Skank em foto de Weber Pádua |
O quarteto mineiro consolida sua posição de exceção pop rock em tempos de predominância sertaneja de butique nas paradas, graças a boa repercussão do álbum e da turnê Velocia (2014), seu registro mais recente.
Já a banda baiana dá uma paradinha nas gravações do seu próximo álbum para se encontrar com o seu sempre ávido (e crescente) público.
“O show é mesmo que vimos fazendo desde o lançamento do Velocia. Agora estamos trabalhando o terceiro single do disco, Do Mesmo Jeito, parceria minha com o Lucas Silveira, do Fresno”, adianta Samuel Rosa.
“E a turnê tá indo muito bem, temos conseguido bons públicos Brasil afora. É muito gratificante, depois de tantos anos de carreira, sentir que (a banda) ainda tem relevância, que o publico se renova”, felicita-se.
Criada em 1991, o Skank completa em 2016 25 anos de atividade, com muito sucesso. Samuel Rosa, contudo, confessa que não vê muito sentido em fazer festa para comemorar a data.
“Ninguém se lembra do Skank em 1991, fora nossos pais e amigos. É que a banda só estourou mesmo para o Brasil em 1995, com o (álbum) Calango, que vendeu um absurdo e teve vários sucessos nas rádios. O Skank já tem um tempo considerável de carreira. Eu gosto de lembrar, de olhar para trás: a partir de 94, 95, o Skank sempre esteve entre as três ou cinco bandas mais requisitadas do Brasil. Nunca tivemos um período de ostracismo, tipo 'ah, vamos parar um pouco, quero fazer carreira solo' e tal. Eu até brinco quando vejo o tanto de show que o Skank faz, 'pô, pessoal, vamos pegar mais leve'. O Skank está em turnê desde 1993”, afirma.
“Por isso, essa banda sobrevive tanto tempo: temos muito prazer de pegar a estrada, nosso relacionamento é muito satisfatório, pois temos muito prazer no que fazemos. E outra, dentro de nossa linguagem, o Skank se renovou. Basta entrar nas músicas mais conhecidas e você percebe que que apesar de conservar a assinatura, tem muitas músicas que não se parecem entre si. Garota Nacional não tem nada a ver com Dois Rios, por exemplo. A gente adora explora diversas possibilidades. Tem quem condene isso, mas foi a nossa forma de sobreviver, de se renovar esteticamente. Então acho que essas datas não tem um significado assim tão representativo. Acho que envelhece, fica parecendo uma instituição comercial. Deixo isso pras drogarias, sabe, tipo ‘25 anos servindo melhor’”, ri o músico.
Ele aproveita e lembra uma história de bastidores do Calango: “A gente não conseguiu emplacar nenhum grande hit com o primeiro disco. O que fez o Skank andar foi o show, o buxixo, éramos uma das novidades da época. O show era bom, então começamos a vender muito show e rodar o país, mas ainda tinha muita resistência em São Paulo, por exemplo . Aí um dia, um diretor do gravadora jogou isso na nossa cara, ‘vocês ainda não tem um hit’. A resposta veio no Calango, que por ironia do destino, foi justamente o disco com o maior numero de hits do Skank”, relata.
Adeus ao Flare
Scambo: Tosto, Pedro, Graco e o flare entre eles. Foto do Facebook da banda |
“Estamos nos despedindo desse show, vamos lançar um disco novo em breve, tudo vai mudar no repertório”, avisa o guitarrista Alexandre Tosto.
“Aí, o repertório que já estava repetitivo, enfadonho pra gente, ganha novo gás. É nesse momento que os improvisos surgem da melhor forma possível. Então as novidades desse show devem ser nesse sentido, no estar mais solto no palco, o que também sempre foi o melhor da Scambo, o imprevisível”, afirma.
Ainda quente do bom desempenho no programa SuperStar, da Globo, que tornou a Scambo mais conhecida no resto do país, Alexandre faz o balanço do agitado ano de 2015.
"2015 foi mais um, e, ótimo ano. A Scambo completou seus 15 anos vivendo todos os altos e baixos possíveis e impossíveis. Quando se trabalha durante tanto tempo por um propósito você acaba encontrando, ou pelo menos deveria encontrar. O real propósito de tudo isso, e esse propósito nunca está externo a você ou ao projeto, não está num tal 'reconhecimento' ou em qualquer outro tipo de coisa, só os tolos querem respirar aplausos. Quando eu tinha 15 anos, eu li William Burroughs e Allen Ginsberg e decidi que na minha vida eu queria apenas uma coisa, ter uma banda de Rock, não de música, de Arte Rock. Anos depois, David Bowie resolveu esta equação pra mim, e a partir daí, nada mais me importa que não seja estar fazendo o que eu quero. Por isso, 2015 foi um ano milagroso onde o sonho daquele menino continua vivo", relata.
Tosto no palco, a fim de art rock. Foto do Facebook, crédito Douglas Mendes |
“Nada melhor do que um disco novo. Eu estou gostando muito do formato que decidimos gravar dessa vez. Apenas eu, Pedro e Graco no estúdio, com o apoio do Apú Tude. Está sendo uma experiência muito rica. Essa coisa de se despir do 'guitarrista', do 'vocalista'. Somos três artistas frente as composições e aos instrumentos e ponto. Eu quero saber o que nós três queremos dizer, sem influencia de músicos, fãs etc. Nunca gostei do ambiente de um estúdio, continuo não gostando, mas é a primeira vez que estou indo sem reclamar. Particularmente, espero que esse trabalho PROVOQUE (caps lock do artista), seja lá o que for, mas que provoque algo. Essa é a nossa função como Artistas. Nós temos nos provocado bastante, então acho que vai dar certo”, conclui.
Encontros de Verão com Skank e Scambo / Hoje, 22 horas / Armazém Vilas (Av. Luiz Tarquínio, 2893) / 1º lote, Pista: R$ 60 (meia), Área VIP R$ 80, Camarote R$ 100 / Ticketmix, Pida e Balcões / 18 anos