sexta-feira, dezembro 01, 2017

HOJE E AMANHÃ TEM JARDS MACALÉ NO RUBI, ESQUEMA VOZ E VIOLÃO. MAS SEM ESSA DE SHOW INTIMISTA, OK?

Coautor de Vapor Barato, o grande Jards se vê livre do rótulo de maldito - e se prepara para gravar novo álbum de inéditas

Jards. Foto Caroline Bittencourt
Tropicalista histórico, autor de clássicos da MPB, músico extraordinário, Jards Macalé dispensa apresentações.

Hoje e amanhã, o coautor de Vapor Barato (com Waly Salomão) se apresenta no Café-Teatro Rubi em esquema voz & violão.

Mas sem essa de “show intimista”, OK? O homem não tem mais paciência para clichês caindo de velhos.

“O repertório tem algumas músicas minhas com parceiros como Capinam (Gotham City, Movimento dos Barcos), Wally, Torquato Neto (Let's Play That) Vinícius (O Mais Que Perfeito), Duda Machado (Hotel das Estrelas) e algumas coisas de outros autores”, conta Jards, por telefone,  do Rio.

Carioca “da gema”, faz questão de enfatizar, Jards tem, ao longo de sua carreira, ligações diversas com a Bahia.

“A começar pelos parceiros: Wally, Duda Machado, Glauber Rocha, Rogério Duarte. Tenho músicas com todos esses baianos. E não só isso: quando (Maria) Bethania veio fazer a peça Opinião (de Augusto Boal) no Rio (em 1965), ela ficou hospedada lá em casa. Tive direção musical de Gal Costa em discos meus e fiz discos com ela, como Le-Gal (1970) e Cultura e Civilização (1969), seu disco mais radical e menos conhecido”, lembra.

“Tenho essa ligação natural com a Bahia. Mas sou carioca da gema”, afirma.

Olha ele aí de novo. Foto Felipe Diniz
Disco novo em 2018

Coincidentemente, nesta semana mesmo, Jards recebeu uma ótima notícia, ao ser contemplado no edital 2018 da Natura Musical para gravar um novo álbum de músicas inéditas - o primeiro desde Macao, de 2008.

“Tô vendo aí, vou começar a preparar o repertório. Tô selecionando algumas coisas já compostas e  criando outras coisas novas”, conta.

Apesar da carreira brilhante e cheia de sucessos, Jards teve colado em si, durante muito tempo, o incômodo rótulo de “maldito”.

“Mas isso já foi, já passou, tá resolvido pra mim. Mas aconteceu por que, até a metade da década de 80, toda referência (sobre Jards  Macalé) era em relação às décadas de 60, 70. A coisa do maldito, do marginal, fazia sentido naquela época. Era até elogio”, diz.

“As outras gerações, mais novas, nem sabiam que eu era ‘maldito’. Virou uma pecha, que eu próprio comecei a rejeitar. Pô, eu já tinha trabalhos em cinema, teatro, artes plásticas – tudo sempre vinculado à música, claro. Aí na Bahia fiz o papel do Pedro Archanjo, no filme Tenda dos Milagres (1977), de Nelson Pereira dos Santos (baseado no livro de Jorge Amado)”, enumera.

Jards Macalé / Hoje e amanhã,  20h30 /  Café-Teatro Rubi – Sheraton da Bahia Hotel / R$ 80

2 comentários:

Franchico disse...

Tenho dois ex-colegas de faculdade que me dão orgulho.

Um é Jean-Willys, de quem, aliás, nunca fui amigo. Mas tenho orgulho de dizer que fui seu colega.

O outro é esse rapaz aqui, com quem tive o privilégio de conviver de perto e chamar de brother:

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/marighella-e-exemplo-de-resistencia-para-o-brasil-de-agora-diz-wagner-moura/

Franchico disse...

Ai, como ela é macha!

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/usp-recebe-email-anonimo-com-ameaca-de-assassinato-de-travestis-esquerdistas-e-feministas/