Ricardo Cury, baterista e escritor, lança hoje seu primeiro livro hoje, na Galeria do Livro (Boulevard 161).
Tudo o que alguém poderia querer saber sobre o underground rocker baiano dos anos 90 para cá está em Para colorir, o primeiro livro de crônicas do jovem músico (baterista) e agora escritor Ricardo Cury (em foto de Lubisco, ao lado), que será lançado hoje na Galeria do Livro.
Com passagens por várias bandas da cidade como brincando de deus, Jupiterscope, Dinky-Dau e Zecacurydamm (atual Formidável Família Musical), Cury amealhou experiências malucas o bastante para revelar nas páginas do seu livro as frouxas engrenagens que fazem o rock local rolar: os encontros fortuitos que rendem novas bandas, os shows em botecos vazios, as viagens para tocar em outros estados sem um tostão no bolso.
Poderia ser tedioso, poderia ser trágico, mas, no texto sintético, leve e bem-humorado do rapaz, o que fica mesmo são duas sensações: a ternura que ele sente por todos os perrengues que já viveu ao lado dos amigos e o humor delicado que ele consegue extrair dessas situações.
Típico rebento da geração blogueira de novos escritores, Cury recheia seu texto com uma infinidade de referências da cultura pop, especialmente da música. Para cada canção citada no texto, há uma nota de rodapé correspondente, com a capinha do disco em que ela se encontra, autores, ano de lançamento etc.
Um trabalho dos diabos, mas que enriqueceu muito a bem-cuidada edição do livro, que também conta com as ilustrações criativas do espanhol (residente em Salvador) Ricard Sans.
"O livro é uma compilação de crônicas do blog (ricardocury.blogspot.com), além de oito inéditas. Porém, no blog, os textos foram escritos sem ordem, onde um texto não tem nada a ver, necessariamente, com o texto seguinte. Para o livro, eu coloquei os textos numa ordem que faz com que elas contem uma história, mesmo os textos sendo independentes uns dos outros", explica o autor.
Tudo começa quando ele ganha sua primeira bateria, aos 14 anos, e termina quando sai da sua última banda, a Zecacurydamm. "Depois dessa última banda foi que resolvi escrever o livro", revela.
Apesar de ser permeado pela experiência de ser músico independente e do rock, Para colorir não se resume à um mero compêndio de memórias de shows e viagens. "Em paralelo, tem também textos que falam de coisas adjacentes a esse universo, como a natação - fiz a travessia Mar Grande-Salvador -, futebol, as minhas viagens pela Europa e Chapada Diamantina, conversas com amigos, trabalhos e meus encontros com Caetano Veloso, Chico Buarque e Armandinho. Sempre com a música dando a tônica da coisa toda", conta.
O encontro com Caetano Veloso em um vôo Salvador-Recife, aliás, é um dos textos mais curiosos do livro. Abordado por Cury na cara dura, o bardo de Santo Amaro não se fez de rogado e passou a viagem inteirinha conversando com o rapaz - para espanto de todos os outros passageiros.
"O cara do lado ficava cada vez mais abismado. Às vezes, o silêncio imperava e eu sentia com se o avião todo estivesse esperando minha próxima pergunta. Pressão da porra", escreve, no texto Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu.
Em tempo: o livro também está sendo vendido pessoalmente, com entrega em domicilio, pelo email paracolorir@gmail.com
Para colorir
Lançamento do livro de Ricardo Cury
Hoje, 18 horas
Galeria do Livro | Boulevard 161, R. Anísio Teixeira, loja 17, Itaigara (3353- 0051)
http://ricardocury.blogspot.com
Entrada gratuita
Livro: R$ 27 no lançamento, R$ 30 depois.
4 comentários:
Porra, caralho, não tô conseguindo postar imagem na banana do blog, putaqueopariu, merda!
Cury, vou fazer um mea-culpa público com vc. Gostaria de ter feito uma matéria bem maior, mais detalhada, com entrevista e o escambau, mas o espaço que rolou no periódico da Av. Tancredo Neves foi bem menor do que o que eu gostaria - fora a correria que é preparar outras matérias em paralelo. Sabe como é, a gente escreve uma matéria já pensando na próxima. Correria da porra. Falo isso porque fiquei até com vergonha da minha matéria quando li a de Dóris, no periódico de São Lázaro. É isso, velhinho, espero que, de qualquer forma, vc - e os leitores, seus e do jornal - tenham gostado....
Luciano el Cabong Matos noticia e a gente se junta a ele na alegria por Morotó Slim, nosso guitar hero da Retrofoguetes, que ganhou o Troféu Dodô & Osmar como melhor instrumentista do Carnaval baiano.
Foooda, Morotó! Merecidíssima a premiação, que vem jogar um pouco de verdade nesse carnaval de mentirinha pra turista bundão.
Link para a notícia no blog de Luciano:
http://www.nemo.com.br/elcabong/?p=561#respond
que sirva para incentivar a musica de trio eletrico que rolava antes do axé. morota é genio da raça.
Barack Obama tá usando até diálogos extraídos de Sandman, a revista escrita por Neil Gaiman, como peça de propaganda contra sua adversária Hillary Clinton.
http://www.universohq.com/quadrinhos/2008/n03032008_09.cfm
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