quarta-feira, junho 11, 2014

MIKE SOLTA O VERBO FAZ NÜ METAL COM MENSAGEM - E SHOW PRA CARAMBA

Mike Solta o Verbo na premiação do PDR 2014. Foto: Eduardo Lopes
A banda de hoje na coluna Coletânea no blog tem nome de comédia da Sessão da Tarde – ou de episódio de sitcom americana.

Mas o quinteto local Mike Solta o Verbo não é uma daquelas bandas engraçadinhas, não, tá?

"Ah todo mundo fala do nome", confirma o vocalista Betão.

"É diferente mesmo. Esse Mike surgiu de brincadeiras internas, eu criei como se fosse uma gíria. A gente chamava uns aos outros de Mike, como se fosse 'cara' ou 'joe'. Chegava nos ensaios 'e aí, Mike? 'Quolé, Mike?' Virou um personagem mesmo", relata.

"Como nossa banda é voltada para o protesto das questões sociais, a gente pensou que epodia criar um personagem e transforma-lo numa ideia, um cara que está já um tanto revoltado, indignado e resolveu deixar de ficar tão submisso, e resolveu soltar o verbo, dizer o que pensa, botar pra foder, botar as cartas na mesa. Foi através dessa brincadeira que surgiu o nome", continua Betão.

"Muita gente acha que o Mike seria eu. Tem uma galera que me chama de Mike. Acho massa, acabou virando uma gíria, um termo corrente entre a banda e a galera que está a nossa volta. Na verdade, acho que no fundo todo mundo é um pouco Mike e está indignado, chateado com a situação e quer desabafar, soltar o verbo", acredita.

Influenciada pelo funk metal dos anos 1990 (Red Hot Chili Peppers, Rage Against The machine, Faith No More) e pelo seu não tão feliz desdobramento, o nü metal (Korn, Slipknot, Limp Bizkit), a banda surgiu em 2012, formada pelos amigos Betão (voz), Digão (guitarra), Borracha (bateria) e Daniel Iannini (baixo).

“Antes do Mike, a gente  tinha uma outra banda, que não vingou. Pensamos em criar um outro projeto, voltado ao nü metal e ao protesto, com mensagens de conscientização e a crônica das coisas que acontecem no dia a dia e nos incomodam”, conta o vocalista Betão.

Mike de agenda cheia

O colunista alerta: se soou ingênuo, é por que deve ser mesmo.

Mas, ei: sinceridade é essencial no rock, certo?

E vamos dar um desconto: a rapaziada faz um som honesto e toca bem, com uma pegada pesada das boas.

Tão boa, que, em votação pública, foi eleita Banda Revelação do Palco do Rock 2014, após um show particularmente arrasador no festival do último Carnaval.

“Foi muito gratificante, pois  é o maior evento do rock aqui na Bahia. Foi o nosso maior show até agora”, conta.

E os caras tão bem de produção. Nos próximos meses, Mike Solta o Verbo tem uma boa agenda de shows – em Salvador e  no interior do estado.

“Temos sete ou oito shows marcados para breve”, conta Betão.

“Sábado e São João, tocamos no Dubliner’s. 4 de julho, Dubliner’s de novo e no dia seguinte, no Imbuí Skate Park. Dia 20 de julho, no Esplanada Rock Metal Fest”, enumera.

“Em agosto, tocamos pela primeira vez no Portela Café, com Circo de Marvin e Marcão , guitarrista do Charlie Brown Jr., que é uma banda que nos influenciou muito. Estamos acertando também shows em Feira de Santana e Irecê”, comemora.

Mas nem tudo são flores para Mike. O baixista Daniel saiu, substituído temporariamente por Yuri Oliver, mas eles  estão procurando um definitivo. Interessou? Fale com o Mike!

Festa rock Inflamando Cabeças / Com Mike Solta o Verbo, Produto do Meio e  Bilic Roll / Dubliner’s Irish Pub / Sábado, 15 horas / R$ 10

Ouça: www.soundcloud.com/mike-solta-o-verbo




NUETAS

Falsos, Toco, nana

nana, foto: Agnes Cajaíba
As bandas Falsos Modernos, Toco y Me Voy e a cantora nana lançam novos clipes em show amanhã hoje, na Commons. A night é para lançar o site Clipeteca, ótima inciativa da produtora Flávia Santana, que pretende mapear a produção videoclípica baiana e foi contemplada em edital da Secretaria de Cultura municipal, o Arte por Toda Parte. Discotecagem a cargo de Camilo Fróes (Baile Esquema Novo). 20 horas, R$ 5. A Toco y Me Voy volta ao palco sexta-feira, só que no Dubliner’s. 23 horas, R$ 10.

Rebelião@Vacachorro

Que mané fanfest! Se saia de programa chapa branca pra turista ver. A coisa real é sexta-feira 13 (brrr), no evento Estádios Não Matam Fome, com The Honkers, Barrunfo do Samba, Zuh, Van der Vous, Derrube o Muro, Saca Só, Vandal, Mapa e Galf. Rock, psicodelia, samba macô, punk rock, hip hop. Mais uma ousadia Coletivo Das Ruas, a partir das 15 horas, leve um quilo de alimento. É no Vacachorro (aquele cachorro gigante feito de garrafa pet por Bel Borba), no Largo da Dinha.

27 comentários:

Franchico disse...

A quem interessar possa, a Mídia Ninja voltou, agora em nova plataforma:

https://ninja.oximity.com/

Franchico disse...

Ótima escolha para fazer o Rei no seriado do Demolidor...

http://www.universohq.com/noticias/vincent-donofrio-sera-o-rei-crime-em-demolidor/

Rodrigo Sputter disse...

midía ninja tou fora...coligada com fora do eixo...
esse som vai ser uma onda...conheci um gringo ontem, ele tá louco pra ir...vai levar uns amigos...curioso é que a galera gringa ouve as bandas que toco e sacam as influências, gostam...e acham um som bem peculiar e com identidade, enquanto a galera daqui (não tou falando de vc é claro), acha que o som da gente é cópia, pq cantamos em inglês...

Franchico disse...

Tb tô fora, mas é o tipo de coisa que é bom acompanhar, para saber por onde anda a cabeça desse povo. E pelo que andei vendo lá, anda beeeeeem longe daqui.

Povinho ingênuo, né?

Franchico disse...

"Private, dibble me"!

http://omelete.uol.com.br/madagascar/cinema/penguins-madagascar-ganha-seu-primeiro-trailer

Quem não ama os Pinguins de Madagascar?

Rodrigo Sputter disse...

será que o mídia ninja, ops o fora do eixo, deixou de repente de ganhar $$ do governo e se revoltou e fez o mídia ninja?
se bem que tem gente que diz que isso aí é tudo golpe da esquerda tb...eu sei que eu fico aqui...de fora...tentando arrumar uns trocados sem ficar babando ovo de lado nenhum...
zorra Chico, éramos pra tá ricos se fôssemos desses que estão coligados com algum lado...

Franchico disse...

Sputter, na cabeça de quem se guia pela veja e seus colunistas patéticos, TUDO é golpe da esquerda.

O que esses bobinhos ingênuos não parecem se tocar é que não existe mais esquerda neste país.

É tudo a mesma corja de filha da puta.

Mas tente convencer esses pobres coitados pós-lavagem cerebral....

Eu e que não perco mais meu precioso tempo.

Franchico disse...

Em suma: aderir a lados, neste país, é uma entre duas coisas.

Ou você é coligado e se vendeu.

Ou você é um otário sem salvação.

Como não sou nem um, nem outro, cuspo tanto na direita quanto na esquerda.

Só não cuspo pro alto por que não quero receber essa nojeira na cara.

Ernesto Ribeiro disse...

(aham)



...até mesmo para servir como peça de RESISTÊNCIA á essa insana alegria artificial provocada pelo circo da Copa do Mundo que acaba de aterrissar em nossa terrinha...



Mr. Castro, please, me diga se você me autoriza a lhe enviar por e-mail o meu mais novo artigo ilustrado: um curto ensaio literário / psicológico sobre Ian Curtis — a Tragédia do Joy Division — e a tremenda implicação cultural da banda na História do Rock.


Rodrigo Sputter disse...

rapá, reclamam tanto da esquerda, mas tao mais crente que eles...os direitistas...aí lhe chama logo de burro e etc...

Franchico disse...

Ernesto, mal tenho tempo para me coçar, quanto mais... Se quiser envie, mas não garanto ler.

Ernesto Ribeiro disse...

Artigo enviado, mestre!

Franchico disse...

O remake americano da fantástica e arrepiante série francesa Les Revenants começa a selecionar gente (morta) para o elenco.

http://omelete.uol.com.br/series-e-tv/returned-atriz-de-killing-e-true-blood-se-junta-adaptacao-de-les-revenants/

Franchico disse...

Começou a putaria!...

http://g1.globo.com/sao-paulo/fotos/2014/06/fotos-copa-em-sao-paulo.html#F1237223

http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-paulo-na-copa/2014/cobertura/nota/12-06-2014/207330.html

...E eu não poderia estar cagando mais solenemente para tudo isso.

(Mas as paraguaias batem um bolão)!

Ernesto Ribeiro disse...

Ouviram do Ipiranga ás margens sujas
De um povo sofrido o brado de fome
E o sol ardente em seus campos áridos
Sumiu no céu sujo de poluição

Se o terror da desigualdade
Nós conseguimos roubar com braços fracos
Em teu seio, ó violência
Ao andar na rua desafio a própria morte

Ó pátria odiada, fudida, corrupta
Foda-se, foda-se
Brasil, sonho que virou pesadelo




letra: Emerson Barreto e Ernesto Ribeiro

(em 1987, aos 14 anos)

Ernesto Ribeiro disse...

No país da piada pronta:


O primeiro gol da Copa do Brasil foi feito por um brasileiro num gol CONTRA.


É impossível falar na realidade brasileira sem apelar para o surrealismo.


Graaande, Marcelo.

Eu sabia que podia confiar em você.

Rodrigo Sputter disse...

Rapá, esse seriado francês é do balacobaco...já rolou a 2a temporada do francês?
vi só a 1a...até agora nada da 2a.

Rodrigo Sputter disse...

Não sei se a letra de Borel tem que ser cantada em cima da melodia do hino, mas se for, a que eu mais gostei da letra/métrica foi essa:

"Ao andar na rua desafio a própria morte".

Ficou genial.

Rodrigo Sputter disse...

"Ao andar na rua desafio minha própria sorte"...podia ser um dos versos tb...

Franchico disse...

Sputter, essa letra não é de Emerson Borel. É do outro Emerson, amigo de Ernesto.

Ernesto Ribeiro disse...

Exato. É pra ser cantada em cima da melodia do hino.


Sim, foi o meu vizinho guitarrista Emerson Barreto "Cabelo" quem me apresentou a TODO o Punk Rock Brasileiro, pois ele comprou TODOS os discos, e coleciona até outras bandas do Punk europeu, como a inglesa Exploited e a finlandesa Rattus do album “Uskonto on Vaara.”


Emerson Barreto tocou nas bandas punks Prepúcio, Restos do Hímen, Narizes Estranhos (de Claudia Cabus) e depois com a legendária Lygia Cabus na Blue Velvet. Em seguida, tocou nas maiores bandas de blues de Salvador. Sua guitarra é uma clássica Gibson vermelho-escura parecida com a de Marcelo Nova.


Foi naquele ano de 1987 que nos tornamos os punk rockers mais extremos que podíamos ser.


Toda tarde, ao meio-dia e meia, ao fim do expediente no Colégio 2 de Julho, saíamos eu e Cabelo numa paleta de meia hora de caminhada até chegarmos ao nosso Coletivo Anarco Punk, o quartel-general do Movimento: no alto de um edifício na praça Castro Alves, resistia bravamente a legendária loja de discos de punk rock NOT DEAD, da figura histórica Jardel, um pilar da cena punk de Salvador.


Na Not Dead nós comprávamos TUDO: discos punks de todos os países, compactos raros, vídeos raríssimos, camisateas de bandas, roupas rasgadas, coturnos, botas de cano longo, munhequeiras sadomasoquistas, logomarcas de bandas em peças de pano pra grudar na roupa, material importado. Tudo aquilo que mais tarde só se veria em menor escala na heróica loja CORINGA de nosso amigo Denival.


Mas a Not Dead era imbatível. Foi a maior loja de discos alternativa que já existiu nessa terra. E só vivia cheia, lotada de punks do centro e da periferia de Salvador. Rapazes e garotas de moicanos vermelhos, verdes e loiros, com toda a indumentária de Londres, trocando informações e se conhecendo.


Naquele tempo, todo nós SABÍAMOS quem somos. E sabíamos o que fazer. E AGÍAMOS. Nós anarquizávamos esse cidade. Botamos pra fuder.


Bons e velhos tempos.

Ernesto Ribeiro disse...



Por "Estética da Cultura Proletária", O REFRÃO CANTADO EM CORO COMO HINO é a ligação direta da cultura inglesa do FUTEBOL.



Johnny Rotten, como bom torcedor do time do Arsenal, levou essa estética do vocal gritado em coro, junto com todos os punks que lotavam estádios em jogos de futebol.

Ernesto Ribeiro disse...

Coincidência: ontem, durante o primeiro jogo da Copa no Brasil, enquanto todo mundo acompanhava a Seleção, eu estava no meu quarto lendo a mais recente edição da revista HELLBLAZER...



...em que, aos 50 anos de idade, John Constantine vai á Índia e então retorna a Londres para — advinhe?! — reviver em 2010 o passado glorioso de 1979 (quando ele ainda cantava na banda de punk rock Mucous Membrane) e juntar-se ao Coletivo Anarco Punk para combater a ameaça do Partido Conservador que está voltando. Os velhos "tories" literalmente ressuscitaram seus líderes mortos em putrefação, mostrando quem é realmente PODRE.


Para investigar o caso, John Constantine retoma o clássico visual punk de 30 anos antes, corta o cabelo arrepiado num moicano vistoso, troca o sobretudo e gravata por um roupa toda de couro preto, fura um lábio com um alfinete de fralda e se mistura á garotada. Ele realmente volta a se sentir jovem, brigando com e por causa de garotas.


Ao interrogar um velho pedófilo ex-membro do PC, ele descobre a conspiração dos velhos conservadores plutocratas, que cooptaram um jovem punk iludido para realizar um serviço sujo de terrorismo — sem saber que a reação da opinião pública vai favorecer a vitória eleitoral do inimigo, com o retorno dos Conservadores ao poder na Inglaterra. (Como de fato aconteceu nas eleições daquele ano.)


O problema adicional são os demônios do Inferno que habitam os velhos líderes ressuscitados A saída é pedir ajuda do Além, e John Constantine vence a batalha, conjurando um "espírito perdido" que PENSA ser um punk porque encarnou numa espécie de totem montado num boneco de Sid Vicious — cultuado com devoção religiosa pelo velho amigo de John, o Fezes McCartney, um sacerdote hardcore.


Ao final, o "espírito punk" DESTRÓI os inimigos velhos políticos, mandando-os todos de volta pro Inferno aos pedaços, numa explosão de decibéis de puro punk rock cru e primal, esticando o dedo médio e berrando "FUCKING ROTTERS!"


Ao final, Constantine filosofa que os punks velhos é que estão certos, por serem eles o único bastião de RESISTÊNCIA contra a caretice generalizada que assola o mundo de hoje, em que até os jovens DESCONHECEM totalmente os grandes nomes da História do Rock n Roll e só ouvem essa musiquinha de merda insípida dos posers fabricados pela indústria dos dias de hoje. É o melhor final feliz que já vi, numa das melhores estórias já escritas da revista Hellblazer. Tão linda, idealista e romântica que até chorei.



O que eu mais gosto nas aventuras de Constantine é que elas são ALEGORIAS ou METÁFORAS para a realidade dura e cruel, no contexto político-social-econômico-filosófico-moral. Todo o lance sobrenatural não passa de um recurso estético para realçar o dinamismo das estórias. E fazem isso de uma maneira ás vezes belíssima.


HELLBLAZER : ÍNDIA. JÁ NAS BANCAS.


Ernesto Ribeiro disse...

Ontem á noite, enquanto a massa ignara se intoxicava com O ÓPIO DO POVO, eu contra-ataquei com meu rock n roll, ouvindo no volume máximo o punk rock furioso do Joy Division, "Shadowplay" enquanto me arrumava pra sair: preparei um cigarro de maconha, me vesti todo de couro preto, calcei minhas botas e saí ás ruas fumando um beck na calçada, passeando bem na frente dos condomínios onde a classe merda tocava a pior bosta de pagode. Mas eu levei o meu microsystem tocando Punk Rock. No volume máximo.


Vai ser assim todo dia de jogo de Copa na Arena.


Pau no cu dos medíocres que só ouvem musiquinha de cuzão. Enquanto isso, eu cuspo nos seus cachorros, ouvindo som de macho.

Rodrigo Sputter disse...

hehehhehhe antes eu usasse drogas...tou cada vez mais dislexo...lendo direto "errado", li o EMERSON B e vi o resto como OREL...mas a letra ficou legal mesmo...esse disco do rattus é foda ernestão...eu falo sempre com Jardel, se quiser o mail dela...

Ernesto Ribeiro disse...

Grande Sputter!


Porque nunca me disse?


Me mande o e-mail de Jardel agora, please!

Rodrigo Sputter disse...

Ernestones, ela sempre tá nos shows dos Honkers...aliás é um orgulho tê-la como admiradora da banda!!!