por Barry Keenan, ex-colega de Nancy, sua irmã. Foram exigidos US$ 240 mil de resgate. O rapaz foi libertado dois dias depois e os sequestradores foram presos. O episódio virou um filme para a TV, Kidnapped: Frank Sinatra Jr.
Condutor – Filho de Sinatra com sua primeira esposa, Nancy Barbato, Franklin Wayne Emmanuel Sinatra começou a estudar música ainda criança, aprendendo rapidamente a tocar piano. Cursou condução & regência na University of South California, mas não chegou a se graduar. Logo começou a reger corais e pequenas orquestras assim mesmo.
Ainda na juventude, recebeu convites para se tornar cantor de rock, mas declinou, dizendo que “jamais trocaria o smoking por uma jaqueta de couro“.
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Talvez suas memórias infantis mais queridas sejam das visitas dos amigos famosos de Sinatra, o grupo conhecido como Rat Pack: Dean Martin, Sammy Davis Jr. e Peter Lawford. “Eles iam muito lá em casa e eram engraçadíssimos, igualzinho aos filmes“, lembra.
Infelizmente, Sinatra Jr. nunca fez sucesso como Nancy, ainda hoje uma figura hypada. Nos anos 60, ela fez história com These Boots Are Made for Walking, canção de sucesso contra a guerra no Vietnã. Em 2004, lançou um CD auto-intitulado, com covers de Morrissey, Pulp e U2. “Claro que acompanho o trabalho da Nancy, eu adoro!“, disse o irmão, orgulhoso.
Simpático, Sinatra Jr. se disse ansioso para conhecer a Bahia, ”que é muito famosa no mundo inteiro. Todo mundo ouve falar maravilhas daí”, contou, lisonjeiro.