Mais uma listinha, aquela bobagem tipo alta fidelidade que a gente adora odiar.Fazer o que? A veterana(e ainda veneranda) revista americana Rolling Stone publicou na sua edição de 21/04 uma lista dos 100 maiores artistas do rock all-time, que a revista chama de imortais. Os artistas foram escolhidos por musicos, figuras da industria fonografica, e jornalistas do calibre de Bo Diddley, Dr. John, Slash, Bruce Springsteen, The Edge, Keith Richards, Moby, Chuck D, Pete Townsend, Lenny Kaye,Greil Marcus, David Fricke, Rick Rubin, entre varios e varios outros notaveis. Depois os "eleitos" ganham artigos de gente como David Bowie, Buddy Guy, Elvis Costello, saudando os seus.
Os vinte primeiros da lista em ordem crescente:
20- Bo Diddley
19-Velvet Underground
18-Marvin Gaye
17-Muddy Waters
16-Sam Cooke
15-Stevie Wonder
14-Led Zeppelin
13-Buddy Holly
12-Beeach Boys
11-Bob Marley
10-Ray Charles
9-Aretha Franklin
8-Little Richard
7-James Brown
6-Jimi Hendrix
5-Chuck Berry
4-Rolling Stones
3-Elvis Presley
2-Bob Dylan
1-Beatles
Tambem na lista: Ramones(26), Nirvana(27), The Who( 29), Clash(30), Neil Young(34), David Bowie(39), Public Enemy(44). Ainda na lista, depois do # 50: Sex Pistols,Kinks,Stooges, Radiohead, Cream, Frank Zappa, Black Sabbath.Pra ver a lista toda www.rollingstone.com
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
quinta-feira, abril 28, 2005
segunda-feira, abril 25, 2005
EU QUERO UMA FESTA ROCKLOQUISTA!
Mais uma semana sem posts no Rock Loco. Mas desta vez até que foi bom. Menino, que coisa bonita de se ver essa discussão de alto nível (99%, vá) que rolou semana passada a propósito do desdobramento do show do Placebo / Claro que é rock, tanto aqui, quanto no blog brother Clash City Rockers. Obrigado a todos os que participaram - dando pitacos, reclamando, duvidando, abrindo o jogo. Na verdade, mais do que os nossos (embasados, trabalhados, rebuscados, geniais e modestos) textos, o que faz um blog ser realmente bacana é a resposta de quem acessa, a reação, a discussão, o livre trânsito de idéias. Quando essa resposta é pra valer, interessada, séria (mesmo que engraçadinha), aí é que a coisa fica REALMENTE bacana e todo mundo cresce um pouquinho com isso. E ninguém precisou xingar ninguém, não ficou aquela baixaria que rolava no blog de Big (ainda que TODOS NÓS nos divertíssemos que só a porra naquela bagunça). Surpreendente. (Meu Deus! Alerta vermelho! Isso pode ser um sinal de maturidade.) ?Brigado, galera.
(Um dia eu ainda vou descobrir por que uso tantos parênteses. Que coisa. Tem gente que, quando é muito indecisa, arredia, é chamada de reticente. O que sou eu, então? Parentesente? Parentesíaco? Parentesista? Caralho! Eu ainda não fui classificado pela Ciência! Chama o Ibama! O Globo Rural! Façam alguma coisa!)
Puta que pariu, num sei como vcs agüentam meus delírios. Pô, se não fosse vcs... Opa, peraí. Galera? Alô? Pessoal? Cadê vcs?
Isso é que dá ficar domingo em casa de bobeira. Sozinho e delirando. A coisa toda parece um filme de terror vagabundo. Abro minha latinha, vazia. Ligo a TV, tem um cara imitando o Cid Moreira no Faustão. O susto é tão grande que decido mover minhas nádegas chuladas e escrever alguma merda pro Rock Loco, afinal, faz uma semana que não postamos nada novo lá.
Então segure na caixa dos peitos, que eu vou chutar. Tome-lhe cultura pop. E vou logo avisando: tô inspirado. Digo, com saco. E espero que vocês também. Então, esse post vai ser gigante, mesmo. O maior que já coloquei aqui. Or not. Louvemos todos ao tédio do domingo.
HELTER SKELTER - É o nome de um filme feito pela WBTV sobre a trajetória de Charles Manson (que muita gente insiste em chamar de Mason), ídolo de Axl Rose e outros vira-latas doentes do rock americano. Chegou nas locadoras da cidade há poucos dias, é longo (tem mais de 2 horas), bem feito, e bastante abrangente. O homem que ordenou o assassinato da belíssima Sharon Tate, esposa de Roman Polanski, então grávida de oitos meses, mais não sei quantas pessoas de forma brutal e covarde, virou um mito do lado obscuro da América. Muitos personagens que cruzaram seu caminho naquela época são retratados no filme, como o Beach Boy Dennis Wilson, o produtor Terry Melcher e o próprio Polanski. Uma rara oportunidade para vislumbrar uma interpretação bem aproximada de como viviam Manson e seus seguidores numa comunidade hippie bizarra em Los Angeles. A histórica noite em que quatro de seus seguidores mais fiéis invadiram a mansão do cineasta de A Dança dos Vampiros, e barbarizaram com todo mundo lá dentro (numa verdadeira orgia de sangue, como diriam as manchetes), é reconstituída em inquietantes detalhes. A hilariante interpretação de Manson das letras dos Beatles também é bem abordada. O cara achava (ou dizia achar aos seus seguidores) que todas as letras dos Beatles eram mensagens especialmente enviadas à ele, daí o título do filme, nome de uma das faixas mais loucas do Álbum Branco. O rapaz (sei lá o nome do cara) que faz Manson no filme treinou para fazer o papel por uns dois ou três anos antes, por que era para um filme para o cinema, que naufragou no chamado inferno do desenvolvimento. Um produtor de TV mais esperto viu o cara pronto para interpretar um dos personagens mais controvertidos das últimas décadas e não teve dúvidas: tratou de produzir o filme para a televisão, mesmo. É interessante notar que a história de Manson no filme bate direitinho com a que está contada no site www.crimelibrary.com, inestimável manancial de informações sobre os mais cruéis, insanos, ousados e miseravões mestres das finas artes do assassinato, roubo, espionagem, chantagem, formação de quadrilha (né de São João não, estúpido!) e outras belas atividades desenvolvidas pelo que há de pior no espírito humano. Assista ao filme e descubra como Manson ajudou a enterrar os sonhos hippies de paz-e-amor-bicho, gerando a longa noite americana de ressaca pós-contracultural que se estendeu até a explosão punk em meados dos anos 70.
É UM PÁSSARO! - E aí, já viram o Superman novo? Se ainda não, busca lá no Omelete. Brandon Routh coube direitinho na roupa do Super Homem, hein?!? Bacana como eles deram um ar retrô bem anos 50 na vestimenta do Azulão, ao invés de partirem pra uma coisa modernosa. Meu maior medo era tirarem a cueca vermelha por cima da calça colante azul. Aí não seria mais Super Homem. Impressionante também como o cara se parece com o Christopher Reeve. Se dissessem que era filho, eu acreditava. A Marvel ficou, digamos, passada quando a Warner roubou o diretor da franquia X-Men, Bryan Singer, para assumir o projeto do quinto filme do Super, Superman returns. Mas agora já era. A Marvel já se arranjou com um outro diretor aí pra X-Men 3, e visto que eles parecem ter aprendido a lição de como fazer filmes decentes de super heróis, foi até bom o Singer ter se bandeado para a Distinta Concorrente, como Stan Lee costumava chamar a DC Comics. Superman Returns estréia em 2006 e ainda conta com Kevin Spacey como Lex Luthor, entre outras figuras mais ou menos famosas no elenco. Aguardemos.
É UM MORCEGO! - Até por que 2005 é o ano do morcego. Batman Begins estréia já, já. Confesso que nem tô levando tanta fé assim pelo material de divulgação, até agora. Mas se Cristopher Nolan ainda está por nos decepcionar, afinal seus dois únicos longas até agora, Amnésia e Insônia, foram ótimos filmes, esperemos que não seja com nosso Cavaleiro das Trevas preferido que o homem vá cagar goma. De uma coisa a gente pode ter certeza: nada pode ser pior que Batman Forever (1995) e Batman & Robin (1997), os dois últimos filmes da franquia, dirigidos por Joel Schumacher, que quando morrer vai para o Hades arder em chamas durante mil eternidades por crimes cometidos contra... contra... contra os nerds. Hunf.
É UM LOBO! - Lobo Solitário, talvez o melhor mangá de todos os tempos, está de volta às bancas após mais de uma década longe do leitor brasileiro. E voltou em uma volumosa e bela edição da Panini Comics. A obra prima de Kazuo Koike e Goseki Kojima é leitura obrigatória para todos que amam os quadrinhos em sua forma mais pura, bela e simples (nunca simplória). O preço é mei salgado, uns doze contos, mas vale cada centavo. Falar mais é chover no molhado.
É UMA ANTA! - Quem? Ninguém ? no momento ? é que eu tinha que arrumar uma saída pra essa série zoológica de intertítulos. Aproveita que eu tô calmo. Sem mais, passemos ao próximo...
MENINO JARMUSCH É DANADO, MESMO - O mestre do filme bom e barato ataca ? e acerta ? de novo. Sobre café e cigarros (Coffee and cigarretes) é uma deliciosa seqüência de onze filminhos em p&b com diversas figuras loucas como Iggy Pop, Tom Waits, os irmãos Jack e Meg White, Cate Blanchett, Bill Murray, RZA, GZA, Roberto Benigni e mais uma pá de gente que não lembro agora, sempre interpretando a si mesmos. Quase sempre os diálogos giram sobre os vícios do título e em muitos deles, as falas se repetem ou se cruzam, fazendo um belíssimo quadro geral. Taí, tô pra ver: tirante Ghost dog, com Forest Whitaker, Jarmusch não tem nenhum filme menos que muito bom. Tomara que não dêem (muito) dinheiro nunca para esse cara. Ele não precisa disso pra fazer um bom filme. Essa semana, se não me engano, está em cartaz na Sala de Arte Baiano de Tênis. Se ainda não viu, mexa essa bunda flácida da cadeira e faça-o essa semana, que é bala.
A VOLTA DA BIZZ - A revista que mudou sua vida está de volta?, estampa o selinho na capa da edição especial As 100 maiores capas de todos os tempos da revista Bizz. Ainda não é o ideal, mas parece que a Bizz ? por enquanto, espero ? só volta assim, em edições especiais. Inclusive em edições trazendo os DVDs daquela coleção de documentários da ST2, Classic Albums. O primeiro a ir para as bancas é o Joshua Tree, do U2. Na seqüência vem Catch a fire do Bob Marley e depois, The dark side of the moon, do Pink Floyd (esse eu compro com certeza). Tomara que não esqueçam de lançar Transformer, do Lou Reed e Powerslave, do Iron Maiden (um dia eu conto por quê eu quero tanto ver esse último). Voltando às 100 maiores capas..., apesar do preço (15 pilas), trata-se de um trabalho de responsa, com diversas entrevistas com designers, diretores de arte e fotógrafos brasileiros e estrangeiros e textos primorosos (o editor é o Ricardo Alexandre, autor do recomendado livro Dias de luta). Edição histórica, para ler, guardar e consultar. Um dia eu conto minha história de amor com a Bizz, revista importantíssima na formação de gerações de roqueiros nesse paízinho de melda.
FANTASTIC FRACASSO? - A revista Mosh! número 5 (Lenny Argh Kravitz na capa) está nas bancas da cidade e traz um preview pouco animador quanto ao filme Fantastic Four, a grande aposta da Marvel em cinema para 2005. Será? O filme leva pela segunda vez para as telas a história do bom e velho Quarteto Fantástico. Na verdade, o primeiro filme, produzido ainda na década de 90 por Roger Corman acabou saindo uma bomba tão ruim que não foi nem lançado, mas cópias piradas, digo, piratas, em vhs desta gema trash circulam até hoje por aí, para delírio dos fãs do genêro bad movie. Essa adaptação, com um orçamento digno de blockbuster tem a seu favor um elenco badalado nos papéis principais, como Michael Chiklis (do impressionante seriado The Shield) como o Coisa, a delicious Jessica Alba (Dark Angel e outras bombas que americano se amarra) como Mulher Invisível e Ioan Gruffud ? que porra de nome é esse - (o Sir Lancelot de Rei Arthur), como Reed Richards, que nos quadrinhos é conhecido como Sr. Fantástico, mas a galera leiga (ou seja, o resto da humanidade) chama até hoje de Homem Borracha. Esse era o nome do personagem no desenho animado que passava de tarde, nos anos 70. Nos anos 80, o Coisa ganhou um desenho exclusivo, onde ele era um jovem bonzinho amigo dos animais e das flores que só se tornava o Coisa quando queria. Aí toda vez que ele se transformava, vinha aquela mesma seqüência padrão, de arquivo. Essa talvez tenha ido a descaracterização mais ridícula e escrota que já fizeram com um personagem dos quadrinhos. Na revista, Ben Grimm, o homem que se torna o Coisa, é um ser terrivelmente amargurado por que não pode nunca voltar à forma humana, é um homem preso numa bruta, gigantesca, armadura de pedra. Esse conflito sempre foi um dos grandes temas da revista há mais de 40 anos, e nesse desenho, esquecido por 99,999999% da população (dados do Instituto Datafoda-se), ele foi totalmente ignorado. E toda essa informação é muita importante para você crescer bonito(a) e saudável. Ah! Fantastic Four estréia em breve, mas já tem site no ar, fotos por aí, se liga! Ah (de novo). Essa edição da revista Mosh! em si tá bem razoável, já teve edições melhores. Mas se puder compre, até pra dar uma força também, que a iniciativa é mais que nobre.
FANTASTIC FORCE - Minha aposta mesmo para blockbuster do ano é Episódio 3 - A Vingança dos Sith. Digam o que quiserem, mas eu espero que esse seja o filme que George Lucas está nos devendo desde que começou com essa história de prequel. Tomara que eu não esteja errado.
CADÊ? - Agora deixa eu falar com meus colegas Rockloquistas, aqui: galera, já estamos em maio. Quando teremos uma festa do Rock Loco em 2005? Como todo mundo já tá ligado, a partir desse mês que tá pra começar, a night do Batata no Miss Modular passa para os sábados. O momento é propício. Aí, Big, Sora, Mário, Brama, Yara, Luciano e Ronei: vamo botar fogo nessa porra, que Lorena gosta! Contem comigo pro que der e vier! Sexta passada eu e Mário já bolamos até o nome: Festa Claro que é Rock Loco! Melhor, impossível.
CHEGA, NÉ? - Fui. Pfiu.
(Um dia eu ainda vou descobrir por que uso tantos parênteses. Que coisa. Tem gente que, quando é muito indecisa, arredia, é chamada de reticente. O que sou eu, então? Parentesente? Parentesíaco? Parentesista? Caralho! Eu ainda não fui classificado pela Ciência! Chama o Ibama! O Globo Rural! Façam alguma coisa!)
Puta que pariu, num sei como vcs agüentam meus delírios. Pô, se não fosse vcs... Opa, peraí. Galera? Alô? Pessoal? Cadê vcs?
Isso é que dá ficar domingo em casa de bobeira. Sozinho e delirando. A coisa toda parece um filme de terror vagabundo. Abro minha latinha, vazia. Ligo a TV, tem um cara imitando o Cid Moreira no Faustão. O susto é tão grande que decido mover minhas nádegas chuladas e escrever alguma merda pro Rock Loco, afinal, faz uma semana que não postamos nada novo lá.
Então segure na caixa dos peitos, que eu vou chutar. Tome-lhe cultura pop. E vou logo avisando: tô inspirado. Digo, com saco. E espero que vocês também. Então, esse post vai ser gigante, mesmo. O maior que já coloquei aqui. Or not. Louvemos todos ao tédio do domingo.
HELTER SKELTER - É o nome de um filme feito pela WBTV sobre a trajetória de Charles Manson (que muita gente insiste em chamar de Mason), ídolo de Axl Rose e outros vira-latas doentes do rock americano. Chegou nas locadoras da cidade há poucos dias, é longo (tem mais de 2 horas), bem feito, e bastante abrangente. O homem que ordenou o assassinato da belíssima Sharon Tate, esposa de Roman Polanski, então grávida de oitos meses, mais não sei quantas pessoas de forma brutal e covarde, virou um mito do lado obscuro da América. Muitos personagens que cruzaram seu caminho naquela época são retratados no filme, como o Beach Boy Dennis Wilson, o produtor Terry Melcher e o próprio Polanski. Uma rara oportunidade para vislumbrar uma interpretação bem aproximada de como viviam Manson e seus seguidores numa comunidade hippie bizarra em Los Angeles. A histórica noite em que quatro de seus seguidores mais fiéis invadiram a mansão do cineasta de A Dança dos Vampiros, e barbarizaram com todo mundo lá dentro (numa verdadeira orgia de sangue, como diriam as manchetes), é reconstituída em inquietantes detalhes. A hilariante interpretação de Manson das letras dos Beatles também é bem abordada. O cara achava (ou dizia achar aos seus seguidores) que todas as letras dos Beatles eram mensagens especialmente enviadas à ele, daí o título do filme, nome de uma das faixas mais loucas do Álbum Branco. O rapaz (sei lá o nome do cara) que faz Manson no filme treinou para fazer o papel por uns dois ou três anos antes, por que era para um filme para o cinema, que naufragou no chamado inferno do desenvolvimento. Um produtor de TV mais esperto viu o cara pronto para interpretar um dos personagens mais controvertidos das últimas décadas e não teve dúvidas: tratou de produzir o filme para a televisão, mesmo. É interessante notar que a história de Manson no filme bate direitinho com a que está contada no site www.crimelibrary.com, inestimável manancial de informações sobre os mais cruéis, insanos, ousados e miseravões mestres das finas artes do assassinato, roubo, espionagem, chantagem, formação de quadrilha (né de São João não, estúpido!) e outras belas atividades desenvolvidas pelo que há de pior no espírito humano. Assista ao filme e descubra como Manson ajudou a enterrar os sonhos hippies de paz-e-amor-bicho, gerando a longa noite americana de ressaca pós-contracultural que se estendeu até a explosão punk em meados dos anos 70.
É UM PÁSSARO! - E aí, já viram o Superman novo? Se ainda não, busca lá no Omelete. Brandon Routh coube direitinho na roupa do Super Homem, hein?!? Bacana como eles deram um ar retrô bem anos 50 na vestimenta do Azulão, ao invés de partirem pra uma coisa modernosa. Meu maior medo era tirarem a cueca vermelha por cima da calça colante azul. Aí não seria mais Super Homem. Impressionante também como o cara se parece com o Christopher Reeve. Se dissessem que era filho, eu acreditava. A Marvel ficou, digamos, passada quando a Warner roubou o diretor da franquia X-Men, Bryan Singer, para assumir o projeto do quinto filme do Super, Superman returns. Mas agora já era. A Marvel já se arranjou com um outro diretor aí pra X-Men 3, e visto que eles parecem ter aprendido a lição de como fazer filmes decentes de super heróis, foi até bom o Singer ter se bandeado para a Distinta Concorrente, como Stan Lee costumava chamar a DC Comics. Superman Returns estréia em 2006 e ainda conta com Kevin Spacey como Lex Luthor, entre outras figuras mais ou menos famosas no elenco. Aguardemos.
É UM MORCEGO! - Até por que 2005 é o ano do morcego. Batman Begins estréia já, já. Confesso que nem tô levando tanta fé assim pelo material de divulgação, até agora. Mas se Cristopher Nolan ainda está por nos decepcionar, afinal seus dois únicos longas até agora, Amnésia e Insônia, foram ótimos filmes, esperemos que não seja com nosso Cavaleiro das Trevas preferido que o homem vá cagar goma. De uma coisa a gente pode ter certeza: nada pode ser pior que Batman Forever (1995) e Batman & Robin (1997), os dois últimos filmes da franquia, dirigidos por Joel Schumacher, que quando morrer vai para o Hades arder em chamas durante mil eternidades por crimes cometidos contra... contra... contra os nerds. Hunf.
É UM LOBO! - Lobo Solitário, talvez o melhor mangá de todos os tempos, está de volta às bancas após mais de uma década longe do leitor brasileiro. E voltou em uma volumosa e bela edição da Panini Comics. A obra prima de Kazuo Koike e Goseki Kojima é leitura obrigatória para todos que amam os quadrinhos em sua forma mais pura, bela e simples (nunca simplória). O preço é mei salgado, uns doze contos, mas vale cada centavo. Falar mais é chover no molhado.
É UMA ANTA! - Quem? Ninguém ? no momento ? é que eu tinha que arrumar uma saída pra essa série zoológica de intertítulos. Aproveita que eu tô calmo. Sem mais, passemos ao próximo...
MENINO JARMUSCH É DANADO, MESMO - O mestre do filme bom e barato ataca ? e acerta ? de novo. Sobre café e cigarros (Coffee and cigarretes) é uma deliciosa seqüência de onze filminhos em p&b com diversas figuras loucas como Iggy Pop, Tom Waits, os irmãos Jack e Meg White, Cate Blanchett, Bill Murray, RZA, GZA, Roberto Benigni e mais uma pá de gente que não lembro agora, sempre interpretando a si mesmos. Quase sempre os diálogos giram sobre os vícios do título e em muitos deles, as falas se repetem ou se cruzam, fazendo um belíssimo quadro geral. Taí, tô pra ver: tirante Ghost dog, com Forest Whitaker, Jarmusch não tem nenhum filme menos que muito bom. Tomara que não dêem (muito) dinheiro nunca para esse cara. Ele não precisa disso pra fazer um bom filme. Essa semana, se não me engano, está em cartaz na Sala de Arte Baiano de Tênis. Se ainda não viu, mexa essa bunda flácida da cadeira e faça-o essa semana, que é bala.
A VOLTA DA BIZZ - A revista que mudou sua vida está de volta?, estampa o selinho na capa da edição especial As 100 maiores capas de todos os tempos da revista Bizz. Ainda não é o ideal, mas parece que a Bizz ? por enquanto, espero ? só volta assim, em edições especiais. Inclusive em edições trazendo os DVDs daquela coleção de documentários da ST2, Classic Albums. O primeiro a ir para as bancas é o Joshua Tree, do U2. Na seqüência vem Catch a fire do Bob Marley e depois, The dark side of the moon, do Pink Floyd (esse eu compro com certeza). Tomara que não esqueçam de lançar Transformer, do Lou Reed e Powerslave, do Iron Maiden (um dia eu conto por quê eu quero tanto ver esse último). Voltando às 100 maiores capas..., apesar do preço (15 pilas), trata-se de um trabalho de responsa, com diversas entrevistas com designers, diretores de arte e fotógrafos brasileiros e estrangeiros e textos primorosos (o editor é o Ricardo Alexandre, autor do recomendado livro Dias de luta). Edição histórica, para ler, guardar e consultar. Um dia eu conto minha história de amor com a Bizz, revista importantíssima na formação de gerações de roqueiros nesse paízinho de melda.
FANTASTIC FRACASSO? - A revista Mosh! número 5 (Lenny Argh Kravitz na capa) está nas bancas da cidade e traz um preview pouco animador quanto ao filme Fantastic Four, a grande aposta da Marvel em cinema para 2005. Será? O filme leva pela segunda vez para as telas a história do bom e velho Quarteto Fantástico. Na verdade, o primeiro filme, produzido ainda na década de 90 por Roger Corman acabou saindo uma bomba tão ruim que não foi nem lançado, mas cópias piradas, digo, piratas, em vhs desta gema trash circulam até hoje por aí, para delírio dos fãs do genêro bad movie. Essa adaptação, com um orçamento digno de blockbuster tem a seu favor um elenco badalado nos papéis principais, como Michael Chiklis (do impressionante seriado The Shield) como o Coisa, a delicious Jessica Alba (Dark Angel e outras bombas que americano se amarra) como Mulher Invisível e Ioan Gruffud ? que porra de nome é esse - (o Sir Lancelot de Rei Arthur), como Reed Richards, que nos quadrinhos é conhecido como Sr. Fantástico, mas a galera leiga (ou seja, o resto da humanidade) chama até hoje de Homem Borracha. Esse era o nome do personagem no desenho animado que passava de tarde, nos anos 70. Nos anos 80, o Coisa ganhou um desenho exclusivo, onde ele era um jovem bonzinho amigo dos animais e das flores que só se tornava o Coisa quando queria. Aí toda vez que ele se transformava, vinha aquela mesma seqüência padrão, de arquivo. Essa talvez tenha ido a descaracterização mais ridícula e escrota que já fizeram com um personagem dos quadrinhos. Na revista, Ben Grimm, o homem que se torna o Coisa, é um ser terrivelmente amargurado por que não pode nunca voltar à forma humana, é um homem preso numa bruta, gigantesca, armadura de pedra. Esse conflito sempre foi um dos grandes temas da revista há mais de 40 anos, e nesse desenho, esquecido por 99,999999% da população (dados do Instituto Datafoda-se), ele foi totalmente ignorado. E toda essa informação é muita importante para você crescer bonito(a) e saudável. Ah! Fantastic Four estréia em breve, mas já tem site no ar, fotos por aí, se liga! Ah (de novo). Essa edição da revista Mosh! em si tá bem razoável, já teve edições melhores. Mas se puder compre, até pra dar uma força também, que a iniciativa é mais que nobre.
FANTASTIC FORCE - Minha aposta mesmo para blockbuster do ano é Episódio 3 - A Vingança dos Sith. Digam o que quiserem, mas eu espero que esse seja o filme que George Lucas está nos devendo desde que começou com essa história de prequel. Tomara que eu não esteja errado.
CADÊ? - Agora deixa eu falar com meus colegas Rockloquistas, aqui: galera, já estamos em maio. Quando teremos uma festa do Rock Loco em 2005? Como todo mundo já tá ligado, a partir desse mês que tá pra começar, a night do Batata no Miss Modular passa para os sábados. O momento é propício. Aí, Big, Sora, Mário, Brama, Yara, Luciano e Ronei: vamo botar fogo nessa porra, que Lorena gosta! Contem comigo pro que der e vier! Sexta passada eu e Mário já bolamos até o nome: Festa Claro que é Rock Loco! Melhor, impossível.
CHEGA, NÉ? - Fui. Pfiu.
segunda-feira, abril 18, 2005
VAI LACRAIA, VAI LACRAIA!
Era o que me dava vontade de gritar quando eu via Stefan Olsdal se rebolando todo e fazendo evoluções com a guitarra pra lá e pra cá. Gozações a parte, o show do Placebo para uma Concha Acústica quase lotada ontem marcou, no mínimo, uma geração de jovens que talvez tenham tido seu primeiro contato com o um grande show de rock, daqueles que nos fazem babar quando assistimos em vídeo ou DVD.
Depois de uma enrolação de mais de meia hora após o show da Theatro de Seraphin, o Placebo subiu ao palco com dois músicos de apoio fazendo os samplers e guitarras adicionais. Após o final da primeira música (não lembro o título), o susto: Brian Molko se lançou sobre alguém na platéia. Confusão. O que estava acontecendo? Pessoas do meu lado falavam: "caralho, ele tá brigando com alguém da platéia!". "Mas como? Como assim?" Logo os seguranças puxam a mocinha enfurecida de volta ao palco. A Concha urra. O povo quer rock. O povo ama Brian Molko.
The bitter end dá início a uma seqüência alucinante de hits: Special K, English summer rain, Every you every me, 36 degrees (em versão baladinha), e outras que não lembro o nome agora. Eu suava frio (não me perguntem por que) e esse suor, na hora de Without you I'm nothing (tranquilamente O momento mais emocionante do show), me deu uma estranha sensação de deslocamento espacial: eu não estava mais em Salvador, mas em algum lugar frio e maravilhoso.
Brian, visivelmente satisfeito com a acolhida (essa sim) quente do povo na Concha, deitava e rolava: pedia para bater palmas, gritos, o diabo. Ao final de algumas músicas, dizia: "obrigada". Obrigada? Sim, o cara é viado mesmo, e daí?
Stefan Olsdal era um show a parte. Para começar, o cara lembrava Spud, um dos personagens mais engraçados do filme Trainspotting. Cheio de ginga, dançava rebolando tanto com a guitarra que eu cheguei a duvidar que ele tocava mesmo.
Resumo da ópera: o último show bom desse jeito que eu vi foi o do Teenage Fanclub em maio do ano passado, em Recife. Sabe lá quando eu vou ver outro desse nível.
O FESTIVAL
No surprises: deu Ronei Jorge os Ladrões de Bicicleta na cabeça. Merecido, o prêmio só confirmou o favoritismo da banda, que diga-se de passagem, também confirmou sua popularidade com o público da Concha. Como já tinha acontecido na abertura do show de Pitty em setembro (ou outubro?) do ano passado, Ronei foi ovacionado pela multidão. O povo ama Ronei.
Mas outras bandas concorrentes também mostraram ter bala na agulha e potencial para arrebanhar um bom público aos seus futuros shows. A Los Canos fez a sua melhor apresentação entre o punhado que tive a oportunidade de ver por aí. O novo baterista deu um gás legal no som da banda, que se mostrou bem mais coeso.
A Brinde fez um show bastante competente, e confesso, foi o segundo melhor entre as bandas concorrentes, na minha humirde opinião. Gosto muito da pegada melodiosa com culhões do som dos meninos.
A Theatro de Seraphin, sempre muito elegante em seus blazers de fino corte, também fez bonito e conquistou uma boa parte do público da Concha com seu som mezzo melancólico mezzo raivoso. O senhor Cândido McFly Nariga Júnior é o destaque com seus solos faiscantes e cheios de sentimento.
Agora, a parte espinhosa desse negócio aqui. Que me perdoem aqueles que discordam (e meu amigo Roninho, por uma questão familiar), mas a única banda que não justificou sua seleção no festival foi a Canto dos Malditos na Terra do Nunca. Muito novinhos e inexperientes, a banda não segurou o peso de se apresentar para uma Concha lotada e fez um show vacilante, onde todas as músicas pareciam iguais. A voz da menina (putz esqueci o nome, foi mal aê), interessante a princípio, logo se transformou numa tediosa ladainha, difícil de aturar. Tanto, que chegou a ser vaiada por alguns momentos. Desagradável, pois a banda é inexperiente mesmo, não precisava disso. Mas como dizia Vicente Matheus, "quem tá na chuva é pra se queimar", correto?
Errou a comissão organizadora que, ao escalar a Canto dos Malditos ao lado de outros quatro grupos bem mais experientes e articulados, só ressaltou a imaturidade da banda, que quem sabe, pode vir a ser alguma coisa realmente interessante daqui a algum tempo. Mas precisa comer muito feijão ainda.
"Ah, mas vc não ouviu a gravação da banda, que foi elogiada por Pitty, Joe e coisa e tal", me disse Mário Jorge. Não, eu não ouvi. E o farei com o maior prazer. Mas ao vivo, ali na Concha, não me convenceu.
E foi isso. Deixa eu ir, que o pessoal do trabalho já tá me olhando com o canto do olho. E vcs, o que acharam de tudo? Me deixem saber aí nos comments!
Porra, que ressaca do cão!
Depois de uma enrolação de mais de meia hora após o show da Theatro de Seraphin, o Placebo subiu ao palco com dois músicos de apoio fazendo os samplers e guitarras adicionais. Após o final da primeira música (não lembro o título), o susto: Brian Molko se lançou sobre alguém na platéia. Confusão. O que estava acontecendo? Pessoas do meu lado falavam: "caralho, ele tá brigando com alguém da platéia!". "Mas como? Como assim?" Logo os seguranças puxam a mocinha enfurecida de volta ao palco. A Concha urra. O povo quer rock. O povo ama Brian Molko.
The bitter end dá início a uma seqüência alucinante de hits: Special K, English summer rain, Every you every me, 36 degrees (em versão baladinha), e outras que não lembro o nome agora. Eu suava frio (não me perguntem por que) e esse suor, na hora de Without you I'm nothing (tranquilamente O momento mais emocionante do show), me deu uma estranha sensação de deslocamento espacial: eu não estava mais em Salvador, mas em algum lugar frio e maravilhoso.
Brian, visivelmente satisfeito com a acolhida (essa sim) quente do povo na Concha, deitava e rolava: pedia para bater palmas, gritos, o diabo. Ao final de algumas músicas, dizia: "obrigada". Obrigada? Sim, o cara é viado mesmo, e daí?
Stefan Olsdal era um show a parte. Para começar, o cara lembrava Spud, um dos personagens mais engraçados do filme Trainspotting. Cheio de ginga, dançava rebolando tanto com a guitarra que eu cheguei a duvidar que ele tocava mesmo.
Resumo da ópera: o último show bom desse jeito que eu vi foi o do Teenage Fanclub em maio do ano passado, em Recife. Sabe lá quando eu vou ver outro desse nível.
O FESTIVAL
No surprises: deu Ronei Jorge os Ladrões de Bicicleta na cabeça. Merecido, o prêmio só confirmou o favoritismo da banda, que diga-se de passagem, também confirmou sua popularidade com o público da Concha. Como já tinha acontecido na abertura do show de Pitty em setembro (ou outubro?) do ano passado, Ronei foi ovacionado pela multidão. O povo ama Ronei.
Mas outras bandas concorrentes também mostraram ter bala na agulha e potencial para arrebanhar um bom público aos seus futuros shows. A Los Canos fez a sua melhor apresentação entre o punhado que tive a oportunidade de ver por aí. O novo baterista deu um gás legal no som da banda, que se mostrou bem mais coeso.
A Brinde fez um show bastante competente, e confesso, foi o segundo melhor entre as bandas concorrentes, na minha humirde opinião. Gosto muito da pegada melodiosa com culhões do som dos meninos.
A Theatro de Seraphin, sempre muito elegante em seus blazers de fino corte, também fez bonito e conquistou uma boa parte do público da Concha com seu som mezzo melancólico mezzo raivoso. O senhor Cândido McFly Nariga Júnior é o destaque com seus solos faiscantes e cheios de sentimento.
Agora, a parte espinhosa desse negócio aqui. Que me perdoem aqueles que discordam (e meu amigo Roninho, por uma questão familiar), mas a única banda que não justificou sua seleção no festival foi a Canto dos Malditos na Terra do Nunca. Muito novinhos e inexperientes, a banda não segurou o peso de se apresentar para uma Concha lotada e fez um show vacilante, onde todas as músicas pareciam iguais. A voz da menina (putz esqueci o nome, foi mal aê), interessante a princípio, logo se transformou numa tediosa ladainha, difícil de aturar. Tanto, que chegou a ser vaiada por alguns momentos. Desagradável, pois a banda é inexperiente mesmo, não precisava disso. Mas como dizia Vicente Matheus, "quem tá na chuva é pra se queimar", correto?
Errou a comissão organizadora que, ao escalar a Canto dos Malditos ao lado de outros quatro grupos bem mais experientes e articulados, só ressaltou a imaturidade da banda, que quem sabe, pode vir a ser alguma coisa realmente interessante daqui a algum tempo. Mas precisa comer muito feijão ainda.
"Ah, mas vc não ouviu a gravação da banda, que foi elogiada por Pitty, Joe e coisa e tal", me disse Mário Jorge. Não, eu não ouvi. E o farei com o maior prazer. Mas ao vivo, ali na Concha, não me convenceu.
E foi isso. Deixa eu ir, que o pessoal do trabalho já tá me olhando com o canto do olho. E vcs, o que acharam de tudo? Me deixem saber aí nos comments!
Porra, que ressaca do cão!
Almas Gêmeas Nunca Morrem
Uma tarde/noite historica vivida ontem pelo rock sotero.Pela primeira vez na historia, uma banda de rock gringa de ponta, cultuada e respeitada em todo o mundo, fez uma apresentação ainda no auge dos seus poderes na cidade da Bahia. Não me venham com A-Ha, Information Society, Nina Hagen, Men At Work, todos se apresentaram aqui decadentes, e apenas os dois ultimos tiveram alguma relevancia no pop mundial. Nenhum deles tinham a importancia do Placebo, e principalmente nenhum tinha a qualidade musical dos caras.
Um publico de 4000 pessoas lotou a concha, superando as minhas expectativas de 2500 pessoas. O que é otimo, quero é mais publico, mais gente, de todas os cantos, não precisa ter carteirinha de roqueiro, o rock não precisa ser uma confraria fechada.
O evento começou com as 5 bandas baianas selecionadas pelo festival Demo Hits dentro do projeto Claro que é Rock.Los Canos fez uma apresentação divertida, Ro-ney matou a pau, levantando o publico, Canto dos Malditos não foi bem e foram vaiados, Brinde foi competente e a Teatro do Serafim fez a segunda melhor apresentação da noite. Deu Ro-ney e os Ladrões merecidamente.
Depois um showzaço, apesar de nas duas primeiras musicas o som não estar ainda devidamente equalizado, o show já começou arrebentando e a partir da terceira musica com som e performance da banda em total sintonia com a energia da plateia, que vibrava freneticamente a toda e qualquer manifestação de Brian Molko, o bicho pegou( a bicha) literalmente, que ao se aproximar da plateia foi agarrado pelos fãs ensandecidos e pra soltar o cara a segurança teve trabalho. O baixista e guitarrista Stefan Olsdal, afetadissimo, acrescentava ao maravilhoso trabalho musical que faz, performances com o baixo, rebolando e agitando o publico. No fim de tudo uma noite gloriosa que deixou a todos com quem conversei de alma lavada, pelos mais variados motivos. Esperamos que não fique só nisso, e que finalmente Salvador entre no circuito de algumas das bandas gringas( as boas) que fazem turne no país.
Um publico de 4000 pessoas lotou a concha, superando as minhas expectativas de 2500 pessoas. O que é otimo, quero é mais publico, mais gente, de todas os cantos, não precisa ter carteirinha de roqueiro, o rock não precisa ser uma confraria fechada.
O evento começou com as 5 bandas baianas selecionadas pelo festival Demo Hits dentro do projeto Claro que é Rock.Los Canos fez uma apresentação divertida, Ro-ney matou a pau, levantando o publico, Canto dos Malditos não foi bem e foram vaiados, Brinde foi competente e a Teatro do Serafim fez a segunda melhor apresentação da noite. Deu Ro-ney e os Ladrões merecidamente.
Depois um showzaço, apesar de nas duas primeiras musicas o som não estar ainda devidamente equalizado, o show já começou arrebentando e a partir da terceira musica com som e performance da banda em total sintonia com a energia da plateia, que vibrava freneticamente a toda e qualquer manifestação de Brian Molko, o bicho pegou( a bicha) literalmente, que ao se aproximar da plateia foi agarrado pelos fãs ensandecidos e pra soltar o cara a segurança teve trabalho. O baixista e guitarrista Stefan Olsdal, afetadissimo, acrescentava ao maravilhoso trabalho musical que faz, performances com o baixo, rebolando e agitando o publico. No fim de tudo uma noite gloriosa que deixou a todos com quem conversei de alma lavada, pelos mais variados motivos. Esperamos que não fique só nisso, e que finalmente Salvador entre no circuito de algumas das bandas gringas( as boas) que fazem turne no país.
sexta-feira, abril 15, 2005
Sem vocês eu não sou nada.
Porra, uma semana sem atualização nessa budega. Daqui a pouco, nossos milhares de leitores e / ou ouvintes vão pensar que a gente não quer mais nada com eles...
Mas tb, confesso: eu ando mais sem assunto que monge budista em retiro espiritual num monastério isolado no Nepal. (Até rimou. ODEIO qdo isso acontece.)
Não fui ontem no show dos Retros com os MQN por conta de uma fortíssima razão. Comecei hj em um novo emprego. Agradeço de todo coração (boiola! boiola!) à todos os amigos que me ajudaram (e continuam ajudando) nesse período difícil (e já houve algum período fácil?), com um beijo especial para nossa Rainha do Gelo, Yara Vasku, que sempre aparece com um frila salvador da pátria nos momentos em que estes se fazem mais necessários.
Mas voltando aos Retros / MQN, quem foi, poderia por favor, nos dar um breve testemunho deste evento histórico?
Falando em evento histórico, o Claro que é Rock está dando o que falar pela seleção das bandas (só para registrar: Brinde, Roney Jorge e Ladrões de Bicicleta, Los Canos, Theatro de Seraphin e Canto dos Malditos). Esta última, uma azarona, correu por fora e chegou lá deixando muita banda mais cotada e com gente veterana pra trás. O fato, claro, gerou um monte de polêmica besta, com acusações de marmelada, golpe e o escambau.
Tudo por que a vocalista da Canto dos Malditos é irmã de Roney. Era óbvio que o povo ia falar.
Por outro lado, temos que levar em consideração que muita gente boa que entende do riscado (e nenhuma dela é Roney, claro) já falou maravilhas da tal banda, como Pitty, Joe Tromondo e Rafael Ramos da Deck Disc, que se não me engano, teria dito que só não a contratou por falta de verba. Acho que foi no blog de Luciano El Cabong Matos que eu li isso.
Eu nunca ouvi a Canto dos Malditos, mas estou ansioso - depois de tanta polêmica, quem não está? - para ouvi-la.
Agora é o seguinte. Duas coisas.
Uma: se fosse mera marmelada, outras bandas de pessoas (muito) amigas da comissão organizadora do festival teriam entrado. Não entraram. Não vou nem citar nomes aqui, que quem tá ligado, sabe de quem eu tô falando.
Segundo: o que é do homem, o bicho não come. Se a banda não prestar, vai ficar óbvio ali na hora do vamo ver. Não tem erro. Não é qualquer banda iniciante que encara uma Concha Acústica logo de cara e domina a situação. A verdade, seja qual for, vai estar lá na cara, pra todo mundo ver.
Uma terceira coisa, só para terminar: a seleção, tirante a azarona comentada acima, é totalmente representativa da cena local, por mais que frustrados band leaders esperneiem e protestem e acusem a comissão organizadora de marmelada. No meu gosto pessoal, se eu fosse o responsável pela seleção, não entrariam uma ou duas das selecionadas (e nem adianta me perguntar quais que eu não falo nem com a porra!). Mas não é o gosto pessoal que conta aí e sim, o potencial das bandas em desenvolver um trabalho que dê algum tipo de retorno (sim, meus filhos, o dim-dim!). Não que outras não selecionadas não tenham esse potencial, mas aí é lá com eles da Claro. Eu não tenho nada a ver com isso.
Outro aspecto interessante é o egoísmo de algumas pessoas cujas bandas não foram selecionadas e que dispararam a dizer (inclusive aqui no Rock Loco) que iam fazer mandinga pra chover a cântaros no domingo. Crianças, eu sei que pode soar utópico, mas por favor, pensem que essa pode ser a única chance em muitos e muitos anos de Salvador ensaiar uma entrada no circuito de shows de bandas internacionais, como já o fizeram Recife, Porto Alegre, Goânia e outras cidades fora do eixão Rio / SP. Que tal pensar a questão por esse ângulo, em vez de ficar naquela de "minha banda não entrou, então que se foda"? Hein? Hein?
E chega de bancar o advogado do diabo por hoje. Boa sorte a todas as bandas selecionadas e pra gente tb (que tudo corra tranquilamente e NÂO CHOVA).
Segunda ou terça eu posto uma avaliação minucioooooosa da nossa alegre tarde (e noite) de domingo.
PS: aqueles que quiserem se aprofundar no pensamento do mestre André Setaro (que esteve no prog semana passada) podem acessar o blog do homem no http://www.setaro.blogger.com.br/.
Mas tb, confesso: eu ando mais sem assunto que monge budista em retiro espiritual num monastério isolado no Nepal. (Até rimou. ODEIO qdo isso acontece.)
Não fui ontem no show dos Retros com os MQN por conta de uma fortíssima razão. Comecei hj em um novo emprego. Agradeço de todo coração (boiola! boiola!) à todos os amigos que me ajudaram (e continuam ajudando) nesse período difícil (e já houve algum período fácil?), com um beijo especial para nossa Rainha do Gelo, Yara Vasku, que sempre aparece com um frila salvador da pátria nos momentos em que estes se fazem mais necessários.
Mas voltando aos Retros / MQN, quem foi, poderia por favor, nos dar um breve testemunho deste evento histórico?
Falando em evento histórico, o Claro que é Rock está dando o que falar pela seleção das bandas (só para registrar: Brinde, Roney Jorge e Ladrões de Bicicleta, Los Canos, Theatro de Seraphin e Canto dos Malditos). Esta última, uma azarona, correu por fora e chegou lá deixando muita banda mais cotada e com gente veterana pra trás. O fato, claro, gerou um monte de polêmica besta, com acusações de marmelada, golpe e o escambau.
Tudo por que a vocalista da Canto dos Malditos é irmã de Roney. Era óbvio que o povo ia falar.
Por outro lado, temos que levar em consideração que muita gente boa que entende do riscado (e nenhuma dela é Roney, claro) já falou maravilhas da tal banda, como Pitty, Joe Tromondo e Rafael Ramos da Deck Disc, que se não me engano, teria dito que só não a contratou por falta de verba. Acho que foi no blog de Luciano El Cabong Matos que eu li isso.
Eu nunca ouvi a Canto dos Malditos, mas estou ansioso - depois de tanta polêmica, quem não está? - para ouvi-la.
Agora é o seguinte. Duas coisas.
Uma: se fosse mera marmelada, outras bandas de pessoas (muito) amigas da comissão organizadora do festival teriam entrado. Não entraram. Não vou nem citar nomes aqui, que quem tá ligado, sabe de quem eu tô falando.
Segundo: o que é do homem, o bicho não come. Se a banda não prestar, vai ficar óbvio ali na hora do vamo ver. Não tem erro. Não é qualquer banda iniciante que encara uma Concha Acústica logo de cara e domina a situação. A verdade, seja qual for, vai estar lá na cara, pra todo mundo ver.
Uma terceira coisa, só para terminar: a seleção, tirante a azarona comentada acima, é totalmente representativa da cena local, por mais que frustrados band leaders esperneiem e protestem e acusem a comissão organizadora de marmelada. No meu gosto pessoal, se eu fosse o responsável pela seleção, não entrariam uma ou duas das selecionadas (e nem adianta me perguntar quais que eu não falo nem com a porra!). Mas não é o gosto pessoal que conta aí e sim, o potencial das bandas em desenvolver um trabalho que dê algum tipo de retorno (sim, meus filhos, o dim-dim!). Não que outras não selecionadas não tenham esse potencial, mas aí é lá com eles da Claro. Eu não tenho nada a ver com isso.
Outro aspecto interessante é o egoísmo de algumas pessoas cujas bandas não foram selecionadas e que dispararam a dizer (inclusive aqui no Rock Loco) que iam fazer mandinga pra chover a cântaros no domingo. Crianças, eu sei que pode soar utópico, mas por favor, pensem que essa pode ser a única chance em muitos e muitos anos de Salvador ensaiar uma entrada no circuito de shows de bandas internacionais, como já o fizeram Recife, Porto Alegre, Goânia e outras cidades fora do eixão Rio / SP. Que tal pensar a questão por esse ângulo, em vez de ficar naquela de "minha banda não entrou, então que se foda"? Hein? Hein?
E chega de bancar o advogado do diabo por hoje. Boa sorte a todas as bandas selecionadas e pra gente tb (que tudo corra tranquilamente e NÂO CHOVA).
Segunda ou terça eu posto uma avaliação minucioooooosa da nossa alegre tarde (e noite) de domingo.
PS: aqueles que quiserem se aprofundar no pensamento do mestre André Setaro (que esteve no prog semana passada) podem acessar o blog do homem no http://www.setaro.blogger.com.br/.
sexta-feira, abril 08, 2005
O CINEMA BAIANO NÁO EXISTE!
Esta, entre outras declaracoes bombasticas e geniais (to num cybercafe com o teclado desconfigurado, nao reparem a falta dos acentos) foi a tonica do historico programa de ontem a noite com o professor da Facom-UFBA e colunista (ha 30 anos!) de cinema do jornal Tribuna da Bahia, Andre Setaro. Gostaria de agradecer a Sora Maia e Franciel Cruz por terem viabilizado esse momento unico na historia do Rock Loco. O mestre, no inicio um pouco timido, foi se soltando ao longo do programa e no final, ateh dedicou uma cancao romantica "a todo o povo do Nordeste de Amaralina`, apesar da radio ser na Santa Cruz, mas tudo bem, eh tudo vizinho, tah tudo em casa. Outro momento marcante foi quando ele reclamou da fixacao academica com essa tal de contemporaneidade. "Ateh quando eles vao no banheiro, levam a contemporaneidade junto. Eu nao faco parte disso", proclamou. Falamos ainda da indigencia cultural vigente em nosso estado em paralelo com o passado glorioso dos anos 50 e 60, quando, segundo o mestre, "vinha gente ateh de Noviorque assistir as pecas montadas por Martim Goncalves na Escola de Teatro da UFBA". E hoje, hein?
Quem ouviu o programa ficou sabendo tambem da origem da expressao CHUPA CAETANO, que era muito ouvida nos cinemas de outrora quando as luzes se apagavam e os casais punham a se beijar,ou como lembrou o professor, "davam umas coladas", como se dizia na epoca.
Obrigado, professor. E volte quando quiser, que a casa eh sua.
Bramis me disse que gravou o programa em casa. Quero uma copia pra mim, hein!
SANDMAN > O Omelete confirmou > a Conrad vai lancar todos os 75 numeros de Sandman em 10 volumes em capa dura. Quebrem os porquinhos! Quebrem os porquinhos! A noticia completa tah aqui > http://www.omelete.com.br/quadrinhos/news/base_para_news.asp?artigo=12387
ROCK GRATIS > brincando de deus, Sangria e Automata de gratis no Berinjela. Sabado, a partir das16 horas. Nos batemos lah.
E TEM MAIS > Recebi uns recados que nao posso deixar de passar > Ô Cebola,Vou aproveitar a carona aqui na sua selecionadíssima mail list (me perdoem os poucos que não conheço), para divulgar a Matinée do Calypso neste domingo (tbconhecida como 'Pólo Rock Reloaded' ou ainda'Esperando o Placebo' :). Horário pra ninguém reclamar, 17h. Com as bandas Theatro de Séraphin (SSA), Declinium(Dias D'Ávila), A Fábrica (Camaçari) e Fluid (SP). Todas participantes da última edição do Pólo RockFestival. Amanhã nos vemos e domingo tem mais. Abçs.M._______http://theatrodeseraphin.cjb.net---
Sergio Martinez <wrote:> Aí, rebanho, sexta dia 8 no Colapsus a partir das> 23h, Tequilers e Cox> de Pandora, mecham seus rabos, chutem a letargia e> caiam na orgia. Ou> então, não.> inté lá> cebola>
AH! PARABENS, MAGNANIMO!
Quem ouviu o programa ficou sabendo tambem da origem da expressao CHUPA CAETANO, que era muito ouvida nos cinemas de outrora quando as luzes se apagavam e os casais punham a se beijar,ou como lembrou o professor, "davam umas coladas", como se dizia na epoca.
Obrigado, professor. E volte quando quiser, que a casa eh sua.
Bramis me disse que gravou o programa em casa. Quero uma copia pra mim, hein!
SANDMAN > O Omelete confirmou > a Conrad vai lancar todos os 75 numeros de Sandman em 10 volumes em capa dura. Quebrem os porquinhos! Quebrem os porquinhos! A noticia completa tah aqui > http://www.omelete.com.br/quadrinhos/news/base_para_news.asp?artigo=12387
ROCK GRATIS > brincando de deus, Sangria e Automata de gratis no Berinjela. Sabado, a partir das16 horas. Nos batemos lah.
E TEM MAIS > Recebi uns recados que nao posso deixar de passar > Ô Cebola,Vou aproveitar a carona aqui na sua selecionadíssima mail list (me perdoem os poucos que não conheço), para divulgar a Matinée do Calypso neste domingo (tbconhecida como 'Pólo Rock Reloaded' ou ainda'Esperando o Placebo' :). Horário pra ninguém reclamar, 17h. Com as bandas Theatro de Séraphin (SSA), Declinium(Dias D'Ávila), A Fábrica (Camaçari) e Fluid (SP). Todas participantes da última edição do Pólo RockFestival. Amanhã nos vemos e domingo tem mais. Abçs.M._______http://theatrodeseraphin.cjb.net---
Sergio Martinez <wrote:> Aí, rebanho, sexta dia 8 no Colapsus a partir das> 23h, Tequilers e Cox> de Pandora, mecham seus rabos, chutem a letargia e> caiam na orgia. Ou> então, não.> inté lá> cebola>
AH! PARABENS, MAGNANIMO!
DON`T SAY THE Z WORD!
Não pode ser real, mas é. Tem um zumbi com a cara toda ensangüentada e monstruosa - como a cara de um zumbi deve ser, afinal - caminhando em direção aos dois atônitos velhos amigos de infância. Desespero. Os caras começam a jogar coisas no bicho pra ver se ele se afasta. Lista telefönica, almofadas, cinzeiros, revistas, pedacos de pizza. E nada. De repente, um deles acha um antigo compacto de vinil, e sem pensar, o arremessa. O disquinho meio que se espatifa na testa do monstrengo e alguns cacos se cravam em sua cabeça. O zumbi cambaleia mais violentamente. Os dois se olham e correm para pegar mais discos. Esquecendo-se momentaneamente do morto vivo que continua a avançar em sua direção, os dois se agacham sobre uma caixa com os vinis e o seguinte diálogo se trava:
- Porra, você atirou meu Blue Monday prensagem original! Não dava pra ter olhado o que era antes, não?
- Sorry. Sign o? the times?
- No!
- Purple rain?
- No!
- Trilha sonora do Batman?
- Joga!
- Stone Roses?
- No!
- Second Coming?
- Eu gosto, pö!
- Opa! Dire Straits?
- Joga logo!
E o zumbi chegando. Essa cena maravilhosa é da comédia inglesa Todo mundo quase morto (Shaun of the dead), que chegou recentemente em algumas locadoras da cidade, não todas. Na que eu costumo freqüentar mesmo, não chegou. Até perguntei, pedi para ver se eles adquiriam e nada. Aí, por acaso, descobri que tem o diabo do filme na Vídeo Hobby da Pituba. Detalhe: só em VHS. Segundo um funcionário, tinha o DVD, mas este foi tirado de circulação, por uma das duas razões: ou o disco danificou, ou alguém comprou da loja.
De todo modo, para quem ainda não tinha ouvido falar, jah que o filme foi totalmente ignorado pelos exibidores brasileiros, vale a pena buscar por aí Todo mundo quase morto, que na capa da fita é descrito como uma "sátira imperdível de Madrugada dos mortos". Mais ou menos. Tá mais para uma sátira de todo o subgênero de filmes de terror inventado pelo diretor americano George Romero em 1967 (ou 68), quando ele lançou A Noite dos mortos-vivos, clássico absoluto que apresentou ao mundo o estilão aterrorizante que o deixou famoso. O Madrugada dos mortos que passou nos cinemas ano passado é um remake de Despertar dos mortos (Dawn of the dead), segundo filme da sua série que começou com a Noite... e todos pensaram que tinha terminado em 1985, quando ele lançou Dia dos mortos (Day of the dead), a terceira parte de sua trilogia. Mas que nada. O sucesso do remake Madrugada... animou o velho George e sites especializados já noticiam o início das filmagens de Land of the dead, quarta parte de sua série abandonada há 20 anos. Com o deus do filme B Dennis Hopper no elenco. Beleuza. Eu quero é mais.
Mas voltando ao Todo mundo quase morto, o filme é realmente imperdível por a) ser uma comédia inglesa e todo mundo sabe que o humor inglês é um dos melhores e mais esquisitos do mundo, b) ser ao mesmo tempo um filme de mortos-vivos na tradição Romeriana e todo mundo sabe que filmes de mortos vivos são os mais divertidos do mundo, c) ser ainda um filme romântico no meio disso tudo e todo mundo sabe que ser comédia inglesa, filme de morto vivo e romântico ao mesmo tempo não é fácil e d) a trilha é recheada de rock do bão (Specials, Queen etc) que realmente interfere de forma criativa no andamento do filme volta e meia.
Como na cena no pub em que o Shaun do título (um loser incorrigivel) e seus amigos (mais losers ainda) e namorada espancam um morto vivo à pauladas no ritmo de Don?t stop me now do Queen, tocada por uma jukebox emperrada. A cena, bizarra, vira um videoclip. Em dado momento, alguém pergunta: "Por que esse Queen ainda está tocando, meu deus?" E as antas e o morto vivo praticamente dançando ao som da música. Contando assim nem parece engraçado, mas na hora vc se acaba.
Zumbis sanguinários, piadas estúpidas, romance e rock. O que mais eu posso querer de um filme?
- Porra, você atirou meu Blue Monday prensagem original! Não dava pra ter olhado o que era antes, não?
- Sorry. Sign o? the times?
- No!
- Purple rain?
- No!
- Trilha sonora do Batman?
- Joga!
- Stone Roses?
- No!
- Second Coming?
- Eu gosto, pö!
- Opa! Dire Straits?
- Joga logo!
E o zumbi chegando. Essa cena maravilhosa é da comédia inglesa Todo mundo quase morto (Shaun of the dead), que chegou recentemente em algumas locadoras da cidade, não todas. Na que eu costumo freqüentar mesmo, não chegou. Até perguntei, pedi para ver se eles adquiriam e nada. Aí, por acaso, descobri que tem o diabo do filme na Vídeo Hobby da Pituba. Detalhe: só em VHS. Segundo um funcionário, tinha o DVD, mas este foi tirado de circulação, por uma das duas razões: ou o disco danificou, ou alguém comprou da loja.
De todo modo, para quem ainda não tinha ouvido falar, jah que o filme foi totalmente ignorado pelos exibidores brasileiros, vale a pena buscar por aí Todo mundo quase morto, que na capa da fita é descrito como uma "sátira imperdível de Madrugada dos mortos". Mais ou menos. Tá mais para uma sátira de todo o subgênero de filmes de terror inventado pelo diretor americano George Romero em 1967 (ou 68), quando ele lançou A Noite dos mortos-vivos, clássico absoluto que apresentou ao mundo o estilão aterrorizante que o deixou famoso. O Madrugada dos mortos que passou nos cinemas ano passado é um remake de Despertar dos mortos (Dawn of the dead), segundo filme da sua série que começou com a Noite... e todos pensaram que tinha terminado em 1985, quando ele lançou Dia dos mortos (Day of the dead), a terceira parte de sua trilogia. Mas que nada. O sucesso do remake Madrugada... animou o velho George e sites especializados já noticiam o início das filmagens de Land of the dead, quarta parte de sua série abandonada há 20 anos. Com o deus do filme B Dennis Hopper no elenco. Beleuza. Eu quero é mais.
Mas voltando ao Todo mundo quase morto, o filme é realmente imperdível por a) ser uma comédia inglesa e todo mundo sabe que o humor inglês é um dos melhores e mais esquisitos do mundo, b) ser ao mesmo tempo um filme de mortos-vivos na tradição Romeriana e todo mundo sabe que filmes de mortos vivos são os mais divertidos do mundo, c) ser ainda um filme romântico no meio disso tudo e todo mundo sabe que ser comédia inglesa, filme de morto vivo e romântico ao mesmo tempo não é fácil e d) a trilha é recheada de rock do bão (Specials, Queen etc) que realmente interfere de forma criativa no andamento do filme volta e meia.
Como na cena no pub em que o Shaun do título (um loser incorrigivel) e seus amigos (mais losers ainda) e namorada espancam um morto vivo à pauladas no ritmo de Don?t stop me now do Queen, tocada por uma jukebox emperrada. A cena, bizarra, vira um videoclip. Em dado momento, alguém pergunta: "Por que esse Queen ainda está tocando, meu deus?" E as antas e o morto vivo praticamente dançando ao som da música. Contando assim nem parece engraçado, mas na hora vc se acaba.
Zumbis sanguinários, piadas estúpidas, romance e rock. O que mais eu posso querer de um filme?
segunda-feira, abril 04, 2005
A pena demolidora de Franciel Cruz rides again
Diante da minha aparentemente incurável falta de inspiração e idéias decentes que possoam ser expostas sem prejuízo da inteligência alheia nesse nobre espaço, recorro ao meu amigo, rockloquista honorário e repórter especial Franciel Cruz em mais um de seus brilhantes artigos exclusivos. Dessa vez, nosso intrépido colaborador volta sua atenção para o destino do MRI, Movimento Revolucionário Ireceense e sua incrível história, que só mesmo um jornalista do sua estatura seria capaz de desenterrar do aterro sanitário da história. Tapem os narizes, pois ele está chegando...
Dialética do Merecimento
Terça-feira é o mais cruel dos dias para contrair ressaca. (O verbo é exatamente este: contrair. A doença como metáfora). Na segunda-feira, as pessoas até nos compreendem, toleram-nos. No day after, porém, olham-nos como se fôssemos portadores de alguma chaga incurável.
E nesta situação, neste estado de torpor, com o juízo aperreado e os olhares ameaçadores, não nos resta outra alternativa senão apelar Àquele que quotidianamente desprezamos; Àquele que fingimos ignorar sua existência, mas para quem, nos momentos difíceis, de angústia, sempre dirigimos nossas preces e buscamos a ajuda na conceituação: o dicionário. Com a palavra, o pai de todos nós: "[Merecimento. (De merecer + imento) S.m.1 Qualidade que torna alguém digno de prêmio, estima apreço ou castigo, etc. 2. Valor, importância. 3. Superioridade, excelência. 4. Capacidade, habilitação, inteligência, talento aptidão]".
Pois muito bem. A crucial questão do merecimento está no centro dos debates da redemocratização, na ordem do dia. Semana passada, assistindo à TV Senado (não espalhem, mas tenho este mal costume) vi estadistas do porte de ACM, Marco Maciel, Jorge Bornhausen e até Jarbas "às favas com os escrúpulos de consciência" Passarinho apresentarem-se como paladinos da democracia. Com o auxílio luxuoso de algumas substâncias não recomendadas pela Carta Magna, suportei tal afronta.
Porém, quando o impoluto Sarney, glorioso autor de Marimbondos de Fogo, apareceu, humilde e modestamente, se auto-intitulando "O Patrono da Democracia Brasileira"...fiquei chapado. Quem? O que? Quando? Onde? Como? Por quê? Depois, refleti melhor e cheguei à seguinte e lógica conclusão: "Realmente, a democracia brasileira e estes personagens se merecem. Dou ela por unseoutros e não quero troco".
Não, não, não e não. Não é por causa desta estúpida ressaca e destes inquisidores olhares que vou deixar o pessimismo tomar conta deste texto. Para reverter tal situação, recorrerei à velha, ordinária e infalível dialética. Para as crianças que faltaram às aulas de Sociologia, ensino: Dialética é a capacidade de dizer exatamente o contrário daquilo que você acabou de afirmar.
Então, ajeitem-se na poltrona que vou contar agora a emocionante história da redemocratização brasileira e seus verdadeiros heróis. Tudo começou no natal 1976. Depois de inúmeras e frustadas tentativas, na cidade e no campo, a guerrilha brasileira encontrava-se completamente destroçada. Os meninos rebeldes do MR-8, POLOP, COLINA, VPR, VAR-PALMARES, POC, ALN, PCBR e AP já haviam voltado ao pó, sem trocadilhos. E os milicos não estavam pra brincadeira. No dia 16 de dezembro, para evitar qualquer possibilidade de insurreição, o II Exército cometeu a famosa Chacina da Lapa, eliminando dirigentes do PCdoB, partido que tentou a revolução, aventurando-se no Araguaia.
Porém, mesmo depois de todo este trabalho sujo, um espectro ainda assombrava os militares: O MRI (Movimento Revolucionário de Irecê), no semi-árido baiano, liderado por meu amigo Pedrão, recentemente vitimado por uma cirrose hepática. No entanto, com o compromisso do presidente Geisel de promover a abertura lenta, gradual e segura, os seis integrantes do poderoso MRI decidiram dar adeus às armas no crepúsculo daquele dezembro. Foi uma reunião tensa. Numa salinha de reboco, Ramirão, irmão de Pedro, também sem o mínimo de disposição de levar chumbo nas ventas, pede a palavra e começa: "Camaradas, a luta agora precisa tomar novos rumos. Nada de enfrentamento armado".
Palmas e suspiros de alegria do milongueiro Indalécio, o rei da lábia. Uns dois fazem cara feia, mas o irmão do líder prossegue: "A mudança deverá ser feita com a conscientização das massas, através da Educação". Uns dois continuam de cara feia, mas Ramirão resolve logo ir pra ação para acabar com as possíveis resistências. E, ao ver o entusiasmo do companheiro, atribuiu-lhe a primeira tarefa. "Indalécio, você vai ficar responsável por ensinar os camponeses a ler e escrever".
Analfabeto de pai e mãe, o Guerrilheiro Ireceense não perdeu a pose e arrematou: "Ramiro, no Português eu não sou bom não, mas na Dialética eu sou o Satanás". Foi promovido, então, para professor de Dialética. E o MRI tornou-se uma espécie de Mobral Revolucionário. Ao saber que não haveria mais a resistência armada em Irecê, Geisel resolveu enfrentar a tropa de choque do general Sylvio Frota e a linha dura do regime militar. A pacificação foi adiante e houve a anistia e a abertura política e a redemocratização do país e toda esta história já conhecida por todos.
Agora, vem um coronelzinho do Maranhão arvorar-se a "Patrono da Democracia Brasileira". Que mané Sarney, que nada. A população brasileira deve gratidão ao Movimento Revolucionário de Irecê pela sábia e prudente decisão naquele Natal de 76.
Isto é verdade e dou fé.
E viva a putaria, ops, a democracia! Ela e o MRI se merecem, dialeticamente.
FRANCIEL CRUZ, REPÓRTER ESPECIAL PARA O ROCK LOCO.
Dialética do Merecimento
Terça-feira é o mais cruel dos dias para contrair ressaca. (O verbo é exatamente este: contrair. A doença como metáfora). Na segunda-feira, as pessoas até nos compreendem, toleram-nos. No day after, porém, olham-nos como se fôssemos portadores de alguma chaga incurável.
E nesta situação, neste estado de torpor, com o juízo aperreado e os olhares ameaçadores, não nos resta outra alternativa senão apelar Àquele que quotidianamente desprezamos; Àquele que fingimos ignorar sua existência, mas para quem, nos momentos difíceis, de angústia, sempre dirigimos nossas preces e buscamos a ajuda na conceituação: o dicionário. Com a palavra, o pai de todos nós: "[Merecimento. (De merecer + imento) S.m.1 Qualidade que torna alguém digno de prêmio, estima apreço ou castigo, etc. 2. Valor, importância. 3. Superioridade, excelência. 4. Capacidade, habilitação, inteligência, talento aptidão]".
Pois muito bem. A crucial questão do merecimento está no centro dos debates da redemocratização, na ordem do dia. Semana passada, assistindo à TV Senado (não espalhem, mas tenho este mal costume) vi estadistas do porte de ACM, Marco Maciel, Jorge Bornhausen e até Jarbas "às favas com os escrúpulos de consciência" Passarinho apresentarem-se como paladinos da democracia. Com o auxílio luxuoso de algumas substâncias não recomendadas pela Carta Magna, suportei tal afronta.
Porém, quando o impoluto Sarney, glorioso autor de Marimbondos de Fogo, apareceu, humilde e modestamente, se auto-intitulando "O Patrono da Democracia Brasileira"...fiquei chapado. Quem? O que? Quando? Onde? Como? Por quê? Depois, refleti melhor e cheguei à seguinte e lógica conclusão: "Realmente, a democracia brasileira e estes personagens se merecem. Dou ela por unseoutros e não quero troco".
Não, não, não e não. Não é por causa desta estúpida ressaca e destes inquisidores olhares que vou deixar o pessimismo tomar conta deste texto. Para reverter tal situação, recorrerei à velha, ordinária e infalível dialética. Para as crianças que faltaram às aulas de Sociologia, ensino: Dialética é a capacidade de dizer exatamente o contrário daquilo que você acabou de afirmar.
Então, ajeitem-se na poltrona que vou contar agora a emocionante história da redemocratização brasileira e seus verdadeiros heróis. Tudo começou no natal 1976. Depois de inúmeras e frustadas tentativas, na cidade e no campo, a guerrilha brasileira encontrava-se completamente destroçada. Os meninos rebeldes do MR-8, POLOP, COLINA, VPR, VAR-PALMARES, POC, ALN, PCBR e AP já haviam voltado ao pó, sem trocadilhos. E os milicos não estavam pra brincadeira. No dia 16 de dezembro, para evitar qualquer possibilidade de insurreição, o II Exército cometeu a famosa Chacina da Lapa, eliminando dirigentes do PCdoB, partido que tentou a revolução, aventurando-se no Araguaia.
Porém, mesmo depois de todo este trabalho sujo, um espectro ainda assombrava os militares: O MRI (Movimento Revolucionário de Irecê), no semi-árido baiano, liderado por meu amigo Pedrão, recentemente vitimado por uma cirrose hepática. No entanto, com o compromisso do presidente Geisel de promover a abertura lenta, gradual e segura, os seis integrantes do poderoso MRI decidiram dar adeus às armas no crepúsculo daquele dezembro. Foi uma reunião tensa. Numa salinha de reboco, Ramirão, irmão de Pedro, também sem o mínimo de disposição de levar chumbo nas ventas, pede a palavra e começa: "Camaradas, a luta agora precisa tomar novos rumos. Nada de enfrentamento armado".
Palmas e suspiros de alegria do milongueiro Indalécio, o rei da lábia. Uns dois fazem cara feia, mas o irmão do líder prossegue: "A mudança deverá ser feita com a conscientização das massas, através da Educação". Uns dois continuam de cara feia, mas Ramirão resolve logo ir pra ação para acabar com as possíveis resistências. E, ao ver o entusiasmo do companheiro, atribuiu-lhe a primeira tarefa. "Indalécio, você vai ficar responsável por ensinar os camponeses a ler e escrever".
Analfabeto de pai e mãe, o Guerrilheiro Ireceense não perdeu a pose e arrematou: "Ramiro, no Português eu não sou bom não, mas na Dialética eu sou o Satanás". Foi promovido, então, para professor de Dialética. E o MRI tornou-se uma espécie de Mobral Revolucionário. Ao saber que não haveria mais a resistência armada em Irecê, Geisel resolveu enfrentar a tropa de choque do general Sylvio Frota e a linha dura do regime militar. A pacificação foi adiante e houve a anistia e a abertura política e a redemocratização do país e toda esta história já conhecida por todos.
Agora, vem um coronelzinho do Maranhão arvorar-se a "Patrono da Democracia Brasileira". Que mané Sarney, que nada. A população brasileira deve gratidão ao Movimento Revolucionário de Irecê pela sábia e prudente decisão naquele Natal de 76.
Isto é verdade e dou fé.
E viva a putaria, ops, a democracia! Ela e o MRI se merecem, dialeticamente.
FRANCIEL CRUZ, REPÓRTER ESPECIAL PARA O ROCK LOCO.
sexta-feira, abril 01, 2005
SANGUE NOS TRILHOS
Há 30 anos aquele individuo que atende pela alcunha de Bob Dylan cometeu umas das grandes obras artisticas já feita por um ser humano.
A obra(prima) " Blood On The Tracks", completada no final de 74 mas só lançada sobre os meros mortais em Janeiro de 1975 está fazendo 30 anos este ano, e seu impacto, relevância e integridade se mantiveram intactos.
Tudo que se fala sobre Dylan pode ser considerado "overrated", mas qualquer pessoa que se predisponha a ouvir e entender a obra em questão, que tem varias alegorias e charadas, não pode negar, é um trabalho de um gênio.
Renegando a maior backing band da historia( uma tal de The Band), Blood On The Tracks é alegadamente um disco que tem como pano de fundo a traumatica dissolução do casamento de Dylan com Sara Lownds, um dos grandes romances do rock.
Um disco largamente acustico e aparentemente simples com arranjos despojados, que alterna momentos de arrependimento, amargor, uma certa tranquilidade, desejos de boa sorte, ironia, e muita raiva.
Com um texto que excede os limites do rock, juntamente com uma divisão silábica genial e uma inflexão vocal unica , Dylan renasce ali mesmo artisticamente anos depois de desaparecer de cena apos um acidente quase fatal de moto em 66 e abdicar de ser o Messias da contra-cultura, e lançar 4 discos de pouco impacto em termos de Dylan (John Wesley Harding , Nashville Skyline, Self-Portrait e New Morning) e 2 com a Band, Planet Waves, Before The Flood (muito legais).
As declarações e atitudes de Dylan reforçavam o aparente torpor familiar que o envolviam. Cansado da contra-cultura e tendo 5 filhos pra criar (Jesse, Anna, Samuel , o Wallflower Jakob, além de Maria do casamento anterior de Sara), Dylan parecia irremediavelmente acomodado.
Mas as coisas não eram o que pareciam, o refugio no campo virou inferno com o constante assedio dos fanaticos, que invadiam sem cerimonia sua fazenda em Woodstock para morar (!) lá com ele, e os Dylan voltaram a morar em New York em 73, e reza a lenda, após curiosas aulas de arte com o pintor Norman Raeben, Dylan debaixo da influência radical do artista que o incentivava a liberar seus instintos através da pintura, rasgou a fantasia de acomodado (que na verdade era apenas fachada de um louco num periodo manso) e começou a ter um comportamento cada vez mais errático.
Segundo o proprio Dylan, após uma aula especialmente carregada de significados, "Eu fui pra casa após aquilo, e minha mulher nunca mais me entendeu. Ela nunca sabia sobre o que eu estava falando. E eu não conseguia explicar a ela".
Ato continuo, numa turnê com a Band em 1974 ( depois de 8 anos), Dylan voltou a beber e fumar pesadamente, alem de voltar a ter varias namoradas na estrada. Voltou a sentir o gosto da velha vida na estrada e aí o seu comportamento tipo Jekyll & Hyde faz Sara ficar apavorada com as atitudes dele.
Entre agressões, surtos paranoicos, varias amantes na cara da patroa e umas paradas realmente muito estranhas, tipo ficar horas seguindo e olhando de forma ameaçadora pra Sara sem dizer uma só palavra, Sara sai fora em 74.
Haveriam varias tentativas de reconciliação, até que em 77 foi jogada a pá de cal depois de Dylan dar um murro em Sara, quebrando seu queixo.
Dylan nega que a(s) mulher(es) que ele se refere nas faixas de Blood On The Tracks seja Sara, mais uma vez o proprio: "Eu li que isto supostamente é sobre minha esposa. Eu desejaria que me perguntassem antes de publicarem este tipo de coisa. Não passam de estupidos vagabundos enganadores".
O.K. Bob, a gente finge que acredita.
Neste clima "ameno" o disco foi gravado em sessões em Nova York e na natal Minessota com uma banda recrutada entre musicos de estudio (entre outros Eric Weissberg e Billy Preston) e abre com Tangled Up In Blue, uma fabula sobre o relacionamento de um casal, talvez um triangulo amoroso e talvez até varios casais, a ambiguidade e maestria do texto e a forma de utilização dos pronomes ainda hoje é objeto de estudo de academicos da lingua inglesa, coisa de estudo nas maiores universidades americanas.
Narrada na terceira pessoa, as vezes na primeira, as vezes as duas pessoas ao mesmo tempo, é um trabalho de um genio, que extrapola a mera questão do rock.
Não vou me prender a ordem das musicas, nem vou comenta-las todas.
You´re a Big Girl Now e If You See Her Say Hello se não forem sobre Sara, eu sou John Lennon reencarnado.
Simple Twist of Fate e Meet Me In The Morning são canções melancolicas com uso afiado e cortante das palavras cheios de ambiguidades e referencias aparentemente obvias...
Lily, Rosemary... a mais country do disco, You´re Gonna Make me Lonesome... é de uma ironia corrosiva, capaz de danificar qualquer cd player.
Buckets of Rain que fecha o disco dignamente.
Shelter From the Storm, mais uma musica sobre um relacionamento fracassado com imagens e metáforas fortíssimas, a ponto das alegorias usadas levarem Pete Hamill (o consagrado critico literario, não o cara do Van Der Graaf, banda que eu adoro) a compara-lo com Yeats, um dos maiores poetas (senão o maior) da lingua inglesa.
Deixo por ultimo Idiot Wind, que dizer?
O retorno a forma no mesmo nivel de Like A Rolling Stone , Ballad Of A Thin Man, Positively 4th Street, um petardo direcionado a alguma pobre coitada, pior que qualquer agressão fisica.
Idiot Wind é bílis puro, uma ira descontrolada capaz de fazer qualquer punk um gatinho domestico, tudo isto embalado numa ironia fudida com uma interpretação que prova que Dylan é um dos maiores cantores desta porra, quando ele subverte toda a metrica das silabas e desorganiza qualquer noção de "cantor" que vc possa ter.
Uma das maiores canções já feitas, um pouco indigesta é verdade, mas genio puro.
Tenham cuidado, tem sangue na pista.
A obra(prima) " Blood On The Tracks", completada no final de 74 mas só lançada sobre os meros mortais em Janeiro de 1975 está fazendo 30 anos este ano, e seu impacto, relevância e integridade se mantiveram intactos.
Tudo que se fala sobre Dylan pode ser considerado "overrated", mas qualquer pessoa que se predisponha a ouvir e entender a obra em questão, que tem varias alegorias e charadas, não pode negar, é um trabalho de um gênio.
Renegando a maior backing band da historia( uma tal de The Band), Blood On The Tracks é alegadamente um disco que tem como pano de fundo a traumatica dissolução do casamento de Dylan com Sara Lownds, um dos grandes romances do rock.
Um disco largamente acustico e aparentemente simples com arranjos despojados, que alterna momentos de arrependimento, amargor, uma certa tranquilidade, desejos de boa sorte, ironia, e muita raiva.
Com um texto que excede os limites do rock, juntamente com uma divisão silábica genial e uma inflexão vocal unica , Dylan renasce ali mesmo artisticamente anos depois de desaparecer de cena apos um acidente quase fatal de moto em 66 e abdicar de ser o Messias da contra-cultura, e lançar 4 discos de pouco impacto em termos de Dylan (John Wesley Harding , Nashville Skyline, Self-Portrait e New Morning) e 2 com a Band, Planet Waves, Before The Flood (muito legais).
As declarações e atitudes de Dylan reforçavam o aparente torpor familiar que o envolviam. Cansado da contra-cultura e tendo 5 filhos pra criar (Jesse, Anna, Samuel , o Wallflower Jakob, além de Maria do casamento anterior de Sara), Dylan parecia irremediavelmente acomodado.
Mas as coisas não eram o que pareciam, o refugio no campo virou inferno com o constante assedio dos fanaticos, que invadiam sem cerimonia sua fazenda em Woodstock para morar (!) lá com ele, e os Dylan voltaram a morar em New York em 73, e reza a lenda, após curiosas aulas de arte com o pintor Norman Raeben, Dylan debaixo da influência radical do artista que o incentivava a liberar seus instintos através da pintura, rasgou a fantasia de acomodado (que na verdade era apenas fachada de um louco num periodo manso) e começou a ter um comportamento cada vez mais errático.
Segundo o proprio Dylan, após uma aula especialmente carregada de significados, "Eu fui pra casa após aquilo, e minha mulher nunca mais me entendeu. Ela nunca sabia sobre o que eu estava falando. E eu não conseguia explicar a ela".
Ato continuo, numa turnê com a Band em 1974 ( depois de 8 anos), Dylan voltou a beber e fumar pesadamente, alem de voltar a ter varias namoradas na estrada. Voltou a sentir o gosto da velha vida na estrada e aí o seu comportamento tipo Jekyll & Hyde faz Sara ficar apavorada com as atitudes dele.
Entre agressões, surtos paranoicos, varias amantes na cara da patroa e umas paradas realmente muito estranhas, tipo ficar horas seguindo e olhando de forma ameaçadora pra Sara sem dizer uma só palavra, Sara sai fora em 74.
Haveriam varias tentativas de reconciliação, até que em 77 foi jogada a pá de cal depois de Dylan dar um murro em Sara, quebrando seu queixo.
Dylan nega que a(s) mulher(es) que ele se refere nas faixas de Blood On The Tracks seja Sara, mais uma vez o proprio: "Eu li que isto supostamente é sobre minha esposa. Eu desejaria que me perguntassem antes de publicarem este tipo de coisa. Não passam de estupidos vagabundos enganadores".
O.K. Bob, a gente finge que acredita.
Neste clima "ameno" o disco foi gravado em sessões em Nova York e na natal Minessota com uma banda recrutada entre musicos de estudio (entre outros Eric Weissberg e Billy Preston) e abre com Tangled Up In Blue, uma fabula sobre o relacionamento de um casal, talvez um triangulo amoroso e talvez até varios casais, a ambiguidade e maestria do texto e a forma de utilização dos pronomes ainda hoje é objeto de estudo de academicos da lingua inglesa, coisa de estudo nas maiores universidades americanas.
Narrada na terceira pessoa, as vezes na primeira, as vezes as duas pessoas ao mesmo tempo, é um trabalho de um genio, que extrapola a mera questão do rock.
Não vou me prender a ordem das musicas, nem vou comenta-las todas.
You´re a Big Girl Now e If You See Her Say Hello se não forem sobre Sara, eu sou John Lennon reencarnado.
Simple Twist of Fate e Meet Me In The Morning são canções melancolicas com uso afiado e cortante das palavras cheios de ambiguidades e referencias aparentemente obvias...
Lily, Rosemary... a mais country do disco, You´re Gonna Make me Lonesome... é de uma ironia corrosiva, capaz de danificar qualquer cd player.
Buckets of Rain que fecha o disco dignamente.
Shelter From the Storm, mais uma musica sobre um relacionamento fracassado com imagens e metáforas fortíssimas, a ponto das alegorias usadas levarem Pete Hamill (o consagrado critico literario, não o cara do Van Der Graaf, banda que eu adoro) a compara-lo com Yeats, um dos maiores poetas (senão o maior) da lingua inglesa.
Deixo por ultimo Idiot Wind, que dizer?
O retorno a forma no mesmo nivel de Like A Rolling Stone , Ballad Of A Thin Man, Positively 4th Street, um petardo direcionado a alguma pobre coitada, pior que qualquer agressão fisica.
Idiot Wind é bílis puro, uma ira descontrolada capaz de fazer qualquer punk um gatinho domestico, tudo isto embalado numa ironia fudida com uma interpretação que prova que Dylan é um dos maiores cantores desta porra, quando ele subverte toda a metrica das silabas e desorganiza qualquer noção de "cantor" que vc possa ter.
Uma das maiores canções já feitas, um pouco indigesta é verdade, mas genio puro.
Tenham cuidado, tem sangue na pista.
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