terça-feira, junho 06, 2017

DEATH-THRASH DA ITÁLIA, METHEDRAS FAZ TURNÊ DE TRÊS DATAS PELA BAHIA

Methedras, foto Silvia Belloni
Na função ad aeternum (graças a Jah), Rogério BigBross Brito vai armando mais uma edição do festival BigBands, que deve rolar no segundo semestre.

Para esquentar as turbinas, sábado tem o Warm Up BigBands 2017, com a atração internacional Methedras (da Itália), mais as bandas locais Aphorism e Old Chaos.

Como gostamos de fazer as honras, batemos um papo por email com o baixista e fundador da Methedras,  Andrea Bochi, que parece bem feliz em vir ao país.

“É nossa primeira vez no Brasil, um sonho realizado desde que era garoto e ouvia uma grande banda como o Sepultura e me perguntava sobre seu país e sua cena metal, sua cultura, suas mulheres. Uma nação charmosa e cheia de contrastes entre sua natureza e vida selvagem, seu povo acolhedor, sua música, sua colorida vida social”, conta, idealizando.

Em turnê de 12 datas pelo Brasil, o quarteto vai rodar bastante pelo Nordeste. Só na Bahia, faz três shows: quinta-feira em Vitória da Conquista, sexta em Serrinha e sábado aqui.

“Nossas expectativas são simples: tocar, conhecer novos metalheads, curtir com os amigos, desfrutar do seu estilo de vida por um tempo, relaxando na praia nos dias de folga e possivelmente fazer novos fãs, divulgando nosso nome e música pela cena brasileira”, diz.

Formada em Milão em 1996 e hoje baseada em Bérgamo, norte da Itália, a Methedras pratica death-thrash metal de altíssima octanagem, nada devendo a grandes bandas do gênero, muitas das quais eles já abriram shows pela Europa.

“Somos influenciados basicamente por bandas estrangeiras das cenas thrash da Bay Area (São Francisco, Califórnia) e  de death metal do norte europeu – de forma tal que decidimos fundir esses dois estilos diferentes em nossa própria visão de música extrema”, explica Andrea.

Da cena italiana, ele aponta três bandas para os brasileiros: “Se eu tivesse de citar duas bandas italianas interessantes próximas do nosso estilo, eu citaria Necrodeath e Extrema, ambas lendárias e bem conhecidas mesmo fora da Itália. Outra banda que amo muito, de amigos meus, mesmo que não exatamente nessa linha thrash-death-groove-black é a Sadist, uma banda incrível de metal avant garde progressivo que eu sugiro que seus leitores ouçam, vale muito a pena”, afirma.

"(Mas) A cena metálica italiana é estranha, é cheia de bandas incríveis e e talentosas, bandas até bem conhecidas, como por exemplo, a Fleshgod Apocalypse, que está chegando forte no mercado mundial do metal. Mas também é muito pobre internamente, sem o apoio necessário da mídia, de selos, dos tomadores de decisão, de caça-talentos e totalmente sem locais para shows de médio porte, ou os requisitos técnicos mínimos nos locais de pequeno porte, enquanto os locais de grande porte só são usados para grandes nomes ou turnês internacionais ou festivais locais nos quais apenas os mesmos velhos nomes são escalados, por que as plateias são envelhecidas, com interesse apenas nas bandas old school, o que impede o desenvolvimento de uma nova e moderna", descreve.

Methedras, foto Silvia Belloni
"Todas essas considerações nos levam a conclusão de que não há um mercado alternativo sólido para nós, forçando-nos a tentar pousar em outros países e mercados na tentativa de encontrar interessados em nossa música, o que acontece na Rússia, Estados Unidos, Canadá, países do leste europeu e esperamos, também no Brasil", acrescenta.

Piores pesadelos

Com letras entre a política e o apocalipse, a banda parece ter bastante fonte de inspiração hoje em dia.

“Sim, você está certo, hoje parecemos experimentar uma descida mundial em direção aos nossos piores pesadelos, aqueles que a humanidade temia desde o fim da 2ª Grande Guerra: recessão econômica braba, falência política generalizada, instabilidade sistemática, reascenção dos velhos demônios do nazismo e do socalismo extremo e até mesmo o retorno de uma das piores pragas do passado, o maldito terrorismo, que não tem nada a ver com religião, em minha opinião”, afirma.

“É muita coisa sobre as quais escrever, temos fartura de inspiração para letras nos últimos 10 ou 15 anos, desde o 11 de setembro. Mas será que tudo é mesmo como vemos na mídia? Ou será que a mídia faz tudo sob medida? E quem diz à mídia o que arranjar e mostrar às massas?”, desconfia Andrea.

"Bem, não quero parecer um apoiador de teorias de conspiração ou contra o sistema, mas pessoalmente não acredito que toda essa merda acontece ao mesmo tempo assim, parece  mais que algo ou alguém está conduzindo uma espécie de guerra interna oculta em nível mundial para interesses privados. Porque? Essa é a pergunta mais importante do século, talvez do milênio, pergunta que os analistas políticos, sociais e econômicos devem responder rapidamente no interesse de manter o mundo um lugar que as pessoas de fato conheçam e possam continuar vivendo. Caso contrário, melhor nem imaginar esse segundo cenário", teoriza.

Voltando à música, Andrea conta que já excursionou até pela Rússia com bandas brasileiras de heavy metal. "Claro, além do Sepultura conhecemos outras bandas brasileiras, como Angra, Nervosa (para a qual abrimos um show na Rússia em 2015), Nervo Chaos, Torture Squad. Não conhecemos muito mais devido a estarmos milhares de quilômetros distante, mas graças a tecnologia e ao fato de estarmos tentando aparecer no mercado internacional, estamos em contato com bandas brasileiras mais do que nunca, o que nos permite conhecer mais a cena".

Sobre o estilo "in your face" moderno do Methedras, Andrea reflete que ele vem sendo depurado ao longo dos anos. "Achamos nosso som próximo do som dos ícones do death e do thrash, considerando que amamos bandas como Testament, Slayer, Megadeth, Metallica inicial, Overkill, Anthrax, Exodus, At The Gates, In Flames inicial, The Haunted, Soilwork, Hatesphere, etc. Todas elas nos inspiraram profundamente desde o início de nossos anos de atividade. Então sentimos a necessidade de mudar algo em nosso som já que não queríamos ficar presos ao passado, evitando o selo 'old school', já que tudo isto já foi feito, a despeito de amarmos esses trabalhos. Como artistas contemporâneos vivendo nesta era, é minha opinião que devemos seguir adiante e tentar fazer algo diferente, algo mais novo, moderno e alinhado à nossa época. É por isso que você ouve teclados sob a parede de som feita de guitarras, baixo, bateria e vocais, é só um tempero de elementos modernos (não tão pesados) que poderiam abrir nosso som e desenvolve-lo até um novo patamar. Pelo menos, é isso que buscamos, ao adicionar alguns samples sublinhando nossas canções mais recentes", conclui.

Warm up Festival Bigbands 2017, com Methedras, Old Chaos e Aphorism / Sábado, 22 horas,  Dubliner’s Irish Pub / R$ 20 / www.methedras.com



NUETAS

Água Suja da boa

Nunca é demais lembrar: a banda Água Suja, formada por músicos veteranos da cena blues / rock, segue fazendo sua jam semanal gratuita toda quarta-feira no Dubliner’s, sempre às 22 horas.

Renata loves Bob 

Sexta-feira tem o tradicional tributo ao Bob Marley Three Little Birds, com a cantora Renata Bastos e banda na Commons. 22 horas, R$ 15 (lista amiga) ou R$ 20 (na porta).

Maria Bacana show!

A sensacional e rediviva Maria Bacana faz show para ajudar a arrecadar fundos para a gravação do disco de retorno. Domingo, matinê no Groove Bar, com as bandas Gravata de Vidro e Dom Sá: 15 horas, R$ 15. E colabora lá no www.catarse.me/mariabacana2017!

3 comentários:

Rodrigo Sputter disse...

só faltou ele criticar o capitalismo...pq só falou do nazismo e do socialismo extremo...e kd o capitalismo?? sistema econômico superbacana...só acham que existem ditadores no nazismo e comunismo...porque ficam anos no poder...sim...mas o capitalismo nesse aspecto deu uma de esperto...afinal...num fica uma pessoa comandando...mas os 1 ou 5% dos que detém o capital no mundo continuam os mesmos...não sou eu que digo isso...dizem os estudiosos...
que 1% ou é 5% é q detém a riqueza do mundo todo...
falou que quer conhecer as mulé daqui...vai ter gente lá chamando-os de machistas, facistas, sexistas e reaças...

falando de coisa boa, já tou participando da campanha dos Maria...comentei com André sobre o nome do festival...que vi que não rolou aqui...ainda bem-ehhehehe
vc sabe como é o nome?
se tudo der certo tou colado nesse som!!!
se der quero ouvir essas outras duas bandas que num saco...

Franchico disse...

Agora sim, oficial:

RIP Karl Franz Hummel.

O guitarrista, membro original do Camisa de Vênus, morreu nesta manhã, dia 8 de junho de 2017. O enterro é hoje mesmo, na Capela D do Jardim da Saudade.

Não tenho um link ainda, mas acabo de receber a informação de fonte segura.

Franchico disse...

https://www.facebook.com/camisadevenusoficial/photos/a.356341027906981.1073741828.351164851757932/711337252407355/?type=3&theater