segunda-feira, julho 27, 2015

FINALMENTE, A MAIOR BANDA DE ROCK DO MUNDO

Relançamento: Original de 1971, o clássico álbum Sticky Fingers ganha edição comemorativa de luxo. Um dos discos definitivos do rock, o LP reúne diversos marcos

A divertida foto de divulgação de 1971. Foto: David Montgomery
O título mais comumente associado aos Rolling Stones é nada mais, nada menos que “A Maior Banda de Rock do Mundo”. É moeda corrente. Todo mundo já leu ou ouviu  por aí.

Mas poucos sabem o por que da honraria ou o que exatamente eles fizeram para merece-la. A resposta em duas palavras: Sticky Fingers.

Agora, o clássico álbum de 1971 acaba de ganhar edição comemorativa.

A versão nacional vem com o álbum original remasterizado e um CD bônus com versões alternativas inéditas e ao vivo, com destaque para a performance de Eric Clapton em Brown Sugar e a versão acústica de Wild Horses.

No exterior, a edição saiu tripla, com o disco 3 trazendo um show inteiro na Universidade de Leeds, naquele mesmo ano.

E sim, é claro que os Stones fizeram grandes álbuns ainda nos anos 1960 com o saudoso Brian Jones, como Beggars Banquet (1968) e Let It Bleed (1969). Só que, nessa época, os Beatles ainda existiam.

E mais: apesar de excelentes, esses (e outros) álbuns ainda não traziam em si o foco que tornou SF uma obra fechada, exata, na qual cada nota, riff e levada parece milimetricamente encaixada no lugar certo – e ainda assim, poucos álbuns soam tão soltos, sujos e espontâneos.

Entre os especialistas, SF é quase unanimidade como um dos melhores discos de todos os tempos e o  melhor dos Stones – sim, por que há quem prefira o álbum seguinte, o duplo Exile on Main Street (1972).

Mas enquanto Exile por vezes perde o foco em suas 17 faixas, SF fechou a tampa em dez – todas essenciais, clássicas.

Na época, o disco foi esperado com grande expectativa pelos fãs, imprensa e indústria. Afinal, seria o primeiro disco dos Stones após a perda trágica de Brian Jones e subsequente entrada de Mick Taylor.

Naqueles tempos, auge da indústria do disco, as bandas ligadas as grandes gravadoras – não importa o seu tamanho – eram obrigadas por contrato a comparecer com (pelo menos) um álbum novo por ano.

Lançado em 1971, Sticky Fingers encerrou um hiato de dois anos desde o Let It Bleed – uma eternidade para os padrões da época.

Mick J. (de virote?) bocejando na photoshoot
“Sticky Fingers eleva ao estado de arte o amálgama stoneano de blues e rock com um toque country mais pronunciado, graças a influência de Gram Parsons”, opina o economista Osvaldo Braminha Silveira Jr., ex-diretor da MTV na Bahia e estudioso incansável do rock clássico.

Ex-membro da banda The Byrds, Gram Parsons (1946-1973) ficou amigo de Keith Richards e Mick Jagger no final dos anos 1960, estimulando na dupla o interesse pela música country. O resultado apareceria em canções como Dead Flowers e Sweet Virginia (do Exile...).

“Tá tudo ali em termos de rock ‘n’ roll: irreverência, deboche, perigo,  relatos barra pesada, a perda da inocência e das ilusões, fazendo de Sticky Fingers um dos discos definitivos do rock”, acrescenta.

Outro nome fundamental no resultado de SF foi a entrada do guitarrista Mick Taylor na banda, recrutado para substituir o membro fundador Brian Jones, encontrado morto em sua piscina em 1969.

“SF marca a chegada definitiva de Mick Taylor, o melhor músico que passou pelos Stones. Gravado na estrada (no Alabama e na Inglaterra), tem blues, country e gospel traduzidos na linguagem pop de uma forma que nenhuma banda estadunidense chegou perto – mas aquele bando de ingleses fica a vontade, com total intimidade”, observa o químico Nei Bahia, outro aficionado, parceiro inicial de composição de Fábio Cascadura.

“É tão bom que quase ninguém lembra que a capa é obra de um tal de Andy Warhol”, sugere. Close de um homem “animadinho” em calças jeans justas, a ousada capa original trazia um zíper real, que, quando era aberto, revelava a cueca do rapaz.

Não se pode esquecer também a importância do produtor Jimmy Miller (1942-1994), um dos grandes produtores do rock clássico, que ainda assinou outros três álbuns dos Stones: os já citados Beggars Banquet, Let It Bleed, Exile on Main Street e ainda Goats Head Soup (1973).

Fim da Era Beatle

A estreia do selo Rolling Stones Records (e o logo da língua) foi com o SF
Superlativo em qualquer ângulo que se analise, Sticky Fingers é álbum de muitos marcos: tem a estreia de Mick Taylor, a influência country de Gram Parsons, a capa inovadora de Andy Warhol e ainda mais um: a estreia do selo Rolling Stones Records, que trouxe consigo o famoso logo da boca com a língua pra fora, um triunfo de design de John Pasche.

E, finalmente, com Sticky Fingers os Stones conseguiram  sair da sombra dos Beatles: “Depois de dois discaços consecutivos – Beggar´s Banquet e Let It Bleed, os Stones soltaram este petardo, provando que a Era Beatle pertencia ao passado”, provoca o artista Miguel Cordeiro.

“E foi então que ali se consolidou a frase de que eles eram ‘a maior banda de rock ’n’ roll do mundo’”, conclui, certeiro.

Faixa a faixa

Brown Sugar: O riff de abertura é tão clássico, tão característico e sacana que dá até para visualizar Keith Richards se curvando sobre a Fender, daquele jeitão. Em um boogie imperialista, Mick canta sobre “ingleses de sangue quente” enlouquecidos pelas moças de um puteiro em New Orleans.  

Sway: Outro riff que já entra lascando bonito, desta vez em ritmo hard blues. A voz de Mick mais rasgada do que nunca, plena de dor e Nicky Hopkins brilhando ao piano. Boa de chorar.

Wild Horses: Por falar em chorar, quem não fica com uma lágrima com essa aqui simplesmente não tem coração. Balada country levada ao violão, é as vezes meio difícil saber se Mick canta sobre uma certa nostalgia da infância ou se é mera dor de corno. O fato é que é uma das músicas mais dilacerantes do rock.

Can't You Hear Me Knocking: Faixa que começa R&B e cai num batuque latin jazz de rachar o assoalho. O assunto são as drogas, a fissura por mais uma dose. Não a toa, embala a abertura do filme Profissão de Risco (Blow, 2001), ambientada em uma plantação de coca no 3º Mundo. Grande momento de Bobby Keys (sax).

You Gotta Move: Releitura de um clássico  spiritual afro americano popularizado pelo bluesman Mississippi Fred McDowell. “Você pode ser rico ou pobre, mas quando o Senhor estiver pronto, you gotta move (você terá de ir)”.

Bitch: A faixa mais  agressiva e veloz de SF abre o lado B do vinil original. Riff sacanérrimo e balanço de arrasar. A vontade é de se acabar na primeira fila do show

I Got the Blues: Balada soul de arrepiar todos os pelos do corpo. O solo de Hammond de Billy Preston é uma pintura

Sister Morphine: Diz a lenda que essa é só da  Marianne Faithfull (gravada por ela em 1969), mas no disco aparece creditada a ela, Jagger e Richards. Espetacular visão em primeira pessoa de alguém prestes a morrer em uma cama de hospital. Ry Cooder quebra tudo no slide

Dead Flowers: Faixa mais debochada do LP, esse country influenciado por Gram Parsons. Sacaneia uma patricinha que se acha a Rainha do Underground

Moonlight Mile:Talvez a faixa menos apreciada do LP. Balada folk estradeira sobre a solidão da vida em turnês intermináveis

The Rolling Stones / Sticky Fingers / Rolling Stones Records - Universal Music / R$ 45,90

13 comentários:

Franchico disse...

Menino, o Zorra Total quebrou tudo sábado passado!

http://www.brasilpost.com.br/2015/07/26/zorra-total-coxinha_n_7874566.html?utm_hp_ref=brazil

Digno de um SNL!

Mas é isso mesmo, todo castigo pra coxinha e milico é pouco! Maravilhoso!

Franchico disse...

Para apreciar: Um Poema Capitalista, do nosso companheiro Sputter, publicado na revista O Olho da História:

http://oolhodahistoria.org/inicio/?p=293

Franchico disse...

Para visitar algum dia: Pekar Park, Cleveland.

http://www.bleedingcool.com/2015/07/26/a-splendid-dedication-for-harvey-pekar-park-cleveland/

Ernesto Ribeiro disse...

.

Romário dá cartão vermelho pro juiz que cometeu crime de trânsito e que processou a guarda que o parou:


https://br.noticias.yahoo.com/rom%C3%A1rio-apresenta-projeto-que-transforma-em-crime-pr%C3%A1tica-da--carteirada-125332742.html


Romário apresenta projeto que transforma em crime prática da 'carteirada'


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado tem em mãos projeto do senador Romário (PSB-RJ) que torna crime a conhecida prática da “carteirada”. O PLS 66/15 altera o Código Penal e impõe detenção de três meses a um ano, além de multa, para os infratores.


“A sociedade brasileira não aceita, como antes, essa construção da barreira simbólica entre cidadãos de primeira e segunda categoria. É urgente uma providência do Congresso Nacional para tratar sobre este comportamento ilegal de alguns agentes públicos e de seus familiares”, explica Romário.


Ainda de acordo com o PLS proposto por Romário, a pena seria aumentada em um terço se a “carteirada” for dada por autoridades ou membros da família de membros dos três poderes e comandantes das Forças Armadas. O aumento também ocorre se houver ameaça ou constrangimento a agente público no exercício da função ou em razão dela.

Rodrigo Sputter disse...

Pou valeuzão Chico, sinto-me honrado!!
duplamente, lá e cá...

Genial esse lance a ZT...mundo virado...se até a globo tem medo...tem um cara falando embaixo que o exercito é a mão amiga...cada "pérola" nos comentários...nem Lobão apoia a volta da ditadura...dá vontade de voltar só pra ver o que essa galeria ia fazer...
Sempre sacaneio dizendo que Stones só com Brian Jones...mas esse disco é foda...o exile tb...wild horses é linda demais...única...

Contra a dita dura comunista, apoie a ditadura militar...a minha dita, dura é mejor que a sua...puxa, que piada nível ZT old school!!!

Genial:

https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/190472/Protestos-anticorrup%C3%A7%C3%A3o-v%C3%A3o-poupar-Cunha.htm

Porque culpado só pode ter um só...André Mendes vai gostar desse link acima...


é culpa do pt:

http://blogdoperrone.blogosfera.uol.com.br/2015/07/no-brasil-eu-nao-estaria-preso-diz-marin-a-advogados-sobre-processo/

vou protestar na rua contra a corrupção com minha camisa da cbf...opa...mejor nao-
hehehehe


e as polêmicas continuam:

http://nagradedomma.blogosfera.uol.com.br/2015/07/27/lutadora-minimiza-seio-de-fora-no-ufc-nao-tenho-vergonha-do-meu-corpo/

http://esportes.yahoo.com/blogs/redacao/p%C3%AAnis-de-lebron-james-gera-problemas-para-canal-de-televis%C3%A3o-152206896.html

Essa Ernesto vai gostar:

https://br.noticias.yahoo.com/blogs/super-incr%C3%ADvel/cidade-nos-eua-ganha-pol%C3%AAmica-est%C3%A1tua-que-faz-ode-ao-dem%C3%B4nio-150828154.html

ps.: não tenho camisa da cbf, claro!

Franchico disse...

É, rapaz, a coisa não tá fácil nem pra pastor!

http://www.brasilpost.com.br/2015/07/27/porta-dos-fundos-faz-piad_n_7880850.html?utm_hp_ref=brazil

Rodrigo Sputter disse...

vi esse vídeo...essa galera é famosa, mas mantém em média boas sacadas...e a porra é semanal...e num é um só...

Tem um certo jornalista que lançou coluna hj e num atualizou...ô gentinha preguiçosa...como nós os acompanhadores vamos nos atualizar?

Prosear, fofocar, alfinetar...

Chico, soube que Marcos Rodrigues e Arthur Ribeiro montaram uma loja de quadrinhos...sabe de algo??

Franchico disse...

Sei, Sputter.

Veja: https://www.facebook.com/hellskitchencomicbookstore/timeline?ref=page_internal

Hj tá punk. Publico a Coletânea mostarda!

Rodrigo Sputter disse...

que coleta é essa??
e tu vai discotecar hj??

Franchico disse...

Coleta: Coletânea é o nome da coluna que assino às terças-feiras no periódico da Tankred Snows Avenue. É a mesma coluna iniciada por Luciano Matos ainda no extinto Caderno Dez! e que eu assumi, a partir de 2007 ou 08.

Hoje, não. Sexta. Mas não espalha.

Rodrigo Sputter disse...

eu acho q lembro, se vacilar sai e as porra-ehhehehe
mas é tudo culpa da Dilma...e dos contra Dilma...me enchem o saco todos eles...e ela-ehhehehe

bora chico???

http://www.fotolog.net/thehonkers/248000000000034388/

Honkers e Iventura ni Alagoinhas...arrumo um Advogado, um Cadillac cheio de coisinhas gonzerianas na mala pra vc fazer o que é o mais legal: resenha musical.

6a vou discotecar tb! mas não lá!

Anônimo disse...

https://www.youtube.com/watch?v=W1PNvopXjbg
ouça este som!! você vai adorar !

Anônimo disse...

os coxinha vibra e os petralha enfia a cabeça no buraco. palavras da presidenta Dilma: "Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta"