terça-feira, novembro 18, 2014

REIS DO DEATH METAL NORDESTINO HOMENAGEADOS NO BRASIL E EXTERIOR

Reconhecimento Headhunter DC, de Salvador, ganha disco-tributo em dois volumes

Rapaziada da Headhunter DC no ossuário de Sedlec (Rep. Tcheca), em 2013
Um dos maiores nomes da música extrema da América Latina, a banda baiana de death metal Headhunter DC é admirada pelos apreciadores do estilo não só no Brasil, mas mundo afora – mesmo.

Após uma bem-sucedida primeira turnê europeia em 2013, o grupo é agora homenageado com um álbum-tributo em dois volumes.

Prática comum no rock desde os anos 1990, os álbuns-tributo costumam trazer bandas e artistas gravando canções de determinada banda ou artista que se quer homenagear.

Lançado pelo selo paulista Mutilation Records, o tributo ao Headhunter tem um título longo e com reticências, como já é tradição nos discos da banda: Born to Punish The Skies... A Deathmetallic Brotherhood in Darkest Mourning for God: Tribute do Headhunter DC.

Mal traduzindo: Nascido para punir os céus... Uma irmandade deathmetálica no mais sombrio luto por Deus: Tributo ao Headhunter DC – título mais do que coerente com a ideologia anticristã (ou melhor: antirreligião) da banda.

“A ideia partiu do dono da Mutilation Records, o Sérgio Tullula”, conta o vocalista da Headhunter, Sérgio Baloff Borges.

“Ele já tinha essa ideia há uns três anos. Aí um dia ele comentou que já estava mais do que na hora de rolar esse tributo. Fiquei honrado, claro”, acrescenta.

Dividido em dois volumes, o disco um saiu no mês passado e conta com 17 bandas do Brasil e do mundo fazendo releituras de músicas pescadas dos cinco álbuns da banda, lançados desde 1991.

O volume dois, segundo Baloff, “sai no primeiro trimestre de 2015”.

“É um projeto complicado, por que você lida com muitas bandas e fica dependendo da agilidade delas. Só esse volume um levou um ano e meio para ficar pronto”, conta.

Se vacilar, sai um terceiro

Quem acabou coordenando toda a produção foi o próprio Baloff, que convidou bandas com as quais o Headhunter tem afinidade: “São bandas que tem um elo com a gente – ideológico e musical”, define.

Com o tempo, a notícia da organização do tributo acabou se espalhando na comunidade death / black metal: “Inicialmente, seria um volume só. Mas foi tanta banda entrando em contato, querendo participar, que tivemos que fazer em dois volumes. Se vacilar, sai até um terceiro”, diverte-se.

Em dezembro, o Headhunter toca no maior festival de música extrema do Brasil
Das dezessete bandas do  volume um, doze são brasileiras: Inner Demons Rise, Eminent Shadow, Decomposed God, Malefactor, Poisonous, Pure Noise, Bastard, Queiron, Holder, Insaintfication, Unborn e Nervo Chaos.

Há ainda uma alemã (Revel in Flesh), uma holandesa (Funeral Whore), uma polonesa (Embrional), uma chilena (Demonic Rage) e uma norte-americana (Dead Conspiracy).

"Na sua maioria, são bandas de death metal mesmo. Mas tem de outros estilos, como a Pure Noise, de Vitória da Conquista, que faz noise core, um estilo bem 'anti-música', que pegou uma faixa de nosso primeiro álbum, que é mais ou menos do mesmo estilo deles. No segundo volume vai ter uma banda de black meta, que tocal sem deixar de ser death, mas é bem legal, a Eternal Sacrifice, daqui de Salvador. Não é bairrismo termos quase que só bandas de death, mas é que tem mais a ver", detalha.

"Até acho que seria bem interessante ver uma banda de heavy metal tradicional fazer um cover nosso, mas como costumo me referir a este tributo, ele meio que uma congregação de death metal. É mais que um tributo: é uma celebração ao death metal em si", define Sérgio.

"As bandas de fora do Brasil são bandas com quem já tenho contato há há alguns anos, como a Dead Conspiracy (USA), de quem eu já era fã em 1988, tinha demo tape deles, era fanático pelo som deles. Então é interessante hoje eles participarem de um tributo para gente. Fiquei muito honrado com a banda da Alemanha (Revel in Flesh), que fez uma versão foda que abre o disco. Mas no geral fiquei bem satisfeito com todas as bandas. Agora, como são bandas diferentes, gravando em estúdios diferentes, você sente diferenças de gravação e de qualidade. Aí o que a gente faz é nivelar os volumes, para não ficar um mais baixo que o outro. Fora isso, não mexemos em frequência nenhuma. Basicamente, o volume e damos uma masterizada para dar uma encorpada no som, mas não mexemos em mais nada. Foi tudo masterizado e compilado aqui mesmo em Salvador. A coordenação foi toda minha", continua Sérgio.

Obsessão com reticências

Palavras de Jeff Becerra (Possessed), no encarte do tribute
"A concepção da capa que fizemos com o Juanjo, que já tinha feito a capa do nosso último CD, um trabalho fantástico dele aliás. A ideia foi justamente pegar elementos de cada capa de nossos discos ficou bem interessante. Agora, essas reticências no título é meio uma obsessão minha. Não tem muita frequência essa sua pergunta, aliás. É como se fosse um sentido de continuidade, mesmo. Tenho obsessão com reticências. Nosso único disco que não tem reticências no título é o segundo, que foi do nosso ex-baixista. Se fosse meu...", ri Sérgio.

"Sim, é coisa de louco obcecado, mesmo. Tenho obsessão com reticências e os números 13, 7 e 666", conta.

No encarte, o vocalista e baixista Jeff Becerra, pioneiro do death metal com a banda californiana Possessed, elogia o Headhunter: “Banda incrível, de estilo old school e avant garde ao mesmo tempo, serei sempre fã e tenho sorte de ser um irmão para eles”, escreve.

"Pô, esse cara do Possessed é o pai do death metal. Ele deu um depoimento por que é meu amigo pessoal mesmo. Já dividi o palco com ele em 2008, fui no show deles ano passado em São Paulo. Fiquei mais do que honrado com as palavras dele", agradece Sérgio.

Parceiro de cena baiana, Lord Vlad, da Malefactor, ecoa as palavras do americano: “Esse próprio disco-tributo já é a prova do que te digo: se não fosse brasileira – ou melhor: baiana – o Headhunter teria muito mais reconhecimento”, afirma.

"No nosso caso, escolhemos uma musica que é mais diferente até para eles mesmos, pois é mais cadenciada, não tão acelerada. Não foi fácil, mas ficou mais plausível. Ficaria forçado fazer alguma faixa que não tem nada a ver com a gente", conta Vlad.

Com seu último álbum (In Unholy Mourning..., 2012) lançado na Europa pelo selo alemão Evil Spell, o Headhunter não para.

“De sábado em diante tocamos todo fim de semana até o fim do ano. Dia 22, Boqueirão Rock Metal Festival (Cícero Dantas). Dia 30, no Festival Suiça Baiana (Vitória da Conquista). Dia 6, no Bahia Metal Festival (Alto do Andú, Salvador). E dia 14, no Zoombie Ritual Open Air (Rio Negrinho - SC). O culto não para”, avisa Sérgio.

Born to Punish The Skies...  Tribute to Headhunter DC Vol.1 / Vários artistas / Mutilation Records / R$ 22 / Vendas: www.facebook.com/HeadhunterDc



6 comentários:

Rodrigo Sputter disse...

https://secure.avaaz.org/po/petition/Cogumelo_Records_Relancem_o_Born_Suffer_Die_HeadHunter_DC_em_CD/?nfFkmib


Chico, vc na 2a vez que tu escreve a palavra black metal, comeu o L, de metal...na verdade vc colocou o L no toca logo depois, ficou tocal-ehehehehe

Eternal Sacrifice é de um broderzão meu, Toinho, banda da porra tb.

Queria ter um vocal gultural pra fazer esse tributo...sei que "não possuo" a "ideologia" death, mas sou amigo dos cabras e fan da banda...e o espirito underground é o mesmo...essa fala do cara do Possessed é foda...pros caras então...é quem nem minha relação como Tecladista/Vocalista do Blues Magoos, que me chama de filho adotivo...é foda ver quem vc é FAN falar bem e gostar de sua música, ser sincero...e fora que o cara falou a verdade...é incrível como no metal a galera não se importa em querer ser brasileiro ou coisa do tipo, vc já é nisso no sangue, mas musicalmente vc é "do metal", e isso que importa e não é menos ou mais brasileiro por fazer metal e cantar em inglês...

Zorra tb tenho essa porra com reticências...e títulos grandes...eu e Baloff temos em comum além da amizade, o belo gosto futebolístico, esse gosto com reticêncisas e títulos de disco longos, ele ganhou da gente, acho que nosso maior é o "underground music for undergound people (covered by an overground band)"-heheehhe

e tem o "Roll Up Your Sleeves And Help Us Rock Up This Honker World", e nego achava o título "Between The Devil And The Deep Blue Sea" grande-heehhehe

Vida - MAIS AINDA - longa aos cultuadores do Death.

Aí vi você fazer uma matéria com a maior banda de rock do NO/NE, tem a Mystifier tb, que é outra que bota pra fuder...essas 2 tão aí há anos, sem se curvar a ninguém, mudando de estilo pra agradar edital, nem babando ovo de político, tudo no do it yourself!!!
O resto é resto, é mimimi e engodo de jornalista e marqueteiro pra ganhar $$$.
Esses caras são ROCK e UNDERGROUND MESMO, fazem tudo por contra própria e vivem disseo
Pago Pau!
E nem venham falar mal na minha frente que é briga certa!
Pra mim eles e a Mystifier são as maiores bandas do rock baiano e ponto final, me apresente quem é maior e fez mais coisas que desminto na hora.
E sem ajudinha de edital superfaturado ou coisa do tipo, é no gógó, suor e distorção...e amor ao que faz.

Rodrigo Sputter disse...

http://www.yelp.com.br/events/salvador-bahia-metal-festival-2014

Divulgação do evento.

Franchico disse...

Uma ótima notícia com um lado péssimo:

http://www.universohq.com/noticias/mythos-editora-lancara-dreadstar-american-flagg-e-outros-titulos/

Dreadstar e American Flagg! são verdadeiras obras-primas das HQs que ainda não foram devida e integralmente publicadas no Brasil.

O lado muito ruim é que a Mythos é a editora mais careira do Brasil. Muito provavelmente vai editar esse material em edições capa dura cheias de frufru custando no mínimo, uns R$ 150 cada.

Aí eu choro.

Se bem que ainda tenho tudo o que já foi publicado dessas duas HQs no Brasil - tudo comprado na época mesmo, em primeira mão. Então vou ficar só de butuca esperando o que eu ainda não tenho....

Franchico disse...

Incrível como só um pouquinho e inteligência é o bastante para desarticular os imbecis:

http://www.brasilpost.com.br/2014/11/19/neonazistas-doacao_n_6184026.html?utm_hp_ref=brazil

Rodrigo Sputter disse...

Li muito Dread quando era guri...até baixei aqui...American na época acho que li um volume só...mas baixei na net o que saiu no brasil e achei a coleção completa em inglês...chico, manda o jornal comprar pra tu resenhar-ehhehehe

programa de rock disse...

http://pdrock-sergipe.blogspot.com.br/2014/05/mystifier-em-nossa-senhora-da-gloria.html