quinta-feira, março 14, 2019

SENTIMENTO NACIONAL

Crítica ao atual sentimento nacional, Todo Meu Ódio é a banda nova de Shinna (Pancreas)

Shinna (óculos escuros) e a TMÓ, foto Ilane Brisa
Sujeito boa-praça, inquieto e roqueiro raiz, Shinna Voxzelicks já animou muitas nights em inferninhos do Rio Vermelho à frente da banda Pancreas.

Como esse negócio de banda de rock em Salvador é muito complicado e não dá camisa a ninguém, o grupo entrou em hiato por tempo indeterminado em 2017, após muitos shows e três álbuns gravados.

Buliçoso, Shinna não se deu por vencido e eis que a figura ressurge à frente de um novo grupo, de nome bastante sugestivo: Todo Meu Ódio.

Mas calma. O que poderia ser tomado como um incentivo ao sentimento que ora afoga a nação é na verdade uma crítica, uma observação ao estado das coisas neste belo e triste país.

“Um belo dia eu estava surfando nas redes sociais e só li coisas negativas. Daí, fiz uma postagem positiva e só levei pedrada. Dias depois, fiz uma postagem negativa e escrota e só recebi risadas e curtidas”, relata Shinna.

“Isso me deu muito ódio porque é uma inversão de valores e uma valorização da estupidez. Pensando nisso, comecei a escrever letras somente com o tema ódio. Aproveitei e pedi a colegas que me mandassem letras com o mesmo tema. Tony Lopes (Reverendo T), meu ídolo e guru, me mandou várias. Minha querida amiga Nalini também mandou”, continua.

Não demorou e Shinna convocou o amigo e guitarrista Yori Maldonado (guitarrista).

“Ele topou na hora. Depois de um período experimental, a gente se arrumou mesmo foi com a chegada de Ricardo Vögler (baixo) e Francis Nascimento (bateria)”, conta.

“O ódio é um sentimento muito forte e, talvez, seja o sentimento mais verdadeiro que a gente tem, principalmente os brasileiros, por todas as dificuldades que a gente passa”, acrescenta.

Curto e grosso

Em dezembro, o quarteto lançou seu primeiro álbum, o curto e grosso Ódiomocracia, pela trinca de selos Brechó - São Rock - BigBross.

No som, punk rock mais para Titãs (fase Cabeça Dinossauro) e Plebe Rude do que para o hardcore.

“O disco foi produzido pelo genial Rafael Menduyn. Desde o início, ainda nos ensaios, a gente já se planejava pra gravar logo e queríamos um disco forte e rápido”, conta.

“A gente procura fazer nosso som o mais simples possível e com total liberdade. Sempre buscamos valorizar ao máximo a mensagem das nossas letras. O punk rock nos deixa bem confortáveis pra isso. A nossa sonoridade tem fortes influências dos Ramones, Sex Pistols, Titãs e Plebe Rude. A nossa filosofia é contestar tudo, sempre”, conclui Shinna.



NUETAS

Artur e TMÓ no BB

E quem curtiu a Todo Meu Ódio aí do lado pode conferir seu pocket show quinta-feira, no Bardos Bardos, a partir das 19 horas. Pague o quanto quiser. Na sexta-feira, no mesmo bat-local, o grande Artur Ribeiro (ex-Theatro de Seraphin) apresenta suas novas composições cheias de poesia e sensibilidade. Mesmo esquema: 19 horas, pague...

Black metal alemão

Rapeize do black metal que se programe: em turnê pelo Brasil, a banda alemã Goath se apresenta em Salvador dia 21 (quinta-feira), no Club Banhöf Ssa (antigo Idearium, à Rua Guedes Cabral, 20, Rio Vermelho). Marcado para as 20h30, com ingressos a R$ 30 e – atenção – vendidos somente na porta. Formada em 2015, a Goath vem da cidade de Nürnberg (Bavária) e traz no seu som a tradição das grandes bandas alemãs do estilo. Perdei e apodrecei nas profundas luciferianas!...

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